Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 62
Capítulo 63




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Já havia se passado exatamente uma semana desde o dia que Ellylan foi fechada dentro daquela sala com uma enorme mesa de jantar com um prato, realmente, desagradável. Mas como Maximus prometeu, o gosto do seu novo e único alimento tinha melhorado a ponto dela desejar comer e sentir fome, embora sua mente ainda negar o que havia se transformado.

Contudo, quando pensou que passaria a ser renegada por todas as pessoas que conheceu durante o tempo que ficou no inferno, Elly ficou surpresa ao ver que estava incrivelmente enganada. Ninguém, nem mesmo Meridius e Katherine, a trataram de modo diferente quando souberam da verdade por trás da imortalidade que lentamente ela estava alcançando. E os tenentes de Maximus juraram lealdade a ela da mesma forma que era leais ao seu imperador, o que a deixou ainda mais surpreendida. Além do mais, mesmo que fosse realmente dificil para Dimitrius, Gate e Patrick não fazer nenhuma piadinha idiota sobre o fato dela estar se alimentando com carne humana, eles faziam um ótimo trabalho em evitar tal assunto, apesar de nos olhos deles existir a ironia que estava prestes a explodir.

Mas tudo era diferente com Krueger, pois as poucas vezes que eles se encontravam, ele não conseguia evitar dizer que havia encontrado a melhor carne para a sua milady ou coisas do gênero. E desde que nem mesmo Maximus parecia saber controlar o demônio, Ellylan preferiu ignorá-lo e quando passou a fazer isso, ela até mesmo podia admitir que o tenente não assumido do arcanjo era alguém agradável de se conversar.

Ellylan não havia se tornado uma imortal por completo, não ainda. Maximus disse a ela que cada dia que passasse ela se tornaria mais imortal, mas até lá deveria ser cuidadosa para que nenhuma morte inesperada a tirasse desse caminho. Ele a avisou que como ela não era mais humanas, coisas pequenas que levavam os mortais a morte não seria mais um problema, mas ainda assim existiam maneiras fáceis de matá-la.

Elly apenas não imaginava que ao saber disso, junto com todos os outros, eles se tornariam ainda mais cuidadosos com ela. Na verdade, Ellylan estava se sentindo como uma criança que acabará de aprender a andar e estava conhecendo o mundo, com seus pais sempre por perto para não permitir que fizesse algo perigoso.

Isso era algo irritante, principalmente por causa de Maximus ter se tornado ainda mais protetor, mas não pode evitar de achar engraçado no dia em que um galho acertou uma das janelas do carredor devido a chuva forte que o agitou no momento em que ela estava passando por ele. Dimitrius e Meridius estavam com ela, enquanto o irmão mais novo tagarelava como eram grandes as festas quando os arcanjos encontravam uma imperatriz, o anjo do paraíso se manteve calado caminhando a frente deles.

No entanto, quando a janela se tornou em cacos pequenos que poderiam cair em cima deles desde que estavam próximos o suficiente, Dimitrius a empurrou para baixo rapidamente depois de abrir suas asas para protegê-la dos cacos e da tempestade, algo realmente ridículo já que ele era quem estava ao lado da janela, e quando ela esperou pelos pedaços de vidro encontrando o chão, isso não aconteceu também.

Ellylan olhou para cima em direção da janela e viu todos os pequenos vidros paralisados no ar, como se estivessem voando. Foi inevitável não olhar para Meridius quando percebeu que ele manteve seus olhos fixos nos cacos como se fossem algo realmente ameaçador e quando o arcanjo viu que ela o encarava de maneira que sabia que o irmão mais velho de Maximus era responsável por aquilo, Meridius pigarreou por um momento antes de se virar e voltar a caminhar, deixando que todos os cacos de vidros finalmente encontrassem o chão.

Ela deixou que um pequeno riso escapasse dos seus lábios depois que Dimitrius fez o mesmo que seu irmão, agindo como se aquela cena ridícula nunca tivesse acontecido. E, mais tarde, quando Elly contou a Maximus o que havia ocorrido, o arcanjo demonstrou tamanho orgulho por seus irmãos e ainda murmurou que teria que encontrar janelas mais resistentes ou dar fim nas tempestades que sempre lhe causavam problemas.

— Você não pode fazer isso!— Ela falou quando percebeu que Maximus ficou intrigado com a sua segunda opção.
— Eu sou um arcanjo,— O anjo a respondeu de forma arrogante.— Posso fazer qualquer coisa.—

Ellylan tinha apenas suspirado, sem ter muito o que fazer.

E apesar de ter que sobreviver diante de toda essa proteção, ela não podia pensar em outra vida sem ser essa.


Elly se sentia feliz e finalmente em casa.

Naquele momento ela estava caminhando com Derek no corredor, o tenente que era o segundo em comando, havia recebido o simples pedido de levá-la até o quarto de Diane e quando Elly se desculpou por incomodá-lo, ele apenas a respondeu com ironia dizendo que não saberia escolher qual pedido era mais incomodo: acompanhá-la até o quarto de Diane ou matar demônios que quebravam as regras de Maximus.

