Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 14
XIV - Guido


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos e lindas!

Passando só pra deixar mais um capítulo para vocês! E, claro, agradecer a galera que vem acompanhando firme e forte, kkkkk
Paciência, galera. Ahn... Acho que estamos mais ou menos na metade da história :)

Bom, como de praxe, capítulo betado pela Srta With. Flor, brigadão!

Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451683/chapter/14

XIV

Guido

“Olhando para o teto no escuro

O mesmo velho sentimento de vazio em seu coração

Porque o amor vem devagar e se vão muito rápido

Bem, você a vê quando adormece

Mas para nunca tocar e nunca manter

Porque você a amava muito

E você mergulhou fundo demais”

(Let her go, Passenger)

Não participei da captura da bandeira. Em partes porque estava muito furiosa e, geralmente, isso significava que alguém sairia terrivelmente machucado. Em partes porque estava tentando arrumar um jeito de ir atrás de Annabeth, onde quer que ela estivesse. E, em partes, por mais que não queria admitir, porque estava evitando Silena.

Desde que começara a namorar Annabeth, Silena e eu nos afastamos. Nossa amizade não era a mesma. E ela, de todos do Acampamento, era quem mais tinha noção dos meus sentimentos por Annabeth. Eu não poderia aturar o olhar triste e de pena, à beira de lágrimas, que ela me mandava. Ela sabia que eu estava em frangalhos.

Estava nos campos de morango quando ouvi passos. Rapidamente saquei a espada, mas relaxei quando vi que era Silena quem me procurava.

– Silena. – Resmunguei.

– Clarisse... – Os olhos dela pareciam chorosos. E, parecendo não agüentar mais, ela correu para mim e me abraçou. – Eu sinto tanto! Eu posso ver o que você está sentindo!

Ela me apertou e, meio sem jeito, eu a abracei de volta. Era reconfortante ter alguém que me entendesse, admito. Após um tempo, Silena me soltou e limpou o vestígio de lágrima dos olhos.

– O Sr. D. está convocando os líderes do chalé para discutir a profecia. – Ela me disse.

– Que profecia?

Silena então me explicou que durante a captura da Bandeira, além de Thalia e Percy terem se estranhado, o Oráculo decidiu dar uma voltinha pelo Acampamento e lançar mais uma daquelas profecias horripilantes. Parece que teríamos uma missão. Uma busca por Ártemis e, somando, por Annabeth.

Dionísio, Quíron, duas caçadoras, Thalia, Percy, os irmãos Stoll, Beckendorf e todos os outros lideres dos chalés estavam em volta da mesa de ping-pong na sala de recreação. Os outros líderes me encararam um pouco assustados.

Quíron ditou novamente a profecia:

“A oeste, cinco buscarão a deusa acorrentada,

Um se perderá na terra ressecada,

A desgraça do Olimpo aponta a trilha

Campistas e Caçadoras,juntos, cada um brilha,

A maldição do titã um deve sustentar,

E pela mão do pai um irá expirar.” ..

Fazia tanto sentido quanto todas as outras profecias, mas não liguei. Simplesmente me recostei em uma parede e cruzei os braços. A maioria estranhou, mas estava apenas esperando o momento certo: Quando eles fossem definir quem faria parte da busca. Até lá, tinha que me controlar.

Vi Thalia implicando com a que parecia ser a líder das caçadoras, que depois descobri se chamar Zoe. Pelo pouco que presenciei, parecia que elas já se conheciam. O Sr. D anunciou que Ártemis teria de ser encontrada até o solstício de inverno, que é quando ocorre a reunião dos deuses, mas logo voltou sua atenção para a revista que estava lendo. Eu não sabia se ele ainda estava querendo me castigar ou algo do tipo por tê-lo atacado.

Ao fim, decidiram que deveria ir cinco. E, após muita confusão, os cinco escolhidos foram Zoe, Thalia (algo me dizia que elas não estavam contentes com isso), Grover, Bianca (uma nova campista, o que achei imprudente) e uma outra caçadora.

Estreitei o olhar. Eu não estava no time de busca e as vagas estavam todas preenchidas. Avancei para a mesa e apoiei meus braços nela. Os irmãos Stoll engoliram seco. Eles, melhor do que ninguém, sabiam farejar encrenca.

– Quíron... – Era estranho, mas minha voz estava extremamente calma. Entretanto, eu queria explodir. Grover, por ser um sátiro, percebeu isso e baliu se afastando de mim. – Preciso ir nessa busca.

– Clarisse, minha querida...

– Eu também quero ir! – De algum lugar daquela sala, Percy gritou. – Eu preciso ir também!

– Não! – Zoe, a caçadora, interviu. – Levo um sátiro, mas não um garoto! Por que querem ir?

– Não é da sua conta! – Fiquei frente a frente com Zoe e ela pareceu me ler.

– Não vou levar um garoto! Muito menos uma garota apaixonada! – Aquilo me fez corar. Senti todos os olhos em cima de mim. Dei um soco forte na mesa.

– Eu vou nessa missão! – Gritei e apontei para a novata, a tal de Bianca. – Essa garota acabou de chegar! É imprudência da sua parte levá-la!

– Não me fale de imprudência! Pessoas que agem por paixão são mais imprudentes! –

Por incrível que pareça, foi Silena quem partiu para a briga.

