Pego o livro no dormitório e corro para não me atrasar novamente. Quando saiu do salão comunal dou de cara com o meu irmão, só que dessa vez sem a companhia de seus inseparáveis amigos.

– Por que ainda esta aqui? – pergunto surpreso.

– Precisava falar com você. – Ele diz com uma voz seria que nunca imaginaria saindo da sua boca. – Eu nunca contei isso a ninguém, mas eu não queria ir para a Grifinória, porque todos foram pra lá, papai, mamãe, todos da nossa família eu queria ser diferente, ir para outra casa como você. Bom, Era isso que eu queria te dizer, agora vamos vou te levar para sua sala. – diz ele empurrando minha cabeça. –Já entrou para o time de Quadribol? – pergunta ele no meio do caminho.

– Não, sou do primeiro ano ainda, é difícil assim.

– Eu sei, tentei entrar no primeiro ano e não deixaram. –disse James, esperava que ele dissesse “Papai conseguiu”, mas ele entende como é não gostar de ser comparado a alguém e querer crescer por seus próprios méritos.

Ao chegarmos à sala, ele me deixa e sai correndo para não se atrasar para a sua aula, e percebo que me sinto feliz de ser da Corvinal. Na verdade não estava até agora nem um pouco preocupado com o time de Quadribol ou me relacionar com alunos da minha casa, mas James acabou me animando e comecei a aceitar e amar a casa que eu pertenço, a Corvinal.

Acordo de meus pensamentos quando Brian esta na frente da sala me chamando para sentar ao lado dele. Estamos na aula de poções que achei muito interessante, e o professor teve um grande interesse por mim, o nome dele é Horácio Slughorn diretor da Sonserina, parece que deu aula para minha avó Lilian, meu pai e minha mãe, entre outros da minha família, mas ficou mesmo impressionado com esses três, e quando me viu assim como quando deu sua primeira aula para meu irmão, ficou animado, imaginando se seriamos tão surpreendentes quanto eles, mas acabou desistindo do meu irmão no seu primeiro ano, quando ele acidentalmente deixou a sala totalmente azul com uma poção que deu errado, quanto a mim pelo visto tenho certa aptidão para poções, sou ligeiramente melhor que Rose, o que me deixou feliz e fez Slughorn dizer que puxei isso de meu pai com um imenso sorriso estampado em seu rosto, talvez porque segundo ele eu seja “um Potter que vale a pena”.

– O professor pareceu mesmo empolgado com você Al – Diz Brian que esta ao meu lado saindo da sala.

– Sim, mas tem uma coisa mais importante agora, vamos ao campo de Quadribol esta começando os testes para apanhador. –digo e isso surpreende Brian, porque até ontem eu não parecia ter muito interesse nos testes.

Corremos pela escola até o campo de Quadribol quando chegamos fico surpreso ao ver um único concorrente um garoto do 3 ano, que para minha alegria não era muito bom como apanhador. E acabei deixando o capitão do time Dean Collins do 7 ano, um cara alto e bonitão de cabelos negros e curtos, bem impressionado com a minha velocidade.

– Bom, muito bom vocês dois, mais preciso escolher apenas um. E Potter ficara no time. – diz ele apertando minha mão e a do garoto desapontado, depois me encaminhando em direção à sala do direto da Corvinal. – precisamos ver com o professor Lupo, porque você é do primeiro ano, mas acho que não será problema já que o professor Lupo é muito compreensivo, precisamos arrumar uma vassoura para você uma Nimbus 2016 se possível, você precisa ser rápido, muito rápido. Esse ano temos uma boa chance de ganhar, fiquei feliz ao ver ontem quando entrou para Corvinal, Potter. – Diz ele com um sorriso aberto para mim, como se estivesse esperando esse momento desde que o chapéu seletor me colocou na Corvinal e então retribuo o sorriso.

Chegamos à sala do diretor da Corvinal e meu coração esta disparando apesar da confiança significativa de Dean, não estou com tanta convicção assim de que o diretor que me repreendeu mais cedo me aceite como apanhador do time e ter uma vassoura pessoal o que é proibido em relação aos alunos do primeiro ano. Dean bate na porta.

– Pode entrar – diz uma voz do lado de dentro que reconheço como a voz de Lupo. Ao nos ver o professor arregala o olho intrigado para mim. - O que houve Dean? – Pergunta o professor fechando o livro que estava em suas mãos.

