Além dos Mortais escrita por Ádrila Agnes, victor hugo


Capítulo 22
As Irmãs


Notas iniciais do capítulo

Hey! Espero que gostem do capítulo, tendo um poco mais de ação e da situação de outros personagens :3

~Ryan



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Dean ainda não entendera as palavras de Pandora.

Drake era o seu escolhido? Como aquilo podia ser possível? Por que justamente Drake? Drake era um espião? Ele esfregou os olhos, como se aquilo pudesse ajudá-lo a pensar melhor. Obviamente, aquele gesto não o ajudou.

Pandora (ou seria Jake?) riu da sua cara, onde estavam estampadas as suas dúvidas. Era estranho como em momento algum a voz de Pandora parecia mais familiar, mesmo que estivesse no corpo de quem ele mais amava.

Ele sentiu um arrepio na espinha. Ele realmente imaginava Jake como a pessoa que mais amava? Será que aquilo era possível? Naquele momento, parecia impossível que fosse diferente.

Mas, afinal, Savanna e Drake haviam começado a namorar (ou somente “ficar”, ele não sabia muito bem) após uma única hora juntos mesmo que, pelo visto, se odiassem há pouco tempo.

Pensando bem, o amor de Dean e Jake não parecia mais tão estranho assim.

Eu irei lhe contar uma história, soldadinho.

Dean suspirou. Estava curioso, admitia, mas, ainda assim, o Sol ainda enfrentava uma guerra. Como será que seus amigos estavam se saindo naquele momento?

Θ

Luki se sentia sufocado.

Há cada novo passo, as paredes se estreitavam ainda mais. Os caminhos iam desaparecendo. Não conseguia enxergar nada. Tudo o que podia fazer era ouvir os gritos. Os gritos de medo, pavor e morte. A voz de seu pai não saía de sua mente. A de Savanna também não.

Ele sentia um nó formando-se na base de seu estômago, uma dor no coração. Podia não entender o motivo, mas acreditava que se ele conseguisse achar a saída, todos seriam salvos.

Mas ele não encontrava o fim.

E, mesmo com tudo aquilo acontecendo, seus piores medos, Luki não conseguia falar ou gritar, nem mesmo chorar. Não conseguia fazer nada.

Estava aprisionado.

Em seus piores pesadelos.

Θ

Brianna estava cercada.

Os soldados de Pandora estavam por todos os lados, fitando-a com seus olhos robóticos e amedrontadores. Para sua sorte eram somente dez guerreiros, mas ainda assim, eram capazes de faze-la temer pela própria vida.

Após deixar Loki sob os cuidados de uma enfermeira que estava reunindo e tratando os feridos, ela decidira que iria ajudar na batalha. Era o que ela podia fazer, não é?

Brianna não podia simplesmente ficar esperando que os outros resolvessem tudo no campo da batalha enquanto ela somente observava os enfermos serem tratados, com avanços quase nulos.

Mas, claro, aquela não fora a coisa certa a fazer. Agora, ela, sozinha, estava cercada por aproximadamente todos aqueles soldados da Deusa (que deveriam ser poucos, se comparados com todo o exército), todos maiores que ela. Aparentemente, também eram mais preparados e treinados.

E, sem esperar que ela parasse de se lamentar, eles avançaram.

Por um momento, Brianna agradeceu a si mesma pelos treinamentos noturnos com Drake. Graças aos exercícios de agilidade que haviam testado juntos, ela foi capaz de desviar dos golpes de três guardas simultaneamente; criando uma muralha para se proteger do ataque repentino de um quarto oponente.

Outro deles passou a atirar esferas de energia através de sua arma, destruindo seu escudo fortificado como se não passasse de uma caixa de papelão. Ela materializou sua arma, uma marreta, e desferiu um golpe contra a areia abaixo de seus pés, fazendo com que um bloco de terra se erguesse do chão, logo abaixo do soldado, mandando-o para cima e para longe, desaparecendo de vista.

Um novo soldado avançou em sua direção, porém, completamente desarmado, tentando atingi-la com socos e chutes em pontos estratégicos. Brianna evitou todas as suas investidas, usando apenas sua força física natural para derruba-lo ,inconsciente, no chão.

