Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 13
XII - As caçadoras


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoas!

Então, mais um capítulo para vocês! Espero que vocês gostem!

Capítulo dedicado à Tris. Obrigada pela recomendação!

Betado pela senhorita With.

No mais, boa leitura!



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XIII

As caçadoras

Oh, você me diz pra segurar

Oh, você me diz pra segurar

Mas a inocência se foi

E o que era certo está errado

Porque estou sangrando

E se a ultima coisa que eu fizer

É te derrubar

Eu vou sangrar por você

Bleeding out, Imagine Dragons

Cruzei a passagem que Atena tinha recentemente feito na parede. Entrei o mais sorrateiramente que pude. A neve caía suavemente sob o Acampamento, o que me surpreendeu. Era raro ter neve no Acampamento, especialmente porque o Sr. D. não era lá muito fã das estações frias.

Deixei Rodriguez aos cuidados de Charles Beckendorf, do chalé de Hefesto, que estava realizando a guarda aquela noite e rumei a toda para a Casa Grande. Beckendorf havia me dito que Percy e um grupo de Caçadoras tinham acabado de chegar. ‘Ótimo’, pensei. Mais problemas à vista.

Entrei na Casa Grande e não tive problemas em identificar onde eles estariam, pois podia ouvir os gritos revoltados de Thalia. Vi um garotinho de cabelos negros brincando com umas mini-estatuas saindo da sala com Grover. O sátiro arregalou os olhos quando me viu, mas não tentou me impedir.

Ainda tive tempo de ouvir Thalia culpando Percy.

Aproveitei a brecha e entrei, bufando. Vasculhei a sala e não encontrei Annabeth. Observei a expressão de cada um: A raivosa de Thalia, a indiferente do Sr. D., a indignada de Percy e a preocupada de Quíron. Todos eles se viraram para mim de uma só vez.

E, de uma só vez, entendi o que estava acontecendo: Uma missão dera muito errado, e, como resultado, Annabeth estava em perigo. Senti meu sangue subir, e minha raiva me domar. Parti com tudo para cima de Jackson.

– Eu te pedi para protegê-la! – Agarrei-o pelo colarinho e o levantei. Meus olhos pareciam queimar, em parte pela raiva, em parte para mandar de volta as lágrimas. – Era tão difícil, Jackson?

Eu estava tão preocupada em manter Jackson no alto que nem percebi quando Quíron e Thalia nos separaram. Foi quando o Sr. D. resolveu intervir.

– Não vou arriscar mais semideuses num resgate. Essa menina, Annie Bell, já deve estar morta. – Aquilo me partiu, mas eu não ia deixá-los ver os pedaços.

– Luke pode precisar de Annabeth. – Thalia interviu. Eu estava sem palavras. Queria socar o Sr.D., queria espancar Jackson, mas queria ir atrás de Annabeth. E não ia conseguir isso sem saber direito o que tinha acontecido. Assustei-me com esses pensamentos. Pela primeira vez, eu não estava agindo por impulso ou com raiva.

– Bom, se é esse o caso, então ela pode escapar por conta própria. Ela é filha de Atena, não? – O Sr. D. disse com desdém e indiferença.

Percy se levantou no mesmo tempo em que eu tive a sensata escolha de avançar para cima do deus do vinho. Quíron se pôs à minha frente a tempo e Thalia reteve Percy.

– Você é um preguiçoso! – Percy urrava. – Você não se importa se um de nós está morto! Só quer saber de cumprir sua estadia aqui! Zeus poderia mandar alguém mais prestativo!

Eu me contorcia para me livrar das mãos de Quíron. Minha raiva estava acima do limite. Eu podia sentir ela fluindo como se fizesse parte do meu sangue. Sentia meu corpo pegar fogo.

Por fim, me soltei de Quíron e saltei na mesa do Sr. D com minha lança faiscando. O golpe pegou de raspão e o máximo que consegui foi tirar a ridícula coroa de louros que ele estava usando.

A sala ficou em silêncio. Imaginei que agora seria a hora do Sr. D. me transformar em alguma coisa desagradável, mas não me importei. Já estava preparada para entrar em combate com um imortal, por mais ridículo que isso possa parecer, quando o garotinho de cabelos negros irrompeu pela porta, chamando o Sr. D. do cara do vinho e mostrando suas estatuetas dos personagens mitológicos.

Deveria agradecê-lo mais tarde. Ele e suas estatuetas. Aquilo, de certa forma, distraiu o Sr. D. do castigo que ele iria proporcionar a mim e a Jackson. Aproveitando a situação, Quíron decidiu agir:

– Thalia, desça com os dois e avisem que amanhã à tarde teremos Captura da Bandeira. – Aquilo fez minha raiva voltar a toda. Toda minha prudência já tinha ido embora quando deliberadamente ataquei Dionísio.

– Captura da Bandeira? Vocês estão loucos?

– É uma tradição. – Quíron me interrompeu com a voz grave, olhando de soslaio para o Sr. D. que parecia bem entretido com o garotinho das estatuetas. – Corram agora.

Thalia puxou a mim e Percy até a saída, antes que Dionísio pudesse se lembrar que ele tinha dois semideuses para incinerar.

