Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 17
Capítulo 17




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Ellylan atravessou o arco de pedras que a levaria para o inferno sem precisar estar nos braços do arcanjo, mas precisou agarrar o seu punho com a ideia de que a travessia só funcionou por estar junto com Maximus. Ela não entendia o que acontecia exatamente para ir de um lugar para outro atravessando apenas um arco, então não riscaria as chances de tudo dar errado quando não fazia ideia se tudo ocorreu bem com todas as pessoas que já o atravessou.

E graças a esses poderes angelicais que ela nem ao menos conhecia direito, Maximus conversou com seu irmão mentalmente, avisando-o que já havia encontrado Ellylan e que estavam indo embora para sua dimensão. Elly percebeu que o anjo loiro estava fazendo tudo o que era possível para não encontrar Meridius em quanto ela estava suja de sangue, pois ambos sabiam que ele não aceitaria tão facil esse pequeno fato como Maximus aceitou.

Ellylan apenas estava feliz por ter sido Maximus o primeiro a encontrá-la e não o arcanjo do paraíso, pois ela sabia que Meridius apenas a empurraria do penhasco ao invés de fazer o que Maximus fez. E bom, por mais que estivesse evitando pensar no por que de ter acordado no meio do nada e suja de sangue, Elly pode ver em meio dessa experiencia horrivel que Maximus era capaz de ser duas pessoas diferentes e era realmente uma pena que só agradasse a ela uma de suas personalidades.

Porém, Ellylan mal estava conseguindo pensar sobre tudo o que aconteceu naquela manhã, pois além de caminhar toda a floresta para chegar até o arco de pedras que ficava ao lado do castelo de Meridius, Maximus a fez caminhar ainda mais quando chegaram no inferno. O anjo alegou que ela não poderia entrar em seu castelo suja de sangue, ainda mais quando as noticias corriam rapidamente para outras dimensões e tinha o risco de Meridius saber que Ellylan chegou completamente suja com sangue depois de passar uma noite no paraiso. E para evitar qualquer problema, Maximus desceu com ela até a praia.

Ellylan mal conseguia respirar quando suas sapilhas negras passaram a tocar a areia e ela nem ao menos precisava falar as diversas pausas que eles tiveram que fazer em quanto faziam o caminho que os levaria até aquele oceano sem ondas. Maximus já estava ficando sem paciencia quando Elly parou pela quinta vez para reclamar que não aguentaria mais e quando o anjo loiro a olhou fuziladoramente, isso fez com que ela continuasse a seguir o caminho novamente e sem pausas para respirar.

No entanto, todo o seu cansaço desapareceu quando Ellylan se tocou de que iria ter que entrar no mar, sendo que sua ultima experencia com a água não foi algo realmente bom. Maximus, que antes olhava para aquele oceano sem fim fixamente, se virou em sua direção quando percebeu que Elly já não caminhava mais para ficar próxima dele.

— Não se preocupe, fique no raso e não terá o risco de se afogar.— Ele disse buscando os olhos dela que dessa vez planejavam uma fuga para não ter que entrar nesse mar.

— E os animais?— Ela perguntou.— Você disse que existiam animais gigantes dentro do oceano.—

— Bem, pela lógica, esses animais ficariam bem a mostra se estivessem próximos de nós.— Maximus disse ironicamente, caminhando para ficar próximo dela.— Agora, tire seu vestido e entre no oceano.—

— Meu vestido?!— Ellylan perguntou com seu coração indo parar em sua garganta, sentindo todo o seu corpo esquentar.— Eu posso entrar no oceano com ele.—

— Não, eu irei queimá-lo.— O anjo falou sem brincadeiras.— E se não deseja que isso aconteça em seu corpo, tire-o.—

Ellylan o encarou com uma expressão totalmente incrédula, não podendo acreditar que o anjo a fez caminhar até a praia para depois fazê-lo voltar quase nua.

— Elly, não se esqueça que eu já a vi completamente nua, não faça disso um grande problema.— Ele decidiu lembrá-la desse infeliz fato, mas o que Maximus não entendia, era que Ellylan não se sentia envergonhada por ficar apenas com suas roupas intimas na frente dele, mas sim ter que entrar no castelo dele que existia soldados por todos os lugares com a falta de roupas.

