Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 88
Capítulo 87


Notas iniciais do capítulo

Hey, tô viva. Ou quase isso. Só de passagem.

Enjoy!



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Transição.

Sinto que essa é a palavra do momento. É mais que um tempo de expectativas – embora muitas hajam – é... só aquele sentimento de que tudo está suscetível a mudanças. Está diferente. E cada um tem seu tempo e a sua maneira de lidar, algo que é difícil de simplesmente entrar em nossas cabeças.

As conversas com meu irmão, por exemplo, tem me dado o que pensar. Na noite passada, após termos lidado com aquela pilha de louça, nos atiramos no sofá. Com preguiça, meu irmão disse que queria ver série, mas o episódio estava em um pendrive jogado na mochila dentro do carro. Com aquela cara de “não abusa”, peguei o controle e fucei algo para assistirmos. Era pouco mais de meia-noite e ele havia me dito que não acordaria cedo, iria pro departamento só de tarde. Fazia tanto tempo que a gente não assistia nada juntos, de dar pitacos e tudo, que a ideia de ver um filme àquela hora foi super convidativo. Achei “As Branquelas” em determinado canal da tv aberta (não somos ricos, não temos tv a cabo), filme que já assistimos umas trilhões de vezes e que ambos gostávamos, parecia a pedida certeira. Só que não deu cinco min... ok, dez minutos, e a luz apagou. Da casa toda.

Murilo foi lá fora checar e quando voltou, confirmou que a rua toda tava num apagão. Como fazia calor, peguei o primeiro panfleto que vi na mesinha da sala com a luz do celular e comecei a me abanar. Nisso, meu irmão voltou e fez o mesmo, com algum papel de correspondência. Enquanto se abanava, perguntou-me:

– A gente espera voltar?

– Não sei você, mas não estou com muito sono, apesar de cansada.

– Acho que tô com preguiça de ir deitar.

Rimos juntos e de repente um clarão se fez num pequeno foco vindo da tela de meu celular, junto de um pequeno alerta de mensagem. Imaginei que era o Vini, mesmo já tendo conversado com ele antes, que foi dormir cedo, ao contrário de nós. Vi o nome do Gui e li rapidamente a mensagem. Era um lembrete para eu levar um artigo que eu tinha feito no período passado, um em que ele estava interessado. Na verdade, interessado na versão que continha anotações de um professor. Respondi ok, já estava até na minha pasta que levo pra empresa. E foi aí que comecei...

– Sabe, nem te contei...

Acabei relatando o caso que o Vini havia falado pra mim naquela tarde, sobre o Aguinaldo ter pedido a ele que fosse ao encontro com o Sávio na nossa casa, para espiar, pra controlar, que seja. No outro dia, quando o Gui ficara sem gasolina, que me ofereci pra pagar, entramos em uma pequena discussão e ele insinuou que eu estava escondendo esse encontro dele. O que não estava, pois foi ele quem preferira ficar de fora. Como eu poderia simplesmente chegar pra ele, comemorar algo, quando ele já tinha descartado o Sávio de tudo? O Aguinaldo escolheu isso e eu aceitei. O assunto sempre pairava de vez em quando, mas aquilo... eu não escondi, eu omiti. Porque foi quase uma exigência dele, pra começo de conversa. Ele preferiu não saber mais nada a respeito e, bom, eu estava respeitando-o nessa absurda escolha.

Agora achar que estávamos conspirando contra ele a ponto de deixá-lo de fora, era um grande exagero da parte dele. Um absurdo! E novamente, deixei quieto, como ele também preferiu não entrar numa real briga. Só que saber pelo Vini que ele estritamente fez um pedido para que aparecesse no encontro, a ficha parecia não ter caído até então. Eu devia ficar chateada? Eu devia ficar furiosa? Eu não sabia mais.

Como um bom momento de transição, tudo ia muito bem de um lado, e muito mal de outro. Estava eu deveras envolvida, no bom e no ruim das coisas. E aí entrava uma velha teoria que tenho: quando se está demasiadamente envolvido em algo, nos tornamos cegos. Não vemos o que fazemos, o que os outros fazem, nada está realmente claro. Ficamos tão “entretidos” em dadas coisas, que esquecemos outras, que também são importantes na equação.

