Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 63
Capítulo 64




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Depois das palavras de Morgan, anunciando a chegada do arcanjo do inferno, Ellylan pode sentir uma rajada de vento que bagunçou seus cabelos e foram apenas segundos até que Maximus pousasse no chão bem em frente de Diane para que todos o vissem.

Elly não pode ver quase nada desde que o anjo loiro manteve suas asas abertas, o que permitiu que ela desviasse sua atenção para a névoa que se aproximasse deles. No entanto, sua vista foi tampada novamente quando Meridius e Dimitrius surgiram do céu e encontraram o chão.

As expressões dos irmãos de Maximus eram vazias, não existia mais nada além do vazio e eles estavam tão tensos que qualquer movimento errado poderia fazer ambos explodir por muito pouco, mas no momento que eles viram que Katherine não estava bem, Dimitrius caminhou até que estivesse ao lado dela para ajudá-la com essa lâmina envenenada.

Até aquele momento ela não havia desmaiado, mesmo que estivesse tremendo e suando frio, se manteve acordada. Contudo, quando o arcanjo da humanidade puxou a adaga de suas costas, levou apenas um segundo para que ela finalmente encontrasse a escuridão da sua mente. E como Morgan não protestou com o outro arcanjo sobre estar arrancando a lâmina de suas costas, Elly decidiu confiar neles ao imaginar que Dimitrius sabia o que estava fazendo.

Ela olhou para Maximus novamente ao ouvir o movimento de suas asas se fechando, seu rosto ainda estava oculto, mas podia imaginar que era tão vazio quanto o dos seus irmãos. Diane se manteve em silêncio, mas não desviou seus olhos escuros do seu irmão. E mesmo que não fosse necessário, Elly sabia que o anjo loiro não precisava perguntar se tudo o que Katherine havia falado era verdade. A resposta dessa pergunta estava nos olhos da sua irmã caçula.


Ellylan nunca invejou esse poder de mentes que o arcanjo tinha com o seu pessoal, a ligação que permitia que eles se comunicassem sem precisar abrir a boca para dizer uma palavra, mas naquele momento ela desejou que sua mente não possuísse tantas barreiras que os impediam de se comunicar. Elly queria muito saber como o arcanjo estava, apesar de não precisar de suas palavras para imaginar como se sentia.

Ellylan esperou ficar surpreendida quando todo o corpo de Diane foi levantado ao ar para que seus olhos ficassem na mesma direção dos de Maximus, mas ela não ficou nada surpresa com esse único movimento desde a sua chegada. O arcanjo não havia encostado um dedo dela, não disse uma única palavra para que sua irmã ficasse suspensa no ar. E, aparentemente, ela não estava tão confortável com aquela posição, apesar de não ficar se debatendo para se livrar.

— Eu não quero saber o por que.— Ele falou pela primeira vez, sua voz era tão controlada que arrepiou os pelos de Ellylan.— Apenas estou curioso para entender como conseguiu esconder toda a podridão que existe em sua alma.—
— A magia do demônio é ainda mais engenhosa do que você imagina, Max.—
— Mas não tão poderosa quanto eu, imagino.—
— O suficiente para enganá-lo.— Ela sorriu de maneira cínica.— Mas não tentarei me defender dos seus ataques, você pode me matar agora.—
— Matá-la?— O arcanjo do inferno riu amargamente fazendo Ellylan ver que esse Maximus não era o mesmo que ela conhecia. Esse era aquele que chamavam de imperador do inferno.— Você é minha irmãzinha. Como eu poderia fazer isso?— Não era preciso ver o anjo para saber que também existia o cínismo em seus olhos.

Maximus, assim como Derek, não questionaria se deveria ou não matar sua irmã caso necessário.

— Se não o fizer, Maximus, eu encontrarei a chave dos portões.— Diane disse.— Isso não será muito agradável para você.—

— Então, eu a desafio e ai nós veremos quem vai ter sucesso.— Ellylan desviou seus olhos por um momento para ver a névoa que havia se desviado dela e dos outros, mas que continuava se aproximando cada vez mais de Diane e Maximus.— Mas primeiramente você terá que sobreviver ao purgatório.—

E pela primeira vez, Ellylan viu a agonia nos olhos dela. Não pela dor que deveria estar sentindo por ficar suspensa no ar, mas sim pela palavra “purgatório”. E ela podia imaginar o que isso significava desde que até mesmo Dimitrius ficou horrorizado quando viu o livro que falava sobre esse lugar sobre a mesa da biblioteca.

