E se Eu não Tivesse Me Atrasado pra Formatura? escrita por Tati


Capítulo 36
A doença de Alex




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Ele deu seus primeiros passos no quarto do hospital e, assim que colocou seus olhos nela, um sorriso voltou a aparecer em seus lábios. O mesmo sorriso estava formado no rosto dela, mas não só ali, também em sua alma e em seu coração. Eles mal podiam crer que, depois de tanto tempo, estavam finalmente se vendo novamente. Eles sentiam falta daquele sorriso que viam no rosto um do outro.
Ele entrou sozinho. Todos decidiram permitir que eles ficassem alguns momentos a sós. Não poderiam ter ficado mais felizes com a decisão dos outros. Os olhares em seus rostos denunciavam o quanto esperavam por aquele momento.
“Oi.” Ele cumprimentou, sentando-se ao seu lado e segurando sua mão
“Oi.”
“Eu senti tanto a sua falta. Nunca mais faça isso de novo, Alexandra Hamilton! Perder você pela centésima vez foi muito pior do que ser preso.”
“Sinto muito. Mas eu prometo que essa vai ser a última vez que alguém nos separa. A Amanda está morta agora e, mesmo que ainda estivesse viva, ela mudou muito. E o Chuck… bom, eu acho que agora nunca mais vamos vê-lo. Eu espero.”
“É, eu também. E, se isso acontecer, eu não quero nunca mais escutar o nome dele, certo? Vamos fingir que não houve Chuck e nem outros casamentos.”
“Tudo bem. Ah, e… quanto à Amanda… eu sinto muito mesmo pelo que aconteceu.”
“Não precisa. É mesmo uma pena ela ter morrido bem agora que tinha mudado tanto, mas não é sua culpa. Se não fosse por ela, nós nunca mais veríamos o Matt.”
“E a parte irônica é que foi ela quem tirou ele da gente.”
“É… Ah, e obrigado por adotá-lo.”
“Como não adotar? Ele sempre foi meu filho, agora eu só fiz com que se tornasse algo oficial. Eu sempre amei esse menino, agora eu apenas assegurei que ele vai ser nosso para sempre.”
“Fico feliz em ouvir isso.” Ele disse sorrindo “Mas eu estou ficando com ciúmes.”
“Ah, coitadinho do Pierre…” ela comentou rindo “Eu também te amo. E eu nunca mais quero ter que terminar com você de novo.”
“Eu também te amo. E, se algum dia você suspeitar alguma coisa de mim de novo, deixe que eu me explique antes que algo assim aconteça de novo, certo?”
“Claro. Eu imagino que a cadeia não deve ter sido nada fácil.”
“Não foi. Você nunca vai conseguir imaginar.”
“Eu não quero que você volte para lá sem motivos nenhum de novo. Você é o meu mundo, sabia?”
Sorrindo, ele se aproximou dos lábios dela e a beijou de novo depois de longos meses. Aquela seria a primeira vez depois de tantos anos tentando conquistá-la em que ele não precisava se preocupar com mais nada enquanto a beijava. Nenhum deles era casado agora, ninguém estava planejando mais nada para separá-los, não precisava mais se preocupar com a custódia do Matt… tudo parecia estar perfeito. Aquela era a primeira vez em que um beijo era só um beijo e eles já nem se lembravam mais da sensação de alívio que aquilo lhes trazia. Mesmo assim, no momento em que ele se lembrou do lugar onde estavam, teve de se lembrar do porquê estavam lá, e foi aí que percebeu que nem tudo estava tão perfeito assim…
“Alex, o Jeff me disse que seus médicos descobriram qual é o seu problema mas que você queria falar comigo primeiro antes de dizer para todos o que está acontecendo.”
“Ah, é verdade.” Ela disse sorrindo “Prepare-se para a melhor surpresa do mundo!”
“Eu acredito que não existe chance nenhuma da melhor notícia do mundo estar me esperando em um hospital, certo?”
“Não, é claro que existe essa chance.” Ela respondeu “Adivinha quem vai ser papai de novo?”