Então, qual é o melhor observador na história? O outsider.

Outsider é uma expressão que significa “aquele que é de fora”. Quando tudo começou com Djane, fui uma, e uma do tipo que não tinha noção alguma sobre o que ou onde tava me metendo. Como ela dizia, era uma loooooonga história de família – tão grande que até hoje se descobrem coisas.

Mas se tratando de minha história direta com Gui, o Murilo era o “perfeito” outsider, porque ele não estava de fato envolvido, mas vinha assistindo cada ocorrência. Como agora estamos conversando mais, e de repente me sinto na necessidade de ouvir alguém de fora, pedi que me desse sua opinião, uma que eu via que ele vinha querendo dizer, faltava-lhe, no entanto, oportunidade e coragem para tanto. E posso afirmar que tudo fazia um sentido danado...

– Acha que ainda tô sendo mole?

– Quer mesmo saber?

Assenti e ele se ajeitou no sofá, abanando-se mais pelo calor da noite. Brando, ele anunciou:

– Acho que vocês têm que se afastar.

– Afastar??? Masss... Ele é meu me...

– Melhor amigo? Mi, de onde eu vejo, não há mais relação saudável nisso e nem falo tanto pelos surtos do Gui. Você é muito aberta com ele. Falo no sentido de... Você mesma diz que tem gente que acredita que vocês são um casal. Se as pessoas acham, é porque vocês dão razão. E isso pode chegar num ponto complicado. E aqui já falo do Vini e até da Flávia.

Num primeiro momento, fiquei chocada. Realmente não esperava algo do tipo.

– Acha que... a gente...?

Eu nem conseguia concluir o pensamento direito.

– Não acho que vá rolar, porque eu sei que você gosta do Vini e que o Gui gosta da Flávia. Mas... será que eles não se incomodam? Se não agora, quem sabe depois? O que vejo é que isso pode prejudicar vocês se continuar assim. Vocês vão se magoar... e a quem mais tentar escolher um lado.

Não é como ele dizia das outras vezes, que queria me afastar de caras pra me proteger. Murilo tampouco me impõe essa “verdade”, ele me apresenta de uma maneira que eu não tava enxergando. Por um tempo fiquei em silêncio, quieta, me demorando a repensar sobre isso, sobre as impressões que tinham comigo com Sávio e outros amigos meus. E de fato, sou muito aberta. Só não imaginaria que isso poderia ser encarado como algo ruim. E, caramba, a Flávia! A Flávia, se estivesse incomodada, ela diria algo, não diria? Não diria?

Enquanto estava na minha, Murilo continuou:

– Olha, eu... eu já imaginei vocês juntos. Faz tempo isso. O Gui pra mim sempre passou essa impressão de segurança e confiança. Se fosse pra ser com ele, eu não seria tão avesso à ideia. E aí o tempo foi passando e nada acontecia. Eu me preocupava, afinal...

Acho que eu estava tão embaraçada por ter chegado a esse ponto de não me aperceber de nada disto que por ora eu agradecia o fato de a luz ter caído. Apesar do calor, o escuro estava caindo bem na situação, por conta da seriedade do assunto e de como, sei lá, parecia que eu assistia a um filme da minha vida onde enfim eu via onde estava errando.

– Mas ainda confiava nele. Tanto é que naquela viagem do semestre passado, a viagem da faculdade, eu pedi pra ele ficar de olho em ti. E, bem, me parece que até ali ele teve senso. Daí pra frente, vocês têm brigado tanto. Quase todos os dias, Mi. Caramba, quase todos os dias te vejo chateada por alguma coisa que ele tenha dito, feito ou dado a entender.

Eu nem quis mencionar o fato de que o Vini também pediu ao Aguinaldo pra cuidar de mim, coisa que eu descobri muito depois. O Murilo talvez saiba sobre isso, os dois também conversam muito entre si. De qualquer forma, no que o meu irmão tocou, sobre eu estar demasiadamente envolvida e sofrendo por isso, me pegou também. Que eu podia dizer mais a respeito? Ele tinha razão!