– Vocês perderam o juízo? – Ela atacou quando já estávamos do lado de fora da Casa Grande. Não a encarei. Nunca tivemos uma boa relação e não iríamos começar agora. – Percy, você já tem Ares contra você. – Ela me indicou com a cabeça. Verdade. Se meu pai pudesse, arrancaria a cabeça de Jackson com um machado cego.

– E você... – Ela agora se dirigiu a mim e eu estufei o peito, num claro sinal de provocação. Já estava pronta para outra briga. Eu sempre estou, mas Thalia era inteligente para não cair no meu jogo. Ou só estava cansada. – Algo me diz que Atena também não morre de amores por você. Acho que os dois não precisam de mais nenhum inimigo imortal. – Verdade de novo. As palavras que Atena me dirigiu no Labirinto só provavam isso.

Ficamos em silêncio um bom tempo, até Thalia decidir falar de novo. Ela e Percy meio que se desculparam um com o outro pela missão. Já estávamos voltando para os chalés e avisar aos outros da Captura da Bandeira quando vimos uma caçadora e um dos meus irmãos prestes a se atacarem na quadra.

– Ahn, Percy. Vá na frente e avise aos chalés. Clarisse e eu vamos dar um jeito ali. – Ele entendeu e eu também que ela queria falar comigo a sós. Não gostei daquilo, mas não estava em posição de argumentar.

– Er.. Thalia! – Ele a chamou antes que estivéssemos fora de alcance. – Você deveria ser a capitã.

– De jeito nenhum! Você está há mais tempo aqui do que eu.

– Desculpem-me se não entendi direito. – Entrei na discussão. Minha voz estava carregada de sarcasmo. – Vocês estão discutindo quem vai ser o capitão do maldito jogo enquanto Annabeth está sabe-se lá onde? – Eles pareceram sem graça.

– Podemos ser co-capitães, ou algo do tipo. – Percy disse meio sem jeito.

– Ok. –Thalia terminou com aquilo e rumamos para a caçadora e meu irmão que queriam se matar.

Não foi difícil terminar com a discussão. Em parte, porque eu estava lá , em parte porque os olhos de Thalia pareciam querer soltar raios. A caçadora e meu irmão foram cada um para seus respectivos chalés.

– Então... –Decidi começar o assunto. Sabia que Thalia queria conversar comigo. – Pode me explicar o que diabos aconteceu nessa missão?

– Antes de tudo, queria te pedir desculpas. – Ela pareceu sem jeito, olhando para os pés do que para o caminho. Eu estava ouvindo direito? Thalia, filha de Zeus, minha ‘arqui-inimiga’ pela afeição de Annabeth, estava me pedindo desculpas? Confesso que estava sem jeito também. Odeio pedir desculpas e não sei reagir quando me pedem.

– Sem problemas.

– É sério. Hoje, eu vi que você faria o mesmo por Annabeth. Você atacou um deus grego por ela. – Ela disse e foi minha vez de encarar o chão. Ela estava se referindo ao sacrifício que ela fizera anos atrás. – Então, trégua? – Por fim, ela me estendeu a mão. E eu a aceitei.

– Trégua. – Bom, era difícil uma filha do deus da guerra fazer trégua, mas também era difícil uma filha do ‘Rei do Olimpo’ pedir desculpas.

– Mas, Thalia, você ainda não me disse o que aconteceu...

Thalia me explicou tudo. Desde o chamado de Grover, até a Quimera levar Annabeth e a carona de Apolo. Aquilo não me deixou mais tranqüila. No fim de toda a conversa, eu estava desolada, nervosa, e, o pior de tudo, me sentindo culpada.

– Clarisse... – Thalia me chamou mais uma vez. Estávamos à porta do chalé de Zeus. Pela primeira vez me perguntei como seria ter um chalé só para si. Ela e Percy deveriam saber, mas deixei pra lá. – Tem outra coisa que está me incomodando.

– E o que é? – Não estava a fim de brincar de adivinhação.

– Por que as caçadoras apareceram? Me perguntei isso desde que elas chegaram. Foi muita coincidência. E nós sabemos que não existem muitas coincidências em casos assim.

– Você sabe o por quê? – Agora que ela falava, parecia fazer sentido. As caçadoras só apareciam quando... Encarei Thalia com surpresa. Meus olhos diziam claramente ‘Não’, mas os delas pareciam desapontados.

– Tome. – Ela me entregou um papel. – Encontrei na mochila de Annabeth.

Peguei o papel e vi que se tratava de um folheto de propaganda dobrado em forma de árvore. Abri-o e com espanto li as seguintes palavras em letras garrafais:

“ UMA SÁBIA ESCOLHA PARA SEU FUTURO! IMORTALIDADE! FUTURO SEM O AMOR ROMÂNTICO!’

– Thalia, o que... – Eu não conseguia acreditar. Não era possível. Talvez as caçadoras estivessem procurando outra garota meio-sangue por lá, e... Mas as palavras de Thalia me trouxeram de volta à realidade. E suas palavras foram bem sinceras.

– Acho que Annabeth estava querendo se afiliar.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima, pessoal!