E se Eu não Tivesse Me Atrasado pra Formatura? escrita por Tati


Capítulo 37
Uma nova vida a caminho?




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Desde aquela noite, longos meses se passaram. Alex havia passado por todos os tipos possíveis de dor que não eram comuns a uma gravidez normal, mas ela estava persistentemente suportando tudo durante aqueles meses. Ter aquele bebê era o maior sonho dela e ela não desistiria disso por nada desse mundo.

De acordo com o médico, ela provavelmente ia entrar em trabalho de parto durante aquela semana e ela estava muito animada com a notícia. Finalmente iria conhecer seu filho ou filha. Saber disso não a deixou dormir direito durante toda aquela semana.

Ela acordou seis horas da manhã, assim como em todos os outros dias daquela semana, e a única coisa que fez daquele momento em diante foi acariciar sua barriga com carinho e continuar a sonhar com aquela criança, tentando imaginar seu rosto. Ela estava tão perdida em seus próprios pensamentos que nem ao menos percebeu o momento em que a porta se abriu e Pierre entrou para visitá-la.

"Bem quando eu pensei que você não conseguiria ser ainda mais bonita do que você já é, você me surpreende de novo."

"Que cavalheiro." Ela respondeu sorrindo

"Só estou sendo sincero. Ver você acariciando o nosso bebê é a coisa mais linda que eu já vi. Eu mal posso esperar para que vocês dois voltem para casa comigo e com o Matt." Disse, sentando-se ao seu lado e segurando sua mão

"Eu também não. Estou ficando cansada desse lugar e sinto muita saudade dos meus dois garotos."

"Também sentimos sua falta." Ele respondeu e a beijou "O Matt me ajudou a decorar o quarto do bebê ontem. Está bem bagunçado, mas ficou legal."

"Um quarto bagunçado que ficou legal? Isso é bem a cara de vocês dois." Ela respondeu rindo "De que cor pintaram a parede?"

"É mais fácil dizer de que cor não pintamos."

"Como assim?"

"Bom, já que não sabemos se é menino ou menina, não sabíamos de que cor pintar o quarto. Compramos algumas latas de cores diferentes para decidir em casa, vendo os móveis e o quarto e, além disso, o David tinha pintado alguns cômodos da casa dele uma semana atrás e sobrou bastante tinta, então ele mandou mais umas cinco latas com cores diferentes. Decidimos pintar de verde-água. Mas, depois que a gente acabou e viu toda aquela tinta sobrando, começamos a brincar fazendo guerra de tinta, jogando tinta um no outro até que acabasse tudo. No final, a parede virou uma mistura de várias manchas de tinta colorida. A única dificuldade foi limpar o chão, mas aí, o Matt misteriosamente ficou com sono e foi dormir e o chão ficou para mim. Mas eu também não me esforcei tanto para limpar. Colocamos carpete com desenhos de ursinho de pelúcia hoje de manhã no quarto do bebê para que ele não se machuque quando começar a andar, então o chão manchado não está à mostra. O quarto ficou bem bonitinho, queria que você pudesse ver."

"Eu também queria ver. Acho que o bebê vai adorar as paredes." Ela disse rindo "Vocês se divertiram bastante ontem."

"Com certeza. Quando eu fui buscar ele na escola a gente foi direto ver algumas lojas de móveis e de brinquedos, mas ainda não conseguimos comprar muitas coisas. Compramos alguns brinquedos e ursinhos e já escolhemos os modelos dos móveis e até pagamos, mas ainda não sabemos se vamos levar os azuis ou os cor-de-rosa. Vamos voltar para buscar tudo assim que o bebê nascer. E as roupinhas, bom, eu não precisei comprar nada. O Jeff, o Seb, o David, a sua família, a minha e todo mundo que conhece a gente mandou uma tonelada de roupinhas, tanto para menino quanto para menina. O bebê já tem mais roupas do que nós dois juntos."

"Que gracinha. Quer dizer então que eu não vou ter que fazer nada depois que eu voltar para casa?"

"Por enquanto, é basicamente isso. A gente queria muito a sua companhia para fazer tudo isso, mas não dava para esperar você voltar porque o bebê ia precisar vestir alguma coisa e dormir em algum lugar. Mas não se acostume com isso. Eu sou uma das pessoas mais preguiçosas que eu conheço e o Matt foi criado por mim, então você vai ter muito trabalho depois que melhorar. Não se preocupe pois problemas não vão faltar para você resolver, então é melhor descansar bem agora e se preparar para cuidar, basicamente sozinha, de mim, do Matt e do novo membro da família." Ele disse sorrindo

"Família?"

"Qual é o problema? Eu achei que fosse isso o que nós éramos agora que moramos juntos, adotamos uma criança e estamos tendo um filho juntos."

