Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 18
Capítulo 18




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Quatro dias haviam se passado desde que Maximus foi até a dimensão de seu irmão mais velho com Ellylan para que Edward pudesse ver o rosto da mesma e tentar reconhece-la. No entanto, tudo acabou saindo do controle e parecia que um botão para que Ellylan se tornasse mais enigmática do que já era acabou sendo acionado nessa viagem de uma dimensão para outra. E durante esses quatro dias, o arcanjo do inferno teve que evitar Meridius com suas perguntas sobre o motivo de Ellylan ter sumido durante a noite e no dia seguinte ter encontrado uma família de coelhos mortos próximo ao local em que ela foi encontrada.

Ficou obvio com essa noticia de que foi Ellylan que matou aqueles animais e tudo fazia mais sentido quando ela estava completamente suja de sangue quando foi encontrada, mas Maximus não conseguia entender o motivo dela ter matado animais tão inocentes. Meridius não sabia que Ellylan foi encontrada suja com sangue, pois seria fácil para ele juntar as peças daquele quebra-cabeça infinito assim como Maximus juntou, mas o anjo fez tudo o que era possível para que seu irmão mais velho esquecesse o assunto com a intenção de proteger Ellylan.

E Meridius também não foi o único que Maximus passou a evitar com frequencia, Ellylan acabou entrando nessa lista quando deixou o anjo confuso sobre se realmente deveria iludi-la para conseguir chegar onde realmente ela desejava. No momento em que o arcanjo a encontrou, ele ficou decidido em seguir o conselho de Meridius, mas após o beijo que Ellylan lhe deu em seu rosto, toda sua decissão acabou se dissipando por causa da bondade evidente que existia no interior daquela humana que deveria sentir pavor ao estar ao seu lado. Maximus não conseguia imaginar como poderia ser capaz de quebrar o coração dela quando Ellylan não o via mais como um monstro.

Maximus teve quatro dias para pensar sobre o assunto em quanto ouvia os choros de Elly durante toda a noite até que ela caísse em um sono profundo, ouvindo seu sofrimento, o arcanjo apenas conseguia pensar em uma opção das duas escolhas que ele possuía... Ele teria que seduzi-la como seu irmão disse, pois a maneira mais honesta de se fazer não os levaria a nada. Como se não bastasse, também haviam as palavras insanas de Edward em meio disso e os momentos inconsciente que Ellylan fazia coisas surpreendentes para uma humana.

O arcanjo possuía uma leve sensação de que um relógio marcava a vida de Ellylan, mostrando que o tempo dela estava acabando e que logo se tornaria um “monstro”, como Maximus não sabia exatamente do que Edward falará e esse relógio continuava a marcar o tempo, ele teria que agir da maneira mais fácil, mesmo que Elly passasse a ódia-lo depois disso. E seu ódio não o surpreenderia, pois seria apenas uma questão de tempo para que ela caísse em si sobre quem realmente era o anjo.

Maximus suspirou quando todos os problemas que estava passando se debateram com força contra sua mente, ele definitivamente havia sido treinado para lidar com tudo aquilo, mas nenhum dos antigos imperadores explicaram como lidar com uma humana que aparentemente estava passando a gostar até demais dele. E o pior de tudo isso, era que nenhum dos imperadores disseram com exatas palavras como ele poderia deixar de se importar com uma humana e odia-la como todos os imortais odiavam.

No entanto, em quanto tentava decifrar esse odio dos imortais pelos humanos, Maximus acabou parando para olhar pela janela do corredor que estava passando quando ouviu a voz de Ellylan vindo la de fora. Ela estava próxima da fonte que se encontrava no jardim do castelo, pegando várias flores que cresciam em volta dele para colocar na trança que havia feito em seus cabelos negros e lisos. Ellylan estava acompanhada de Marie e Morgan, que explicavam para ela o motivo dos cachorros do nivel 2 serem tão deformados e assustadores.

Esse assunto não deveria ser falado para alguém que tinha medo de até mesmo entrar no oceano, mas Maximus não pode deixar de notar o interesse de Ellylan no assunto em quanto seu soldado e empregada falavam. O arcanjo não pode deixar de soltar outro suspiro ao pensar que essa noite Elly perderia seu sono completamente por causa dessa conversa, exatamente como perdeu quando Maximus decidiu brincar com ela para ver o quão corajosa podia ser.

O arcanjo desviou seu olhar da janela quando sentiu Diane se aproximar, a permitindo ficar próxima dele para que pudesse ver o que o intrigou para deixar de seguir seu caminho naquele corredor.

Os olhos escuros de sua irmã não demoraram nem um segundo para encontrar Ellylan lá em baixo, deixando obvio que ela sabia exatamente o que seu irmão mais velho estava observando antes. Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Diane após colocar um de seus braços em volta do corpo de Maximus para que o arcanjo pudesse abraça-la. Em nenhum momento os olhos escuros dela deixaram de observar cada movimento delicado que Ellylan fazia.

