Tudo por Nico di Angelo escrita por Mariana Pimenta


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oiii!!! Gente, é sério, desculpa. Eu sei que eu demorei e que eu falei nos comentários que eu não ia demorar. Só que eu tive um bloqueio criativo muito grande eu eu fiquei duas semanas sem escrever nada.
Como vocês sabem, eu gosto de estar sempre um passo a frente, mas eu ainda estou escrevendo o capítulo quatorze. E segunda-feira que vem ia fazer um mês que eu não postava. O que significa que vai demorar para o próximo sair, sim. Provavelmente mais de um mês. E você vão querer me matar por isso depois de ler este.
Este capítulo é o capítulo extra. Sim, aquele que eu postei antes da história. Houveram pequenas mudanças nele, como novas falas e uma ideia da leitora Luna0Jenner, que eu achei muito legal, mas não ficou muito bom. Até por que, esse foi o primeiro capítulo que eu escrevi e já estava tudo decidido. Mas eu tentei.
Acho que vão ter algumas leitoras que não vão gostar muito desse capítulo.
LEIAM AS NOTAS FINAIS E BOA LEITURA!!



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Ouvi passos. E depois silêncio. Pelo jeito, o sátiro havia entrado em sua cabine. Decidi arriscar e subir nos andares superiores.

Subi até a proa. Não encontrei ninguém em nenhuma parte do navio. Estava chegando à sala do leme quando a madeira sobre meus pés começou a ranger com meus passos. Eu parei. Fiquei poucos segundos prestando atenção nos sons a minha volta.

No momento que eu me convenci de que estava sozinha a madeira rangeu de novo. Mas não era eu. Dessa vez, o som vinha do leme. E veio mais uma vez.

É. Estou ferrada. Pensei.

Fui dando passos bem lentos para trás, mas a madeira continuava rangendo. Então eu corri. E a pessoa me seguiu.

Depois de correr por todo o navio, finalmente chegamos aos estábulos. Me joguei dentro da baia e fechei a porta, dois segundos antes da pessoa entrar. Me encolhi no canto para não ser vista.

A pessoa andou um pouco mais pelo corredor, e quando passou pelo lado da baia em que eu estava, virou-se para o outro lado. Foi só então que eu vi. Não era o treinador Hedge. Era a pessoa que eu mais amava no mundo.

Nico di Angelo encostou as costas na porta da minha baia e se deixou escorregar até sentar no chão. Sua cabeça bateu contra a porta.

– Droga. Droga. Droga. Idiota. – ele xingava. Rangeu os dentes – Ela não existe. Ela não existe. Ela não existe. Você está ficando louco.

Ele se levantou e caminhou em direção a porta. Comecei a me levantar, mas a madeira voltou a ranger sob meus pés. Nico voltou a se virar e olhou em todas as direções ao seu redor.

– Eu sei que você está aí. Apareça.

Arfei. Essa é a minha chance.

– Nico? – saí de meu esconderijo.

Nico estava olhando para trás. Quando se virou de frente, piscou, não acreditando que eu estava ali.

– Mariana? – ele perguntou tão baixo que quase chegou a ser um sussurro.

Eu queria falar alguma coisa, mas não consegui encontrar minha voz. Era realmente uma surpresa que ele lembrasse meu nome.

Em um impulso, dei dois passos, ficando a poucos centímetros dele, e o abracei, meus braços apertando forte seu pescoço. Senti suas mãos em minhas costas, mas sem muita firmeza. Parecia mesmo que ele estava achando que eu era um fantasma.

– Eu fiquei tão preocupada. – eu disse e o soltei. Seu rosto parecia travado – Você está bem? – perguntei mais por causa de sua expressão.

– Claro, mas... o que você está fazendo aqui? E como chegou aqui?

Eu não sabia o quanto ele se lembrava de mim e do que eu contei. E precisava que ele lembrasse.

– Quando foi a última vez que nos vimos? – limitei-me a perguntar.

