Demacia's Wings escrita por Jhulliaty


Capítulo 9
Capítulo 8 - O monstro do Elenco


Notas iniciais do capítulo

" Você não tem medo do Gárgula que fica no topo dos portões? Ele é assustador"
" Eu não tenho medo, ele é gentil.
" Como você pode achar algo daquele jeito gentil? "
" Não sei, instinto talvez. "



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Quando o segundo dia da “ folga “ foi visto no céu lilás e azul, Quinn se mexeu na cadeira, virando a cabeça para ver Valor.

A ave mal se mexera desde que estivera deitado, seu sangue havia parado de escorrer mas...

Ele ainda estava machucado, ainda não estava bem, ainda...

Quinn não dormia a um tempo, um dia antes da luta por estar ansiosa, não dormira no dia que ganhou por Valor, e hoje, não dormiria novamente.

Sentada, ainda segurando a arma, ainda com as roupas do dia, nem ao menos comera conseguia direito.

Foi naquele acidente que ela notou que Valor havia se tornado seu irmão, havia “ pego “ a alma de seu irmão e se tornado ele, sua ansiedade, seu senso de responsabilidade, tudo junto, ele era seu irmão.

O barulho do vento da noite incomodava Quinn, o barulho do passar do outro lado da porta do hospital incomodava Quinn, o barulho do metal que sua armadura fazia incomodava, tudo incomodava!

O barulho da máquina que falava que Valor estava vivo a confortava.

Uma pessoa entrou na sala, a cabeça de Quinn se moveu e a olhou.

Uma enfermeira, cabelos presos e jaleco.

Quando a mulher viu a garota de cabelo roxos, ela sorriu.

– Senhorita Quinn, estamos fechando para visitas.

Ela olhou com olhos mortos para a mulher, olheiras, rosto cansado, cabelos bagunçados.

– Que dia é hoje? – Quinn realmente parecia perdida.

– Domingo senhorita, por isso estamos fechando.

Domingo... Tinha ficado tanto tempo assim parada? Mas... Não tinha motivo para andar mesmo.

– Não posso ficar? – Um último apelo para ficar perto de Valor.

A enfermeira balançou negativamente a cabeça.

– Infelizmente não pode senhorita, mas pode ficar calma que cuidaremos bem da sua ave.

Quinn sorriu em resposta e se levantou, deu um sorriso cansado para a enfermeira que retribuiu com um bem alegre, colocou as armas na bolsa que nem sabia que estava mais lá, a fechou e colocou no ombro, uma mala de couro, toda surrada, dada pelo pai.

Como uma última despedida, ela se aproximou de Valor e lhe deu um beijo no topo da cabeça, sussurrando palavras que ela não sabia exatamente se ele havia ouvido.

– As asas de Demacia.

Ela saiu de perto da cama, de dentro da sala, de dentro do hospital.

E parou na frente da porta, do lado de fora.

Para onde iria? Não que importasse...

Em suas memórias mais distantes, Quinn lembrava vagamente do mapa da cidade principal de Demacia. Havia uma praça perto, ela podia esperar ali, já que não possuía dinheiro para alugar algum lugar para ficar.

Ou podia simplesmente ficar ali, parada.

Alguns humanos dizem que, quando alguma alma fica presa no Mundo, ela te guia para qualquer lugar.

Quando Quinn olhou para o céu naquela noite estrelada, ela viu as nuvens brincarem com sua cabeça, formando imagem diversas. Pássaros, Comidas, dragões, palhaços, pássaros azuis...

Pera, pássaros azuis?

A cabeça da garota virou bruscamente para o outro lado do céu, enquanto um pequeno pássaro ainda voava em círculos em cima de um pequeno gramado, talvez atrás de alguma minhoca ou coisa assim. Então, ele finalmente pousou, parando em cima de uma pedra, olhando o chão.

