Refúgio escrita por Diana


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Nossa, fico contente do retorno positivo de vocês *----* Sério, obrigada pelo apoio!
Bom, como eu disse antes, era uma ideia pra uma oneshot que acabou ficando grandinha demais. Estamos, acho, na metade dela! ^^

Espero que gostem e participem! Leitores fantasmas, não sejam tímidos!
Capítulo betado pela Srta. With! Flor, brigadão!

No mais, boa leitura!



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II

"Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo"

(Tempo perdido, Legião Urbana)

As meninas conversaram por um bom tempo. Mais porque Annabeth obrigava Clarisse a falar do que por divertimento. Por fim, a noite já tinha caído onde elas estavam. Em outros tempos Clarisse se arriscaria a ir lá fora e dar uma olhada nas estrelas, mas, dadas as circunstâncias, ela não poderia.

Por fim, decidiram deixar a cozinha. Annabeth se ofereceu para lavar a louça, mesmo que elas não fossem voltar lá tão cedo. A loira precisava se prender a alguma coisa simples para se esquecer de tudo por um tempo. Clarisse deu de ombros e se pôs a esperar.

Annabeth tinha acabado de terminar suas tarefas na cozinha quando sentiu uma tonteira lhe envolver. A loira se desequilibrou. Por sorte, Clarisse foi rápida o suficiente para segurá-la antes do chão.

– Mas que droga, Chase! Você ainda não está bem! – Clarisse rosnou e levantou Annabeth. A morena segurou-a no colo, levando-a para o quarto. – Eu disse que não precisava lavar a droga dos pratos.

– Desculpe-me. – Annabeth resmungou. Não gostava de ser tratada como uma criança ou algo do tipo. Ela escondeu seu rosto no pescoço de Clarisse.

A morena sentiu seu sangue borbulhar quando a respiração quente da loira lhe atingiu a pele. Ela não esperava esse tipo de reação do próprio corpo. Ela só estava levando Annabeth até a cama, nada de mais.

Chegaram ao quarto que Annabeth passaria a noite. Ela colocou Annabeth na cama e, pela segunda vez, seus olhos foram presos pelos cinzentos da loira. Clarisse sentiu suas bochechas queimarem e não entendeu o porquê.

– Bom... – A filha de Ares tentou dizer alguma coisa. – Vou estar no quarto ao lado. Qualquer coisa é só chamar.

– Não! – Annabeth segurou a morena pela gola da blusa. Depois, percebendo o que tinha feito, soltou Clarisse e virou o rosto para evitar encará-la. – É que... Eu não suporto mais ficar sozinha. Por favor... – Clarisse entendeu o que a loira estava tentando lhe pedir. A morena também sentia seu rosto queimar cada vez mais.

– Certo. – A morena disse e se sentou no chão.

– O que está fazendo? – Annabeth perguntou confusa.

– Alguém tem de ficar de guarda, não? – Clarisse respondeu irritada. – Sua faca está com você? – Annabeth apenas assentiu, não entendo a pergunta. – Reze para que não precise utilizá-la esta noite.

– Você acha que os deuses ainda têm o poder de nos ajudar, mesmo que um pouco? – Annabeth perguntou após ouvir Clarisse lhe dizendo para rezar.

– Eu não sei, Annabeth. – Clarisse suspirou. – Talvez. Pelo que sabemos, apenas quatro deuses não caíram nas garras de Cronos. Nossos pais estão entre eles.

– Acho que eles ainda nos ouvem. – Annabeth se remexeu na cama.

– Por que diz isso?

– Porque, antes de você chegar, rezei a Atena. Eu já tinha perdido as esperanças e a vontade de lutar quando você derrubou aquele lestrigão e me salvou.

Clarisse ficou em silêncio. Se Annabeth pudesse vê-la, perceberia o rubor em seu rosto.

– Bem, boa noite. – Annabeth resmungou percebendo que a outra iria continuar no seu silêncio mal humorado.

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Clarisse estava atenta a qualquer barulho vindo de fora. Próxima a ela, Annabeth repousava tranquila na cama. A filha de Ares sorriu. Annabeth lhe contou pelo que passara nos último dias. Agora, a loira estava segura. Quer dizer, nenhum semideus estava seguro naqueles tempos, mas Annabeth não estava sozinha mais.

A noite parecia calma. Uma chuva fina voltou a cair. Clarisse suspirou. Ela estava começando a ser vencida pelo sono, mas não podia se deixar levar. A morena se pôs de pé e foi buscar um pouco de café.

Ao retornar da cozinha, a filha de Ares sentiu que algo estava errado. Annabeth se contorcia na cama e sussurrava coisas inteligíveis. A filha de Atena estava suando muito. Clarisse reconheceu os sintomas típicos de um pesadelo.

– Annabeth, acorde! – Clarisse sacudiu a loira pelos ombros. – Acorde! Chase, acorde! - A morena deu uns tapinhas no rosto de Annabeth.

Após o que pareceu ser horas, Annabeth acordou. Seus olhos mostravam todo o medo e terror que ela tinha vivido no sonho. Clarisse sentiu um aperto no peito ao ver a outra tão vulnerável.