Passaram cinco segundos, seus olhos encarando os meus. Apesar do silêncio, sabia que ele estava revirando uma profunda parte de sua memória e tentando se recordar de tudo que acontecera naquela noite.

– Quando eu caí no Tártaro. – finalmente respondeu.

– E você quer saber o que aconteceu comigo depois disso.

– Exatamente.

Suspirei. Lá vamos nós contar e mesma história de sempre.

– Então acho melhor nós nos sentarmos. Temos muito o que conversar.

Nos sentamos ali mesmo, no exato lugar em que estávamos.

– O que aconteceu foi o seguinte: depois que você caiu, Gaia até tentou me fazer cair também, mas eu saí correndo. Fiz uma viagem nas sombras e saí do Mundo Inferior. Eu fui para aquele depósito que estávamos antes e tentei pensar. Comecei a pensar que a culpa foi minha. – por que eu contei essa última parte? Não faço a menor ideia.

– Como a culpa poderia ter sido sua? Você tentou me impedir. Argo II não foi mais rápido porque eu estava no Tártaro.

– Eu sei. Até pensei nisso, mas não foi por causa disso. É que parece que todas as pessoas que me aceitam sofrem tragédias. Meu pai morreu e você caiu no Tártaro.

– Mas agora você sabe que a culpa não é sua, né?

Não respondi. A verdade era que eu ainda me sentia um pouco culpada.

– Mariana, - Nico se aproximou – a culpa não foi sua, OK? Foi minha. Você impediu que eu ficasse no Tártaro por alguns segundos, e isso foi muito.

Suspirei. Ele consegue me tirar do sério.

– Então vou continuar: eu fiquei pensando por muito tempo até que me lembrei de Hazel. Eu precisava contar a ela, e talvez ela soubesse o que fazer. Eu não me lembro quanto tempo levou para eu chegar ao Acampamento Júpiter. Mas quando cheguei lá, os romanos estavam em guerra com os gregos.

– Foi quando Leo atirou a balista contra os romanos.

Assenti. Percebi que se eu simplesmente contasse que eu invadi o acampamento romano e enganei um soldado para entrar no navio, as coisas não iam ficar muito boas para o meu lado. Então decidir só dizer:

– Ninguém estava prestando atenção quando entrei no acampamento. Não me lembro como, mas consegui subir no navio e fiquei aqui nos estábulos. Ou na casa de máquinas, mas fiquei com medo de explodir o Argo II.

– Você falou com Hazel?

Balancei a cabeça, negando.

– Eu ia, mas ela já sabia. Quando... Percy... disse que teve um sonho com você preso no jarro, achei que poderia estar vivo. Então eu fiquei. Queria muito falar com você, ver se estava bem.

– Você sabe que eu posso me cuidar muito bem sozinho.

Eu sorri. Era engraçado quando as pessoas tentam parecer mais fortes do que são (coisa que, por sinal, também faço bastante). Não estou dizendo que Nico é fraco, muito pelo contrário, mas cair no Tártaro e não sofrer lá dentro nem por um minuto é impossível.

– Eu sei. – afastei os cabelos dos olhos de Nico com os dedos. Ele pareceu não se importar.

– Alguém te viu aqui? – ele indagou.

– Annabeth. Mas eu falei com ela e ela prometeu que só diria eu estou aqui no navio se fosse extremamente necessário.

Nico assentiu. Nós dois ficamos um tempo em silêncio, sem nos encarar.

– Você ficou esse tempo todo no Argo II, todas essas semanas, só para falar comigo? – perguntou de repente.

Eu queria responder de imediato, mas não consegui. A pergunta me pegou de surpresa. Ergui os olhos rapidamente, e voltei a desviar o olhar. Como não tinha muito como explicar isso de outro jeito, disse:

– Bem, foi. Eu não tinha mais o que fazer. Não iria voltar para o acampamento, muito menos para casa. Você... era tudo o que eu tinha.