– Acho que você vê ele mais do que seu próprio namorado. Mas, de novo, não estou insinuando que vocês têm algo. Só... sabe? Vocês deviam maneirar. Pelo próprio bem dessa amizade.

– O fato é que trabalhamos na mesma empresa, vamos pra faculdade juntos, somos da mesma turma e às vezes fazemos trabalhos do curso juntos. Não posso simplesmente... evitá-lo. Como eu poderia me afastar?

Ainda era inconcebível pra mim, em choque em pensar sequer nessa possibilidade.

– Quando digo afastar, não é de deixar de serem amigos, de se falar e tal. É dar espaço, entende? Não se envolverem desse jeito, deixarem de ser tão colados, respirarem sem o outro. Tiro por mim, mana, por nós, que quase nos acabamos numa relação abusiva. Não desejo isso pra ninguém. E não quero ter que assistir vocês se desgastarem dessa forma.

Ele tinha razão... Murilo tinha razão, meu Deus. Me pergunto que se não fosse ele a me dar esse cutucão, quem seria, pois a Flávia, embora seja aquela que na maioria das vezes me dá o puxão de orelha, ela também está metida nesse rolo. Poderia eu perder sua amizade junto? Estou cruzando linhas com ela também? E eu... que tinha dito que tanto precisava de meus amigos pra me levantar, teria os arrastado pra esse fim terrível? Vinha mesmo entendendo nos últimos tempos que silêncio, discussões e chega-pra-lás não estavam dando conta, estava ficando sem opções com o Gui já. Na verdade, estou sem opções mesmo.

De tantas coisas difíceis neste ano, não imaginaria que para salvar meus amigos eu teria que ter ou dar espaço, que esse tamanho espaço fosse necessário. É uma merda. Por outro lado, a melhor solução do momento. Cada minuto mais que penso sobre isso, mais me parece adequado. Fico, claro, pesarosa. Fico além mim até, perdida nesses pensamentos. Tão perdida que quando vejo meu melhor amigo, já na segunda-feira de trabalho um pouco antes do expediente, vindo na minha frente, sinto um salto dentro do peito. Meu coração se aperta um tantinho e me convenço que devo fazer isso. Quer dizer, luto para me convencer que dessa vez há razões maiores.

Termino por despertar de todos esses embaralhos e desses sussurros que abrem um buraco de ansiedade e receio de maior perda, apenas pisco e engulo a seco. Noutro segundo, rápido, escolho qualquer caminho para desviar de meu amigo e sigo mais uma vez pensando... que vai doer, mas é isso, estou me vendo sem saída. Ou tento... ou eu perco meus melhores amigos de vez.

E um pequeno sacrifício por nós, eu estava disposta a fazer. Antes ao menos tentar que simplesmente esperar a hora que fôssemos afundar.

~;~

Seria cômico se não fosse trágico.

Incrivelmente hoje, para onde eu ia, o Aguinaldo deu na telha de seguir junto. No break do serviço, eu nem apareci na mesa do café e por isso mesmo ele passou no meu local de trabalho. Fingi estar ocupada e Thiago, meu supervisor, ao menos colaborou, pedindo mais uma remessa de documentos e dados sobre as consultorias do mês. Na saída da empresa, não fiz nada demais, lanchei rápido e a caminho da faculdade conversei de boa com ele, coisas aleatórias.

Por algum milagre, o trânsito estava ótimo e isso se revelou ser péssimo. Isso porque chegamos cedo na instituição e como eu não queria passar mais tempo grudada a ele, mesmo que pra matar tempo, tive a brilhante ideia de ir na loja de materiais eletrônicos dali perto. Aí Gui resolveu ir comigo. Resolveu não, insistiu. Veio com uma história sobre como era perigoso por ali e que o Murilo o mataria por me deixar andar sozinha por aquelas bandas. É, nesse ponto...