O segundo em comando também explicou o por que do seu arcanjo não estar presente, pois desde que Ellylan acordou, não havia o visto em nenhum lugar. Aparentemente, Maximus tinha ido até o paraíso se encontrar com Meridius já que Niffie havia se lembrado de coisas importantes sobre o seu sequestro. Derek aproveitou o momento para dizer também o por que dela não ter encontrado os outros tenentes quando os procurou para acompanhá-la. Enquanto alguns estavam ocupados fazendo rondas pelo inferno, os outros eram usados por Dimitrius na dimensão dele, deixando apenas Derek e Morgan no castelo para protegê-la.

Era ridículo pensar em precisar de qualquer tipo de proteção dentro do castelo de Maximus, mas desde que havia acontecido uma morte, ocorrido um sequestro e outras coisas estranhas, ela não iria desconsiderar a oferta do tenente de “me chame quando precisar”.

Ellylan podia estar cansada com todos a rodeando com uma super proteção exagerada, mas também não era idiota de se esquecer que quem estava causando o terror entre os arcanjos não havia sido capturado.

Mas, obviamente, ela não estava disposta a ficar fechada em um quarto por causa desse motivo.

Então, quando soube que Katherine não estava no castelo, Elly decidiu que era uma ótima oportunidade para passar um tempo com a irmã dos arcanjos sem os olhares hostis daquela mulher de nariz empinado. Afinal, ela podia não ter julgado ou a tratado mal pelo o que havia se tornado, mas isso não significava que Katherine estava a aceitando como membro dessa família.

E Ellylan duvidava que algum dia Katherine tivesse coração suficiente para aceitá-la.

Derek parou diante da porta do quarto de Diane quando eles chegaram, fazendo um pequeno movimento com a cabeça antes de se afastar para dar a elas privacidade, pois mesmo que fosse agradável acompanhá-la pelo castelo ao invés de matar demônios, ele não deveria pensar a mesma coisa sobre o que elas estariam conversando nas próximas horas.

Elly ficou agradecida por ele, já que sabia que se fosse Gate no lugar dele, ele faria questão de entrar no quarto da irmã de Maximus e tomar um pouco de chá enquanto participava da conversa.

O tenente conseguia ser ainda mais irritante que Patrick, o que Ellylan considerava quase impossivel.

Ela esperou até que Derek sumisse no corredor para bater na porta do quarto de Diane, mas depois de duas batidas que apenas a levou ao vácuo de encarar a madeira escura e esculpida em detalhes comuns, Elly decidiu entrar sem se importar com a educação que deveria ter. A irmã mais nova dos arcanjos havia falado que a esperaria em seu próprio quarto quando Ellylan pediu para o tenente usar sua mágica de comunicação e perguntar se ela estaria ocupada hoje, então era impossivel que Diane não estivesse presente.

A menos que tivesse esquecido de seus planos com ela, o que era quase impossivel desde que esses imortais se lembravam até de detalhes que considerava desnecessarios. No entanto, o quarto da angelical estava completamente vazio. E considerando de que Elly esperou o suficiente para ouvir qualquer barulho que poderia existir no quarto, ela pode deduzir que Diane não estava no banheiro ou em seu closet.

Ellylan decidiu que esperaria, pelo menos um pouco. A irmã de Maximus poderia ter saído para resolver algo importante que não devia ser deixado de lado naquele momento, principalmente quando o castelo se encontrava tão vazio de pessoas confiáveis.

Caminhando em direção de uma mesa em que Diane provavelmente tomava seus cafés da manhã, colocada ao canto do quarto, Ellylan puxou sua cadeira branca e com uma estampa colorida de flores para que pudesse se sentar, depois que fechou a porta em suas costas para que nenhum dos tenentes presentes visse que ela estava sozinha.

Elly desejava um pouco de paz e ficar fechada no quarto de Diane sem que nenhum tenente estivesse a espionando para que pudesse mantê-la em segurança era algo realmente agradável. Ela também estava feliz com o fato de que eles consideravam a irmã dos arcanjos perigosa o suficiente para que não insistissem em ficar por perto enquanto ambas passavam algum tempo juntas. Claro que Ellylan ouviu alguns murmurios sobre o quanto seria melhor que Katherine estivesse junto, mas ninguém teve coragem o suficiente para ir atrás dela e dizer o que pensavam sobre o assunto.

Aparentemente, ela não era a única que considerava aquela mulher como parente próximo do humor mortal de Meridius.

Ellylan conseguiu contar apenas alguns minutos que se passaram desde o momento que chegou no quarto de Diane, o silêncio estava a deixando tão irritada que nada a impediu de tamborilar seus dedos contra o vidro grosso da mesa em sua frente. Talvez já estivesse lá dentro a mais tempo que imaginava, mas desde que estava tão inquieta, era provavel que só tenha passado 3 minutos de espera.

Então, para se distrair, ela começou a citar em sua mente o alfabeto que havia aprendida na língua original de Maximus que estudou esses dias, mantendo o ritmo de seus dedos ao mesmo das letras, como se uma música estivesse sendo criada. No entanto, Ellylan paralisou no momento em que outro barulho invadiu o quarto.

