Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Feliiiiz 2014 meus amados leitores.
Vocês encontrarão alguns links durante a história, não é obrigatório clicar, mas eles os deixarão á par da situação. Ou melhor, facilitará o entendimento.

Perdoem minha falta de imaginação, mas tudo o que escrevi foi de coração.
Grande beijo.



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Faltavam apenas quinze minutos até às oito horas.

Se eu tivesse avisado minha mãe para me acordar pelo menos uma hora antes, não estaria nesse desespero.

Corri para o chuveiro. Se eu fosse daquele jeito Annabeth ia achar que caí no esgoto no caminho. Me lavei o mais forte e rápido que pude, arrancando da minha pele a grossa camada de sujeira. Esse deve ter sido o banho mais rápido da história.

Faltavam dez minutos. Corri para meu quarto enrolado em uma toalha e fechei a porta.

Eu não sabia o que vestir, mas se iríamos em um restaurante bem frequentado eu não podia usar bermuda e chinelos.

Peguei as roupas novas da sacola e as vesti. Elas caíram tão bem que até pareciam estar esperando por mim. Uma jaqueta preta com uma camiseta branca lisa estava longe de ser o mais elegante, mas para mim já estava de bom tamanho. Vesti jeans escuros e calcei tênis brancos, combinando com a camisa.

Uma das vantagens de ser homem é que você não perde muito tempo no espelho. Você pode arrumar o cabelo com os próprios dedos e o deixar melhor do que se tivesse ido ao salão.

Peguei a carteira e a chave do carro.

Pensei no lugar que iríamos e se não era melhor avisar Annabeth para que ela pudesse se arrumar de acordo. Não queria que ela tivesse que ir de jeans e tênis para depois se sentir deslocada. Peguei o telefone do bolso de trás, estava quase completando a ligação quando senti que estava fazendo algo errado. Não sei como, mas eu sentia que ela sabia que eu a levaria á um lugar especial hoje à noite.

Desliguei o telefone e fui até a cozinha, onde minha mãe preparava o jantar. Ela me olhou de cima abaixo, encantada.

– Aonde é que o senhor vai?- ela limpou as mãos com o pano de prato e me segurou pelos ombros- Você está um charme...

–Vou fazer o que os jovens de hoje em dia costumam fazer...- mostrei meu anelar direito e beijei sua testa- Até mais mãe.

Ela sorriu docemente enquanto se despedia. Podia ver em seu olhar o que ela estava pensando.

–Também te amo, mãe.

Desci de elevador até o hall do prédio e de lá fui até a garagem. Entrei no carro e olhei para o relógio no painel. Faltavam quatro minutos para as oito horas.

Liguei o carro e pisei firme. O porteiro abriu os portões automáticos e acenou para mim. Acenei de volta e deixei o prédio para trás.

Fico muito grato por minha mãe ter decidido nos mudar para um apartamento novo depois dela ter “abandonado” Gabe. Aquele lugar não me trazia boas recordações.

A pior coisa de se morar em Nova York era sem dúvida o trânsito. Não havia lugar naquela cidade onde se podia andar tranquilamente sem encontrar uma rua com engarrafamento.

Eu conhecia cada canto daquela cidade graças à época em que andava de ônibus e metrô, e o fato deu ter aprendido a dirigir com quatorze anos ajudava bastante. Cortei caminho pela W12 e entrei numa rua com pequenos apartamentos de tijolos vermelhos. Virei na rua seguinte com salões de beleza e barbearia, além de uma vídeo locadora e um mini mercado.

O internato onde Annabeth estudava e morava não ficava longe dali, eram apenas dois quarteirões para cima, mas para chegar lá eu teria que passar por uma rua supermovimentada onde as boates, bares e karaokês reinavam, e com eles, as blitz policiais.

Virei na próxima direita, tentando cortar caminho para não passar por aquela rua. Os cômodos das casas que rodeavam a região com luzes acessas iluminavam todo o caminho, algumas pessoas estavam nas janelas conversando uma com as outras, havia uma mulher debruçada na sacada com o telefone no ouvido, provavelmente reclamando para a policia sobre o barulho na rua de trás.

