Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEE!!!!!!!!!! OLHA QUEM VOLTOU DAS PROFUNDEZAS DO TÁRTARO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ESTOU DE VOLTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Então, falando sério agora, desculpe pela demora de 8 FUCKING MESES para postar esse capítulo. Eu nem sei mais que cara que eu faço, porque eu demoro, aí apareço, peço desculpas, falo que vou ficar, e sumo de novo. Sei que não mereço o perdão de vocês, mas é sério, a pessoa que mais sofreu com essa demora fui eu.
Tive um bloqueio criativo muuuuuuuuito grande, principalmente pelo fato de que eu estava escrevendo cena de luta, coisa que sou horrível. E eu sempre achei que estava faltando alguma coisa, porque os próximos capítulos foram muito mais planejados do que a maioria da história. E parecia sempre que eu estava esquecendo alguma parte.
Juro que eu abria o arquivo todo dia durante esse tempo todo para ver se saía alguma coisa, mas não conseguia. Fora que, como já disse várias vezes, a escola não perdoa.
Vou parar de enrolar vocês agora. Só peço que vocês não me crucifiquem, apesar de eu merecer um pouco sim.
Boa leitura!



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Saí da Casa da Grande com um único objetivo em mente: treinar. Eu sentia falta de usar o facão, de estar em ação, ou pelo menos sentir que estava. Então, fui automaticamente para a arena.

Lá, havia vários bonecos de treino para estraçalharmos. Alguns eram pedaços de plástico com alvos para acertarmos espadas, adagas e facas, outros tinham partes móveis que giravam. Deixei a mochila em um canto, não muito longe, e mirei um dos bonecos com alvos. Tirei o facão lentamente da bainha e ataquei.

Decapitei, mutilei e acertei o boneco todo, até não restar mais nenhuma parte que eu pudesse cortar. Fiz isso com mais dois bonecos e arrumei os três para serem usados novamente depois.

Mas agora eu tinha que treinar com os giratórios. Então, guardei o facão e me preparei.

Já tinha uns dois anos, em uma das aulas de karatê de cada mês, os alunos treinavam com esses bonecos giratórios. Mas já tinha uns dois meses que eu não treinava com um desses. Não é tão fácil quanto alguns acham. Quando você empurra um braço, ele gira e volta para te acertar por traz. Por isso é difícil.

Enquanto dava socos e chutes, tentava descarregar qualquer sentimento de ódio que eu ainda estivesse em relação a alguém. Às vezes não dava certo. Por exemplo, é quase impossível eu descarregar dez anos de raiva acumulada causada por Madrasta; ou me livrar do ódio que eu ainda sentia por Cupido por ter colocado os cortes nos meus antebraços. Boas intenções não compensam atrocidades.

Por outro lado, o remorso que eu ainda sentia por qualquer coisa que meus irmãos haviam feito quando cheguei era algo que eu não queria mais em mim. Era algo que eu queria tirar, que eu queria que fosse embora.

Mas havia uma coisa que eu queria tirar, mas não sabia como: o ódio de mim mesma. O ódio que eu sentia por ter me apaixonado por Nico. A esta altura do campeonato, você já deve estar cansado de me ouvir falando disso, porém é mais para enfatizar que eu realmente não gostava disso. Não vou explicar agora, porque percebe-se que eu tenho problemas de repetição. Ou seja, eu repito a mesma informação várias vezes, mais para dar ênfase mesmo, mas entendo que é cansativo. Futuramente, eu explicarei o motivo de tanto ódio interno.

Em um dado momento, me perdi em meus próprios pensamentos. Não me lembrava mais dos bonecos giratórios, do movimento de vai-e-vem que eles fazem.

Dei um chute muito alto, na altura da cabeça, e o braço mais alto do boneco deu um giro de 360°. O certo seria eu ter parado-o com o braço esquerdo, mas quando voltou, bateu na minha cabeça com força. Eu caí para frente, de cara na grama.

Me apoiei em minhas mãos para me levantar. Fiquei de joelhos no chão e respirei fundo, antes de ficar de pé novamente. Encarei a parte imóvel do boneco e dei um soco.

– Idiota. – xinguei. Concentração. Pensei.

