The Battlefield - O Campo de Batalha escrita por Jessyhmary


Capítulo 20
O Que Realmente Aconteceu em Bahrein - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Como prometido, Eis aqui a história sobre Bahrein. O próximo capítulo será a Skye narrando a sua versão e o desfecho da história!
Aguardem! :)



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* Bahrein, 7 de Março de 2004 *



– Todas as unidades! Cerquem o perímetro 23 com a Shaikh Daij! O Bloco 309 está comprometido!

– Entendido, senhor.

– Quantos agentes ainda estão lá dentro?

– Cerca de trinta, senhor.

– Preciso falar com Fury. – Coulson deixava a tensão transparecer no seu rosto – Mande duas viaturas para a 811, aquele psicopata não pode simplesmente desaparecer.

– Imediatamente, senhor.

Os olhares curiosos da cidade estavam voltados para um único prédio naquela manhã. Os primeiros raios de sol vieram seguidos de um enorme impacto que sacudiu as estruturas de Bahrein, indicando que algo havia ultrapassado o portal que nos separava dos nove reinos. A S.H.I.E.L.D foi chamada para detectar a presença de um 0-8-4 no local e não sabíamos ao certo o perigo que aquilo apresentava, mas esse era o nosso trabalho. Adentramos o prédio e antes que pudéssemos localizar o objeto, fomos atacados por cinco pelotões armados até os dentes, forçando-nos a sair de lá às pressas, pois como a missão era teoricamente amistosa, ninguém estava preparado para aquilo.

– Melinda, temos três dos nossos comboios lá dentro ainda. Seja lá quem estiver prendendo-os lá... Isso não é bom.

Meu coração entrou num momentâneo estado de inércia ao ver a expressão no rosto de Phil. Eu conhecia aquela expressão. Ele estava ficando sem alternativas. Olhei para o prédio por alguns instantes. Mesmo do lado de fora, podíamos ouvir os gritos dos reféns e eu percorria cada centímetro daquela construção, procurando um meio de entrar lá dentro.

– Melinda, recebemos a informação de que não são só nossos agentes lá dentro. – Phil engoliu em seco e sua voz falhou um pouco – Tem uma garota lá dentro.

– Que idade? – Senti o chão tremer por um instante.

– Doze ou treze anos. Não podemos esperar mais...

– Eu vou.

– Melinda, não estou pedindo para você ir sem apoio...

– Não, Phil. Sem mais mortes. Eu dou um jeito nisso.

Phil não respondeu mais. Acenou com a cabeça concordando com a minha posição e eu corri em direção à porta dos fundos do prédio. Estava trancada e com alguns soldados de vigia. Cuidei deles sem muita dificuldade, mas a porta tinha segurança reforçada. “Pela porta não dá”. Pensei. Olhei para cima e resolvi subir pela janela do primeiro andar. Quebrei a janela com um chute e adentrei o prédio, os reféns estavam no 12º andar. O prédio estava cheio de soldados e eu me perguntava em que momento nós pensamos que aquilo ia ser uma operação pacífica. Mas Coulson havia confiado em mim. A garota estava lá dentro. Eu iria salvá-la, mesmo que isso custasse a minha vida.

Passei pelos soldados espancando tantos quanto via na frente e subia lances e lances de escada, procurando a garota por todos os lados até que no 10º andar encontrei a pequena amarrada numa cadeira, no meio de um salão vazio. Ela tinha os cabelos castanhos e longos que cobriam os olhos assustados; estava com uma blusa encardida, um shortinho que mostrava o quanto ela estava desnutrida e um tênis que devia ter uns três anos de uso contínuo. E o que mais me chamou atenção: ela tinha um olhar de abandono.

– Querida, está tudo bem! – Dizia enquanto a desamarrava da cadeira. – Você está machucada?

– Não. – A garota que estava com os olhos lacrimejando começou a chorar se agarrando a mim violentamente.