Foi um barulho de algo caindo, mesmo que estivesse sendo abafado por algo, era impossivel não ouvir o som que veio do closet de Diane. Elly, mesmo sem olhar, sabia que a irmã de Maximus não estava lá dentro quando chegou em seu quarto, então quando prendeu sua respiração após o barulho surgir, levou vários segundos até que ela se movimentasse de novo.

Demônios já haviam invadido esse castelo, sua mente se lembrou, mesmo que fosse ridículo estarem no closet de Diane, eles haviam invadido.

De qualquer maneira, Ellylan não era tão covarde a ponto de chamar Derek ou Morgan para checarem o lugar onde as roupas da irmã dos arcanjos eram guardadas. Deixando de lado esse medo bobo, ela se levantou e caminhou até a porta dupla do closet para segurar em suas maçanetas e abri-lás rapidamente antes que perdesse sua coragem.

E ela foi obrigada a sufocar um grito em sua garganta quando um rato, não muito grande, mas também não muito pequeno, passou por cima do seu pé. Ellylan podia ter desmaiado naquele momento, sem dúvida nenhuma, mas após tirar seus olhos do bicho peludo que correu para se esconder, ela focou sua atenção no closet de Diane. Afinal, se não era suficiente estranho um rato sair correndo de lá, tudo ficou ainda pior quando o cheiro de sangue atingiu o ar que Elly respirava.

O cheiro não era o mesmo de quando sentiu desejo pelo o de Maximus, enquanto o do arcanjo do inferno podia ser comparado com um doce muito bom, esse que invadia suas narinas era algo realmente barato.

Mas ainda assim, era sangue.

Algo que não deveria estar no quarto de Diane.

Ellylan entrou no closet dela, mesmo que tudo o que visse fosse roupas e sapatos, ela não pode evitar ficar fora dele quando o cheiro era tão vivido a ponto de se tornar insuportável. Elly seguiu seus instintos, não certa de que aquilo funcionária, parecia muito improvável seguir o cheiro como se fosse um cão farejador, principalmente quando ele a guiou direto para uma parede cheia de roupas em cabides.

Uma barreira entre ela e o cheiro.

Elly levou suas mãos até as roupas penduradas para empurrá-las até que deixassem a parede atrás a mostra e após fazer isso, acabou se deparando com uma fechadura de porta. Ela jamais imaginou que poderia existir outro comodo naquele lugar, principalmente quando nenhum recorte de porta era visto. Tudo o que Ellylan via era uma maçaneta e desde que podia sentir o cheiro de sangue vindo dessa direção, ela sabia que existia um comodo atrás daquela porta escondida.

E então, sem pensar duas vezes sobre o assunto, Elly a abriu.

Por um momento foi dificil respirar devido ao cheiro forte de sangue que a invadiu, mas não era somente esse o motivo dela ter congelado diante daquele lugar.

Ellylan piscou lentamente, tentando fazer sua mente registrar aquilo como verdade, o que era quase impossivel. Ela podia não entender todas as coisas escritas e desenhadas nas paredes daquele lugar pequeno, formatos horriveis que se tornaram ainda mais assustadores por terem sido feitos com sangue. E Elly podia ter pensando qualquer coisa para justificar o que via, mesmo que parecesse que estivesse em um filme de terror, mas nada podia explicar o motivo de cabelos negros estarem espalhados pelo chão daquele lugar.

Não podia ser dela... Não podia.

Ellylan, realmente, tentou se convencer de aqueles cabelos negros e longos não pertenciam de Niffie, mesmo que combinassem em tudo, ela tentou pelo simples fato de Diane ser irmã dos arcanjos. No entanto, sua mente a lembrou da capa negra e brilhante que pegou para cobrir Niffie... E ela era a mesma do dia em que Elly encontrou Diane no corredor meses atrás quando nem ao menos sabia quem era aquela estranha.

E então, a voz de Meridius surgiu em sua mente tão rapido quanto uma tempestade inesperável.

É como se quem estivesse mexendo com ela fosse aqueles entre os anjos e arcanjos.”

Aqueles que estão entre anjos e arcanjos, que não são fortes como arcanjos, mas que não são fracos como anjos e podem tolerar ainda mais o efeito da magia de demônio...

Um filho de arcanjo.

Diane.

Ellylan fechou aquela porta tão rápido quanto pode, caminhando para trás em total espanto pelo o que seus olhos tinham visto.

Não era verdade...

Todas as respostas que a mente dela havia elaborado para o que viu... Não podia ser verdade.

Contudo, ela tinha que ir atrás de Maximus.

Agora.

Ellylan caminhou até estar fora do closet e ela teria corrido em direção daqueles arcos de pedras que estavam no jardim para encontrar Maximus, caso Diane não estivesse presente no quarto.

E naquele momento, ela estava.

A irmã dos arcanjos estava parada diante dela, com seus braços cruzados em sua frente e seu rosto possuía uma expressão vazia. Os olhos escuros de Diane eram os únicos que demonstravam algo, mas todos os sentimentos presentes ali não eram bons e sem dizer uma palavra, ela conseguiu que Ellylan ficasse parada diante dela sem dizer nada.