Dizem que uma espécie de guardião protege Demacia, um guardião feito de pedra, Galio, O sentinela da Amargura, dado esse nome a ele pelo simples fato de não sentir nada além de nada.

Mas alguns diziam que ele trazia paz ao espírito.

Quinn então ajustou a mochila no ombro e começou a andar em direção aos portões de Demacia.

Foi uma viagem relativamente curta se for contar por distância, mas longa se for contar todos os pensamentos que atormentavam Quinn: A morte de seu irmão, a confiança do pai nela, a esperança da mãe, o estranho desaparecimento de Fiora, e por fim, a quase morte de Valor, que praticamente passara a ser seu irmão, seu companheiro, seu melhor amigo. Mas ele havia prometido ficar com ela até o dia em que ela não o quisesse mais, haviam prometido isso no dia que tinham saído de casa, um para o outro, como se fossem duas crianças fazendo juras de amor eterno.

Mas não eram crianças.

Quando Quinn chegou na divisão de Demacia, o guardião de pedra estava realmente lá, olhando o horizonte, mostrando sua benção para os viajantes que entravam e saiam do lugar. Bom, era isso que parecia.

Mas algo a perturbava, alguma coisa fazia sua mão coçar e falar “ chega mais perto “ Essa estranha sensação fez Quinn subir no prédio próximo, pela escada lateral, chegar ao topo e pular.

Pular em direção a aquela enorme estátua.

Ela alcançou, por pouco, se segurando com as duas mãos na beirada da grande parede, ela impulsionou o corpo para cima e se sentou.

Só podia estar louca, fazendo uma coisa daquelas por nad...

Quando Quinn olhou em direção à noite, o céu variava do azul escuro para o roxo, as estrelas brincavam tentando fazer o cérebro adivinhar quem era que brilhava mais, e as nuvens se divertiam nas diversas formas que faziam.

Um pequeno toque de esperança atingiu Quinn.

Era um belo céu que dava para navegar, dava para viajar de acordo com o Mundo que escolhesse.

– Uma visão bela, não?

Quinn deu um pulo para o lado, assustada. Era uma pedra gigante falando com ela! Ou melhor, uma gárgula gigante falando com ela.

Palavras simplesmente não saiam da boca dela, e a enorme pedra vendo o susto nos olhos da garota, se adiantou em falar.

– Oras, me perdoe, me chamo Galio, e sou guardião dos portões de Demacia. Qual seu nome criança?

Galio. A gárgula que protege aqueles que saem e da confiança a aqueles que entram. Não era um mito que ele falava, ele realmente dava esperança para aqueles que iam ao seu encontro.

Quinn respirou fundo, colocando a mão no peito, mantenha a calma, ou ficará louca.

– Me chamo Quinn, eu vim fazer o teste para entrar no exército de Demacia. – Enquanto falava, Quinn acabou por abaixar a cabeça, olhando para os próprios pés.

Por culpa disso, Valor estava naquele estado...

– E me deixe adivinhar, você chegou atrasada.

Ela olhou novamente para o Gárgula.

– Não, eu cheguei na hora, antes da hora na verdade, eu fiz o teste, e bem... – Ela pausou por um segundo – Eu passei.

– Oras! Que boa notícia! Mas então, por que a infelicidade?

Não sabia se podia confiar em um Gárgula gigante falante, mas... A vida dela estava tão confusa nos tempos atuais.

– Eu não luto sozinha sabe? Eu luto ao lado de um pássaro chamado Valor, ele é bem forte, mas na última luta do teste, cortaram o pescoço dele.

O Gárgula voltou a olhar para as estrelas acima.

– Ele morreu? – Sua pergunta soou bem melancólica.

– Não, na verdade, não sei, desde a última vez que estive perto dele, ele estava bem, mas o teste é amanhã, se ele não se recuperar, terei que desistir, não que seja o problema, mas... Me preocupa ele, e depois de chegarmos tão longe, ele estava tão feliz, Valor não vai gostar de receber a notícia que não vamos porque ele estava mal...

