Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 15
XV - Princesa Ariadne


Notas iniciais do capítulo

Oláá, pessoas!

Então, trazendo mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem.
Dessa vez consegui atualizar rapidinho, né?
Bom, esse capítulo conta com algumas celebridades mitológicas.

Como sempre, capítulo betado pela srta With. Flor, brigadão!

No mais, boa leitura!



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XV

Princesa Ariadne

A noite já estava caindo quando Percy e eu conseguimos alcançar a van que levava o grupo de busca. Estávamos no topo de um prédio a uma boa distância deles. Aparentemente, eles tinham parado para comer alguma coisa. Senti meu estômago reclamar também, mas não havia trago nada. E Annabeth era mais importante.

Desmontei Guido e me sentei na beirada. Percy fez o mesmo. Não havíamos trocado muitas palavras até aqui. Tirei o boné do bolso e fiquei olhando-o. Jackson me encarou com tristeza.

– Vamos achá-la. – Ele me disse, solidário.

– Eu sei. – Respondi carrancuda. Não era só isso o que me preocupava. Tinha a coisa toda de Annabeth estar querendo se tornar uma caçadora.

Como Thalia havia dito, não era comum as caçadoras aparecerem de repente. Elas vinham quando chamadas ou quando uma garota fazia uma oferenda para Ártemis. O que diabos Annabeth queria? Ser imortal? Me esquecer? Ela estava arrependida? Sinceramente, nenhum dos pensamentos me agradou.

– Lá, eles estão saindo. – Percy apontou para a lanchonete em que o grupo estava. Rapidamente me levantei e montei Guido. O pégaso já estava prestes a alçar vôo quando algo saiu errado. Ramos de árvores apareceram do nada e enrolaram os dois pégasos, deixando-os aflitos.

Olhei para trás a tempo de ver uma figura se materializar. Era um homem barrigudo e careca. Sr. D. Apertei os lábios com força. Ele não iria me atrapalhar.

– Então.... – O Sr. D começou com uma voz melódica, bem irônica. – Vocês acharam que o imortal diretor do Acampamento de vocês não iria notar suas ausências? Lembrando que os dois se atreveram a me atacar. Acharam que eu ia me esquecer? – Ele gritou e os ramos se apertaram ainda mais aos pégasos. Os cavalos relincharam. Senti pena deles por um instante.

– Deixe-nos em paz! – Gritei com ele. Não era prudente, mas já havia deixado a prudência no labirinto. – Só queremos resgatar Annabeth!

– Heróis. – O deus do vinho disse com desprezo. – Vocês são todos iguais. No fim das contas, vocês são sempre uma decepção.

– Não temos nada a ver com o fato do senhor não gostar de heróis. Eu só quero resgatar Annabeth, é tudo! Pouco me importa Ártemis também!– Gritei mais alto, olhando para os céus. Sabia que, de certa forma, estava irritando mais alguns olimpianos, mas estava com raiva. Especialmente de Ártemis. Se ela não tivesse aparecido, se Annabeth não estivesse querendo se tornar uma caçadora, nada disso estaria acontecendo.

– Cuidado com suas palavras, mocinha! Mas deixe-me contar uma história. Certamente, já ouviram falar de Teseu, certo? – Desisti de argumentar. Ele não iria nos soltar. Olhei para Percy e ele apenas deu de ombros. – Bom, Teseu teve a ajuda de Ariadne e prometeu se casar com ela. Sabem o que ele fez?

– Eles se casaram! – Percy explodiu. Eu sentia uma raiva incrível domá-lo. Naquele instante, ele parecia ser capaz de sacudir a terra, como seu pai imortal. – Viveram felizes para sempre!

– Enganado, jovem herói! Você certamente deve saber. – Ele disse olhando para mim.

– Ele a abandonou adormecida numa ilha. – Respondi. – Mas isso não importa!

– Não importa? Isso diz muito sobre vocês!

– Bom, você aproveitou a chance e se casou com ela! No fim das contas, tudo se arranjou! – Eu discutia com ele como se ele fosse um inimigo ou amigo de longa data. E nem um pouco imortal.

– Não é tão simples assim! – O Sr. D se aproximou. Grunhi alguma coisa, segurando a lança que Atena havia me oferecido. Eu imaginava que não tinha nenhuma chance contra ele, mas, mesmo assim, estava prestes a iniciar uma briga. Eu sempre estou.

– Já basta, meu amor! – Uma voz feminina e doce interrompeu-nos. Uma moça muito bonita, alta, morena, com cabelos e olhos negros apareceu à nossa frente.