Passei por uma rua onde garotas de programa acenavam para todos os carros que passavam, de lá já dava para ver as luzes que vinham da rua de trás e era possível até sentir a batida do som nos ouvidos. Mais para frente, numa rua pouco movimentada, o colégio Saint Wherington estava quase que inteiramente apagado, a não ser pelas luzes dos dormitórios na parte de trás.

Parei o carro na frente do portão de entrada. Não dava para enxergar muita coisa lá dentro, o que dava para ver era graças aos reflexos dos postes de luz e a lua. Antão vi uma silhueta se movimentando perto do portão, um borrão cortou o ar, e o portão se abriu.

Só consegui ver quem era depois de se aproximar da luz do poste. Olhei para o relógio do painel. Oito horas e um minuto. Levei apenas cinco minutos para ir da minha casa até a dela.

Me ajeitei no abanco ao ver ela passar. Estava tão linda que eu pareceria um maltrapilho ao lado dela. Ela estava usando um vestido vermelho tomara que caia rente ao corpo, os cabelos louros soltos caiam sobre eles.

Ela me olhou e sorriu. Eu estava tão perdido que nem percebi quando entrou.

Annabeth se sentou ao meu lado no banco no carona e me beijou.

–Vou perdoar seu atraso de cinco minutos- Ela sorriu- Aonde você vai me levar? Quer dizer... –Ela apontou para o vestido- Não posso ir ao Burger King desse jeito...

–Já pensei em tudo, não se preocupe.

Ela fez que sim e sorriu de lado, tão linda que me esqueci que ainda estávamos parado em frente a escola.

–Percy...

Tirei do ponto morto e acelerei. Evitei a rua das garotas pouco vestidas e peguei a expressa para a vinte e dois com cruzamento com a vinte e três.

Olhei para as mãos de Annabeth, elas estavam entrelaçadas sobre seu colo, as unhas pintadas da mesma cor do vestido. Ela não vestia nenhum anel.

As alianças pesaram dentro da jaqueta. Só de pensar em entregar á ela meu coração acelerava. Segurei firme o volante, com medo de perder o controle da direção.

Eu não havia pensado no que dizer antes de entregar os anéis. Annabeth no meu lugar teria feito um roteiro, mas mesmo depois de dois anos de namoro ainda não tinha aprendido a ser tão responsável como ela.

Enquanto dirigia pensei em um discurso. Nada Clichê, até porque Annabeth gostava de ser surpreendida.Um mínimo detalhe tirado de algum livro ou filme ela reconheceria. Ela com certeza não suspeitava que eu pretendia presentea-la, mas entregar um presente tão importante como alianças de compromisso devem ser feitos também com palavras.

Sempre fui romântico com as palavras, mas vê-la arrumada daquele jeito, com o clima pairando sobre nós, me deixava tonto.

–Está tudo bem?- Annabeth me olhava com preocupação

–Tudo Ok- Sorri para ela. Senti meus olhos me examinando de cima a baixo, então fez um bico.

Queria saber o que aquilo significava.

–O que foi?-perguntei, me virando para olha-la nos olhos.

–Não é nada- ela colocou uma pequena mecha atrás da orelha- é só que... Você está muito bonito.

Minha garganta ficou seca. Queria dizer o quão deslumbrante ela estava, mas as palavras fugiam. Limpei o canto da boca, eu estava quase babando.

Quando dei por mim estávamos em frente á praça onde enfrentei o rei dos macacos ladrões de Hermes horas antes. Parecia ter acontecido há muito tempo.

Parei o carro em frente à entrada do restaurante. Dei a volta antes que Annabeth soltasse o sinto de segurança e abri sua porta. Ela me olhou surpresa, então sorriu me dando a mão para que eu pegasse.

– Posso estar arrumado- disse- Mas nunca estarei tão bonito quanto você

Ela me deu um tapa no ombro- Não seja idiota.

Entramos de mãos dadas e procuramos por uma mesa. Um garçom se ofereceu para ajudar e então nos deixou em uma mesa para dois.

