Como você me encontrou? escrita por Kethy


Capítulo 17
Excursão


Notas iniciais do capítulo

Oi me desculpem a demora aulas... Mas está aqui. Não estou com nem um pouquinho de sono hehehe, era pra postar terça , mas fazer o que? Bem Enjoy



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Quando cheguei em casa Nancy já estava na frente da porta batendo o pé na neve, além da mochila nas costas ela carregava uma sacola preta com um logo marca que eu não consegui ler. Entramos com ela praguejando, e me esparramei no sofá.

Ela parecia preocupada comigo, mas eu realmente estava cansado, Jack morava longe. Eu pensei que Anna não fosse tão legal, ou que talvez não fosse nos aceitar. Mas as aparências enganam não é mesmo?

–Desculpe despejar um Spencer bêbado aqui.- disse ela. – Os amigos dele estavam bem piores acredite.

–Sem problema, foi até engraçado, ele repetia que te amava e depois falava de zumbis. – disse e ri.

–Serio? Por que não gravou? Queria uma chantagem. – bufou e fez bico.

–Devia mesmo. – eu disse.

–Ah, aqui está. – disse me entregando a sacola de papel fria. Tirei dela uma blusa xadrez, verde prata e preta, era linda.

–Nossa eu amei Nancy obrigado. – disse e a abracei.

–Não a de que, agora experimenta. – disse ela, coloquei as mãos na barra da camisa que eu estava usando sem pensar e depois olhei para Nancy que se virou rindo. – Pronto. – me troquei.

–Então o que acha? – disse e já de pé.

–Ah ficou ótima, espere. – disse e tirou o celular da mochila.

–Vai fazer o que? – indaguei.

–Tirar foto quem mais vai mostrar isso para Jack? – disse rindo e tirando fotos.

–Sabe eu até mandaria, mas prefiro que ele seja pessoalmente. – disse sentindo meu rosto esquentar.

–Awn que fofo, agora deixe me mandar uma em que você esteja mandando um beijo para ele. – disse sorrindo maliciosamente.

–Não!

Ela ficou me implorando, mas eu me recusava a fazer isso que vergonha aposto que depois seria usado para chantagem. E também Jack não precisava de uma foto assim o que diabos ele iria fazer com elas afinal?

~*~

Sai de casa mais cedo Banguela estava comendo mais esses dias e eu tinha de passear com ele de novo. Que sabe no domingo posso chamar Jack, ele é desocupado mesmo. Pensando bem Jack não tinha lá muito amigos.

Quando o conheci ele sempre estava sozinho, me pergunto se ele tinha medo de machucar alguém com seus poderes. Eu pensei em sair correndo quando aconteceu, mas eu percebi o quanto amava ele.

Estava perto da casa dele quando vi o carro vermelho sair da garagem, o mesmo buzinou quando passou por mim, acenei. Jack estava na porta escorando em uma das colunas no topo da escada, quando me viu desceu. Fazia bico e estava com os braços cruzados.

–O que foi? – indaguei sorrindo, amava esse jeito dele.

–Primeiro: Minha mãe me trancou em casa a tarde toda. Segundo: Não parou de me fazer perguntas sobre você. Terceiro: Você ainda não abriu meu presente. – disse enquanto listava nos dedos, eu me esqueci completamente ainda deve estar na mesa.

–Desculpe eu esqueci, prometo abrir quando chegar. – disse e ele sorriu e me deu um selinho.

–E tem outra coisa quero mais fotos. – disse ao passar o braço por meus ombros.

–Para que você quer mais? – indaguei começando a caminhar.

–Para colocar de fundo de tela talvez. – disse me apertando e rindo.

–Atah, vou ali criar nossa conta junta no facebook ou no banco. – disse indicando com o polegar uma direção qualquer.

–Não nada desta coisa de hétero. – disse colocando a mão livre na testa, eu ri.

~*~

Era incrível como a cidade sempre estava com a mesma aparência calma sem nada realmente empolgante para se fazer. Meus pais realmente escolheram um lugar perfeito para quem quer descansar.

