Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!!!! Eu voltei!!! Sim, depois de mais de um mês, decidi postar esse capítulo. Era para tê-lo lançado dia 7, em homenagem ao lançamento de Sangue do Olimpo, que para quem não sabe é o último livro de Heróis do Olimpo :'( , ou dia 8, que fez um ano do lançamento de A Casa de Hades, e essa data foi especial para mim. Mas não tive tempo.
O próximo capítulo não está pronto, pois vou tentar fazê-lo o mais próximo possível de Sangue do Olimpo. A minha meta era acabar a fanfic antes do lançamento. Mas como não foi possível, vou tirar proveito do lançamento e fazer com que a história tenha mais sentido. Vai ser como um final alternativo de Sangue do Olimpo.
Eu sei que o capítulo ficou pequeno e era para ficar mesmo. Não tinha muito o que contar.
Boa leitura!!!



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Não comecei minha jornada para o acampamento logo de imediato. Na verdade, continuei perto do navio até o pôr-do-sol. Até porque minha euforia não me deixava quieta.

MEUS DEUSES! NICO ME BEIJOU! COMO ASSIM? O QUE ACONTECEU? POR QUE ELE FEZ ISSO? Pensava comigo mesma. Não conseguia acreditar no que havia acontecido.

Por que Nico havia me beijado? Isso não fazia o menor sentido. Ele não gostava de mim. Bem, não desse jeito.

Ou será que...

Não, Mariana. Ele não gosta de você desse jeito. Vocês são apenas amigos e é assim que vão continuar.

Eu não podia continuar com aquele sentimento. Se Nico descobrisse, não sei se conseguiríamos conversar um com o outro normalmente.

Depois de algumas poucas horas tentando entender o que aconteceu, procurei uma biblioteca para traçar minha rota. Tive sorte de achar alguns livros em inglês para me localizar. Como meu mapa dos Estados Unidos não tinha mais nenhuma utilidade, comprei um mapa-múndi e usei meu lápis para marcar os lugares em que tinha que ir. Para ajudar, imprimi fotos dos lugares pelos quais eu passaria em minhas viagens nas sombras. Eu já estava cansada de andar.

Assim como na minha viagem Los Angeles/São Francisco, eu não tenho muito a dizer. Aconteceu a mesma coisa, exceto o fato de que eu não caminhei, só viajei pelas sombras. E em várias noites em tive sonhos. Sonhos de minha infância, com meu pai, e pesadelos, coisas como a completa escuridão e a sensação de solidão.

E como eu não tenho muito o que falar, vou explicar direitinho um desses sonhos.

No primeiro da sequência eu me lembro do dia. Eu tinha quatro anos. Gavin havia acabado de nascer. Hilary tinha dois anos. Estávamos no parque no centro de Denvan. Estávamos na área infantil, claro. Brinquedos coloridos de plástico ocupavam uma porção da área. Eu estava com meu pai, afastada em um dos bancos com as bolsas. Hilary brincava no balanço.

Meu pai deve ter percebido que eu olhava fixamente para Madrasta enquanto ela cantava para Gavin dormir, com Hilary no balanço logo do lado.

– Mariana – ele chamou. Virei a cabeça na hora – Qual é o problema?

– Ela. – apontei para Madrasta.

– Sua madrasta?

– Qual é o problema com ela? – ele não parecia furioso. Estava muito calmo, como sempre.

– Ela me acha estranha.

– É mesmo? E você sabe por que ela acha você estranha?

Balancei a cabeça, negando.

– Tem alguma coisa estranha em mim, papai?

– Não. Você é do jeito que tinha que ser. Não há nada de errado com você.

– É que... na escola todo mundo me acha esquisita. Eu não tenho amigos. E eu não sei por que.

Passaram-se alguns segundos, até que ele respondeu:

– Algumas pessoas têm mais dificuldade para fazer amizades. É comum. Mas tenha certeza de uma coisa: um dia, por mais que demore, você terá amigos. Amigos verdadeiros. Pessoas nas quais você pode confiar.

E ele estava certo. Agora eu tenho.

Aquele dia foi a primeira vez em que eu disse para meu pai que eu não tinha amigos.

Continuei tento sonhos como esse, de coisas marcantes na minha vida. Como a primeira vez que tentaram me zoar na escola; a primeira vez que Hilary tentou me zoar, com suas aranhas de plástico; a vez em que eu gabaritei uma prova em que todos tiraram abaixo de 5; a primeira vez em que eu derrotei um dos professores de esgrima.

Eu acordava de um desses sonhos e voltava a dormir, por causa do cansaço. Sendo os sonhos curtos, eu tinha três deles por noite. E percebi depois de poucas noites que os sonhos seguiam uma ordem cronológica, dos eventos mais antigos aos mais recentes.

E então, eu sonhei com o dia em que Rúben me perguntou de que deus ou deusa eu seria filha. E começou uma série de sonhos sobre os eventos mais marcantes desse ano. Ou seja, tudo que mudou nesses quatro meses. Meu pai anunciando sua viagem para a Alemanha, ele me contando que eu sou uma semideusa, sua morte e a manhã seguinte; Madrasta fazendo os cortes nos meus braços; os testes que me impuseram no acampamento para testar minhas habilidades, e as caras debochadas de todos os campistas; quando Nico caiu no Tártaro.

Por fim, eu sonhei com aquele dia. O dia em que meu mundo desabou. Sim, você sabe qual é.

O dia de minha conversa com Cupido.

Durante oito horas inteiras, sem parar, eu sonhei com aquele dia. Desde minha breve conversa com Favônio até a hora em que Cupido desapareceu, deixando-me sozinha na cidade em ruínas.

Eu estava em Gênova, na Itália. Decidi manter o costume de viajar pela costa.