— Ela realmente fica linda quando usa as flores para enfeitar os cabelos.— Diane disse para quebrar o silencio.

— Você também ficava linda quando fazia isso, D.— Maximus falou para não fazer exatamente o que sua irmã desejava: concordar que Ellylan era a mais bonita de sua dimensão. Ela provavelmente ficaria eufórica se ouvisse o arcanjo admitir que achava aquela humana, tão facilmente quebravel, um mulher linda.

— Sim, mas comigo você não podia imaginar uma longa historia de amor em um campo com sua amada caminhando ao seu lado em quanto o cheiro das flores de seu cabelo era uma forma de sedução para fazê-lo beijá-la.—

Maximus olhou para Diane como se ela fosse uma aberração de outro mundo, usando uma de suas mãos que estava ao redor de seu corpo para empurrar sua cabeça para baixo e bagunçar seus cabelos castanhos em uma provocação.

— Cala-se.— O arcanjo riu.— Agora você me fez imaginar tudo isso acontecendo com você.—

— Bem, pelo menos antes você estava imaginando com Ellylan.— Ela deu de ombros em quanto arrumava seus cabelos.— Não tem importância se agora esta traumatizado.—

— Eu não imaginaria uma vida romantica ao lado de uma humana, D.— Maximus bagunçou seus cabelos novamente depois que ela os arrumou para provocá-la.— Não perca seu tempo pensando bobeiras.—

— Mas isso não significa que não se importa.— Diane falou, dessa vez se afastando para que o anjo não bagunçasse mais seus cabelos.

Maximus voltou sua atenção novamente para Ellylan, que estava sentada na beira da fonte do jardim que dessa vez ouvia as historias de Morgan com o seu filho tão protegido. Sua irmã logo se colocou ao seu lado para poder compartilhar a mesma vista dele.

— Eu não deveria me importar tanto, não é mesmo?— O arcanjo perguntou em um tom baixo, tão calmo que nem ao menos parecia que Maximus tinha um certo medo de acabar se aproximando demais de Ellylan.

— É primeira vez em séculos que você se importa com algo além de matar as almas do inferno, Maximus.— Diane falou seriamente.— Não espere que eu concorde com os metódos de Meridius para resolver o assunto dela... Todos nós sabemos o motivo do por que você ser o escolhido para governar o inferno.—

Maximus olhou para a moldura da janela por um momento, fazendo questão de se lembrar do quão cretino seria ao seduzir Ellylan com a intenção de ajudá-la quando ele foi escolhido entre seus irmãos para governar o inferno pelo simples motivo de se importar com o próximo.

Sim, seus pais estariam completamente orgulhosos dele nesse momento.

— Desista,— Maximus se virou para Diane.— Ellylan é apenas uma humana que logo voltará para sua dimensão e se seu destino for permanecer aqui, em algum momento sua vida mortal irá acabar. Ela não server para mim.—

— Claro, Ellylan aparece vestindo sua camisa e você quer que eu acredite nessas desculpas.—

— Eu pensei que deixei claro ao falar que sua roupa foi suja de sangue quando Edward explodiu.—

— Eu acho que você deveria parar de me tratar como idiota.—

O arcanjo sorriu para sua irmã, notando como era natural fazer isso para Diane e tão complicado quando se tratava de outras pessoas. Maximus compreendia o motivo de ser fácil e não negava de maneira alguma que ele a amava mais do que qualquer coisa nesse mundo que ele conhecia. Haviam poucas coisas que o arcanjo não faria para sua pequena irmã, poucos motivos que não mataria por ela.

— Você deveria ser uma boa irmã e não dizer coisas que me levam a crer que está tentando me apaixonar por uma humana.— Maximus deu enfase em suas palavras.— Sendo assim, posso tentar deixar de pensar em você como uma pequena idiota.—

Diane o encarou com uma expressão rabugenta, sabendo também que era loucura que esperasse que um imortal se apaixonasse por uma mortal. Ela mais do que ninguém sabia que isso apenas traria problemas para Maximus. — Mas você não pode negar o que Ellylan sente por você.—

— Eu não sei o que ela sente por mim.— Ele tentou botar um ponto final no assunto.

— Oh, por favor.— Diane debochou.— Nesses ultimos quatros dias que você se manteve longe para organizar seu trabalho com as almas todas as vezes que ela o via seu coração humano disparava de uma maneira que podia ser ouvido do meu quarto, e devo ressaltar que não era por medo.—

Maximus desejou virar em direção de sua irmã novamente, mas não virou, pois ela podia facilmente decifrar em seu olhar tudo o que havia conversado com Meridius. E se Diane descobrisse esse plano, ela faria qualquer coisa para impedir que isso chegasse ao ponto de se tornar uma realidade.

