Ward esquecera-se da hora, do tempo, do espaço e da Pistola Boa-Noite que Fitz-Simmons empenharam-se em elaborar com toda destreza durante a madrugada. E, para a sorte dele, os dois gênios estavam ansiosos para mostrar-lhe o brinquedo novo. Mal conseguira aproveitar o momento com a agente May quando algum alarme quase não audível o arrastava bruscamente à realidade.

– Fitz-Simmons.

– Agente Ward, precisamos que venha até a sala de reuniões.

– Entendido. A May precisa ir também? – Disse instintivamente o agente.

– A agente May?

Ward impulsivamente deu a entender que estava com a agente àquela hora da manhã. Ao que Melinda respondeu com um olhar tipo: “Ward-você-tá-morto” e gesticulou um suicídio com uma arma imaginária apontada para sua cabeça. Ward levantou as mãos em sinal de inocência e May virou-se de costas ainda sem entender como um agente com as melhores notas em espionagem cometera um deslize daqueles.

– O quê?

– Nada, esquece.

– A agente May está com você?

– Ela veio conversar a respeito de uma missão – Ele enrolava enquanto a agente fazia sinal para que ele se calasse.

– Tudo bem, nós não... Só poderia descer até a sala? – Emendava Fitz, percebendo a dificuldade de Ward em mentir.

– Okay, desço em cinco minutos.

May o empurrava em sinal de reprovação, enquanto Ward levava as mãos à cabeça sem entender como pôde ter sido tão descuidado a esse ponto. Logo ele.

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– O que temos pra hoje, crianças? – Aproximava-se Ward, dando um leve soco nas costas de Fitz.

– Agente Ward! – Interrompeu Simmons, sempre alvoroçada e alegre como costumava ser – Adaptamos a Pistola Boa-Noite com um aumento de 39% na dendrotoxina e na redução de 83% de tamanho!

– Agora você pode utilizá-la como apoio à sua arma principal e implantar o dispositivo em algum outro membro, caso você fique em apuros.

Ward apertou os olhos em sinal de descontentamento pela parte do “caso você fique em apuros”. A bioquímica prodígio da Academia de Ciências e Tecnologia da S.H.I.E.L.D. parecia mais agitada do que o normal e nem percebera a mudança de expressão do agente.

– E o melhor! – Simmons agitava as mãos enquanto Fitz demonstrava a utilização da arma – Esse dispositivo é facilmente manuseável até por agentes que como nós, não foram formados na Operações.

– Isso é bom – Dizia desconfiado o agente de Operações – Pelo menos assim vocês não ficarão totalmente indefesos no campo. Aquela missão no trem italiano provou que nós precisamos de um treinamento mais pesado. Ou pelo menos básico.

Fitz-Simmons concordaram com a ideia meio a contragosto e repassavam as últimas recomendações do novo dispositivo ao agente, enquanto May atualizava as coordenadas recebidas pelo Q.G. A ocorrência de um 0-8-4 na porção meridional da Índia era apenas um lembrete de que o espetáculo mais louco da Terra não poderia estacionar.

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– Agente Colson, Agente Ward – Cumprimentava seriamente a agente morena de cabelos enrubescidos, esquecendo-se propositalmente de May, fruto de atritos em missões passadas.

– Agente Hand.

– Sem mais delongas, enviarei todas as coordenadas do percurso e os pré-requisitos dos agentes envolvidos. Uma breve introdução: foi detectada a presença de um 0-8-4 em um templo hindu, exemplar do estilo dravidiano...

– Uma das populações mais antigas do sul da Índia – Completou Colson.

– Exato. Um dos visitantes locais do templo de Brihadisvara encontrou uma peça aparentemente esculpida em aço com pequenos traços de ouro em formato de bracelete.

– Existe alguma vítima ou pessoas contaminadas por algum tipo de radiação vinda da peça?

– Não, Agente Ward. Sem manifestações de vítimas ou sintomas até agora, mas por medida de segurança, todos que entraram em contato direto com a o bracelete estão sendo mantidos em quarentena até a sua equipe chegar ao local.

– Okay.

– Todas as demais informações sobre a localização, os nativos envolvidos e o plano de extração encontram-se no relatório parcial que será digitalizado e enviado em anexo – Victoria retirou os óculos e dirigiu-se a Colson – Como está a garota?

– Se recuperando – Deu um breve sorriso – Skye é uma lutadora.

– Que bom – Articulava Hand de forma insossa e esboçando um sorriso que fez May discretamente girar os olhos nas órbitas – Qualquer dúvida entre em contato com o Q.G. mas o relatório está muito bem explicado, creio que não terão problemas de compreensão.

– Entendido. Aguardando os arquivos da Missão.

Mal a ligação fora encerrada, Fitz-Simmons comunicaram aos outros membros uma melhora significativa da paciente. Skye poderia respirar sozinha, e as doses de sedativo acabaram. Estava quase na hora de voltar para o banco da frente do espetáculo. E ela certamente iria querer ver isso.

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– Coordenadas recebidas – Constatava a piloto – Rota alterada para Tamil Nadu, no sul da Índia. Prepare a equipe Ward, será uma missão das boas.

– Se o trabalho fosse fácil...

– Não seria divertido – Ela completou com um discreto e irônico sorriso.