– Os motivos de Clarisse são justos! Ela deve ir! – Silena encarou Zoe.

– Típico de uma filha de Afrodite. – Ela resmungou e eu me pus entre as duas.

– Ei, sua briga não é com ela. É comigo!

– Não estou brigando com você, filha de Ares.

– Quíron! – Virei-me para ele.

– É uma busca por Ártemis, Clarisse. Cabe às caçadoras a liderança dessa busca. – Ele me disse com o olhar triste. – E você está em outra missão no momento caso não se lembre.

– Ótimo! – Encarei Zoe novamente com raiva, e saquei minha faca. Joguei-a na mesa de ping-pong e saí pisando duro.

Aquela noite, sonhei com Annabeth. De novo. Annabeth continuava segurando uma enorme esfera de terra. Seus braços tremiam e minha namorada estava de joelhos. Meu coração se apertou, eu estava prestes a desabar. Pelo que entendi, Annabeth estava à beira de...

Já ia correr pela caverna e ajudá-la quando algo me puxou do meu sonho e me jogou em outro. Agora estava no Monte Olimpo. Brincando com a água de uma fonte, estava uma mulher alta envolta numa armadura grega. Ela virou-se para mim e pude reconhecer seus olhos cinzentos. Atena. Era a segunda vez que ela me ‘visitava’, digamos assim.

– Senhora Atena... – Ajoelhei-me em sua frente. Os imortais são bem sensíveis e eu não estava mais com tanta energia para brigar com quem quer que fosse.

– Levante-se, filha de Ares. – O tom de Atena era duro. Fiz o que ela havia ordenado. – Aproxime-se.

Eu não sabia o que dizer. Estava na companhia da deusa da sabedoria – e, agora, realmente me dava conta, minha sogra. É o tipo de situação que não dá para falar muita coisa sem parecer estúpida.

– Essa lança. – Atena recomeçou, percebendo que eu não iria dizer muita coisa. – Foi um presente que ofertei a Hércules séculos atrás. E, agora, a oferto a ti. Temporariamente, é claro. Ela é mais resistente e forte que qualquer outra. Espero que ajude em sua jornada.

– Jornada?

– Não me tome por idiota, filha de Ares. Sei que irás atrás de minha filha. E, presumo que devas sair agora. Sua carona a espera, nos estábulos.

Acordei num susto. Escorada na parede ao lado da minha cama estava uma lança toda forjada em bronze celestial. Era possível sentir algo de diferente e acolhedor emanando dela. Sem pensar duas vezes, pus minha mochila no ombro e peguei a lança. Iria para os estábulos. Atena falou algo sobre uma carona.

Quando cheguei aos estábulos, alguém estava lá para me impedir. Quem eu menos esperava. Silena. A filha de Afrodite barrava a entrada.

– Clarisse, não. Por favor. – Novamente, seus olhos estavam chorosos.

– Silena, você, melhor do que ninguém deve entender porque estou fazendo isso.

– Eu sei... Mas tenho um pressentimento de que você irá se machucar se for... – Os olhos azuis dela eram capazes de me acalmar, mas ela sabia que nada iria me convencer do contrário.

– Mas eu já estou machucada, Silena. A diferença é que as marcas não estão na pele. – Disse com tristeza e Silena saiu do meu caminho. Dei-lhe um beijo na testa e entrei nos estábulos. Silena veio atrás de mim.

Tive outra surpresa quando entrei nos estábulos. Jackson estava lá e parecia estar conversando com um pégaso. Ele notou minha presença e me deu um olhar triste.

– Estava esperando você. – Percy me disse. Só então notei que ele, assim como eu, fora deixado de lado da missão. E também quase atacou Dionísio. Annabeth era importante para ele também.

– Atena? – Perguntei e ele assentiu.

– Ela me disse algo sobre minha ajuda estar indo para os estábulos. Acho que ela não gosta de saber que seus filhos estão em perigo.

– Ela me disse que minha carona estaria nos estábulos. – Ele riu.

– Blackjack e seu amigo vão nos dar uma carona. – Ele apontou para dois pégasos. Um negro e um branco. Às vezes, tinha de me lembrar que Percy era filho de Poseidon e, com isso, ele tinha o poder de falar com cavalos e seres do mundo marinho.

– Certo. Qual pangaré é meu? – Disse, e o branco relinchou.

– Guido não gostou do apelido, Clarisse. – Percy me disse.

– Desculpe-me, Guido. – Disse de má vontade e montei o pégaso. Silena se aproximou e cochichou algo no ouvido do pégaso, que pareceu ficar mais calmo.

– Boa sorte. – Ela se dirigiu até mim e eu apenas assenti.

– Er... Clarisse? – Jackson me chamou de novo e eu lhe lancei meu olhar mais raivoso.

– Que foi? – Respondi vendo que ele tirava algo do bolso. Reconheci o boné dos Yankees de Annabeth e senti meu peito apertar além de meus olhos enevoarem-se. Virei o rosto para o lado.

– Acho que isso devia ficar com você. – Ele me entregou o boné.

E, assim, partimos. Voando rumo a oeste. E rumo a Annabeth, eu esperava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, galera, recentemente comecei uma fic A.U que tem como casais centrais Reyna e Piper e Annabeth e Clarisse. Quem se interessar, deixo o link:
http://fanfiction.com.br/historia/487331/Little_Hell/
No mais, muito obrigada!