"Pierre..." sem palavras para expressar o que sentia, ela o abraçou o mais firme que podia enquanto sentia lágrimas dela caírem nos ombros dele "É que... essa é a primeira vez que eu te escuto falando assim da gente e... e isso faz com que eu sinta que... que realizei meu maior sonho. Eu lembro que, no dia em que eu te conheci, a primeira coisa que eu pensei foi ‘Eu tenho que fazer com que ele seja meu\' e eu não acredito que eu consegui. Eu pensei muitas vezes que eu tinha te perdido mas agora... olha só onde nós estamos. É algo tão bom que parece sonho. Parece que agora sim a minha vida é perfeita."

"Eu sinto a mesma coisa. Parece que foi ontem o momento em que a gente se conheceu. Você lembra? Tínhamos 15 anos, estávamos no primeiro colegial e a minha primeira aula daquele dia era inglês. Foi então que você entrou na sala e a professora te apresentou para a turma. Você sentou do meu lado, sorriu para mim e perguntou o meu nome. Eu nunca te disse isso, mas você estava linda com aquela blusa rosa choque e calça jeans preta e o cabelo preso naquele rabo-de-cavalo."

"Você se lembra do que eu estava vestindo?"

"Eu lembro cada detalhe do melhor dia da minha vida. Se eu soubesse naquele momento o que estava passando pela sua cabeça, eu não iria te fazer esperar tanto tempo."

Ela não lhe respondeu nada. A melhor resposta que conseguiu dar foi se aproximar dos lábios dele, sorrindo, e beijá-lo. Mesmo assim, ela não terminou o beijo. Muito antes, ela começou a sentir uma dor muito forte e interrompeu-o.

"Ai!" ela reclamou abraçando a barriga e recostando a cabeça na cama, que estava reclinada para uma posição sentada

"O que foi?"

"Eu não sei, mas está doendo muito."

"Acha que está na hora?"

"Provavelmente. Por favor, chame um médico! Está doendo muito!"

"Certo, eu volto logo."

Ele saiu do quarto correndo e procurou em todas as partes pelo médico dela, mas parecia que o desespero que ele sentia o impediria de ver o médico mesmo que ele parasse na sua frente. Ao invés de encontrar o médico, ele encontrou seus amigos que estavam saindo do elevador e descendo naquele andar para visitá-la.

"Qual é a pressa, Pierre?" perguntou-lhe Seb

"A Alex. Eu acho que... que chegou a hora. Vocês podem ir buscar o Matt na escola para mim agora?"

"Tudo bem." ele respondeu "É um pouco estranho chegar a um lugar e logo pedirem para que você saia, mas tudo bem. Vamos buscar o Matt e voltamos logo."

"Obrigado." Eles entraram no elevador do qual haviam acabado de sair e, logo que o elevador ao lado foi aberto, o médico pelo qual ele procurava desceu naquele andar "Sr. Jenkins, a Alex não está passando muito bem e nós achamos que você deveria ir ver como ela está. Achamos que está na hora."

"Tudo bem, vamos ver então."

Eles se dirigiram ao lugar de onde ele havia vindo e foi lá onde acharam Alex suando frio e com a expressão do rosto distorcida pela dor. Ao ver aquilo, seu médico chegou à apenas uma conclusão:

"É, você estava certo. Ela realmente vai ter um bebê."

"Diz alguma coisa que eu não sei, idiota!" ela gritou

"Alex..."

"Não se preocupe, isso é comum. Ela vai estar muito sensível durante as próximas horas."

"Como assim horas?" ela perguntou enfurecida

"Quando foi a primeira vez em que sentiu uma contração?"

"Faz mais ou menos um minuto."

"Então ainda falta muito. Ainda não está na hora."

"Está doendo!"

"Eu sei que está, mas foi você quem decidiu por parto natural, então vai ter que esperar bem mais."

"Que droga!"

"Srta. Hamilton, eu vou precisar te lembrar de que o parto dessa criança coloca em risco a sua vida e que esse bebê pode não durar mais do que poucos minutos após o nascimento. Tem certeza de que ainda quer fazer isso?"

"Eu não cheguei até aqui para desistir agora. Eu vou ter esse bebê e nós dois vamos sobreviver."

"Se é isso o que realmente quer... Vou preparar a sala de cirurgia. Vão vir algumas enfermeiras aqui para te buscar em algumas horas e, de tempo em tempo, vai vir alguém medir a sua dilatação."

"Certo, obrigada." Ela respondeu enquanto ele saia do quarto

"Alex, tem certeza de que quer fazer isso?" perguntou Pierre, sentando-se ao seu lado e segurando sua mão

"Pierre, o filho também é seu. Você não o ama?"

"É claro que eu amo e eu quero ter esse filho tanto quanto você, mas eu não queria arriscar te perder. Você não imagina como eu vou me sentir. Você nunca vai conseguir imaginar o quanto eu vou sofrer se isso acontecer."

"Eu não vou morrer."

"Alex... Alex, por favor, prometa que eu não vou levar só o bebê para casa. Prometa que você também vai voltar comigo dentro de algumas semanas. Prometa que você não vai me deixar agora."

"Eu... eu prometo."


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