A ascensão da número 3 escrita por P3RC4B3TH


Capítulo 2
Capítulo 2




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Realmente, o primeiro dia não foi tão difícil. Acho que por ter me alimentado bem, e estar bem em forma eu consegui passar os primeiros dias bem, até que a maior parte do dinheiro que eu tinha pego de Rosmerta acabou. Fiquei com apena uns trocados e ai sim as coisas pioraram. Eu queria vender mais algumas pedras da minha Arca, mas não sabia quais delas eram para vender, e quais tinham algum 'poder' especial. Então comecei a racionar dinheiro, a comer menos e descansar menos. Como eu era a próxima na fila, eu mal dormia, estava sempre em movimento.

Após duas semanas estando sozinha, eu peguei um trem e fui para Washington. São quase 700 km de distância um do outro, então pensei que ia ser seguro para Rosmerta, Robert e o neném. Mas na época, eu não tinha nem ideia de que os Mogs estavam infiltrados na politica dos Estados Unidos. Eu cheguei na cidade por volta das 7 horas da noite, e fui logo procurar uma hospedagem, só pra passar a primeira noite. Queria a mais barata possível, e achei um motelzinho de beira de estrada totalmente destruido. Com o passar do tempo, a tinta verde desbotou, havia pedaços da parece meio que se desfarelando, o ar tinha um cheiro pesado de cigarro. Quando entrei na recepção, um senhor gordo, com cara de mal humorado, conversou comigo por meio de resmungos. Consegui um quarto por 10 dólares, mas que quarto. A cama estava quebrada, o colchão tinha molas expostas, tudo era em um tom amarelo de anos e anos de mofo e cinzas de cigarro. O quarto era realmente nojento, mas pelo preço que paguei, eu não devia ter esperado algo muito melhor. Uma Garde de quase 15 anos, andando pelo pais, se escondendo e fugindo sabe-se lá pra onde, e tendo que dormir em hoteis de beira de estrada como esses. Que fim elegante pra uma loriena..

Tento me ajeitar to melhor jeito possível nessa droga desse colchão e mesmo assim ainda demoro pra adormecer. E quando adormeço os pesadelos me atacam.

Eu estava correndo por uma cidade destroçada. Era Chicago. A cidade estava em pedaços, havia predios caidos, carros virados, o asfalto estava manchado de vermelho e eu estava rezando pra que fosse suco de morango e não sangue. Tinha algumas pessoas encolhidas nos cantos, e quando eu as olhava, elas se encolhiam mais ainda, se é que era possível. Continuei andando pela cidade, e não percebi que rumo estava tomando até chegar na frente da minha antiga casa, onde morei anos com a minha Cêpan e seu marido, mas a casa estava em chamas. Eu ouvia os gritos de Rosmerta, ela gritava por Robert e por Nathan, que acredito ser o filho deles. Ouvia o choro de uma criança mais adentro. E uma voz na minha cabeça.

Ora ora Julie, demorou mas chegou.” ele me chamou pelo nome humano que eu havia adotado há muito tempo “É isso que vai acontecer com a família humana de todos vocês. A numero um e a numero dois, e seus respectivos Cêpans, já eram. Você é a próxima e meu exército não vai tardar em te achar. É isso que irá acontecer com Robert, Rosmerta e Nathan, num futuro próximo. O garotinho nem nasceu e já está fadado a morte por sua culpa. Nos vemos logo logo, Número 3”

Acordei sobressaltada. O sonho parecia ter durado apenas alguns minutos, mas já tinham se passado 6 horas. A voz de Setrakus Rá ainda ecoava na minha cabeça, e acho que não sairia tão cedo, como um lembrete. Se eu não me entregasse, era isso que ia acontecer. Ele me mostrou uma visão do futuro. E foi com essas palavras que eu arrumei minhas coisas e sai correndo daquele hotel imundo e dei de cara com 15 Mogadorianos. E foi o pior erro deles terem enviado apenas 15. Olhei pra cara pálida e feia do soldado mais próximo a mim. Fiz minhas mãos pegarem fogo, lancei uma bola ardente sobre ele, e pra minha sorte pegou mais 4 soldados, deixando apenas um montinho de poeira aonde eles estavam. Mas ainda restavam 10. Fiquei invisível, e logo eles já ficaram acuados. Como podiam atacar algo que não conseguiam ver? Corri para tras de um dos soldados, tirei a sua espada da bainha e enfiei em seu peito, e fiz o mesmo com mais dois, até que perceberam o truque. Começaram a atirar para todos os lados, e eu fui forçada a levantar voo. Fiz mais bolas de fogo com as minhas mãos, e comecei a tacar em todos os Mogs. Percebendo que as bolas vinham de cima, eles começaram a atirar para o alto, e eu acabei levando um tiro no ombro esquerdo e um na coxa direita. Estava perdendo altitude e começando a ficar visível, mas antes de cair consegui liquidar os Mogs restantes. Quando cai, bati a cabeça e quase desmaiei, mas antes de desmaiar consegui me arrastar pra baixo de uma moita e tudo se apagou logo depois.


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