— Você parece um pouco pálida, Elly.— Diane falou de maneira fria.

Elly?!

Como ela ousava chamá-la assim depois do que fez com Niffie?!

Depois de tudo que fez a Ellylan também, mas principalmente depois de tudo o que havia feito a seus irmãos.

— Não estou me sentindo bem.— Ela mentiu, pois precisava sair daquele lugar para encontrar Maximus ou seus tenentes.

Elly não era tola, se Diane fosse realmente a traídora daquele lugar, ela não podia se esquecer que sangue sujava suas mãos.

Ela sorriu, um sorriso que poderia ser comparado com o olhar de uma víbora pronta para atacar. E Ellylan estremeceu com a visão, pois diferente de Meridius e toda sua frieza, na irmã dele ela só podia ver a ruindade.

O ódio, principalmente.

— Você deve estar se perguntando o motivo.— Diane a abordou com o assunto rapidamente, fazendo com que Ellylan recuasse para trás.
— Eu estou me perguntando como teve coragem de fazer isso com seus irmãos.— Ela rebateu, sabendo que não deveria enfrentar Diane, que conseguiu enganar todos, inclusive seus irmãos.
Ela deu de ombros.— Não é muito dificil quando todos sentem pena de você.—
— Você machucou Niffie.— Elly atirou aquilo como se fossem facas.— E traíu seus próprios irmãos.—
— Estou ciente dos meus atos.— Ela inclinou sua cabeça para o lado ligeiramente.— Mas estou surpresa por você não estar colocando seu nome nessa lista.—

Bom, Ellylan odiava o fato de ter se tornado canibal, odiava não poder saber quem realmente era antes de chegar no inferno e odiava ter tantos escudos em sua mente a ponto de nem mesmo Maximus poder entrar. No entanto, ela havia escolhido tudo aquilo.

Mesmo que os motivos que trouxeram Elly até Maximus fossem ruins, não tinha como sentir raiva sobre isso quando Dimitrius deu uma escolha para voltar ao seu mundo.

— Ótimo.— Diane voltou a falar.— Eu não desejava levar a culpa por algo que não fiz.—
— O quê?— Agora Ellylan havia ficado surpresa.— Você não...—
— É claro que não.— Ela a cortou.— Eu não a trouxe para o inferno. Meus planos só envolvem derrubar meus irmaos, não destruir uma vida humana.—

— Você está mentindo.—
— Por que eu mentiria?— Diane questionou.— Você descobriu todos os meus segredos.—

Ela tinha razão nisso, pelo menos.

— Mas não posso omitir que pensei que seria útil pra mim, Ellylan, pensei que você podia enfraquecer Maximus quando ele se apaixonasse, assim seria muito mais fácil...— Ela trincou os dentes.— Mas você apenas fez com que ele se fortalecesse.—
— Então como soube que eu me tornaria... isso?—
— Eu fiz minhas pesquisas e vendo sua falta de vontade pela comida, foi um palpite de sorte deduzir o que estava se tornando.— Ela deu de ombros novamente.— Eu ainda podia destruir Maximus usando você.—
— Por que você faria isso com ele?— Ellylan quase rosnou, sentindo uma raiva crescer em seu interior que nunca pensou possuir.— Por que você se aproveitaria da fraqueza dos seus irmãos? Por que você quer destruí-los?—

Por Deus... Ellylan até mesmo podia aceitar o fato dela odiar Niffie a ponto de torturá-la, aceitava também que ela estava a levando a insanidade com aquelas letras e matando aquele homem em seu quarto, mas não podia compreender por que estava traindo seus irmãos.

Eram seus irmãos!

— Porque eu quero mostrar a todos que me ofenderam que uma filha bastarda pode chegar ao poder.— Elly estava prestes a perguntar se aquilo era brincadeira, mas antes que pudesse abrir a boca, ela viu nos olhos escuros de Diane que aquilo não era mentira.— “Aberração do inferno”... Eu ouvi isso tantas vezes, ganhei tantos olhares odiosos que acabei cansando de me esconder atrás dos meus irmãos.—
— Isso é insano.— Ela não conseguiu segurar sua língua.— Eles a amam e não fizeram nada para você agir dessa maneira!—
— Não, eles realmente não fizeram.— Um riso amargo escapou dos seus lábios.— Eles não mataram ninguém que ousou ofender a filha de um arcanjo.—
— Isso é loucura.— Ellylan deixou sua raiva a preencher.— Você está tão louca que esqueceu que podia morrer nesse caminho de traíção... Como chegará ao poder estando morta?—

Se a magia do demônio não a matasse, seus irmãos fariam isso. Caso contrários, os anciões teriam que servir para algo.

— Morrer não esta nos meus planos.— Diane falou de maneira arrogante.— Quem esta nessa lista é você e meus irmãos. Talvez Niffie também, caso ela se torne tão insuportável quanto você.—

Maximus... Ellylan tinha que chegar até ele.

Ou até alguém que considerava confiável.