Não precisei pensar muito para me dar conta que quem estava ali era a própria princesa Ariadne. O sr. D pareceu indeciso e trocou um olhar cúmplice com sua esposa. Não demorou muito e ele tornou a desaparecer grunhindo um ‘tanto faz’. Os pégasos suspiraram aliviados, livres das plantas que os seguravam. Troquei um olhar preocupado com Percy.

– Perdoem meu marido. Ele não tem muita simpatia pelos heróis. – Ela disse e se aproximou. Notei que seu olhar era cálido. Era realmente uma moça muito bela. Por que Teseu a abandonaria?

– Percebemos. – Percy disse e se ajoelhou. Fiz o mesmo. Algo na presença doce de Ariadne nos levava a isso. – Princesa Ariadne, obrigado.

– Não me agradeçam ainda. – Ela disse e fez um sinal para que nos levantássemos. – Admito que, mesmo sendo imprudente, ainda tenho uma queda por vocês, heróis. Especialmente por você. – Ela olhou para mim. Senti meu rosto corar. Bom, pelo menos alguém do Olimpo gostava de mim, uma vez que eu já tinha Atena e Dionísio contra.

– Perseu Jackson, você deve continuar sua busca. Siga nessa direção e vai encontrar a van das caçadoras. – Ela voltou a falar com Percy. Não gostei daquilo.

– Eu também vou! – Rosnei.

– Não, criança. Tenho outra tarefa para você.

– Minha tarefa é encontrar Annabeth! – Não ia fazer ‘servicinhos’ para deuses. Que eles chamem o Hércules ou qualquer outro.

– Essa é justamente sua tarefa. Acalme-se, filha de Ares. – Ela me repreendeu e se virou novamente para Percy. – Agora vá, filho do deus dos mares.

Percy me lançou um olhar complacente antes de montar em seu pégaso e partir.

– Boa sorte. – Ele murmurou e eu apenas assenti.

– Receio que tenha passado um tempinho no Labirinto de Dédalo, correto? – Ela mais afirmou do que perguntou.

– Sim. –Grunhi e esperei pra ver onde aquilo ia dar. Ariadne me rondava e me olhava com um olhar curioso e triste ao mesmo tempo.

– Presumo, então, que talvez isso possa ser de grande ajuda. – Ela estendeu a mão e um novelo de lã com um sino na ponta materializou-se lá. Havia uma luz prateada, fina, reconfortante, sob ele. Não acreditei quando o vi. Era o fio de Ariadne. Talvez o único modo conhecido de se orientar no Labirinto.

– Tome, criança de Ares. Eu o ofereço a ti. – Ela disse percebendo meu silêncio e perplexidade. O novelo pareceu atender às palavras de sua dona e começou a brilhar com uma luz avermelhada. Ainda meio abobada o peguei.

– O-Obrigada, senhora. – Gaguejei. A princesa riu.

– Se outro o pegasse, sem minha bênção, o fio jamais o orientaria no Labirinto. É por isso que ele é tão especial. Ele não vai se embolar ou quebrar. E vai te livrar dos perigos na maior parte do tempo. – Ela amarrou uma ponta do fio no meu dedo. – E, o mais importante, ele vai te guiar até sua namorada.

Ela piscou e eu corei. Achei melhor não perguntar como aquilo me guiaria até Annabeth, mas acho que tinha alguma conexão com o fato de Teseu ter saído em segurança do Labirinto.

Já ia agradecer mais uma vez quando Ariadne se afastou e começou a tatear a parede do prédio em que estávamos. Ela pareceu pressionar um dos pontos e aos poucos a letra grega delta se formou. Era uma passagem do Labirinto. A parede se dissolveu e Ariadne olhou para mim de forma reconfortante.

– Vá, filha de Ares. Você tem minha proteção.

Peguei a lança que Atena me ofereceu e já ia adentrar novamente no Labirinto quando Guido relinchou. Tinha me esquecido completamente dele. Ariadne sorriu e eu me voltei para o pégaso.

– Volte para o Acampamento, pangaré. Tenho certeza que Silena vai te presentear com algumas maçãs. – Ele pareceu entender o que eu disse e partiu a toda na direção de Long Island.

Respirei fundo e dei novamente passos decididos para o Labirinto. Ia encontrar Annabeth, custasse o que custasse. Ariadne me esperava à frente da parede recém destruída. Antes de entrar, ela depositou um beijo carinhoso na minha testa e desapareceu como uma névoa.

Amarrei a outra ponta do fio na entrada que Ariadne abriu para mim. O fio se estendeu. Percebi que ele era encantando e, por isso, não tinha um tamanho definido. Agradeci Ariadne em silêncio e, sob a luz fraca, quase imperceptível do novelo, me guiei, rumo a Annabeth.


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Notas finais do capítulo

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