— Mas...— Ela tentou argumentar, mas Maximus arqueou sua sobrancelha de uma forma ameaçadora, sua expressão dizia que ele realmente estava falando sério sobre queimar o tecido em quanto o vestia.— Tudo bem.—

Ellylan se virou de costas para Maximus e prendeu seu cabelo cheio de nós em um coque mal feito para que o arcanjo abrisse o zíper de seu vestido. Isso era o minimo que ele podia fazer quando exigia que ela ficasse quase nua em sua frente.

Elly sentiu o arcanjo se aproximar sem precisar dizer uma palavra do que queria que ele fizesse, provavelmente muitas mulheres já haviam feito isso para que Maximus agissse automaticamente. Uma pontade de inveja surgiu dentro de Ellylan, pois sabia que todas as mulheres que estiveram na mesma posição que ela estava não era para terem seus vestidos queimados, mas sim para ter a melhor noite de suas vidas... Elly fechou seus olhos por causa do pensamentos, a repreendendo por pensar essas bobeiras idiotas. Ela não deveria sentir inveja do que Maximus faziam com suas amantes dentro de seu quarto. Muito menos desejar estar no lugar delas.

Maximus tocou levemente a nuca de Ellylan com seus dedos quando pegou o pequeno ziper de seu vestido, ela teve que manter suas pernas firmes para não cair naquela areia branca que se misturavam com cascalhos quando seus joelhos a traíram. O arcanjo abaixou o ziper lentamente, a fazendo arrepiar todas as vezes que seus dedos raçavam sua pele das costas até que o vestido estivesse totalmente aberto. No entanto, quando ela esperava que Maximus se afastasse para lhe dar a privicidade que merecia, o anjo loiro não se afastou. Os centimentros que o separavam eram poucos quando ela precisava da distancia para tirar o seu vestido, mas como Maximus não havia se afastado, ela não seria aquela que faria isso para mostrar que se sentia incomadada com sua presença.

Ellylan usou suas mãos para tirar as alças do vestido de seus ombros com movimentos lentos, se focando mais em respirar do que em sentir a presença de Maximus tão próxima, sabendo que ele estava acompanhando com seus olhos cada movimento dela. Ela permitiu que o vestido escorregasse por todo o seu corpo até que ele encontrasse o chão, se virando na direção do arcanjo logo em seguida ao mesmo tempo que dava um passo para trás.

Maximus estava olhando para cada parte de seu corpo coberto apenas por suas roupas intimas, menos para os seus olhos. Uma chama explodiu em seus olhos azuis escuros e aquilo sim fez com que Elly ficasse um pouco constrangida.

— Não encare!— Ela exclamou com a intenção de recuperar o olhar do arcanjo, mas tudo que conseguiu foi ter os olhos dele presos em seus seios demoradamente, para depois encontrar seus olhos.

— Por que não?— Maximus perguntou com ironia.— Eu não pude ver todos os detalhes na noite em que nos encontramos.—

— E- eu...— Timing perfeito para não ter o que dizer, Ellylan!— Seu pervertido!—

— Pervertido?— Maximus franziu o cenho ligeiramente.— Você me olhou da mesma maneira quando me encontrou sem camisa, então isso a faz uma pervertida também.—

— O que?!— Ellylan perguntou com indignação pura.— Eu não olh... Vá para o inferno, Maximus.— Ela desistiu de sua frase para tentar ofendê-lo quando o anjo riu com a negação dela, porém, sua ofensa também não funcionou.

— Você sabe que isso não é exatamente uma ofensa para mim.—

— Então vá para o paraíso.— Ellylan falou a única coisa que parecia coerente, arrancando suas sapatilhas e o curativo que Niffie havia feito em seu pescoço para começar a caminhar em direção do mar, não podendo ignorar o som do riso do anjo loiro quando se virou de costas para ele, ela fez mais uma tentativa.— Imbecil.—

— Você fere meu coração profundamente, Ellylan.—

Elly decidiu ignorar Maximus de vez quando ficou próxima do mar a ponto de seus pés ficarem molhados por causa da correnteza que fazia aquela água ir e voltar em um movimento lento. Seu estomago se embrulhou em imaginar o quão fundo deveria ser esse oceano já que criaturas grandes o habitavam e esse pensamento infeliz fez com que uma historia de terror de começo ao fim passasse por sua cabeça em que a vitima era ela.