Ellycaminhou para o lado de maneira lenta, não desviando os olhos de Diane, que naquele momento parecia uma cobra que não podia ser alarmada para dar o bote, mas ela era esperta demais para não perceber o que estava fazendo.

— Você não pode fugir.— Foram as palavras dela.

E, realmente, Ellylan não discordava de Diane. Afinal, seria impossivel sair desse quarto inteira sem causar algo a essa mulher traidora, então quando ela caminhou para o lado, sua intenção não era chegar até a porta, mas sim até a penteadeira que estava próxima para que pudesse pegar a bandeja grossa e prateada que estava a baixo de vários perfumes.

Elly agiu de forma rápida depois disso, tão rápida que ouviu o som dos perfumes encontrando o chão ao mesmo tempo que acertava aquela bandeja pesada no rosto de Diane. A pancada foi o suficiente para deixá-la atordoada, mas Ellylan não perdeu seus preciosos segundos para sair correndo daquele quarto, mesmo que a visão dela se curvando e gritando fosse algo realmente agradável de se ver.

Diane era uma imortal e logo ela estaria recuperada como se nada daquilo tivesse, nesse meio tempo Elly teria que estar pelo menos próxima de alguns dos tenentes. Sua intenção era pedir ajuda para os soldados que eram estatuas nos corredores, eles provavelmente poderiam chamar até mesmo Maximus com essa conexão de mentes que existia entre eles. No entanto, quando Ellylan finalmente chegou ao corredor, todos os soldados que ela conseguiu enxergar naquela parte do castelo eram apenas corpos sem vidas, com sangue escorrendo até mesmo por seus olhos.

Ellylan grunhiu naquele momento, pelo desespero e raiva por Diane ter matado mais pessoas inocentes.

Deixando de observar todos os corpos naquele corredor, Elly começou a correr por ele antes que Diane saísse do quarto, principalmente agora que ela tinha a irritado. Os planos dela era encontrar Morgan ou Derek, mesmo que...

Uma mão agarrou os cabelos de Ellylan com força o suficiente para que lágrimas nascessem em seus olhos e quando a força foi usada para puxá-la pra trás, foi inevitável não deixar que elas rolassem por seu rosto.

Ela perdeu o seu equilibrio quando outro puxão forte ocorreu, seu corpo foi direto para o chão e nesse momento Ellylan pode ver que não havia ninguém a puxando, mesmo que sentisse uma mão em seus cabelos, ninguém estava próximo dela.

Diane estava parada no corredor e com suas mãos estendidas a sua frente, ela ignorava totalmente um liquido negro que estava escorrendo por seu nariz e murmurava palavras tão rápidas que era impossivel compreender o que falava. No entanto, quando a irmã dos arcanjos disse a sua última frase, Elly foi arrastada pelo corredor com aquela mão invisivel em seus cabelos a puxando até que estivesse aos pés de Diane.

Ellylan gritou naquele momento pela dor que aquilo causou e não tentou resistir quando aconteceu, pois não pretendia perder seus cabelos por causa de uma força sobrenatural que não podia vencer e muito menos entender.

Ela agradeceu mentalmente quando o aperto desapareu ao parar diante de Diane, mas foram apenas segundos de glória antes que a irmã de Maximus a chutasse em seu queixo com força o suficiente para fazê-la sentir o gosto de sangue em sua boca.

— Você acha que pode sobreviver a imortais, Ellylan?— Diane perguntou em deboche e a presenteou com outro chute, mas em sua barriga dessa vez.— Tão tola e inútil.—


Ellylan levantou seus olhos em direção dela, tentando procurar algo que pudesse ajudá-la a se livrar da irmã dos arcanjos ou ela estaria a matando ali mesmo nos próximos segundos. Contudo, tudo o que viu foram corpos e janelas...

Janelas que estavam em todos os lugares e grandes o suficiente para uma queda.

Isso podia ser perigoso, podia matar Elly se algo desse errado, mas ela não tinha opção. Sua única opção era deixar que Diane a matasse de maneira cruel ou arriscar sua vida em uma queda. E Ellylan não tinha duvidas sobre qual seria a sua escolha.

Ficando de pé em um movimento rápido para que Diane não a fizesse voltar até o chão, Elly usou suas mãos e a força do seu corpo para empurrar aquela mulher traídora em direção da janela mais próxima, usando o corpo dela como um escudo para si mesma quando o vidro não suportou o peso delas e quebrou em diversos pedaços.

E então, elas caíram.

Foram apenas segundos até elas encontrarem o chão do lado de fora do castelo e apesar de terem estado no segundo andar do castelo, Ellylan sabia que a grama não seria o suficiente para amortecer sua queda caso outro corpo não tivesse ficado a baixo dela. Afinal, mesmo ficando em cima, a sensação que teve foi a de que tinha sido atropelada por um caminhão, principalmente quando abriu seus olhos e recebeu a dor de uma vez só em todo o seu corpo.

Alguns cacos das janelas haviam atravessado a carne do seu corpo, lhe causando ainda mais sofrimento quando tentou se mover de cima de Diane. A outra mulher estava inconsciente, permitindo que Elly tivesse algum tempo para se recuperar daquela queda e ela ficou feliz pelo simples motivo de não estar no lugar de Diane, pois teria morrido.