No colégio Astrid apenas nos mandava olhares assustadores, mas que não me intimidavam na verdade. Depois do colégio caminhávamos de mãos dadas até o bosque de Emma, algumas pessoas olhavam.

Mas ninguém fazia cara feia todos levavam numa boa como se fosse normal, esse é o poder das cidades pequenas. Ninguém liga para você ou para o que você faça, se fosse em Nova York o buraco seria mais embaixo.

Quando chegamos ele fez o mesmo processo com a superfície, e eu bem já conseguia não dar de cara com o chão. Eu já estava patinando mesmo perdendo o equilíbrio na maior parte das vezes, fomos embora as 16h.

O deixei em casa com a mesma ordem de não deixa-lo sair até que eu viesse busca-lo, sua mãe concordou prometendo não deixa-lo sair. No dia seguinte teríamos uma excursão iriamos até o lago da cidade, patinar ou jogar Hóquei.

Não era o tipo de programa que me interessava eu não gostava de patinar, até por que eu não sabia muito bem, mas depois que Jack me ensinou. Pareceu muito mais fácil patinar, mesmo ainda dando de cara no chão.

Já havia citado que ele me obrigou a ir? “Já sim” o segundo ano iria, era um colégio pequeno com apenas três turmas no terceiro ano. Cheguei em casa já me livrando dos casacos Nancy chegou minutos depois.

Eu estava morrendo de fome fui até a cozinha enquanto ela se jogava no sofá reclamando de algo. Vasculhei a geladeira vendo que nada ali me interessava, acabei por pegar uma maça e reclamar também enquanto a lavava.

–Hic! – chamou ela. – O que é isso? – indagou e fui até lá.

Ela segurava uma caixa com estampa de pedras de lava. “O presente de Jack.” Me engasguei com a maça, e depois de recuperar o folego que havia perdido por causa da tosse, ela me entregou ele, a caixa era realmente linda.

–Presente. – consegui de dizer ao me sentar. – De Jack.

–E por que você ainda não abriu? – disse se deitando de barriga para baixo ao meu lado.

–Eu havia me esquecido. – disse.

Desfiz a fita e abri a tampa da caixa pesada, dentro dela havia um par de patins com a mesma estampa da caixa. E um deles era para meu suporte, um sorriso se esboçou em meu rosto, com certeza esse era o melhor presente.

Entre os dois e o isopor havia um pequeno cartão azul com pingentes de gelo, o peguei em mãos e coloquei a caixa sobre a mesinha de centro. Nancy se ergueu enquanto eu desdobrava o pequeno cartão.

Feliz aniversario Hic,

Eu realmente não sabia o que comprar para você, mas depois daquele domingo achei que iria gostar. Espero ainda lhe dar no mínimo 50 presentes de aniversario... Espero que um deles esteja em uma caixinha vermelha felpuda... Espero ficar sentado em uma poltrona confortável com você ao meu lado lendo um livro sem graça... Espero estar com você para sempre Hic... Eu te amo.

PS: Não use eles na excursão eles são novos e levaram algum tempo para amaciar.

Com amor acima do normal, Jack.

–Que fofinho! – exclamou Nancy que lia comigo.

–Também te amo. – pensei muito alto.

Sabe isso foi muito hétero, mas para o tanto que amo esse albino até isso vale. Não sei se as pessoas costumam fazer isso, mas vou guardar esse cartão e espero pegar e ficar encarando ele daqui 50 presentes de aniversario.

~*~

Quando Nancy se foi, minha mãe me ligou, disse que voltaria na segunda e que na virada de ano eu iria até lá ver todos, ou seja: Pessoas que nem se lembram de sua existência e o Ian. Sei que pode parecer egoísta, mas não sinto tanta a falta de meus pais como antes.

Com tudo que aconteceu é meio difícil até, sem falar que eu ainda tenho de contar para eles sobre Jack. “Fase lua de mel.” Mas eu ainda consigo ver pessoas a minha volta, na maioria irritante ao extremo.

~*~

Na manha seguinte eu caminhava com Jack em direção ao colégio, e na mochila só carregava os patins. E talvez outras coisas uteis, eu não estava muito animado com a excursão, mas eu estaria com Jack.

–Abriu meu presente? – indagou ele.