— Tudo bem.— Ellylan sussurrou para si mesma, lhe garantindo que não se afogaria para depois se tornar jantar de algum monstro.— Caminhe até onde a água cubra seus joelhos.—

Elly deu seus primeiros passos com cautela, principalmente quando aquela água estava completamente fria, mas seu medo de correr o risco de se afogar novamente a fazia querer voltar para areia e ficar perto de Maximus, onde sabia que estaria bem protegida. No entanto, isso não parecia combinar com ela e a ideia de ficar parada ao invés de caminhar em quanto o arcanjo a observava fez com que Ellylan chegasse logo em um nivel onde a agua batia em seus joelhos. Ela se abaixou para se lavar, mas sua real intençao era de esconder seu corpo dos olhos do arcanjo.

Ellylan esfregou sua pele até que o único vermelho que restasse fosse a marca de suas unhas por usar força para tirar o sangue seco. E depois de certificar que nada mais sujava seu corpo, ela desfez o coque de seu cabelo e respirou fundo antes de jogar todo o seu corpo contra a água gelada, se levantando rapidamente logo em seguida quando a água salgada fez com que o hematoma em seu pescoço ardesse de uma forma que formaram lágrimas em seus olhos.

Elly envolveu seus braços em volta de seu corpo quando o sol fraco não foi suficiente para esquentá-la em quanto caminhava para ficar próxima de Maximus, que estava sentado na areia. Ela aproveitou para observá-lo em quanto o anjo mantinha o olhar fixo no oceano, dando atenção para suas asas que ainda estavam manchadas com sangue por causa do dia anterior. Mas não foi isso que realmente chamou seu olhar, mas sim pelo fato delas estarem abertas e repousadas no chão em uma postura largada que não demonstrava a pose de rei que Maximus possuía em quanto mantinha seus joelhos flexionados e com seus braços apoiados neles.

Naquele momento Maximus não parecia o arcanjo que governava o inferno sem piedade nenhuma, aparentemente o anjo loiro havia abaixado seus escudos em quanto observava o oceano que não possuía nenhum movimento, apesar de sua correnteza forte.

Ellylan se se sentou ao seu lado quando o arcanjo não fez nenhum movimento depois dela se aproximar, abraçando seus joelhos para esquentá-la e esconder um pouco de seu corpo. Aparentemente o arcanjo já havia feito seu trabalho de queimar suas roupas, já que elas não estavam mais lá.

— Como estão suas asas?— Elly perguntou com certa preocupação devido a posição que elas estavam, Maximus não parecia do tipo que as deixava tocar o chão. E se o arcanjo estivesse sentindo dor, ela possuía culpa por isso.

— Estou cansado.— Ele disse, a surpreendendo.— Você me fez andar muito quando eu poderia voar.—

— Está dizendo que voar é menos cansativo?— Ellylan perguntou com curiosidade.— Eu pensei que voar fosse complicado demais já que você não me jogou em seus ombros e saiu voando.—

— Minhas asas são mais pesadas que meu corpo, digamos que pessoas com asas não foram feitas para caminhar.— Ele disse.

— Bem, eu não tenho asas e também não gosto de caminhar.—

— Mas também não aceitaria a proposta de voar comigo.—

— Não quando seu humor é tão instável que pode até mesmo fazê-lo me soltar!— Ellylan se defendeu, virando seu rosto para olhar Maximus abrindo um pequeno sorriso com a acusação dela, mas ainda observando o mar.

— Sua mente constroem ideias muito engenhosas sobre mim, Elly.—

— Muitas vezes ela está certa, mas pode facilmente se enganar também.— Ellylan respondeu, se movendo para tocar uma das asas do arcanjo em uma caricia nas suas penas macias e sujas, o fazendo finalmente olhar para ela.— Sinto muito por isso.—

Maximus movimentou sua asa que Ellylan tocou, a obrigando tirar sua mão do lugar onde um prego o machucou no dia anterior, mas que agora só restava o rastro de seu sangue. O arcanjo colocou sua asa ao redor do corpo de Elly com a intenção de esquentá-la.

— Minhas asas já passaram por coisas muito piores.— Ele disse, trazendo o corpo dela para mais perto do dele com apenas sua asa que estava ao seu redor. Ellylan pode ver nesse movimento o quão pesada realmente eram suas asas, e ela tinha certeza de que Maximus não usou muita força para fazer com que seu corpo ficasse próximo do seu.