Nico corou levemente. E eu também. Apesar do que essa última parte era verdade, não era algo que eu gostasse de dizer assim.

– Por que você só veio falar comigo agora?

– Eu não conseguia acha outro momento para isso. Você estava sempre ocupado, e eu precisava de você sozinho e com tempo.

– Por que você saiu correndo da proa quando percebeu que tinha alguém?

– Achei que era o treinador Hedge. Não ia ser um encontro amigável.

– Você saiu do navio alguma vez?

– Claro. Cheguei a comprar comida em alguns lugares. E... – parei.

– O que?

Droga. Pensei. Eu não havia pensado direito se eu devia falar sobre aquilo. Mas rapidamente cheguei à conclusão de que era melhor ele saber que tinha mais alguém que sabia disso.

– Quando você saía do navio, eu também saía. Eu não queria perder você de vista, fora que eu ficava curiosa.

– Você me seguia para todo o lugar que eu ia?

– Pode parecer doentio, mas eu estava desesperada para falar com você.

Nico assentiu. É agora. Pensei. Desviei o olhar murmurei.

– E tinha vezes que eu chegava antes de vocês ao seu destino.

O clima ficou tenso.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou.

– Eu tive bastante tempo para treinar viagens nas sombras. Ás vezes, eu chegava antes de vocês e ficava escondida. Eu queria ver se tinha alguma armadinha ou coisas do gênero.

– Teve alguma vez que você não foi?

Balancei a cabeça. Passou-se um minuto, até que ele percebeu.

– Então você viu o que aconteceu na Croácia. – não era uma pergunta.

Fiz que sim. Nico desviou o olhar.

– Eu não vi você lá.

Suspirei e disse:

– Cheguei antes e expliquei a situação a Favônio. Ele me mandou direto para onde estava Cupido, que me fez ficar invisível. Ele disse... que... que eu deveria saber a verdade.

Houve mais um silêncio entre nós. Não nos encarávamos.

– Como está o seu braço?

Sua tentativa de mudar de assunto não foi executada com sucesso. Sobre isso, eu já havia determinado que não contaria. Não queria deixá-lo mais constrangido.

– Melhor. A velocidade de cura é mais ou menos três vezes mais lenta do que o normal.

– Posso ver? – Nico estendeu a mão.

Nos encaramos por três segundos.

Ai, deuses. Eu mereço. Arregacei as mangas do casaco e mostrei os cortes. Eles haviam melhorado bastante desde minha conversa com Cupido. Nico girou meus pulsos, examinando todos os cortes.

Há muito tempo, eu inventei uma técnica de fazer o batimento cardíaco diminuir. A técnica consistia simplesmente em prender a respiração. Mas eu não me lembrei dela naquela hora. E eu sabia que minha pulsação estava ficando agitada. E Nico também deve ter percebido, já que me soltou de repente.

– Agora os riscos de você ter algum problema nos braços durante a luta com algum monstro foram reduzidos a quase zero. – comentou.

Sorri levemente e puxei as mangas até os pulsos novamente.

– Achei que você nem se lembrasse mais de mim. – eu disse.

– Eu pensei muito em você no Tártaro. Mas, depois que eu saí de lá, comecei a achar que você... era... uma invenção da minha cabeça. Uma pessoa que eu imaginei no Tártaro, formada de minhas lembranças de Bianca.

Faz sentido.

– Sabe, eu prometi a Annabeth que depois que eu falasse com você, eu sairia do Argo II.

– Mas para onde você vai?

– Obviamente, eu vou voltar para os Estados Unidos. Mas depois disso eu não sei. Eu até pensei em ficar viajando pelo país, mas isso não ia dar certo.

Passaram-se alguns segundos até que Nico declarasse:

– Você deveria voltar para o acampamento.

Sorri com o canto da boca. Não podia ser verdade o que eu estava ouvindo.

– Nico, eu não posso. As pessoas lá... me odeiam.