– Você deveria ter colocado o braço esquerdo na frente do braço do boneco para pará-lo. – disse uma voz feminina atrás de mim.

– Eu sei disso. Não preciso de ninguém me dizendo o que... – virei-me e parei de falar assim que vi com quem estava falando.

Ela estava a cerca de cinco metros de mim. Usava a mesma blusa cinza estampada com uma coruja branca, a calça jeans e botas marrons. O cabelo escuro estava solto, e os olhos cinzentos me encaravam.

Fiquei congelada, encarando-a.

– Atena? – ela apenas continuou me olhando – Mãe?

A deusa sorriu.

– Olá, Mariana. Já faz um tempo que não nos falamos.

– Mãe... o que faz aqui? O que está fazendo no acampamento?

– Bem, não tivemos a chance de conversar em Atenas, e quero compensar isso.

– Não é obrigação sua falar comigo. A senhora é uma deusa, tem muitos compromissos.

Ela riu e se aproximou.

– Extremamente realista e franca. Você não mudou nada. – ela colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha – Só cresceu um pouco.

Sorri rapidamente.

– É o meu jeito de dizer que é bom revê-la. Eu só... queria agradecer pela senhora ter me visitado quando eu era pequena. Por ter mostrado que se importava.

– Você é minha filha. É claro que me importo. Os boatos no Olimpo me deixaram preocupada.

– É, mas... a maioria das pessoas que conheci em toda da minha a vida não se importam nem um pouco comigo. Então, acho que é válido agradecer àqueles que o fazem.

– O seu pai se importava. Mais do que qualquer outro no mundo, exceto, talvez, eu.

– É, eu sei.

Atena ficou alguns segundos em silêncio.

– Seu pai era um bom homem. Não merecia o destino que teve.

– Foi uma escolha dele. Para me salvar.

– Tentei convencer Hades a mudar de ideia, mas trato é trato. Ele me explicou por que não ia mudar, e tive que concordar com ele. Não sou eu quem deve te explicar isso, e sim o próprio deus dos mortos. Um dia você vai entender.

– Espero.

Ela continuou me observando. Por fim, sorriu levemente.

– Você me lembra muito uma pessoa.

– Quem?

– Annabeth. Se me recordo bem, tivemos algumas conversas assim, depois que ela voltava de suas missões. Ela também fazia parecer ser muito mais... durona do que realmente era.

– O que quer dizer com isso?

Atena se abaixou, aproximando seu rosto do meu.

– Ninguém é feito de pedra. As pessoas têm sentimentos. Você pode até tentar, mas não vai conseguir reprimi-los para sempre. Quando vierem, virão com força.

– Não entendo...

– Eu soube do seu envolvimento com o filho de Hades. – ela explicou. Fiquei vermelha na hora. Tentei falar alguma coisa, mas ela continuou: – Sei que, mesmo como mãe, não é da minha conta, mas devo dizer que ter sentimentos não é um erro.

– É, só que eles começaram a atrapalha minha vida. Eu não tenho tempo, e nem saco, pra ficar dando atenção a eles, tenho coisas mais importantes para resolver.

– Como o quê, por exemplo? – perguntou. Realmente não consegui pensar em nada – A guerra acabou; você está sã e salva no acampamento, não precisa mais lutar pela sua sobrevivência; já sabe tudo sobre isso. – ela colocou o braço em frente ao corpo, como em uma posição defensiva, e bateu o dedo indicador duas vezes no antebraço. Entendi a referência – Creio que agora seria um bom momento para você resolver seus problemas sentimentais. Antes que venha outra guerra.

– É, talvez seja.

– Já decidiu o que vai fazer até o final do verão?

– Já – respondi balançando a cabeça – Eu vou voltar para a Geórgia, voltar para casa. Só virei nos verões mesmo, e talvez nos recessos do inverno.

– Entendo. Não posso culpa-la. Com seu treinamento e o modo como todos a tratam... é melhor voltar para casa. Até porque agora tudo mudou, não é mesmo?

– Com certeza. E já que tocou no assunto, o que mostra que sabe a respeito, assim... você não fica um pouco... chateada, talvez irritada, com Cupido por ele ter feito isso no meu antebraço?