— Imagino que elas nunca foram atingidas por pregos por causa de uma humana.—

Maximus sorriu, voltando seus olhos para o oceano novamente e movimentando sua cabeça positivamente ao concordar com as palavras de Ellylan, seus cabelos dourados que estavam jogados para o lado caíram sobre seus olhos por causa do lento movimento.— Considere-se uma novidade.—

Ellylan escondeu seu riso abaixando a cabeça até que sua testa encostasse em seus joelhos quando ela ainda não estava preparada para presentear Maximus com algo que significava tanto. Seu riso era a única coisa bonita que lhe restava e não gostaria que fosse tirado tão facilmente. Maximus o veria quando realmente merecesse.

— Maximus,— Ela disse depois de olhá-lo novamente.— Por que eu tenho a impressão de que você gosta do oceano?—

— Não é sobre o oceano, mas sim o que ele representa para mim.— Maximus falou sem desviar os olhos daquele mar que parecia não ter fim.— É apenas sobre lembranças.—

— Lembranças...— Elly sussurrou, desviando seus olhos do anjo para o chão, sentindo um pouco de inveja em seu interior por ser a única que não sabia exatamente o que era esse sentimento que Maximus possuía.

— Minha mãe costumava trazer eu e meus irmãos até aqui para brincarmos quando eramos crianças,— O arcanjo disse de maneira vazia.— Esse momento era o único em que ela ria sem se preocupar com sua posição de rainha do inferno. Na verdade, esse era o único momento em que podiamos ser crianças e ter uma mãe.—

— O que aconteceu com sua mãe?— Ellylan perguntou ao invés de aproveitar o assunto sobre sua infancia para perguntar qualquer coisa que tivesse relação a isso.

— Ela se tornou uma anciã, assim como meu pai e tios.— Maximus disse.— E quando os imperadores se tornam anciões, é o momento de suas vidas em que sentimentos não existem mais, apenas a vontade de fazer justiça sobre aquilo que é errado. No entanto, como eles não são mais capazes de sentir, a piedade não existe... E foi isso o que aconteceu com a minha mãe.—

— Você ainda a vê?—

— Não, já fazem séculos que não vejo meus pais.— Maximus abaixou seus olhos por um momento, como se estivesse tentando se lembrar quando foi a ultima vez que viu sua mãe.— Nem ao menos sei se ela já adormeceu.—

— Adormeceu?—

— Uma morte nada definitiva para os imortais quando eles não sentem mais vontade de viver... Eles apenas adormecem. É como uma morte já que eles nunca mais acordam.—

Ellylan olhou para Maximus e mesmo que seus olhos não pertencessem a ela, Elly sabia que uma explosão de sentimentos estavam passando por eles. Ainda mais quando os escudos do arcanjo haviam sido derrubados naquele momento e seria ridículo negar quando o Maximus frio que ela conhecia jamais seria capaz de compartilhar algo tão importante. Um Maximus frio jamais falaria sobre sua infancia.

Se livrando da asa que o arcanjo havia colocado ao redor de seu corpo com a intenção de esquentá-la, Elly apoiou suas mãos na areia para se aproximar de Maximus e quando o fez, tocou a bochecha do arcanjo levemente com seus lábios. O atrito de sua pele quente contra os seus lábios frios causaram agitação em seu estomago, mas não foi essa a pior reação que ela teve. A pior de todas foi querer beijá-lo novamente. Maximus movimentou sua cabeça ligeiramente para a sua direção, parando quando suas bocas podiam ter se encostado.

Ellylan se afastou antes que isso acontecesse, se sentando novamente e voltando a se recostar na asa que estava fazendo um ótimo trabalho em esquentar seu corpo molhado. Maximus, no entanto, continuou a olhando com certa surpresa pelo beijo não esperado.

— E para que foi isso?— O arcanjo perguntou de maneira carinhosa, com um pequeno sorriso brincando em seus lábios rosados.

— Um obrigado.—

— Um governador do inferno nunca está acostumado a ouvir essa palavra.— Maximus olhou novamente para o oceano, ficando sério de uma maneira que causou várias perguntas na mente perturbada de Ellylan. O anjo loiro ficou em silencio por vários segundos em quanto pensava e Elly apenas o observou.