– Eu vou começar a minha viagem de volta ao acampamento hoje ao pôr-do-sol. Seria uma péssima ideia se você fosse comigo. É bem provável que Reyna te mataria. Eu posso ser melhor em viagens nas sombras, mas também tenho que transportar a Atena Partenos e duas pessoas. Isso equilibra nosso nível de experiência. Vamos chegar à Nova York praticamente ao mesmo tempo. Eu vou estar lá.

– Os outros semideuses simplesmente não me suportam. E Quíron vai me matar por eu ter fugido do acampamento. Ainda mais agora.

– Por favor. Talvez, se você explicar a eles sobre a benção de Hades, eles te aceitem melhor. Você se deu bem com Annabeth depois que contou a ela.

– Ela já passou por muita coisa. Meus outros irmãos, não.

– Mariana. – Nico se aproximou um pouco mais – Você tem que ir lá e dizer a eles quem você é. Que você é uma filha de Atena, que tem a benção de Hades e que é diferente. E isso não faz com que você seja alvo de risadas e olhares estranhos.

Olhei para baixo. Queria ter uma resposta para isso. Queria saber o que fazer. Mas como não consegui pensar em nada, comecei a gaguejar.

– Nico... eu... eu não sei... eu...

O que aconteceu em seguida foi muito rápido.

Eu não sei o que deu na cabeça de Nico. Essa era a última coisa que eu esperava que ele fosse fazer.

Eu nem havia acabado de falar direito, eu vi as mãos de Nico voarem para as laterais do meu pescoço, segurando minha cabeça. E então, fechou os olhos enquanto pressionava seus lábios contra os meus.

Fiquei totalmente sem reação. Achei que minha cabeça fosse explodir por causa da quantidade de pensamentos que estavam passando em minha mente.

Depois de alguns segundos, ele me soltou. Pela sua expressão, parecia que nem ele mesmo acredita no que havia feito.

Minha voz foi parar no meu intestino. Eu não consegui mais falar, nem mesmo soltar um único ruído.

Ele colocou a mão delicadamente em meus ombros e disse, um sussurro:

– Volta para o acampamento. Eles precisam de alguém como você lá. Eu estou voltando. Você não estará sozinha.

Mariana, recomponha-se! Ordenou meu cérebro. Só consegui assentir. Levantei-me e fui até a baia, onde estava minha mochila. Voltei para onde estávamos antes e me sentei de joelhos. Finalmente consegui encontrar minha voz.

– Então acho que está decidido. Eu vou voltar para o acampamento. Eu só... espero que essa não seja a última vez que estamos nos vendo.

– Não será. Prometo.

Sorri. Fui até a janela, a mesma janela pela qual eu passei para entrar no Argo II durante o bombardeio. Parecia que foi há séculos atrás.

Antes de pular, me virei e encarei Nico, que continuava no mesmo lugar e murmurei:

– Boa sorte.

Não esperei para saber se haveria uma resposta. Olhei novamente para costa e pulei no mar.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam?? Gostaram?? Comentem!
Eu sei que ficou mais curto, mas foi o que eu consegui fazer. :P
Queridos leitores, agora mais do que nunca preciso da ajuda de você para a fanfic continuar a não ter atrasos nas postagens. Comentem o que vocês querem que a Mariana diga, esclareça ou explique no próximo capítulo. É uma oportunidade única, considerando que eu sempre já estou com o capítulo seguinte pronto. O próximo capítulo não tem muita coisa. Eu preciso que vocês me ajudem.
E tem uma pergunta que eu gostaria que vocês respondessem, e que eu deveria ter perguntado no capítulo anterior, mas eu sempre esquecia: qual seria a trilha sonora da fanfic? Qual música vocês acham que combina mais com a história? Pode ser em relação a Mariana e Nico, a história dela, qualquer coisa. Podem colocar quantas músicas quiserem.
Se eu lembrar, eu coloco as músicas que eu acho que combinam com a história. Se eu lembrar.
Não esqueçam de comentar e até o próximo!



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