– Está tudo bem agora. Eu vim te tirar daqui. Okay? Só precisa ficar por perto.

A pequena Skye afirmou positivamente com a cabeça e enxugou as lágrimas com o dorso da mão.

– Palmas! – Um homem alto, grande e barbudo havia surgido no pátio junto com dois capangas armados. – Que cena mais comovente! Melinda May iludindo uma pobre criança.

– O quê? – Perguntei baixo, quase como para mim mesma. Como aquele troglodita sabia o meu nome?

– Mas temo que não será possível salvar você e a garota ao mesmo tempo.

Antes que eu pudesse prever, os dois soldados atiram na nossa direção e eu a pequena Skye nos escondemos atrás de uma coluna. Ele estava certo. Não conseguiria proteger a garota e lutar ao mesmo tempo. Mas eu tentaria, ou nós duas morreríamos ali. Quando um deles passou próximo à coluna, chutei sua arma para longe e usei o corpo dele como escudo para me proteger do outro cara. Quando consegui derrubar os dois, Skye não estava mais do lado da coluna, mas estava com o barbudo que sabia o meu nome.

– Eu falei que não podia fazer os dois, querida. – Ele a segurava pelo cabelo, fazendo-a chorar.

– Largue-a, imediatamente. – Gritava, temendo o pior.

– Claro que não, querida. Esse era o plano o tempo todo.

– Plano? Que plano? Se o problema sou eu, não tem porque envolve-la nisso! Ela é inocente!

– Justamente. – Ele estava com uma 9mm apontada para a cabeça dela. – Não ouse aproximar-se ou ela morre agora.

– Por quê isso? – Não me dei conta de que estava começando a chorar.

– Porque você merece sofrer – Ele destravou a pistola e meu coração prensou dentro do peito.

– Não, por favor.

Ele a arrastou para dentro de uma cabine e o outro soldado aproveitou o meu desespero para me algemar, prendendo-me numa segunda cabine em frente à que ela foi posta, para morrer de desespero.

– Filha, quero que você olhe para o rosto da mulher que causará a sua morte.

– Não, pare! Levem-me no lugar dela!

– Como é o seu nome? – A garota estava pálida e com os olhos cheios de lágrimas.

– Mary. Mary Sue Potts.

– Não!! – Eu estava presa na cabine em frente à dela e comecei a esmurrar o vidro para tentar sair de lá.

Ouvi o tiro. Fechei os olhos. Meu corpo ficou pesado de repente e eu deixei o peso cair, usando a parede como apoio. Alguns segundos depois e eu voltava ao mundo real e usei toda a força que tinha para quebrar o vidro transparente da cabine, me cortando com os cacos do estilhaço. O sangue começava a jorrar, quente em vermelho vivo, mas isso não importava. Quando sai, vi uma mancha de sangue e a garota com metade do corpo para fora da cabine. Só pude ver os cabelos e uma poça de sangue.

Meu coração quebrou-se em duas partes e eu me dirigia a ela em passos longos, mas parecia que ela estava cada vez mais longe. Estava quase atingindo a cabine quando senti uma mão segurando o meu braço, me fazendo voltar.

– Melinda – Era a voz rouca de Coulson – Acabou. Eles fugiram, mas nós pedimos reforços e conseguimos resgatar alguns agentes ainda. Vamos sair daqui.

– Mas Coulson, ela...

– Você fez o que pôde, Melinda.

– Ela não pode ter morrido, Coulson! Depois de tudo que...

Phil me deu um abraço. Em questão de segundos, me vi chorando, tentando entender o porquê daquilo tudo e que raios de vingança era aquela. Não sabia nem ao menos contra quem eu estava lutando.

– Isso não foi culpa sua, May. Deixe a garota ir.


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Notas finais do capítulo

Já estou com saudades da fic.
O próximo é o capítulo final!
Obrigada a todos que acompanharam! :)

#Itsallconnected



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