Acordei de manhã e comecei a caminhar para oeste, procurando algum lugar para eu pesquisar sobre alguma cidade francesa para a próxima viagem nas sombras. Mas não conseguia me concentrar. Partes do sonho iam e vinham. Estava com um mau pressentimento. Estava esquecendo algo.

Lembrava-me das palavras de Cupido: “... eu decidi que vou te recompensar por finalmente te admitido seu amor pelo Filho de Hades”, “Mas, você será punida por ter me acusado de tornar a sua vida uma desgraça”, “... vai acontecer uma coisa com você, uma coisa bem... marcante, e essa coisa vai ter um ponto positivo e um ponto negativo. Primeiro você vai ficar feliz, querendo ou não, mas depois vai ficar arrasada”.

Mas o que poderia ser esse acontecimento? Um ponto positivo e um ponto negativo. Pode ser qualquer coisa. Foi aí que eu me lembrei. Com o que eu havia ficado relativamente feliz nos últimos dias?

O beijo de Nico.

Tudo veio de uma vez só.

Um ponto positivo. Isso me deixou feliz, ajudando na cura das marcas, o que também é um alívio.

Um ponto negativo. O porquê de Nico ter me beijado.

Assim que pensei nessas palavras, percebi o quanto elas eram verdadeiras.

Eu não queria ouvi-lo. Não queria considerar que o que ele estava dizendo era verdade. Eu não queria voltar para o acampamento, mesmo sabendo que era a melhor opção.

Nico precisava arrumar uma maneira de me fazer calar a boca e ouvi-lo. E ele conseguiu.

Não foi de verdade.

Me senti uma idiota. Por ter acreditado, mesmo que tenha sido por um segundo, que foi de verdade. Nico não me ama. E se me ama, não é desse jeito. Ele só gosta de mim. Confia em mim. Apenas isso.

Mas por que ele não poderia te amar, você pode estar se perguntando. Você já sabe. Já foi citado. E não, não tem nada a ver com o que aconteceu na Croácia.

Tem a ver com Bianca. Por que e como ele ficaria com uma garota que é a cara da irmã dele? Sei que já fiz essa pergunta. Foi só para refrescar sua memória.

Continuava andando pelas ruas, ainda sem prestar muita atenção, enquanto todos esses pensamentos vinham na minha cabeça. Não conseguia acreditar que havia caído na piada de Cupido.

O pensamento continuou até entardecer. Já havia feito minha pesquisa e já sabia para onde eu iria em minha próxima viagem nas sombras – que não chegou a acontecer.

Procurei por um lugar menos movimentado, pois acho que os mortais não estão acostumados a ver uma garota desaparecer o meio da rua. E Gênova é um lugar cheio de turistas.

Enquanto andava, percebi que as pessoas evitavam a direção para a qual eu estava indo, todos caminhavam para o lado contrário. Quando finalmente vi que tinha uma coisa muito errada nisso, estava sozinha na rua. Exceto por duas vozes, masculinas, vindas da rua do lado. E se aproximavam.

– Eu estou dizendo. Estou sentindo esse cheiro. – um deles disse.

– Que cheiro, seu idiota?

– Lembra quando estávamos em Los Angeles? Naquele acampamento cheio de semideuses? O cheiro é igualzinho.

Ferrou. Monstros.

Me escondi atrás da entrada de um restaurante fechado. Duas figuras cruzaram a esquina. Ambas eram imensas, musculosas e seguravam bastões de madeira. Eles passaram por um poste de luz e consegui ver um único olho enorme no meio da testa de cada um. Ciclopes.

– Espere. Agora estou sentindo. – droga – Hoje o jantar vai ser bom.

O mais devagar que pude, empurrei a porta do restaurante, que para minha mais absoluta sorte estava aberta, e adentrei. Estava tudo escuro e a mobília estava coberta com panos empoeirados.

Fiquei olhando pela janela e esperei os dois passarem. Pensei imediatamente em fazer a viagem nas sombras dali mesmo, mas no momento em que eu ia me concentrar, senti alguma coisa subindo no meu ombro esquerdo.

Não. Por favor. Agora não.

Virei a cabeça muito devagar. Uma aranha maior que a palma da minha mão estava me encarando.

E o que a esperta aqui fez? Gritou. Muito alto. E empurrou a porta do restaurante, indo novamente para a rua ainda gritando e tentando tirar a aranha que estava presa no casaco.

Finalmente eu consegui jogá-la no chão, e saiu correndo para outro canto. Enquanto arfava de nervoso, vi duas sombras muito maiores do que a minha me cobrir. Me virei de costas rapidamente.

– Filha da deusa da sabedoria, mas cheira a cadáveres. Que interessante. – disse um dos ciclopes.

Eu estava congelada. Não sabia o que fazer. Se corresse, me alcançariam em dois passos. Mas não tive muito tempo para pensar, pois o outro ciclope deu uma pancada forte em minha cabeça com o bastão, me arremessando do outro lado da rua.

Antes de desmaiar, tive um último pensamento: Eu odeio aranhas.


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Notas finais do capítulo

Tenho quase certeza de que o próximo capítulo não vai demorar tanto. Eu já comecei, claro, mas eu tenho que ler muito antes de chegar na parte que eu quero, e eu nem sei se vai dar para fazer.
No capítulo anterior eu perguntei quais as músicas têm mais a ver com a história. Eu escutei todas as que vocês mandaram, muito obrigada por terem mandado, adorei, e vi sim algumas semelhanças. Mas sinceramente, eu não me recordo de nenhuma música que se pareça tanto com a história quanto:
Demons, Imagine Dragons - sobre a vida da Mariana;
A Thousand Years, Christina Perri - sobre Nico e Mariana.
Não esqueçam de comentar, um beijo e até o próximo!



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