– Sim, fiquei um pouco irritada com ele. Falei com Afrodite e fiz uma rápida visita à Croácia. Acredite: ele fez isso por uma boa razão. Novamente: um dia você vai entender. Sei que está cansada de ouvir isso, mas é a verdade.

– Realmente, mas apesar de ser chato ter tantas perguntas sem resposta e não poder fazer nada para encontrar essas respostas mais rápido, eu prefiro assim por enquanto. Por doze anos eu não fazia a menor ideia de quem era você, o que eu tinha de diferente, por que eu era diferente. E de repente a verdade foi jogada toda em cima de mim, e minha vida mudou em questão de dois dias, com a morte do meu pai. E mudou de novo mais algumas vezes nos últimos meses. Então, é melhor deixar essa busca para depois. Afinal, como você mesma disse, tenho outras coisas com as quais me preocupar.

Ela sorriu, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ouvimos vozes do lado de fora da arena. Atena se virou rapidamente e logo voltou a me encarar, a pressa começando a surgir em seu rosto.

– Parece que essa é a minha deixa. Preciso ir. – parecia lamentar – Vim aqui também para lembrá-la de uma coisa extremamente importante: independente de tudo, você é uma filha de Atena. A benção não importa, você continua sendo minha filha, e nada vai mudar isso.

Eu sorri, e nos abraçamos. Percebi que deveria ser a primeira vez que fazíamos isso de verdade. Isso fez com que lágrimas quisessem cair de meus olhos, mas eu segurei.

– Obrigada. – eu disse – Obrigada por ter vido aqui, por ter vido conversar comigo, por se importar... bem, obrigada. Por tudo.

– Não me agradeça, criança. – ela me soltou do abraço, mas continuou um segurando levemente pelos ombros – Só fiz minha obrigação. Como mãe.

Atena sorriu e passou a mão pelos meus cabelos, bagunçando-os um pouco.

– Agora devo ir. – ela disse se afastando – Boa sorte na sua busca por respostas, o que, para uma filha de Atena, não é difícil de encontrar. Sua jornada ainda não acabou.

Então, ela se virou e a observei caminhar calmamente em direção à floresta.

Deuses, o que acabou de acontecer? Pensei.

Como sempre, minha felicidade não durou muito tempo. Sabe aquelas vozes? Os donos delas se mostraram. E como eu sou uma pessoa extremamente sortuda, como você pôde ter observado ao longo da história, as pessoas que vinham em minha direção eram dois irmãos meus. Mais especificamente, aqueles me tiraram do chalé no dia em que eu cheguei.

Nunca fiz questão de saber seus nomes. Bastava saber que eram dois idiotas.

– Olha só quem está aqui. – disse um deles – Se divertiu atrapalhando a vida dos outros?

– Não sei do que estão falando.

– Você não devia ter saído do acampamento, muito menos para pegar a missão de outras pessoas. Só por que já era mais avançada do que as outras pessoas que chegam aqui não significa que tem esse direito.

– Não saí do acampamento em busca de missões, e vocês sabem disso. O fato de eu ter encontrado o Argo II foi um coincidência. – eles reviram os olhos – Agora, o que querem comigo? Se vieram me irritar, saibam que só a presença de vocês já completa o serviço. Missão cumprida. Podem ir embora.

– Na verdade, – disse o outro com um sorriso – nós pensamos... Você se diz tão boa em luta de espadas, e acabou de voltar de uma missão na qual você estava lutando constantemente, o que significa que você treinou um pouco. Então, imaginamos que fosse aceitar lutar conosco.

– Dois contra um é covardia. Tudo bem que estamos treinando para sobreviver a vários monstros lá fora, mas...

– Mas como você se diz tão boa, acho que não terá grandes problemas. – interrompeu-me.

Respirei fundo. Fique calma. Eles só querem te irritar. Pensei.

– Espero que não. – eu disse finalmente. Suas mãos estavam vazias, só carregavam as espadas – Sem elmo? Sabe, tudo bem nós lutarmos, mas acho melhor evitarmos sermos decapitados.

– Ninguém vai precisar disso. Você é boa demais para isso, não é?