Annabeth olhou em volta e eu fiz o mesmo. A decoração de noite era ainda melhor do que de manhã; as luminárias acessas deixavam o lugar aconchegante, as toalhas de mesa foram trocadas de cores vivas por tons pasteis e sobre elas haviam pequenos vasinhos com tulipas amarelas, além de terem substituído a musica das caixas de som por música ao vivo.

–Bon Jovi- Annabeth apontou para a banda cover no palco- Adoro Bon Jovi.

Puxei a cadeira para ela se sentar então me sentei um á sua frente.

–Gostei do lugar- comentou ela- Já esteve aqui antes?

–Quase almocei aqui hoje quando...- Ela me observava atentamente- huum... vim pagar as contas para minha mãe.

–Quase?- Annabeth franziu a testa- Por que quase?

Contei á ela o que acontecera, apenas omitindo a parte da joalheria. Os detalhes contaria na hora certa.

–Meus deuses...- Ela apertava a boca com as mãos- Você devia ter me contado quando te liguei, eu podia ter ido ajudar você...

– Não queria que se preocupasse... Além do mais, tenho a sensação de que você estava fazendo algo muito mais divertido do que perseguir macacos...

–Nem tanto- ela abaixou os olhos e desenhou círculos na mesa- Tive que dar uma aula hoje, minha companheira de quarto quebrou a perna e não está assistindo as aulas, então estou repassando tudo o que aprendemos.

Ela sorriu e pegou o cardápio- Estou com tanta fome que comeria tudo neste restaurante.

Peguei o outro cardápio e comecei a folhea-lo. Haviam tantos nomes estranhos que eu não fazia ideia do que podiam ser, mas também tinham pratos mais tradicionais, como spaghetti e almôndegas.

–Se quiser- começou Annabeth- Podemos ir para outro lugar- Ela me olhava nos olhos.

Abaixei o cardápio e a olhei também. Não a levaria á lugar algum que não fosse ainda melhor do que este restaurante. Especialmente numa noite como essa.

–Você quem manda. Mais saiba que se sairmos daqui vamos ao Del Posto– disse sem me preocupar, casual, mesmo sabendo que nem nos deixariam entrar sem que mostrássemos a forma de pagamento.

–Del Posto?- ela levantou uma sobrancelha- Não sabia que tinha tanta grana

– Não tenho- admiti- Mas por você eu deveria até as calças.

Annabeth corou.

–Já querem fazer o pedido?- perguntou o garçom aparecendo ao lado da mesa

–Vou querer pizza- respondeu Annabeth.

Ela conseguia me surpreender sempre.

–O mesmo que ela- disse para o garçom

Ele anotou nossos pedidos em um bloquinho de papel- Alguma bebida?

–Coca

–Coca

Ele anotou e nos deixou sozinhos de novo.

Uma cara alto subiu no palco juntamente com outros três garotos vestidos com roupas customizadas. Eles traziam os instrumentos e os posicionavam de frente para a plateia.

–Boa noite, meu nome é Jon... Jon Bon Jovi- Algumas pessoas riram- Se quiserem alguma musica especial por favor escrevam e depositem o papel dentro dessa caixa- ela a chutou com o pé- e começaremos pelos pedidos, portanto, damos aos senhores cinco minutos. Obrigado.

Os integrantes da banda cover desceram do palco e sumiram para mais adentro do restaurante.

Peguei um guardanapo e transformei contracorrente em uma caneta, escrevi a dedicatória e o nome da musica que queria.

–O que vai fazer? –perguntou Annabeth quando me levantei.

–Você vai ver- Me aproximei do palco e deixei o guardanapo de papel dentro da caixa.

Ela me seguiu com os olhos até que eu me sentasse.

–Você só pagou as contas hoje?- perguntou ela com interesse.

Peguei sua mão.

–Na verdade não...


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Notas finais do capítulo

Muahahahaha! Acharam que eu ia colocar tudo logo de cara? Nãaaoooo
Continuem acompanhando, ainda há muitas surpresas...