O corpo inteiro dela tremeu quando tentou ficar em pé, Ellylan sentia seu sangue escorrendo por diversas partes do seu corpo e viu isso como isso aviso de que ela não estava melhor que Diane. E quando seus olhos foram para a irmã dos arcanjos, tentou novamente se levantar para começar a se mover para os portais que estavam do outro lado do castelo.

Não estavam longe e seria muito mais rápido atravessar um deles e encontrar ajuda do que ir atrás dos tenentes presentes no castelo. Elly não queria aceitar a opção de que eles poderiam estar mortos como o resto dos soldados no corredor, mas também não arriscaria voltar para aquele labirinto sem fim e descobrir a verdade.

Ellylan ficou de pé com dificuldade e respirar lhe dava a sensação de que pregos haviam sido enfiados em seus pulmões, e por causa disso, tinha quase certeza de que havia quebrado algumas costelas. Em seu caminho para se levantar, ela pegou do chão um pedaço de vidro com uma ponta, não pretendendo usá-lo para machucar Diane, mas se não tivesse opção, Elly faria sem questionar.

Maximus nunca havia lhe dito como matava angelicais ou anjos, em seus treinos ela aprendeu como matar demônios e quando disse que não desejava nem ao menos fazer isso, o arcanjo do inferno apenas a ensinou a se defender o tempo necessário até que ele aparecesse para ajudá-la.

Esse era o seu único plano caso não conseguisse chegar ao portal a tempo.

Ela deu seus primeiros passos em direção que considerava certa para levá-la até os arcos de pedras, mas congelou em seu lugar antes que tivesse a chance de avançar para longe de Diane.

Katherine.

A filha de anjos estava paralisada, tão congelada quanto Ellylan e seus olhos observavam todo aquele cenário de maneira incrédula.

— Ellylan...— Ela sussurrou o seu nome.— O que você fez?!—
— Fique longe de mim.— Elly falou no momento em que Katherine se moveu um pouco, levantando aquele caco de vidro inútil para intimidá-la.

Katherine e Diane eram amigas próximas e nada a impedia de ser sua cúmplice nessa loucura. Principalmente quando ela nunca demonstrou qualquer afeto por Ellylan.


— Está me ameaçando?— Katherine pareceu ofendida.— Com um caco de vidro?—
— Diane... Ela traiu Maximus e machucou Niffie.— A outra mulher ficou sem nenhuma expressão naquele momento.— E você é amiga dela.—
— O que você esta falando?—
— Eu estou falando que Diane é a traídora!— Ellylan explodiu, apertando aquele caco em sua mão enquanto o mantinha em direção dela.
— Você está louca!— Katherine exclamou.

Bom, Elly também desejava compartilhar a mesma opinião, mas era quase impossivel depois de tudo o que viu no quarto secreto de Diane.

— Diane confessou tudo.— Ela falou em um sussurro, tentando decidir se confiava em Katherine ou não. A mulher arrogante se mostrava chocada demais para que pudesse saber tudo o que sua amiga fazia.— Ela quer se vingar por todas as vezes que a rebaixaram por ser uma bastarda.—

A filha de anjos a olhou de maneira incrédula, apesar de continuar em silêncio e permitir que deixasse seus olhos vagos por alguns segundos.

— Maximus está vindo.— Katherine disse rapidamente, deixando claro que havia se comunicado com ele.— Ele pediu para que eu a proteja enquanto não encontramos Derek e Morgan.—
— Eu não confio em você.— Ellylan falou, pois nada o que ela estava falando podia ser verdade. Afinal, a angelical deveria estar criando um plano perfeito em sua mente para ajudar Diane.
— E eu não gosto de você.— Katherine cuspiu suas palavras.— Mas sou leal a Maximus.—

Elly observou a outra mulher com cautela, não sabendo se deveria acreditar nela. No entanto, saber que a possibilidade de Maximus estar a caminho fez com que seu coração se acelerasse em batidas fortes pelo desespero de desejá-lo presente.


— Morgan e Derek estão a caminho também.— Katherine voltou a falar, não movendo nenhum músculo para não deixá-la assustada.

Ellylan suspirou, se lembrando do dia em que Maximus disse que ele e seus irmãos cuidaram dessa filha de dois anjos como se fosse uma irmã, devido ao fato de ter sido renegada por diversas raças. E que a própria Katherine havia escolhido viver no inferno pelo simples fato de ninguém ter moral para chamá-la de monstro.

Ela era como Diane.


Mas talvez não fosse tão rancorassa quanto a verdadeira irmã dos arcanjos. Katherine poderia se sentir agradecida por tudo o que os arcanjos fizeram por ela, ainda mais quando havia sofrido tanto por tudo o que aconteceu em sua vida.

Alias, Diane nunca havia sofrido como Katherine, talvez fosse um incomodo pessoas a chamando de aberração, mas ela nunca teve que perder suas asas, nunca teve que viver uma vida em que o toque significava a morte.

