Além dos Mortais escrita por Ádrila Agnes, victor hugo


Capítulo 21
Templo da Memória


Notas iniciais do capítulo

Oi :3
Este capítulo está meio curto e até mesmo meio parado, mas é por que eu precisei dividi-lo em mais alguns, por que meio que tem muita coisa para acontecer nele e se eu não fizesse isso, ia ficar meio que muito grande e-e



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476083/chapter/21

Dean sentia vontade de vomitar.

Cada músculo do seu corpo parecia ter sido desfeito em água e depois se solidificado novamente. Sua visão ainda estava um pouco embaçada. Ele se debruçava levemente para frente, um pouco tonto.

Definitivamente, não estava mais nas sombras. Muito pelo contrário, agora, ele estava na luz. Estava... Iluminado.

A sala ao seu redor não tinha cor ao certo (eram todas? Não, não parecia possível). Não tinha janelas ou portas. Para falar a verdade, não havia qualquer coisa. Além de espelhos. Muitos espelhos. Espelhos que se estendiam pelas infindáveis paredes do cômodo. Todos eles pareciam estar sussurrando, clamando por serem observados, mesmo que somente por um segundo.

E, mesmo Dean, que nunca fora muito vaidoso (ao contrário de Jake), sentia vontade de passar longas horas na frente de cada espelho. Era como uma vontade que ele não podia explicar.

Por isso, ele não tentou em contê-la. Mas, assim que parou em frente ao espelho redondo com moldura que se assemelhava ao período vitoriano do planeta Terra, ele não viu o seu reflexo. Aos poucos, enquanto as imagens se formavam, ele viu mulheres andando de um lado para o outro, apressadas, com longos vestidos e cinturas quase mínimas. Era impossível não notar os chapéus.

Ele soltou um grito esganiçado.

Dean, Dean, Dean... – o seu nome chegara a parecer uma maldição na voz feminina divinizada de Pandora. Naquele momento a voz surgiu atrás da cabeça de Dean, fazendo com que ele se virasse instantaneamente, ainda um pouco assustado. O corpo de Jake, com a voz da Deusa, parecia ter se materializado da sua própria sombra. Seus olhos brilhavam diante de tudo aquilo.

– Onde eu estou? – era estranho. Agora ele não sentia mais medo ou dor ao falar com Pandora. Nem mesmo se sentia intimidado. Aquilo o assustava.

– Nós estamos no Templo da Memória – até mesmo a voz da deusa parecia impressionada.

Dean não perguntou o que aquilo significava. Enquanto Drake e recrutavam soldados na parte exterior de Netuno, além da nave central de treinamento, ele, Loki e os outros ficaram em uma biblioteca, buscando meios de enfrentar Pandora. De poucos em poucos minutos, Loki, o feiticeiro, mencionava o Templo da Memória, onde Dean estava agora.

“O templo é o santuário da criação”, dissera Loki, “Fora ali que Pandora nascera, isso é, se deuses possam simplesmente nascer. Todas as memórias, tudo o que se passou nos milênios de história das criações da Deusa, cada detalhe sobre a vida, tudo está ali. Nenhum mortal jamais visitara aquele lugar.

Aquela última parte o fez lembrar de algo: o planeta Pandora. Apenas o leve pensamento de imaginar que estava no planeta regido pela deusa que estava literalmente destruindo tudo, o planeta onde surgiam os maiores e mais impiedosos soldados do Universo, ele já sentia um arrepio na espinha.

Mas, por outro lado, não podia deixar de se sentir encantado com tudo aquilo, com aquela pequena locação de todo um planeta. Era uma belíssima construção, realmente divina. Como seria o resto daquelas terras? Ao ver aquilo, ele já não imaginava mais que o resto de Pandora fosse um conglomerado de desertos inférteis, campos de batalha e quarteis-generais.

Ele fechou os olhos com força, forçando-se a prestar atenção no que realmente importava naquele momento.

Dean estava ali... E... E Jake também, não é?

Quer saber por que está aqui, soldadinho de porcelana? – a voz de Pandora ecoava por toda a sala. Aquilo fez com que Dean trincasse os dentes. Não pela voz dela estar em todo lugar, mas por causa de suas palavras.

O corpo podia ser o de Jake, mas a voz não era. E somente Jake podia chamar Dean de “soldadinho de porcelana”. Não Pandora. Pandora, certamente, era uma das últimas pessoas que podiam fazer aquilo...

– Não me chame assim – agora sim a voz de Dean estava embargada. Ele lançou outro olhar para os olhos de Jake, como se esperasse que os seus olhos tivessem voltado ao normal, mas aquilo não acontecera. E ele duvidava muito que aquilo fosse voltar a acontecer. Pandora era poderosa, ele precisava admitir. Ser possuído por ela, bem... Aquilo deveria acabar com qualquer um.

Mas, se ela era tão poderosa assim, por que Dean não sentia medo? Por que ele não sentia vontade de se afastar? Vontade de ir embora ao invés de ficar e apreciar o que ela tinha para contar?

Ah, soldadinho. Essa é uma boa pergunta – ela disse como se lesse os pensamentos dele. Provavelmente lia. Ou aquele seria um poder de Jake? Se ele podia fazer a pessoa se afogar em seus próprios temores, será que ele não podia ler os pensamentos de alguém? – Mas não quero falar sobre você. Mas sobre Mason. Drake Mason.

– Ma... Mason? – Dean franziu o cenho. Ele se lembrava de Drake Mason, mas aquilo não fazia sentido. Quer dizer, fazia sentido que ela não quisesse falar sobre ele (por que ia querer? Ninguém nunca queria), mas... Por que Drake?

Por que Drake, Dean? – novamente, ela parecia ler os pensamentos do garoto. Quando ela continuou, sua voz estava cheia de falsa presunção e certa repulsa – Por que Drake é o meu escolhido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, pessoas? O que acharam? Alguma sugestão? Crítica? Elogio? 'u'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além dos Mortais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.