Refúgio escrita por Diana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Cá estamos novamente com mais uma fic! Deu pra perceber que sou fã desse casal né?

Bom, era pra ser uma oneshot, mas ia ficar muito grande. Aí minha beta deu ideia de ser uma shortfic.

Agradecimentos especiais à minha beta, senhorita With!

Espero que gostem!



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I

"Quero esconder a verdade

Quero abrigar você

Mas com a fera dentro

Não há onde nos escondermos

Não importa aquilo que criamos

Ainda somos feitos de ganância

Esse é o fim dos meus tempos

Esse é o fim dos meus tempos"

Demons, Imagine Dragons

A chuva caía fina, mas o frio que vinha com ela parecia gelar a alma. Em partes, porque ela estava quase sem forças. Em partes, porque ela estava com medo. Fazia dias que a loira vinha correndo, fugindo, tentando se esconder.

Ela não sabia dizer onde estava. Só que um batalhão de monstros estava atrás dela. E não era por menos. Sua captura seria um triunfo maior para Luke do que qualquer um poderia imaginar. E todos os monstros queriam ter a honra de levá-la a seu líder insano.

Árvores e árvores passavam por ela a alta velocidade. O barulho das gotas de chuva se confundindo com os passos atrás dela. O medo vencendo sua vontade de lutar. Um galho de árvore agarrou seus pés. Annabeth caiu.

A loira tentou se levantar, mas não encontrou forças. Seu pé protestou com dor. Ela havia o torcido na queda. Annabeth deixou seu corpo cair na relva molhada. Ela estava desistindo. Percy estava sumido há semanas. Ela não tinha uma notícia de Thalia. O Acampamento Meio-Sangue fora reduzido a cinzas.

Após o ressurgimento de Cronos, a maioria dos deuses olimpianos fora acorrentada ao Tártaro. Apenas Hades, Atena, Ares e Afrodite montavam uma fraca resistência. A guerra ia mal. E os meio-sangues que não se aliaram a Cronos estavam, pouco a pouco, sendo mortos. Era só questão de tempo até tudo ruir de vez.

A loira se permitiu fechar os olhos. Ela fez uma última prece a Atena. Se fosse em outra época talvez ela escolheria morrer lutando, mas agora ela sabia o que acontecia quando a esperança morria antes da alma.

Os passos dos monstros cada vez mais próximos. Reunindo suas últimas forças, Annabeth Chase se ajoelhou e pegou sua faca. Talvez ela fosse capaz de diverti-los, ou talvez Atena se apiedara da filha e lhe dera uma última fagulha de orgulho e força.

Annabeth olhou para cima quando viu que os monstros que a perseguiam fizeram um semicírculo para capturá-la. A pequena tropa era constituída de duas dracaenae e um lestrigão.

Com uma coragem insana, beirando a insensatez, Annabeth avançou. O lestrigão a repeliu apenas com um tapa e as mulheres-dragão soltaram uma risada tão maligna que a loira estremeceu.

Annabeth rastejou até sua faca, mas ela sabia que estava tudo perdido. O lestrigão a pegou pelos cabelos e a levantou. A loira tentou reprimir um grito de dor, mas não conseguiu. As duas draecanae já vinham para lhe amarrar quando algo saiu errado.

Annabeth sentiu o lestrigão ser atingido pelo que parecia ser uma rocha. Num segundo confuso, o monstro e Annabeth estavam no chão e as duas draecanae olhavam assustadas.

O impacto drenou o resto de forças da loira. Ela só teve tempo de olhar para o alto e ver uma figura alta envolta numa armadura grega aos pedaços atacando os monstros. Depois disso, a loira apagou. Ela não se importava se seu salvador conseguiria mesmo lhe salvar.

Ao abrir seus olhos cinzentos, Annabeth se viu deitada numa cama improvisada no que parecia ser um pequeno quarto. A loira tentou se sentar, mas seu corpo reclamou de dor ao mínimo movimento.

Só então a filha de Atena lembrou-se dos acontecimentos daquela manhã. A perseguição dos monstros e da intervenção de um meio-sangue ou uma meio-sangue. Provavelmente ela havia sido salva, pois o local em que estava não parecia ser uma base do senhor Titã e sim de alguém fugitivo.

- Parece que finalmente acordou. – Uma voz feminina e familiar envolveu o ambiente. Parada à porta do pequeno recinto estava uma garota alta envolta numa armadura grega. Annabeth a reconheceu de imediato.

- Clarisse. Foi você que... – As palavras saíam com dificuldade. Annabeth parecia ainda estar esgotada.

- Sim. Acho que você precisa descansar. – A morena foi curta e grossa. Ela se sentou na beirada da cama e entregou a Annabeth um copo com um pouco de néctar. – Sinto muito, está um pouco difícil encontrar néctar.