A mulher em frente a Ellylan entendia o que era dor, entendia o que era ser fiel a pessoas que cuidaram dela em momentos dificeis. E se ela tivesse que escolher entre Katherine e Diane como um palpite de quem seria a traídora, sem dúvidas a escolhida não seria a irmã dos arcanjos. Afinal, Diane não entendia nada sobre o que era se sentir rejeitada quando era comparada com a sua amiga.

Ellylan soltou o caco de vidro naquele momento.

Se Katherine desejasse vingança pelas pessoas que a negaram por ter nascido diferente, ela seria muito mais brilhante do que Diane e não precisaria de ajuda, pois aqueles que conheciam o verdadeiro significado da palavra ódio, não precisavam de cúmplices. Apenas essa simples emoção já era o suficiente para movê-la em sua vingança.

Pelo menos era isso que Elly imaginava. Além do mais, quando Katherine disse que era leal a Maximus, algo em seus olhos fez com que ela não duvidasse de suas palavras, mesmo que a outra mulher fosse amiga de Diane e...

— Não!— Katherine gritou, se lançando em direção de Ellylan para agarrá-la por seus braços e puxá-la de onde estava.

Tudo ocorreu muito rápido para que a mente dela pudesse compreender o que exatamente havia acontecido. Em um momento Katherine estava parada em sua frente e no outro estava a puxando para trocarem de lugar e usando seu corpo como um escudo para proteger Elly, a derrubando no chão quando a mesma perdeu todo o controle dos seus movimentos. Em seguida, o som de um grito cheio de dor invadiu os ouvidos dela, quase a deixando surda desde que a outra mulher estava em cima do seu corpo.


Katherine estava se contorcendo muito e Ellylan aproveitou o momento correto para se mover de baixo dela quando a filha de anjos quase tirou todo o seu corpo de cima do dela. Ela se arrastou para o outro lado rapidamente e acabou ficando horrorizada quando viu o por que de Katherine estar gritando tanto.

Bem ao meio de suas costas existia uma adaga enfiada até quase a Lâmina não aparecer mais. No entanto, o pouco que era visivel dela, Elly pode ver que existia um liquido negro escorrendo por toda ela.

Ellylan levantou seus olhos para ver Diane, a outra mulher não estava mais inconsciente no chão por causa da queda. Na verdade, ela estava sentada no mesmo lugar onde esteve antes, mas com a barra do seu vestido levantada até quase em seus joelhos, mostrando um pedaço negro de couro amarrado a sua perna que era próprio para guardar Lâminas pequenas.

— O que você fez?— Ellylan sussurrou, olhando para Katherine que esticava seus braços para trás com a intenção de arrancar aquela adaga de sua carne, mas falhando em todas as suas tentativas. Elly engatinhou até ela, não podendo aguentar o desespero dela sendo que podia fazer ela mesmo aquilo que desejava. Contudo, quando pegou no cabo da adaga, foi impossivel não ignorar o riso de Diane.
— Você vai matá-la.— Foram suas palavras, deixando Ellylan congelada.
— Ela é sua amiga.— Elly falou com lágrimas se formando em seus olhos.— Ela era sua amiga.— Sussurrou.

Como Diane podia dizer tais palavras tão friamente?

— Quando vai entender que não me importo com essas pessoas?— Disse ela calmamente, como se estivesse apenas escolhendo a próxima cor do vestido que usaria.

Seus olhos foram para Diane naquele momento, sabendo que seu olhar de ódio não faria nenhum efeito para ela mesmo que desejasse isso. E Elly soube que se fosse tão perigosa quanto as pessoas presentes naquele jardim, ela estaria matando a irmã de Maximus da maneira mais cruel que podia existir.

Diane se moveu para alcançar outra adaga escondida em sua perna, a Lâmina estava tão limpa que chegava a ser brilhante, mas no momento que ela passou na palma da sua mão e a forçando para que um corte se formasse em sua pele, a adaga estava suja com o liquido negro. Não sangue, mas sim algo grosso e preto.


— Agora, é a sua vez de morrer.— Ela disse com um sorriso frio em seus lábios.

Ellylan ficou imóvel, não sabendo ao certo o que deveria fazer. Ela não podia deixar Katherine sozinha com aquela mulher e muito menos tinha capacidade de se levantar para tentar carregá-la em suas costas. Diane também parecia não conseguir se levantar, mas isso não a impediu de enfiar uma Lâmina nas costas da sua melhor amiga.

— Vá embora.— Katherine gemeu.— Encontre Derek ou Morgan.—

Ela não podia.

Se Ellylan fizesse isso, Katherine estaria morta.

Olhando para a filha dos anjos, que parecia estar a beira de um desmaio, foi impossivel não levar uma das suas mãos até tocar o rosto dela. Katherine tentou se mover, como se o toque de Ellylan fosse tão ruim quanto a adaga em suas costas, é claro que ela não se ofendeu por isso, não quando sabia que ela odiava tudo isso.


— Eu não vou abandoná-la.— Ellylan falou.— Confio nas suas palavras quando disse que Maximus e seus tenentes estavam a caminho.—
— Tola.— Katherine murmurio com raiva.— Humana tola.—

Ellylan podia ter sorrido naquele momento, aceitando o fato de que Katherine nunca iria gostar dela. No entanto, se seus lugares estivessem trocados, a outra mulher jamais saíria correndo para deixar ela e Diane sozinhas.