“Alex, você não está querendo dizer que…”
“Eu estou grávida!” ela respondeu com lágrimas nos olhos “Não é ótimo? Eu pensei que eu nunca mais fosse ter filhos, mas agora…”
“Mas, Alex, eu… eu pensei que você não pudesse…”
“E eu também. Eles disseram que eu tinha menos de 1% de chances de engravidar, mas aconteceu. Você não está feliz?”
“Mas é claro que eu estou.” Ele respondeu sorrindo e a abraçou com força, beijando seu rosto inúmeras vezes “Eu não acredito que vamos ter um filho que seja realmente meu e seu.”
“E nem eu.” Ela respondeu segurando as lágrimas que sentia “O Matt vai ficar tão feliz. Ele sempre quis ter a companhia de mais crianças.”
“Eu sei. Finalmente vamos dar um irmãozinho ou irmãzinha para ele.” Ele disse a abraçando novamente contra seu corpo e beijando seu rosto outra vez “Mas… Alex, você estava se sentindo fraca demais. Você desmaiou umas duas vezes, se sente tonta, com ânsia e tem febres quase sempre. Esses não são os sintomas normais de gravidez. Tem certeza de que não tem mais nada acontecendo?”
“Eu… eu não quero falar nisso.”
“Alex!”
“Pierre, eu quero muito ter um filho! Essa gravidez é arriscada tanto para mim quanto para o bebê graças ao veneno que o Chuck me fez tomar, mas eu não quero interromper a gravidez. O meu corpo não estava preparado para suportar uma nova gravidez, mesmo assim eu não quero perder meu filho de novo. Eu faço o que for preciso, mas eu não quero perdê-lo.”
“E eu não quero perder você.”
“Você não vai me perder. Eu vou ficar bem. Vou ter que ficar internada em observação até o fim da gravidez, mas isso é um preço que eu estou disposta a pagar. Daqui a alguns meses, vamos levar um pedaçinho de você e de mim para casa.”
“Ou eu vou levar sozinho dois pedaçinhos de mim para o cemitério.” Ele respondeu “Eu queria muito ter mais um filho, especialmente com você, mas eu não quero te perder, Alex. Se você quer tanto assim ter um bebê podemos adotar um o mais rápido que pudermos e tomar conta de um bebezinho desde pequeno juntos. Mas não me faça te perder para sempre, por favor.”
“Meu amor, você não vai me perder.” Ela respondeu acariciando seu rosto
“O que foi que o médico disse? Seja sincera.” Ele perguntou, tocando a mão dela que repousava em seu rosto
“Ele disse que… que eu tenho 70% de chances de morrer durante o parto.”
“E você quer que eu arrisque a sua vida assim?”
“Pierre, eu tinha menos do que 1% de chances de engravidar, agora, eu tenho 30% de chances de sobreviver. São 29% a mais dessa vez. Minhas chances de sobreviver são maiores do que as que eu tinha de engravidar, por que não podemos tentar?”
“Porque não vai ter volta se algo der errado…”
“Eu queria muito ser mãe e significaria muito para mim você ser o pai do meu filho. Por favor, não faça a mesma coisa que o Chuck fez. Eu prometo que eu nunca mais vou engravidar de novo, mas dessa vez, isso é muito importante para mim. Ele veio em um momento em que eu já tinha perdido todas as minhas esperanças de ter um filho na minha vida. Parece um milagre para mim e eu não quero abrir mão dele.” ela disse chorando “Por favor, não me peça para abortar meu bebê de novo.”