Por impulso, Annabeth se jogou em Clarisse, enlaçando o pescoço da morena. Meio sem jeito, a filha de Ares retribuiu o abraço. Novamente seu corpo estremeceu com o contato. Ela podia sentir o calor que emanava da loira.

– Está tudo bem. – Clarisse sussurrava tentando acalmar Annabeth. – Foi só um sonho.

– Foi horrível, Clarisse! – Annabeth agora se rendia às lágrimas. – Eu vi Percy, eu vi você... Luke tinha, Luke.. Ele

– Está tudo bem. Aquele filho da puta vai ter o que merece. – Clarisse queria socar tanto Luke Castellan naquele momento – Eu estou bem, e Percy é esperto também. A essa altura ele já deve estar com Thalia.

As garotas ficaram um bom tempo abraçadas. Annabeth estava com medo de deixar Clarisse soltar-se do abraço e se ver novamente sozinha. A loira podia sentir os músculos rígidos das costas da outra e toda a força contida nos braços dela, segurando-a, acalmando-a.

– Eu acho... – Após algum tempo, Clarisse teve coragem para falar. Sua voz saiu um pouco rouca. – Acho que você precisa descansar.

Clarisse foi se soltando aos poucos do abraço. Ela não tinha experiência com esse tipo de situação. Quer dizer, não se sentia a vontade. E as reações de seu corpo aos toques de Annabeth estavam começando a irritá-la.

– Clarisse. – Annabeth chamou um pouco relutante. A loira desviou seus olhos dos castanhos da filha de Ares.

– Sim? – Clarisse estava confusa. Ela só queria que aquela noite passasse o mais rápido possível.

– Você pode... – Annabeth suspirou. A loira não estava acreditando que ela iria mesmo pedir isso a Clarisse. – Poderia dormir comigo esta noite?

A princípio, Clarisse não entendeu o pedido de Annabeth. Talvez a garota estivesse ficando louca, talvez fosse medo de ficar sozinha de novo. Por um instante, a filha de Ares quis declinar ao convite, mas os olhos de Annabeth estavam tão desesperados, tão aflitos, que a morena apenas pôde assentir.

A filha de Ares voltou para a cama, tentando ocupar o menor espaço possível. O que se mostrou uma tarefa difícil para ela uma vez que ela era uma garota alta e corpulenta. Annabeth murmurou um ‘obrigado’ e voltou a se deitar. A loira virou-se de costas para Clarisse e, em questão de minutos, pareceu pegar no sono.

A morena não estava tendo a mesma sorte. Ela continuava deitada olhando o teto mofado do pequeno quarto. Clarisse estava confusa. Mais confusa do que estivera a vida inteira. Havia uma impulsão, uma força invisível, que queria fazê-la se aproximar de Annabeth. Sentir o calor da loira, tentar entender porque seu próprio corpo parecia querer pegar fogo quando a filha de Atena lhe abraçava.

Clarisse balançou a cabeça como se tentasse afastar tais pensamentos. Estavam vivendo em tempos de guerra. E tempos de guerra não permitem fraquezas. A morena suspirou e arriscou-se olhar para Annabeth.

Ignorando todos os avisos que sua mente lhe enviara, Clarisse fez o que ela sempre estava acostumada a fazer: Agir por impulso. Em questão de segundos, ela venceu a curta distância entre ela e Annabeth e pôs seu braço ao redor da cintura da loira, puxando-a para mais perto.

Annabeth grunhiu alguma coisa, mas não acordou. Sem ainda entender direito porque seu coração pulsava como louco, Clarisse praticamente colou seu corpo ao da loira, deixando o perfume dos cabelos de Annabeth lhe entorpecer suavemente. Só então a filha de Ares se viu disposta a adormecer.

Annabeth abriu os olhos suavemente e percebeu que ainda era noite. Ela tinha se acostumado a dormir poucas horas uma vez que estava sempre sendo perseguidas por monstros ou até mesmo semideuses traidores.

A filha de Atena tentou se virar, mas encontrou dois braços fortes lhe prendendo. Aos poucos, ela se lembrou de tudo que lhe acontecera aquele dia: Desde sua oração final a Atena até o pedido para Clarisse deitar-se com ela.

Annabeth suspirou. Ela se permitiu segurar as mãos de Clarisse como se para mantê-las onde estavam. Era bom sentir que não estava sozinha depois de tudo que passou e, apesar delas sempre elas se davam bem, Clarisse, naquele instante, era como um refúgio para ela. A respiração quente e tranquila da morena em seu pescoço apenas aumentava essa certeza.

Aos poucos e suavemente, temendo acordar a filha de Ares, Annabeth moveu-se dentro do abraço. A pouca luz que vinha do lado de fora lhe permitiu ver os contornos do rosto de Clarisse. Annabeth fez um caminho invisível da cicatriz na bochecha até os lábios da morena e, sem hesitar, substituiu seus dedos por seus lábios.


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Notas finais do capítulo

E então? Bora comentar? Críticas construtivas são sempre bem vindas!
Obrigada!