Annabeth agradeceu e bebeu o que lhe era oferecido, começando a se sentir melhor. Clarisse aproveitou para acender uma pequena lareira. Só então a loira se deu conta do estado da outra. Clarisse parecia bem cansada e machucada também. Seus cabelos castanhos estavam extremamente mal cuidados, seus olhos tinham olheiras enormes, como as de quem não dormia direito há dias, a armadura grega apresentava alguns buracos além de uma cicatriz recente cortando sua bochecha direita. Após um bom tempo, Annabeth decidiu falar:

- Onde estamos?

- Na minha antiga casa. Phoenix, Arizona. – A morena respondeu automaticamente. Ela parecia encantada com o fogo. – Foi sorte ter te encontrado. Assim que você se recuperar, podemos seguir para a base.

- Base? – Annabeth parecia mais confusa a cada instante.

- Estamos em guerra, caso não tenha notado. – A filha de Ares respondeu impaciente. – Com você e Jackson desaparecidos, a filha de Zeus montou resistência com o resto de nós. Estamos tentando achar semideuses perdidos por aí.

- Você estava me seguindo?

- Não. Estava tentando arranjar suprimentos quando reconheci os monstros. Normalmente, eles estão perseguindo semideuses, então é só achar os monstros.

Novamente o silêncio voltou a reinar entre elas. O crepitar do fogo era o que às vezes se arriscava a quebrá-lo. Por fim, Clarisse decidiu se por de pé.

- Vou tentar encontrar algo para você comer e água. Você devia descansar um pouco. – A morena disse e fechou a porta.

- Sim, senhora. – A loira respondeu azeda quando Clarisse saiu.

Annabeth achou que estivesse muito preocupada para dormir. Fora o fato que ela não queria que Clarisse fosse a lugar algum. A loira estivera sozinha por quase dois meses que até a companhia de uma das crias de Ares seria apreciada. Entretanto, a loira sentiu seus olhos pesados demais.

Annabeth foi despertada pelo cheiro de algo quente vindo de outra parte da casa. Seu estômago reclamou. A filha de Atena não comia uma refeição decente há dias e o cheiro era por demais tentador para ser ignorado.

Ainda com um pouco de dificuldade por conta do cansaço e dos ferimentos, Annabeth saiu da cama. Ela virou alguns corredores, apoiando-se nas paredes, até se encontrar numa cozinha acolhedora. Na frente do fogão, uma irritada Clarisse La Rue cozinhava e praguejava em grego antigo. Annabeth não pôde deixar de sorrir diante da cena.

- Quem diria! – Clarisse se virou assustada. – A grande guerreira do Acampamento Meio-Sangue travando uma briga com umas panelinhas. E perdendo.

- Muito engraçado, Chase. – Clarisse resmungou enquanto Annabeth se sentava no que ela reconheceu como os restos de uma pequena mesa. Na madeira estava talhada algumas cenas de batalhas. Provavelmente a mesa fora presente de Ares para a senhora La Rue.

- Mas, sério. Pelo cheiro, parece estar ótimo. O que você está preparando?

- Uma sopa. – A morena respondeu. – Se você estiver com muita fome, trouxe umas frutas. Não criaria muitas expectativas com minha comida.

- Como conseguiu isso tudo? – Annabeth perguntou ao ver um cesto de frutas parcialmente cheio. – Digo, cozinhar e tal.

- Bom, você aprende algumas coisas quando está por conta própria. – Clarisse sorriu maliciosamente. – Ou quando se está na companhia de alguns garotos de Hermes.

Annabeth reconheceu aquilo como verdade e deu de ombros. Após algum tempo, Clarisse lhe ofereceu um prato de seu ensopado e se sentou de frente para a loira. Annabeth provou algumas colheradas. Estava ótimo. A filha do deus da guerra a surpreendeu completamente agora.

- Está ótimo, Clarisse. – Annabeth elogiou a garota.

- Ou talvez você esteja realmente faminta, Chase. – Clarisse respondeu e voltou a se calar.

- Me chame de Annabeth. – Annabeth disse de repente, levando uma de suas mãos até a de Clarisse, forçando um contato visual. Ela não agüentava mais o silêncio. Ela aturara o silêncio por um bom tempo até Clarisse salvá-la. Annabeth sentia a necessidade de conversar. Ela tinha que ter certeza que aquilo não era um sonho.

- Certo, Annabeth. Talvez você esteja realmente faminta. – Clarisse voltou à atenção para seu prato. Os olhos cinzentos de Annabeth pareciam incinerar algo dentro dela.

- Me conte mais sobre esse grupo de resistência. – Annabeth pediu. Ela faria qualquer coisa para evitar o silêncio, mesmo que ela soubesse que estava irritando Clarisse. Mas talvez, talvez, Clarisse também estivesse cansada do silêncio.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!

Aguardo os comentários ^^
Críticas construtivas são sempre bem vindas :)

Até o próximo capítulo!