“Alex…”
Ele não sabia que resposta lhe dar depois daquilo. Ele sabia o quanto ela queria ser mãe e as lágrimas descendo pelo rosto dela confirmavam mais ainda a certeza que ele tinha. Ele também queria aquele filho, mas não queria correr o risco. Ele teve uma segunda chance depois de Chuck ter se casado com ela, ele teve uma segunda chance depois de Amanda tê-los feito terminar, ele teve uma segunda chance depois do tiro que Chuck disparou contra ela, ele teve uma segunda chance depois de ter sido preso… mas dessa vez não haveria uma segunda chance. Não era mais da responsabilidade de Chuck ou Amanda, a escolha era toda dele, assim como as conseqüências. Ou terminaria tudo bem ou terminaria tudo. As conseqüências ficariam todas para ele carregar sozinho para o resto da vida e ele teria que seguir em frente pois agora que conseguiu a custódia do filho, não poderia desistir de sua vida e mandá-lo para o orfanato. Ele não podia mais imaginar sua vida sem ela, mas também não poderia forçá-la a fazer um aborto sendo que sabia o quanto ela queria ser mãe. Ele estaria sendo exatamente como Chuck.
Todos esses pensamentos corriam pela cabeça dele e ele não pôde dizer mais do que já havia dito.
A única coisa que ele sabia era que, em sua frente, ele estava vendo a mulher que mais amava segurando lágrimas por culpa dele e ele se sentiu um pouco egoísta por preferir vê-la chorando agora a ser ele a chorar mais tarde. Setenta por cento de chances de morrer era muita coisa, mas… e se ela conseguir? Se ele se decidisse por pedir pelo aborto, ele passaria o resto da vida se perguntando o que poderia ter acontecido, sonhando com o filho ou filha que poderia ter. Por outro lado, se decidisse não pedir pelo aborto, ele poderia se arrepender muito em nove meses. Aquilo era muito para que ele decidisse sozinho.
O som da porta sendo aberta a forçou a enxugar rapidamente suas lágrimas, mas não foi o suficiente para fazê-lo retornar a realidade e abandonar seus pensamentos. Ele nem ao menos se preocupou em olhar para trás e ver quem entrava, simplesmente beijou a mão dela sem tirar os olhos dos dela e esperou para ouvir a voz de sua nova companhia.
“Alex!” gritou Matt, pulando em sua cama e abraçando-a “Alex, eu senti tanto a sua falta! Eu pensei que eu nunca mais ia te ver!”
“Mas que idéia é essa? Não vai se livrar de mim assim tão fácil.” Ela respondeu sorrindo “Pode até parecer uma coisa boa agora mas, quando ficar mais velho e eu começar a vigiar você e suas namoradas, você realmente vai querer nunca mais me ver.”
“Eu nunca vou querer nunca mais te ver. Agora que a mamãe morreu, você é a coisa mais próxima de uma mãe que eu tenho e eu te amo como eu amava a mamãe.”
“Eu também te amo… meu filhinho.”
“Nosso.” Disse Pierre sorrindo e abraçando-os
“Acho que deveríamos tirar uma foto assim e mandar uma cópia para o Chuck. Ele vai ficar tão bravo.” Disse Seb rindo
“Eu não planejo deixá-lo bravo. É mais seguro assim.” Ele respondeu
“Não se preocupe, o Chuck nunca mais vai conseguir sair da cadeia.” Disse David “O único problema com isso é que agora o Simple Plan acabou mesmo.”
“Não tenha tanta certeza assim.” Disse Jeff
“E por que não? Você tem um plano?” perguntou Pierre
“Eu não, mas o nosso empresário nos chamou para uma reunião. Ele ainda não agendou dia e horário, pediu para que você resolvesse seus problemas pessoais primeiro e para que depois telefonássemos para ele. Eu acho que ele está pensando em um novo CD ou algo do tipo.”
“Um CD sem o Chuck?” perguntou David
“Provavelmente.” Ele respondeu “Mas não vamos falar nisso agora. Não é nem a hora e nem o lugar para isso.”
“Eu concordo.” Disse Seb
“Alex, por que seus olhos estão vermelhos?” perguntou Matt “Você estava chorando?”
“Não, eu estou bem.”
“Não está não. O que aconteceu?” ele lhe perguntou, porém, ao invés de responder, ela olhou para Pierre, então Matt também se virou para encará-lo
“Ela estava… estava chorando de alegria. Você vai ter um irmãozinho ou irmãzinha.”

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