The Battlefield - O Campo de Batalha escrita por Jessyhmary


Capítulo 5
Capítulo 04 - Quando Alguém Está Por Perto


Notas iniciais do capítulo

"... Ela sorriu e o fez sorrir também, já que a essa altura ele não ousaria dizer mais nenhuma palavra."



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As nuvens carregadas de poeira se desfaziam ao cruzar com a potente máquina de Colson que sobrevoava invicta nos céus, tal como a águia que jazia em seu escudo. May sabia como domá-la quase que sem esforço algum e qualquer observador despercebido poderia jurar que ela mal executava três ou quatro movimentos para fazer a enorme águia de aço ganhar vida. Por baixo dos óculos escuros que lhe conferia uma imagem ainda mais intimidadora, estava uma agente de destaque, de Nível 7 e perito na arte do combate. Melinda May seria capaz de intimidar sem esforço, qualquer agente do mesmo nível e se destacar em qualquer operação que lhe fosse imposta. À primeira vista, no entanto, Melinda se mostrava completamente impenetrável e irredutível. Aquele dia em Bahrein se constituíra num marco profundamente notável na vida de May, obrigando Colson a tirá-la da aposentadoria, numa tentativa de reconstruí-la e trazer de volta aquela que conhecera anos antes.

Quase se esquecera do quanto era entusiasmada e insolente, e de como amava quebrar protocolos. Eis o motivo pelo qual Melinda tanto admirava Skye, a pobre garota órfã que crescera nas ruas se virando como pôde, pulando de casa em casa até cair em um orfanato. Skye era doce e destemida e faria qualquer coisa para defender sua equipe, além de ter uma ótima habilidade em interpretar papéis e blefar quando precisava se safar de alguma encrenca. E embora achasse a priori que a garota não tinha o perfil da S.H.I.E.L.D, May se dedicou (ainda que de forma pouco amistosa) a providenciar tudo para o desenvolvimento de Skye dentro do Bus, já que estava nítido que Colson confiava nela.

–-

Melinda era agora uma peça semi-frágil envolta pelos firmes braços de Ward. Os mesmos braços que ela própria prendera n vezes durante os treinos com uma habilidade que despensa qualquer comentário. Ward assistia de perto a respiração compassada de May, enquanto delicadamente acariciava-lhe os cabelos, cuidando para que nenhuma mecha ficasse sobre seu rosto ainda úmido. Grant não sabia o que fazer ao vê-la perder o chão, não estava acostumado com essa fragilidade repentina, mas ainda sim, não sairia do lado dela.

– Ward...

May o chamara com um tom triunfante e consistente. Sorria levemente, dando a entender que ele nunca saberia o que se passava pela cabeça dela. Melinda adorava ver a cara de tonto que ele fazia quando ela o contrariava. Depois de percorrer descalço todo o quarto procurando por suas botas pretas de cano baixo, May se deparou com a figura de Ward, com a toalha despreocupadamente enrolada sobre o pescoço. Ele a assistia procurar as botas enquanto enxugava os finos cabelos negros, deixando escapar algumas gotículas de água pelo ar.

– Obrigada – Disse enquanto tirava suas botas do armário.

Ward não entendera bem o “obrigado”. Mas em se tratando de May, ela poderia virar o jogo a qualquer hora que quisesse, então não quis arriscar confundir nada. Ele conhecia bem as habilidades de Melinda no campo, e depois de vê-la reunir os três bastões genuinamente Asgardianos, ele quase chegou a pensar que ela também não pertencia a este planeta. Como alguém era capaz montar a rara peça e ainda permanecer de pé para manejá-la? Mas May conseguiu. E Grant percebera que ela também tinha visto algo. E não era qualquer visão.

– Nós somos um time...

– Obrigada por passar a noite aqui – Interrompia May, como se quisesse fazê-lo mudar de perspectiva.

– Você precisou de mim...

– E você esteve aqui. – Disse ela em suave tom.

As mãos de Melinda procuravam as de Ward como se não tivesse sido suficiente adormecer aninhada em seu abraço. Ela sorriu e o fez sorrir também, já que a essa altura ele não ousaria dizer mais nenhuma palavra. Instintivamente, May aproximou lentamente seu rosto do dele e Grant não desviou. Ele não havia parado para refletir em nenhuma palavra ainda, a presença dela o tomava para si, então só lhe restava meras tentativas de elaborar algum pensamento coerente. May sentia o cabelo de Grant ainda úmido e solto passando por entre seus dedos. Ele por sua vez, buscava respostas nos expressivos e misteriosos olhos de Melinda, enquanto apoiava-se na cama com uma das mãos, deixando a outra livre para percorrer a silhueta do rosto dela com o dorso da mão desde os primeiros fios de cabelo até a curva do maxilar, e aproximando-a sutilmente pelo queixo, ele a beijou.


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