– Tudo bem, então. Mas vou lhes avisando que se cortarem um centímetro do meu cabelo, eu vou dar três socos na cara de cada um.

Virei-me e ficamos a uma distância de um metro cada um, em um triângulo. Eles se entreolhavam. Sabia que boa coisa não sairia dali, mas eu iria recusar uma luta? Claro que não. Até porque adoro desafios.

– Um...

– Dois...

Eles não disseram que contariam até três. Pensei. Já caí nessa uma vez em uma aula de esgrima. Não cairia de novo.

Como previsto, eles atacaram dois segundos depois. Suas expressões eram de surpresa quando viram que eu não fui pega desprevenida, mas isso não os desencorajou. Continuaram atacando os dois de uma vez. No início, não era tão difícil. Mas logo tive problemas.

Antes, os dois estavam na minha frente. Agora, um na frente e um atrás. Já que não havia como eu antecipar os movimentos do que estava nas minhas costas, me agachei e esperei os dois se esfaquearem. Claro que eles perceberam a tempo de não se machucarem seriamente. Sendo bem sincera, não estava me importando nem um pouco com a saúde deles. Eles provocaram, eles pediram.

Nossas lâminas batiam umas cinco vezes por segundo. Não tinha muito tempo para pensar em golpes fatais nem em truques mais elaborados. Eram dois contra mim, um na frente e um atrás, ambos me circulando, me atacando quase que ao mesmo tempo.

Em um dado momento, o que estava na minha frente me jogou para trás e eu caí no chão de costas. Os dois ergueram suas espadas simultaneamente e, antes que pudessem dar um fim à luta, rolei para o lado, desviando. Muito mais rápido do que previ, eles apontaram suas lâminas para mim, e partiram para cima novamente.

Apesar de eu também ser rápida, eles estavam em vantagem numérica. Ao contrário do que muitos fazem, eles atacavam ao mesmo tempo. E eu só tinha uma lâmina.

Não entregaria a luta, mas sabia que não conseguiria. Eles também eram rápidos, habilidosos, e realmente estavam empenhados em se vingar de mim por causa daquele dia.

Os dois estavam na minha frente e eu tentava ao mesmo tempo atacá-los e desarmar um deles para me preocupar com o outro depois. Como você pode adivinhar, não estava me saindo tão bem assim.

De repente, um vulto escuro apareceu entre nós. As espadas deles caíram no chão. Foram desarmados. Não tiveram tempo suficiente para se recuperarem do susto que foi aquela pessoa ter simplesmente se colocado entre nós.

Nico di Angelo estava de costas para mim, apontando sua espada de ferro estígio para meus dois irmãos. Eles realmente foram surpreendidos. Assim como eu, não devem ter notado Nico entrando na arena e se aproximando de nós.

– Só acho – ele disse, num tom firme – que se vocês realmente fossem filhos de Atena, achariam outro modo de se divertirem que não fosse irritando Mariana.

Os dois pegaram suas espadas no chão, calmamente. Exibiam meios sorrisos nos rostos.

– Sorte sua que seu namorado veio te salvar. – disse um deles, encarando-me por cima do ombro de Nico – Mas a gente ainda vai se encontrar. – ele deu um tapa no braço do outro – Vamos.

Ambos saíram da arena. Nico já abaixara sua espada, mas esperou até que eles saíssem para se virar para mim.

– Desculpe. – ele disse, comprimindo os lábios, como se tivesse feito algo errado – Sei que você não gosta que os outros se metam nos seus problemas, mas eles realmente queriam te matar.

Ainda estava um pouco em choque por ele ter aparecido na minha frente. Não sabia o que fazer, não tive reação imediata. Na verdade, eu queria abraçá-lo, como se fosse para ter certeza de que ele estava ali, do mesmo modo que fiz quando nos encontramos no Argo II. Limitei-me a sorrir.

– Sem problemas. – guardei meu facão na bainha – É bom ver você de novo.

Ele esfregou as mãos e olhou em volta. Parecia um tanto... desconfortável.

– Queria ter vido falar com você antes, mas estava resolvendo umas coisas e... estava tentando encontrar uma forma de explicar uma coisa que descobri nesses últimos dias.

– O que? – perguntei de imediato, pegando minha mochila e colocando-a nas costas.