— Não existe nada que posso fazer sobre isso, Diane.—

— Seria um bom começo se você deixasse de ser um cretino insensivel.— Sua irmã murmurio e quando Maximus olhou para ela por causa do insulto, ela sorriu angelicalmente.— Estou falando sério.—

— Eu também.—

— Max, eu não quero que você se apaixone por Ellylan, pois sei que em algum momento ela irá embora ou morrer e isso causará seu sofrimento... Mas quero que entenda que não deve tratá-la apenas como uma “humana que irá embora”, você foi capaz de construir amizades com seus tenentes e amar Katherine de uma maneira como se fosse sua irmã,— Diane falou.— Tente fazer isso por Ellylan também e essa será a solução mais rápida para quebrar os escudos da mente dela.—

— Nós já conversamos sobre isso e eu concordei com você.— Maximus a lembrou.

— E já se passaram dias desde que essa conversa ocorreu e não vi nada do que conversamos acontecendo.— Sua irmã desviou seu olhar em direção da janela.— Você prefere observá-la de longe ao invés de estar junto dela... Até parece que está tentando evitá-la.—

E Maximus estava, pois o arcanjo precisava pensar sobre tudo o que Meridius e Edward falaram sobre Ellylan, e estar perto dela não parecia ser a melhor forma de racicionar sobre o assunto. Além do mais, ele aproveitou todo esse tempo para colocar seu trabalho de governador do inferno em ordem em quanto tentava entender o que significava os sete pecados capitais para aquele anjo insano que engoliu todos os pregos de sua cela. O único lado bom de tudo isso era que Maximus fez Dimitrius acreditar que ele realmente não precisava mais da ajuda dele para fazer seu trabalho em julgar os niveis em que as almas ficariam. Seu irmão mais novo reconheceu, assim como Diane, que o anjo que nasceu para reinar no inferno estava de volta e não tentaria mais explodir todas as almas como desejou na última vez pelo simples motivo de estar cansado.

— Estive ocupado nos últimos dias.—

— Bem, agora não está.— Diane falou com uma carranca.— Vá falar com Ellylan como alguém que recebeu uma boa educação.—

— Não tenho nada para falar com ela nesse momento.— O arcanjo falou se afastando da janela para que pudesse continuar a fazer seu caminho no corredor que o levaria para o seu quarto, mas antes mesmo que tivesse a chance de passar por sua irmã, ela pegou uma parte de sua asa e cravou suas unhas bem afiadas nela, fazendo com que o anjo loiro congelasse no lugar.

Diane fez questão de usar sua força naquele movimento, deixando que Maximus sentisse uma leve dor por sua irmã ter feito aquilo justo em uma parte sensível de suas asas. E aquela dor apenas aumentou quando ele se movimentou para encontrar os olhos escuros de Diane.

— Vá falar com ela.— Sua irmã falou pausadamente após encontrar os olhos do arcanjo e Maximus viu naqueles olhos exatamente iguais aos de Meridius que ela usaria mais força se o arcanjo continuasse a fazer o caminho contrário do qual ela desejava.

— Tudo bem!— Maximus disse quando Diane usou mais força em sua asa por causa do silencio, o soltando finalmente com sua resposta que a deixou satisfeita.

Maximus revirou seus olhos por causa do sorriso que estampou o rosto de sua irmã quando ele estava se virando para pegar a direção que o levaria até Ellylan e não ao seu quarto.

— Max,— Diane o chamou, mas o arcanjo não se virou, ele decidiu que era correto ignorá-la em quanto caminhava para sair de dentro do castelo e ir até o jardim.— Não esqueça de ser educado ou a próxima coisa que se afundará em suas asas será minhas laminas.—

E ainda haviam pessoas que consideravam Diane uma dama dócil... Era realmente uma pena que as mesmas não estivessem presentes para ouvir suas ameaças ditas em um tom alegre.

Morgan, Maximus contatatou a mente de seu soldado que estava junto de Ellylan após se afastar de sua irmã.

Imperatore.

Deixe Ellylan sozinha no jardim e leve Marie junto, Maximus pediu no mesmo momento em que o soldado o respondeu, E mantenha seu filho longe em quanto eu estiver com ela.

Vejo que não está no humor para compartilhar aquilo que é seu, Imperatore. Morgan disse em um tom de respeito, mas mesmo assim a provocação ficou clara em suas palavras.

E eu vejo da onde seu filho puxou o humor masoquista.

É um dom da nossa genética, Imperatore.

Maximus decidiu ignorar o seu soldado da mesma maneira que ignorou sua irmã, parecia que todos no castelo haviam tirado o dia para fazer brincadeiras com o arcanjo, não temendo nem um pouco o que poderia acontecer com suas vidas ao provocarem um anjo que não deveria ter nenhum tipo de humor quando governava a pior das dimensões.


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