–Abri. – disse com a voz sonolenta.

–Gostou? – indagou e eu pude perceber um sorriso de canto a lá cafajeste em sua voz.

–Seu eu gostei? Eu amei, muito obrigada Jack. – disse sorrindo para ele. – Eu te amo.

Quando chegamos havia dois ônibus escolares na porta da do prédio, a maioria estava estupidamente animada. Alguns carregavam tacos de Hóquei e mochilas outros apenas mochilas ou patins nas costas.

Eu estava cansado, mas agora eu realmente queria ir, seria divertido talvez. No meio de todos eles eu pude ver Astrid, no lugar de sempre conversando com as amigas como se estivesse tudo bem. Acho que ela simpatizava bastante com aquele corrimão afinal os dois tinham algo em comum.

Em 10 minutos Bocão apareceu com um megafone M-E-G-A-F-O-N-E como se já não bastasse sua gritaria. Colocou-nos em ordem e depois começou a listar os nomes em ordem alfabética de cada turma.

Tive de entrar antes de Jack e Astrid antes de mim, me sentei no ultimo banco e Astrid uns 3 a minhas frente, Jack se sentou ao meu lado obviamente. O restante do ônibus estava lotado e todos eufóricos.

Olhava pela janela o prédio sem graça se distanciar, o braço de Jack passou ao lado da minha cabeça e tocou com a ponta do dedo a superfície do vidro. Ali se formou um desenho de um dragão no gelo.

Como o do meu banheiro sorri, e me virei para ele que passou o braço por meus ombros. Me aninhei em seu peito, suas roupas eram frias, mas naquele momento eu realmente não me importava.

–Queria pode te beijar. – sussurrei.

–Eu também. – ele disse.

~*~

Chegamos e bem o lago era enorme, no mínimo uns 600 metros e em alguns lugares havia cercas circulares de estacas e fixas amarelas. No máximo umas 7 delas, me perguntava para que serviam. Logo estávamos todos junto em um grupo.

–Não devem se distanciar demais dos supervisores. – começou Bocão com seu megafone. – usem as proteções que for jogar Hoquei. Usem luvas para caso caiam. – apontou para os cercados no lago. – Onde estão os cercados quer dizer que o gelo está mais fino então mantenham distancia okay? Para quem for jogar Hoquei lado direito apenas patinar esquerdo. Tomem cuidado e boa diversão estão dispensados.

Eu e Jack andamos meio sem direção para o lado esquerdo, nos sentamos à margem do lago a neve e calçamos os patins. Ficávamos longe das outras pessoas e dos cercados, e eu já conseguia patinar sozinho. Mas ele insistia em ficar me rodeando.

–Exibido! – anunciei ao cruzar os braços e patinar para longe dele com certa dificuldade.

–Ah vai chorar vai? – disse e sua voz já parecia distante.

–Não, mas você corre o risco de levar um soco! – rosnei.

–Ethan, Jack! Voltem! – ouvi Bocão então percebi que me aproximava de uns dos cercados me virei e Jack já estava distante.

–Não acredito que você ainda ousa ficar perto dele. – Astrid apareceu me empurrando para trás.

–Astrid eu... – tentei falar, mas fui jogado no chão.

–Cale a boca eu mandei ficar longe! – me levantei e ouvi um ‘crack’ estávamos muito próximos ao cercado.

–Astrid, por favor! – exclamei entrando em pânico.

–Calado! – exclamou e bateu o pé no chão.

Ouvi um estalo e olhei para o chão tremendo, uma rachadura ligava os pés de Astrid com os meus e mais surgiam. Meus olhos arderam em lágrimas olhei para ela que estava na mesma situação, tentei me acalmar.

–Fique parada. – disse suspirando e olhando em volta Jack vinha na nossa direção. – Não faça...

Fui calado por um estalo e o gelo cedeu, caímos, eu apenas consegui ouvir meu nome ser gritado ao longe. O frio parecia com mil facadas em minha pele a ultima coisa que vi foi um breve vislumbre de cabelos brancos.


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Notas finais do capítulo

NÃO CORRIGI!!!!!!!! Presa do caramba hehehe já sabem o que fazer não é? Bjs