– Desculpe incomoda-lo professor, mas esse é Alvo Severo Potter, fiz os testes e ele é o melhor para nosso time, então queria sua permissão para coloca-lo como apanhador da Corvinal. – Diz Dean.

Após a sua fala se segue um grande silencio onde o professor fica me encarrando.

– Sr. Collins, você sabe muito bem que alunos do primeiro ano não podem ter vassouras pessoais, e ele precisaria de uma, bem rápida por sinal se quiser vencer nos jogos. –diz o professor só provando o que eu imaginei.

– Eu sei senhor, mas como o pai dele pode entrar no time de Quadribol da sua casa no primeiro ano, não achei que seria problema, além do mais, nosso time precisa dele.

– Só que o nosso pequeno Potter não gosta de ser comparado ao seu pai gosta? - Pergunta o professor parecendo adivinhar meus pensamentos, e então balanço a cabeça em negativa. – Vamos fazer assim então, eu pedirei uma vassoura a professora Hooch, verei o próximo treino de vocês, então avaliarei Potter e se gostar ele fica no time, senão vocês terão que achar outro apanhador, entendido Sr. Collins? – diz ele.

– Sim, professor. – diz Dean e saímos da sala. – Não se preocupe Potter, tenho certeza que vai se sair bem. - Diz ele antes de me abandonar no corredor.

Subo até a torre da Corvinal e entro na sala Comunal, onde encontro Brian comendo Feijãozinhos de todos os sabores, ao que parece ele estava me esperando para saber o que aconteceu.

– Então? – pergunta ele com ansiedade. Conto-lhe toda a historia e ele responde. – Claro que você já esta no time Al, isso é incrível. – começo a sorrir pra ele, porem não estou com a mesma convicção que ele.

Passamos o resto do tempo que temos livre até o jantar, alternando entre jogar xadrez e treinar feitiços, que é uma das coisas que mais anima Brian, mas eu ainda prefiro poções.

Quando chega a hora, nos dirigimos até o salão principal, no meio do caminho encontramos Rose e Scorpion e contamos a historia do Quadribol, Rose fica muito animada, porem Scorpion parece ligeiramente decepcionado, imagino que ele também queira entrar para o time de Quadribol, mas não conseguiu. No salão principal somos separados, para irmos as nossas mesas. O jantar termina e somos dirigidos aos dormitórios pelos monitores.

– Então você entrou para o time de Quadribol, maninho – Escuto uma voz logo atrás de mim, segundos antes de ter minha cabeça presa nos braços de meu irmão, que bagunça meu cabelo freneticamente. – Mas tome cuidado, com as azarações que são lançadas regularmente no campo de Quadribol, uma vez um menino ate morreu. – diz ele quando solta minha cabeça.

– Serio? – Pergunto assustado.

– Não Al, ele só quer te irritar – diz Victoire que surge em meio à multidão puxando Tiago e dizendo que ele esta atrapalhando todo mundo.

No dia seguinte o correio chega no café da manha, e havia esquecido que escreveria para casa, mas parece que eles não se esqueceram, quando vejo a minha branca Win com uma carta e uma revista nas garras, voando em meio a multidão de corujas que pairavam no ar e a deixando cair no prato ainda vazio bem a minha frente.

“Querido Al,

Ficamos felizes em saber que você foi para Corvinal, sei que queria muito entrar para a Grifinória, mas acredito que essa casa ira te surpreender muito, e você viverá grande aventuras ai, a minha grande amiga Luna Lovegood foi da Corvinal e é uma pessoa simplesmente incrível, você já conheceu ela uma vez no natal se lembra? Então eu te mandei um exemplar de ‘O Pasquim’, para que você lesse um pouco do que Luna escreve, se você se interessar. Sua mãe não para de falar o quanto você é inteligente e criativo, em como ela sabia que você seria inteligente o bastante para entrar na Corvinal com sua tia Hermione.

Tenho certeza que o professor Horácio, já te cercou ai em Hogwarts, ele sempre foi como um caça talentos, e do quanto eu conheço você, tenho certeza que ele viu um talento em você, que pra mim sempre foi muito parecido como o sua avó Lilian, muito bondoso e inteligente também.

Esperamos as cartas que você disse que nos iria mandar.

Abraços, Pai.”

– Seus pais? – Pergunta Brian. Aceno em concordância com a cabeça. – Os meus também me mandaram cartas, minha mãe esta muito feliz de eu entrar na Corvinal e meu pai bem, ele quase incendiou a casa enquanto estava pulando de alegria. – Começamos a rir da imagem do pai de Brian incendiando a casa.