Sem jeito, preferi desistir de ir à loja, disse que depois verificava se tinha o que eu procurava e aí resolvi ir à secretaria. Quando eu vi que outra vez ele me seguiria, entrei no banheiro das garotas e lá fiquei uns minutinhos. Capaz de ele ter achado até que eu tava com diarreia!

Ao sair, ele tinha sumido, mas já era hora de subir para a classe praticamente. Nessa hora vislumbrei a Dani chegando esbaforida e acabei acompanhando-a, que estava desesperada por conta de um artigo para imprimir na saleta da xérox.

É na hora do intervalo que jogo baixo. Após sair da biblioteca (de repente eu vinha dando um monte de desculpas como nunca e desconfiava se ele tinha percebido algo, porque depois de umas cinco, tava ficando na cara), eu arrumara Sávio como companhia. Sentei com ele e logo mais Bruno apareceu na nossa mesa, que era uma bem afastada, do outro lado do pátio, onde incomumente sento.

Acácio também deu uma passada rápida e ali percebi que ele e Sávio pareciam mais próximos. No fundo, fiquei feliz, às vezes é importante unir-se a alguém e, convenhamos, o Sávio andava bem limitado em suas opções. Tive até que aturar a Keila dando em cima dos dois, mesmo sabendo ela que um deles (e seu alvo preferido) era comprometido.

Enquanto desfrutava de uma conversa bem amena sobre motos, carros e afins (do que eu não entendia quase nada, só tinha impressões como caroneira de todo mundo), quis ter perguntado sobre Max, a polícia disfarçada e as investigações que andavam rolando. Só que Bruno ainda estava lá conosco. Era injusto da minha parte não compartilhar as novas informações, mas eu já tinha quebrado minha promessa com a polícia ao dividir a tamanha história com meu irmão. Não poderia arriscar mais uma pessoa. Espero que ele entenda.

Vejo minha chance quando ele se levanta, por conta de uma brincadeira com seus colegas de turma, que ali passam. Pra falar a verdade, nem tinha me tocado de onde estariam meus amigos, se me observavam, o que achavam. Eu só conversava qualquer coisa com o Sávio e, assim como me vem essa vontade repentina de abordá-lo sobre os esquemas conspiratórios da faculdade, me bate a consciência de esperar por outro momento. Acho que isso transparece, pois, Sávio me manda essa:

– Hey, você tá legal?

– Por que a pergunta?

– Você... parece avoada.

– Nah, é sono, fui dormir tarde ontem.

E completo com um bocejo. Uma sobrancelha dele se levanta, ele estava ao meu lado, mas eu podia vê-lo claramente como se estivesse sentado de frente para mim. Sávio parece imune ao meu bocejo, pois ele não imita. Diria que ele é um cyborg desse jeito. Mas cyborgs não se preocupam, né.

– Insônia?

– Calor. Faltou luz até umas duas e pouca da manhã.

– Ah.

Eu e o Murilo, no entanto, fomos nos deitar próximo de 2h, mais exaustos. Conversar com meu maninho tem sido tão bom. Perdemos tanto nos últimos anos que me concentro em não me demorar nessas conclusões, porque é triste como vivemos num pé de guerra desses e pra mim isso significava mais uma razão para seguir com o plano. Apaguei em um sono tranquilo e quando acordei, as coisas estavam mais acertadas na cabeça, assim como essas percepções que têm vindo sobre minha relação com meu irmão. Até dona Bia percebeu que havia novos ares em nosso companheirismo. Só que ela achou ser outra coisa.

– Se me permite perguntar, o que há com o menino Murilo?

Depois de um tempo, passei a achar fofo como dona Bia classificava a gente de menino e menina, mesmo eu tenho meus 22 anos e o Murilo 29.

– Como assim?

– Ele não quis mexer nos seus bolinhos e nem comeu muito bolo. Ele está com dor de barriga?