— Você não imaginava isso, não é mesmo?— Maximus riu.— Achou que eu teria piedade por minha irmã e tornaria tudo mais fácil ao matá-la caso falhasse.—
— Eu não esperava falhar.—
— Não, claro que não.— Ele concordou.— Eu tão pouco esperava que minha própria irmã me traíria e machucaria pessoas que a amam. E devo lembrar que essas pessoas morreriam por você, Diane, fariam qualquer coisa para fazê-la feliz e você... E você quer matá-las.—

Diane não abriu a boca em nenhum momento, ela parecia mais aflita com a névoa que começava a se envolver ao redor do seu corpo como uma cobra que encontrava seu jantar do que com as palavras do seu irmão. Em nenhum momento ela tocou a pele dela, caso contrário, Diane estaria tendo o mesmo destino das árvores mortas atrás de Ellylan.


— Eu não vejo por que ter piedade de alguém como você.— O arcanjo continuou, dando um único passo para trás.— E eu nunca tive piedade daqueles que desejam me matar, o fato de ser minha irmã apenas me deixa ainda mais vingativo.—

Diane abriu a boca para rebater o que o arcanjo disse, mas no primeiro movimento que ela fez, foi impossivel dizer qualquer palavra já que aquela névoa que havia se transformado em uma aspiral ao redor dela se moveu até estar passando por sua boca.


Naquele momento todo o orgulho que a mantinha imóvel para não demonstrar a dor que sentia ao não pisar no chão se quebrou. Diane começou a se debater, pelo menos tentava, mas Maximus não permitiu que ela nem ao menos gritasse, quem dirá se mover.

O som que saia da sua garganta era apenas um barulho abafado que deveria ser um grito que deixaria qualquer um surdo. E no momento que Ellylan viu as veias de Diane se tornarem negras, tão negras quanto aquela névoa que entrava por sua boca de maneira lenta, ela desviou os seus olhos para o outro lado e desejou tampar seus ouvidos para não ter que ouvir a agonia que vinha da irmã dos arcanjos.

Ellylan viu que naquele momento Meridius havia abaixado sua cabeça e fechado seus olhos para não ter que ver sua irmã passar por aquilo também.

Foram segundos, apenas segundos até que o silêncio invadiu aquele jardim, apesar de parecer uma eternidade cheia de desespero, os gemidos abafados de Diane acabaram e em seguida ela pode ouvir a voz de Derek.

— Maximus.— Ele disse o nome do seu imperador.— Se você não parar agora ela irá morrer.—

Talvez isso fosse o melhor, Ellylan pensou, se Diane não morresse ela sempre estaria presente nos pensamentos de Maximus. Ele jamais poderia esquecer o fato de que sua irmã o traiu e ainda continuava viva.

Mas antes que o arcanjo realmente a matasse, Ellylan pode ouvir o som do corpo de Diane encontrando o chão. E foi impossivel não fechar seus olhos para criar a coragem que precisava e olhar na direção dela.

Para Elly, a outra mulher estava morta. Diane tinha todas suas veias em cor negra e a pele estava próximo do tom acinzentado, seus olhos estavam abertos e vidrados em algum ponto fixo. Era horrível vê-la, mesmo que tivesse merecido, era horrível...

— Levem ela para o purgatório.— O arcanjo ordenou para os únicos tenentes presente no local, sua voz estava vazia e tão longe de ser ele mesmo que deixou Ellylan cautelosa.

Morgan pegou suas lâminas e se levantou para caminhar até Derek que agora colocava sua arma presa em suas costas pra poder carregar o corpo sem vida de Diane. Nesse mesmo momento, Dimitrius fez a mesma coisa com Katherine e abriu suas asas em um estalo rápido para voar em direção do castelo.

Ellylan olhou para Meridius, esperando que o irmão mais velho dos arcanjos fizesse ou falasse qualquer coisa para Maximus já que o outro anjo estava muito, muito quieto para que permanecesse em meio dos seus pensamentos.

— Por que ela fez isso?— Meridius encontrou os olhos dela ao fazer sua pergunta.— Por que Diane machucaria Niffie?—
— Ela queria derrubar vocês.— Elly sussurrou.— Diane queria vingança por ter sido rejeitada pelos imortais.—
— E pra isso ela desejava o nosso lugar para mostrar que uma bastarda pode governar as dimensões.— O imperador do paraíso deduziu, sorrindo friamente quando terminou.— Que clichê.—

O anjo estendeu suas asas naquele momento e sem dizer mais nenhuma palavra, Meridius se impulsionou para cima até que estivesse longe do chão o suficiente para mudar o ângulo do seu corpo e bater suas asas com mais força. Mas diferente de Dimitrius, ele não foi para o castelo de Maximus.

O arcanjo vôou para a única pessoa que poderia ajudá-lo a superar o que aconteceu hoje.


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