– Por que você não faz sozinha?

Quinn olhou para a Gárgula. Por que não fazia sozinha?

– Porque somos as Asas de Demacia, eu não vou me permitir fazer o teste sem ele, porque assim, eu passaria, mas ele não, nós somos um, não pode existir somente uma Asa, assim, o ser não voa, ele precisa de duas para aguentar seu peso.

O Gárgula pareceu sorrir, ou quase isso.

– Sua ideologia é interessante criança, já tentou perguntar para ele, se, mesmo machucado, ele quer lutar?

Não.

Quinn não havia perguntado.

Porque achava que ele não podia mesmo se quisesse.

Eram somente três dias, os pontos foram as pressas e ela havia matado aquela mulher, mas...

Mas...

Se ele quisesse, ela não podia evitar de colocar ele em seu braço e gritar “ Pelas Asas de Demacia”.

Eles sempre foram assim, as Asas de Demacia, a liberdade do Mundo.

– Não, eu não perguntei...

– Então, porque você não vai lá, pergunta para ele, toma um banho, descansa essa noite e mata seu inimigo amanhã? – Ele fez novamente aquele meio sorriso que uma pedra talvez daria, dava para ter medo daquilo mas, havia sinceridade naquele sorriso.

Ele estava mesmo ajudando.

– Por que me ajuda, Galio?

– Oras! Você falou meu nome! – Ele quase se moveu de alegria, deu para ver duas presas e alguns dentes, feitos de pedra.

Quinn não pareceu entender a animação.

– Mas não seria o normal? Te chamar pelo nome.

– Você não é da cidade né? Dizem que, quem falar meu nome, é amaldiçoado e vira pedra.

– Mas essa não seria a irmã de Katarina? A Cassiopeia?

– Ela não é olhando nos olhos dela?

– Aé – Ambos riram, depois de dias, Quinn sorria novamente.

Quinn parou de rir alguns segundos depois, olhando para o eterno e imenso céu azul, roxo e cheio de pontos brancos. As estrelas.

– Até onde você quer voar?

Ela sorriu.

– Até o fim do Mundo.

– E onde seria isso?

– Acho que, um lugar onde a paz e a guerra se encontram ao mesmo tempo, onde a Primavera e o Inverno são amigos.

– Então você vai ter que voar muito – Ela acenou com a cabeça, Galio continuou – Vai nas asas dele?

Dessa vez, o aceno foi negativo.

– Não, vou ao seu lado.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.

Quinn checava pela última vez se as asas e o pescoço de Valor estavam bem.

Aquela conversa com Galio a havia animado, ela ia lutar, com todo o seu coração, para assim, poder chegar ao outro lado do Mundo.

Depois de mais um tempo conversando com ele, Quinn desceu da grande muralha e dos portões, isso nas costas do Gárgula. Todos estavam errados, ele tinha sim sentimentos, mas as pessoas achavam que ele não tinha por simplesmente não conseguir conversar com ele.

Na mesma noite, Quinn pediu para ficar na casa de um estranho, a favor, era um homem e uma mulher muito gentis, a mulher estava gravida, e foi ela que insistiu para Quinn ficar.

No dia seguinte, renovada, a garota pegou suas coisas, agradeceu como nunca pela hospitalidade e foi até o Veterinário.

E agora, eles estavam indo para o ultimo desafio, e assim, entrar no exército de Demacia, o mais consagrado exército.

E ela iria vencer, iria vencer qualquer um que ficasse em seu caminho.


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Notas finais do capítulo

Estou aqui.
E sempre retornarei.
Demorei menos dessa vez, mas mesmo assim demorei, me perdoem.
Espero que gostem, a ação volta no próximo capítulo XD
Eu precisava desse " tempo " entre os capítulos, se não vocês morrem de tanta emoção * não*
Espero que gostem, até a próxima. '3'