Sorri um sorrisinho meigo. Murilo sempre deixava a marca de uma mordida ou de um beliscão em meus bolinhos de tapioca e quando tinha bolo, ele filava como se nunca tivesse comido bolo na vida. Isso quando não acabava com meus bolinhos também. Bom, pelo jeito, não mais. Ele acordou mais cedo que eu e logo saiu para resolver um pepino de última, pela que ela me contou. Só voltei a vê-lo para o almoço e na hora de ir me deixar na empresa, conversamos sobre qualquer coisa mais, sem necessidade de voltar aos assuntos da madrugada.

Mas ainda havia algo que eu me lembrava claramente enquanto a gente simplesmente ia deixando o papo fluir. Houve um momento especial que fechou nossa noite, antes de irmos dormir. Foi, por certo, um acalanto para os nossos dois corações molengas. Ele disse-me:

– Tudo o que eu sempre quis esses anos todos era isso.

– Ficar num apagão no maior calor?!

Ouvi seu riso baixo no breu da casa enquanto ele se levantava e suspirava.

– Você entendeu.

Isso. Isso era a gente tão de bem, confiantes e tal.

Acho que estou avoada mesmo, pois logo Sávio me tira a atenção sobre meus pensamentos em meu mano.

– Mi, você não precisa fazer isso.

– Hum? Isso o quê?

E aí ele nos localizou melhor. Sávio inspirou devagar, esticando-se na cadeira onde estava largado e noto que ele olha de canto para certa mesa do outro lado do pátio, onde, ah, lá estavam a Flávia, a Dani, Marcinha, Ananda e mais uma penca de gente. Há também um teimoso e aparentemente impaciente Gui sentado com elas, que ora e outra, percebi, olhava pra gente. Eu? Dou de ombros, meu bem.

– Isso, de vir sentar comigo. Não quero que me olhem mais torto do que já olham, nem gerar brigas entre vocês. Eu me afastei também por isso.

– Ainda sou sua amiga, sabe, independente do que acham ou deixam de achar. E, aff, até parece que eu não sei o que é ser alvo de trocentas fofocas nessa faculdade. Queria eu era tirar a Keila do teu pé.

Vislumbro a doida gargalhando alto enquanto flerta com um carinha de sua turma. Ela não sabe quem ela quer.

– Acho que nem se eu usasse um anel de compromisso, nem assim ela me largava.

Sávio parece melhorar seu semblante. Até ri acanhado das loucuras que passo a considerar.

– Talvez se ela visse a cara de bruta da Iara... Mas a Iara é um amor de pessoa. Faria ela uma cara de bruta pra assustar a Keila?

– Num sei. Você faria pelo Vini?

– Oxi se não faria! Mas nem preciso, sabe, tenho a fama da bonequinha.

Lá vai aquela sobrancelha dele de novo subir, ao menos era risonha. Eu sou normal, viu. Pelo menos mais normal que muita gente. Como a Keila, por exemplo.

– Que bonequ...? Ah, sim, eu lembro.

– É, aquele pingente de bonequinha que o Vini usa no cordão. Que eu digo que sou eu de vestido branco, tal como nos conhecemos, e ele espalha por aí que sou eu ciumenta e... Hey, sabe o que poderia funcionar?

– Tenho até medo de perguntar.

Depois de uns bons meses, eu pego um guardanapo da caixinha disponível na mesa, fecho um bico e amasso o papel a ponto de virar uma bolinha para jogar ao rosto dele, que de pronto se defende, também aparentemente saudoso da brincadeira.

– Você poderia postar fotos de vocês em uma rede social, seu chato. Só, sabe, pra começar a deixar claro... que ela existe.

– Ah, num sei, não sou lá de me expor assim.

– Ué, não precisa ser uma super foto. Só uma demonstração de carinho. Aposto que a Iara iria se derreter toda.

– Você acha?

Por que eu soo como se fosse uma coisa absurda?

– Ela? Eu tenho certeza. Quer apostar?

– Eu não, às vezes você profetiza umas coisas.

E lá estávamos dentro da normalidade de novo. Começo a me armar de mais bolinhas de papel, porque tô vendo que ele tá cheio de tiradinhas hoje.


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Notas finais do capítulo

Apenas na correria. Prometo que em breve em mais ;)



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