Nico olhou em volta novamente.

– Podemos ir para outro lugar? As pessoas podem vir aqui, querer treinar, sabe, não seria muito agradável se os outros ficassem se metendo.

Dei de ombros, apesar de estar ficando nervosa.

– Tudo bem.

Ele virou as costas e me guiou para fora da arena. Fomos para a floresta, bem no meio. Normalmente, os semideuses só vão lá para os jogos de Caça à Bandeira.

– A floresta não é cheia de ninfas? Também não é um lugar muito... reservado. – falei, andando entre as árvores e tentando não tropeçar nas pedras.

– Sim, mas... eu sinto as diferentes formas de vida. Sei quando é uma árvore e quando é uma ninfa disfarçada.

– Hum, entendi.

Ele parou e olhou em volta novamente, demorando-se um pouco.

– Estamos sozinhos. – suspirou – É melhor nos sentarmos. Temos muito o que conversar.

A ideia de ficar sozinha com Nico no meio da floresta já estava me deixando um pouco nervosa, mesmo que todas as vezes que nos víamos também estávamos sozinhos. Quando ele disse que tinha descoberto algo e que “temos muito o que conversar”, comecei a sentir meu coração batendo no peito, mas me mantive controlada.

Ficamos nos encarando por algum tempo.

– Agora você pode dizer que cumpriu sua promessa. – falei, mais para quebrar o silêncio.

– Sério que você ainda lembra disso?

– Prometi a mim mesma que te irritaria com isso até nos encontrarmos no acampamento.

Ele balançou a cabeça, rindo.

– Você não existe. Então, você já decidiu o que vai fazer depois que o verão acabar? – perguntou.

– Sim. Vou voltar para casa e vir aqui nas férias, talvez em alguns feriados, ou até em fins de semana. Só para ver como estão as coisas por aqui. E você?

– Vou ficar aqui. Reformar o chalé de Hades. Talvez fazer algumas missões, se precisarem de mim.

Assenti e encarei rapidamente a grama entre minhas pernas.

– Sabe, eu cheguei à conclusão de que eu não conseguiria viver feliz aqui. Tudo bem que minha casa não é os Campos Elísios, mas lá eu tenho minhas coisas, parte da minha antiga vida. Posso voltar a estudar, voltar para as minhas aulas. Posso fingir que tenho uma vida normal.

– E sua madrasta?

– Já decidi o que vou fazer quando chegar. Ela nunca mais vai querer chegar perto de mim com uma faca. Na verdade, ela nunca vai querer chegar perto de mim de qualquer jeito.

Ele riu. Uma risada curta, mas que fez meu coração saltar.

Mariana, menos. Pare de ser melosa. Pensei. Ele apenas suspirou.

– Era sobre isso que eu queria falar com você.

Pisquei e franzi levemente as sobrancelhas, encarando seus olhos escuros. Ele me encarava de volta, seu olhar mostrava cautela.

– Como assim?

– Eu... pensei muito nesses últimos dias em como eu poderia explicar isso sem que você ficasse muito... constrangida.

Fiquei muda. Ele sabe que eu gosto dele. Droga, droga, droga. Pensei. Deuses, o que eu faço agora?

– Nico, – fiz uma pausa, mais para me manter calma – do que você está falando?

Cinco palavras. Foi tudo que ele precisou dizer para eu senti o pânico crescer dentro de mim.

– Eu descobri sobre as marcas.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, agora vocês podem me matar.
Eu AMO capítulos sem final, estou falando sério. Porque deixa uma expectativa sobre o que vai acontecer, e aquele gostinho de quero mais.
Mas e aí, gostaram? Sinceramente, eu poderia ter postado há uma semana, mas eu fiquei revisando, porque sentia (e ainda sinto) que estava esquecendo de algo. Mas depois de revisar este capítulo tantas vezes que quase posso recitá-lo de cor, acho que eu estou mais louca que o normal mesmo. E eu não devia estar acreditando que realmente acabei esse capítulo.
Bom, comentem, por favor!!!! Eu nunca demoro para responder os comentários, isso eu garanto!!! Porque amo comentários. :D
É isso, gente. Até o próximo!!!