— Eu acho que isso é tudo o que posso dizer...— Ellylan disse.— Você tem feito coisas por mim que tenho certeza de que nenhum de seus irmãos iriam fazer.—

— Meridius provavelmente a mataria de uma maneira bem dolorosa e Dimitrius a colocaria em uma maca para fazer alguma autopcia macabra.— Maximus riu ao falar de seus irmãos, abaixando seus olhos para finalmente encontrar o olhar de Ellylan.— Quem diria que o inferno seria o melhor lugar para se viver?—

Ellylan abriu sua boca para dizer o que pensava sobre a pergunta ironica de Maximus, mas quando ela fez isso, logo a fechou. Maximus se levantou da areia antes mesmo que Elly tivesse a chace de dizer algo, no entanto, não foi apenas isso que o arcanjo fez.

Maximus começou desabotoar sua camisa de botão a botão, fazendo com que Ellylan acompanhasse com seus olhos cada movimento que ele fazia para abrir sua camisa e quando seu peito ficou totalmente a mostra, o único motivo para que Ellylan não ficasse babando foi por ter ouvido o barulho de zíper sendo aberto depois do arcanjo levar suas mãos para suas costas. Ellylan franziu suas sobrancelhas, não conseguindo entender exatamente o porque daquele barulho.

— Não me olhe assim.— Maximus se aguaixou na frente de Ellylan após tirar sua camisa por cima de sua cabeça e mostrar que não era aberta apenas na frente.— Um anjo jamais usará roupas comuns.—

— Você irá me explicar essa anormalidade?— Ellylan perguntou curiosa, pois nunca havia se perguntado como era uma camisa para acomodar asas.

— Olhe.— Maximus virou sua camisa ao avesso, tendo a parte de trás dela o principal ponto. Alí existiam dois buracos grandes que provavelmente era onde suas asas se acomodavam, mas logo a baixo delas existiam ziperes que não podiam ser notados.— Esses zíperes são os responsáveis por manter a camisa fixa em meu corpo. Nossas camisas são feitas sob medidas conforme o tamanho de nossas asas, assim quando os ziperes são fechados não há nenhum risco delas ficarem grandes.—

— Uau... Isso é incrivel.— Ellylan falou surpresa por nunca ter percebido a presença de ziperes em suas costas.— Eu nunca imaginei que suas camisas eram feitas assim.— Na verdade, sua mente nunca chegou ao ponto de se perguntar como eram as roupas dos anjos.

— É realmente muito inteligente.— O arcanjo disse fechando os zíperes e colocando a camisa sobre as costas de Ellylan.— Porém, não cobrirá seu corpo como deseja.—

Elly colocou a camisa do arcanjo da maneira correta, sentindo o ar invadir nos buracos em suas costas já que ela não possuía asas para preenche-los. Ela se levantou para fechar os botões, mas quando tentou fazer sequer movimento, o arcanjo já estava de pé em frente dela fazendo esse trabalho.

— Para mim é o suficiente.— Ela sussurrou, não falando alto devido a aproximidade do arcanjo em quanto fechava botão por botão em uma velocidade nada rápida. Ellylan teve que engolir em seco quando sentiu o perfume de Maximus em sua camisa. Para acalmar seu coração que acelerou os batimentos de uma maneira anormal ela tentou contar até 10, mas acabou desistindo antes mesmo de tentar. Naquele momento, até mesmo respirar era perigoso e Elly tinha uma pequena noção de que o arcanjo já sabia do poder que tinha sobre ela quando se tratava desse assunto.

E seu aroma... Ellylan não pode ignorar isso. Sua vontade era de tirar a camisa do arcanjo para poder sentí-lo melhor já que tudo que podia sentir era um suave cheiro de carvalhos que se misturavam com um leve almiscar de terra molhada. Natureza, essa era a única palavra que podia definir o cheiro de Maximus que estava impregnado em sua camisa.

Ellylan se afastou com um passo após o arcanjo terminar de abotoar a camisa, se afastando para poder respirar já que ela segurou seu ar por um bom tempo para não ser torturada com o aroma do arcanjo em quanto estava tão próxima a ele. Maximus encontrou seus olhos logo em seguida do seu movimento, aqueles olhos azuis estavam cheios de chamas que podiam facilmente queimá-la ou esquentá-la. E era uma pena que Ellylan só pudesse escolher a primeira opção, pois ela possuía uma leve curiosidade em conhecer o coração do governador do inferno.


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