Havia sido mais fácil do que ela imaginou que seria

Fácil até demais.

– Ora, Ora... – Encarou o horizonte, por onde mais um guerreiro se aproximava. Se parecia com os outros, entretanto, era duas vezes maior e surpreendentemente, era capaz de falar. Devia ser uma espécie de androide mór, ela supôs. – Você é melhor do que pensávamos, garotinha.

Brianna trincou os dentes.

Cala a boca! – Ela gritou, desfazendo sua arma e avançando contra o adversário, com um bloco de terra do dobro de seu tamanho pairando acima de suas mãos. O androide sequer se moveu, apenas apontou seu machado para a rocha que flutuava acima de suas mãos, transformando-a em migalhas com um único disparo. A alienígena foi lançada ao chão com o impacto gerado pela pequena explosão.

– Mas você também não é tão boa quanto pensa... – ele sorriu, vitorioso.

E, então, algo aconteceu.

As correntes de vento ao redor do guerreiro começaram a se movimentar rapidamente e erguê-lo a centimetros do chão, se tornando gradativamente maiores e mais intensas até que seu corpo fosse tomado por um ciclone com cerca de cinco metros de altura. Completamente desorientado, ele foi lançado ao chão; pego pelo ataque repentino.

Sierra?! – Brianna gritou, histérica, completamente surpresa.

– Eu não posso te deixar sozinha por um minuto? - Ela segurou a irmã pelos braços, ajudando-a a se levantar. Sorriram uma para a outra, um sorriso que indicava que ambas estavam dispostas a enfrentar qualquer obstáculo, desde que estivessem juntas.

Seria um momento muito belo, de reencontro entre irmãs, se elas não estivessem no meio de uma guerra, com um soldado adversário tentando atacá-las.

Rapidamente, o guerreiro que Sierra jogara no chão há alguns segundos atrás se levantou. Sua perna devia ter sido danificada com a queda, pois mancava, enquanto tentava se aproximar.Reuniu todas as suas forças e arremessou seu machado em direção as irmãs.

Brianna gritou, porém, antes que o machado pudesse atingi-las, ele explodiu em pleno ar, se transformando em um monete de fragmentos metálicos e circuitos rompidos. Antes que uma das duas pudesse dizer qualquer coisa, uma horda de guerreiros netunianos, exibindo seus cabelos brancos e músculos definidos, surgiu atrás dela. Eles gritavam e empunhavam tridentes. Seus olhos brilhavam com estranho vigor.

– Ok.... O que foi que eu perdi? - Brianna perguntou, confusa.

– Eu e Drake estávamos reunindo exércitos em Netuno. - Explicou a irmã, sorridente.

Brianna, em um impulso, levou o corpo de encontro ao da irmã, envolvendo-a em um abraço. Seu cabelo lhe caia sobre a testa. Ela estava suada. Seu braço doía bastante (Ela havia se machucado quando caiu ou era apenas um ferimento comum de batalha?). Mas naquele momento, nada mais parecia importar. Brianna estava com Sierra. Tudo poderia ficar bem.

– Eu te amo - Sierra disse, deixando que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.

– Eu também te amo, maninha – Brianna também chorava. Não acreditava que pudesse ver novamente a sua irmã, mesmo que só estivessem distantes há algumas horas, que pareciam ter se estendido por dias.

Sierra se afastou, ainda olhando fixamente para os olhos da irmã. Por um momento, ao ver o que se escondia nos olhos da irmã, Brianna mordeu o lábio.

– Você disse que estava com Drake... – Brianna afastou os cabelos escuros da testa ao mesmo tempo em que Sierra amarrava os cabelos dourados em um rabo de cavalo improvisado. Ela quase sorriu com aquilo, mas então se lembrou do que estava falando – Onde ele está?

Sierra suspirou pelo que pareceu um longo momento. Apesar de não ter dito aquilo em momento algum aquilo, Brianna acreditava que o exército de Netuno poderia dar conta do andróide danificado e da batalha ao seu redor.

Sierra segurou a mão da irmã novamente. Ela parecia trêmula.

– Drake está em perigo. Ele precisa da minha ajuda!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? c:



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