Ignorando seus pensamentos, Elly olhou ao redor para buscar opções que a ajudassem a formar um plano, qualquer coisa que pudesse proteger a ambas, pois Ellylan não estaria aceitando a morte tão facilmente.

— É o suficiente.— A voz de Derek invadiu o lugar, tão fria e vazia que ela teve que encontrá-lo com seus olhos para confirmar se era ele mesmo.

O tenente estava segurando uma enorme arma de fogo em seus braços e apontava para Diane sem nenhuma dúvida sobre o que fazer caso ela reagisse. Morgan caminhava atrás dele, com duas espadas longas e finas em suas mãos.

O desejo dela foi de chorar ao vê-los naquele momento, mesmo que sua mente gritasse para matá-los por terem demorado tanto... E onde estava Maximus?!

Pelo menos, a presença dos tenentes foi o suficiente para que Diane soltasse a adaga no chão para não tentar lutar contra eles. O que deixou claro para ela que fama dos tenentes do arcanjo não eram apenas mentiras.

Elly suspirou, soltando o ar dos seus pulmões tão lentamente que parecia ser a primeira vez que estava respirando depois da sua queda pela janela. A ideia de saber que existiam mais pessoas ao seu redor para deter Diane era muito mais reconfortante, ainda mais quando Katherine estava em um estado tão lamentável do qual ela não compreendia nada.

Morgan ao ver a filha dos anjos caminhou em sua direção e se abaixou ao lado oposto de Ellylan, deixando suas lâminas no chão para que pudesse tocar as costas dela ao redor da adaga cravada em seu corpo.

— Está envenenado.— Ele falou de maneira amarga.— Se eu tentar removar a lâmina do seu corpo o veneno irá se espalhar por seu sangue ainda mais.—

— Ela vai ficar bem?— Ellylan perguntou com a voz trêmula

— Sim, mas só Maximus ou algum dos arcanjos pode ajudar.— Ele encarou Elly pela primeira vez, notando o quão suja de sangue estava e como sua aparência era horrível.— Você esta bem?—

— Sim, estou. Apenas tive que ser criativa para me defender.—

Um sorriso irônico cresceu nos lábios do tenente, um momento inapropriado para fazer isso desde que a situação presente era bem complexa.— Maximus irá surtar com essa criatividade.—

Elly suspirou aliviada, mesmo que fosse motivo de mágoa Diane ser a traídora e o líder que os demônios diziam seguir, isso havia acabado. Vê-la na mira de Derek sem ter o que fazer além de se manter imóvel e aceitar seu fracasso fazia Ellylan pensar que pessoas inocentes não iam mais morrer.

No entanto, Maximus... Ele a amava como se fosse sua irmã de todo sangue e a amaria mesmo se não compartilhasse metade desse sangue que os uniam como irmãos e esse tipo de amor deveria ter sido suficiente para Diane. Seus irmãos, não apenas Maximus, sofreriam muito com essa perda.

Uma lágrima escorreu por seu rosto, pois sabia que os arcanjos não seriam os únicos a sofrer com esse segredo revelado. Haviam os tenentes que conviveram com ela tempo o suficiente para amá-la e também tinha Niffie, Katherine... Todos formavam uma grande família e Elly não conseguia imaginar o quão triste isso poderia ser, ainda mais quando essa união foi mantida por mais séculos do que conseguia contar.

É claro que Ellylan se sentia um pouco afetada por causa de Diane ser essa pessoa que tentou prejudicá-la, mas desde o momento que foi encontrada por Maximus naquele pântano, ela se tornou mais próximos dos tenentes do que as mulheres que moravam no castelo. A única que realmente podia se considerar mais próxima era de Niffie e nem ao menos podia chamar isso de amizade já que elas não se viam com tanta frequência.

E a ideia de saber tudo o que Diane fez a deixava com raiva o suficiente para querer matá-la, não chorar por sua traição, mesmo que seu coração doesse por imaginar como o seu arcanjo iria se sentir sobre esse assunto.

Elly desviou seus olhos para o outro lado, não desejando que Morgan a visse chorar. Ela não tinha motivos para chorar e não...

Ellylan prendeu sua respiração quando, não muito longe deles, viu uma névoa negra avançando em direção deles. Se fosse alguma névoa comum, isso não seria motivo para deixá-la assustada, mas o diferente já começava com a cor dela e por estar tão rente ao chão. E nada se tornava melhor quando tudo o que ela tocava virava algo completamente sem vida em questão de segundos.

As árvores, as flores e a grama que eram de um verde vivo tão chamativo se transformavam na cor cinza que provavelmente se desmanchariam com um simples toque.

E aquilo se aproximando cada vez mais rápido.

— O que é isso?— Ellylan perguntou quase sem fôlego para Morgan, o fazendo olhar para a mesma direção que ela devido a sua aflição.
— Maximus.— Um sorriso diabólico cresceu nos lábios dele.— Isso é Maximus.—


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