Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olha, o capítulo anterior fiz porque alguns de vocês pediram.
Não me arrependo, mas fiquei superenvergonhada kkkk okok

peço desculpas pela demora do capítulo, mas ele já está entregue.
Boa leitura.



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A luminosidade atravessava o pequeno espaço entre a porta e o chão e as janelas logo pela manhã. Abri um pouco os olhos, relutante por causa da luz, e vi um feixe entre a porta e o batente. Meu coração quase saiu pela boca quando me dei conta que estava nu, e do outro lado da cama, em minhas costas, devia estar Annabeth, da mesma forma. E se a porta estava aberta quer dizer que alguém a abriu.

Me sentei, rápido, e olhei para baixo, o espaço entre minhas pernas. Eu estava vestindo um short de surf que ontem estava sobre a escrivaninha no canto do quarto.

Olhei para trás procurando por Annabeth. A única coisa que encontrei foi seu lugar completamente arrumado ao meu lado na cama. O resto do quarto também fora arrumado, não haviam mais roupas espalhadas pelo chão ou pela cama, ela tinha se levantado mais cedo e organizado tudo sem que eu notasse.

Meu despertador tocou, o que me dizia que tinha levantado antes de qualquer um naquela casa, menos de Annabeth.

Troquei de roupa e fui para o banheiro, terminei de me arrumar antes de ir para sala, onde minha namorada assistia o jornal já vestida com sua roupa de ontem, camisa azul dos Giants e shorts. Ela sorriu quando me viu, bateu no lugar ao lado dela no sofá pedindo que eu me sentasse.

Assim que me sentei ela se enroscou em meu braço, que contornavam seus ombros, abraçando-os.

Olhei para os lados procurando por minha mãe ou Paul. A porta do quarto ainda estava fachada.

–Quando foi que você fez tudo aquilo- Me referi à arrumação do quarto- Não escutei você levantando.

–Quando levantei não era nem dia ainda- respondeu- arrumei o quarto, meu lugar na cama e voltei para cá pra dormir. Mas não podia deixar você daquele jeito...- ela olhou para minha bermuda- Fiz você se vestir, mas estava tão sonolento que nem percebeu.

Fiz que sim. Eu realmente não me lembrava de ter acordado durante a noite e me vestido. Eu podia ter roubado um banco e não me lembraria.

–Você dorme como uma pedra- comentou ela

Na verdade meu sono não era tão pesado para ser comparado com uma pedra. Desde que descobrira que era semideus, meus sonos são em alerta. Mas naquele caso eu estava cansado, um dia todo na expectativa da vitória dos Giants e depois ganhar uma partida de Scotland Yeard me deixou desgastado. Mas o cheque mate veio depois. Não foi preciso muito para me derrubar.

– Pelo jeito não sou só eu- minha mãe cruzou o corredor com a cara amassada- Bom dia.

–Bom dia- disse ela- Já comeram?

Fizemos que não. Minha mãe me bateu com uma almofada.

–Como assim não deu nada pra ela comer?!

–Tudo bem mãe, não estou com fome agora.

Minha mãe se iluminou.

–Vou fazer panquecas. Com canela, sei que você gosta delas com bastante canela.

Annabeth revirou os olhos com alegria.

–Se for assim...

Minha mãe desapareceu pela porta da cozinha.

–Se você pedir caviar e manjar com passas ela faz- Dei um beijo ao lado de sua cabeça- Estou ficando com inveja.

–Não seja bobo. Você é filho único, eu ainda divido meu pai com dois garotos gêmeos. Preciso ser mimada também.

–Está conseguindo. Minha mãe está mimando mais você do que eu.

Annabeth riu- Vou ajudar nossa mãe.

Fiquei sozinho na sala assistindo um programa sobre a convivência entre humanos e os animais. Isso me fez lembrar que não estava visitando muito minha cadela infernal, Mr. O’learly nem meu pégaso, Black Jack.

Algum tempo se passou até que não resisti à curiosidade de ver como iam as coisas na cozinha. Coloquei a cabeça um pouco par fora da porta e espiei lá dentro. Annabeth limpava a ponta do nariz com papel toalha,minha mãe o sujou de novo com a ponta da colher suja de massa de panqueca.

Aquela foi uma cena bonita. Existiam milhares de histórias de sogras que não se dão bem com suas noras, até os programas de TV relatavam o que se passavam entre essas famílias conturbadas, mas a minha era totalmente diferente. Minha namorada era mais bem tratada por minha mãe e meu padrasto do que eu, e isso não me deixava nenhum pouco infeliz ou posto de lado, pelo contrário. Fiquei grato por se darem tão bem.

Resolvi entrar e ajudar com o café da manha.

–Você está fazendo isso errado- entrei e tirei a colher da mão de minha mãe- Faça movimentos circulares- mexi a massa fazendo pequenos círculos.

Minha mãe torceu o nariz.

–Só espero que isso não fique pronto no jantar- Ela e Annabeth se olharam.

–Você não sabe com quem está falando!- brinquei- Sou o melhor mestre cuca de Nova York e toda a província de Labrador.

Elas fizeram cara de riso.

–Você nem sabe até onde vai a província de Labrador, cabeça de Algas.

–Mas é claro que sei- sujei seu nariz com massa também- Esse cachorro vai até o Mississipi.

–Esse cachorro- Minha mãe deixou a cozinha aos risos.

–Tudo bem “mestre cuca”- Annabeth fez aspas no ar- Vamos ver o que você sabe fazer.

Já tinha visto minha mãe fazer aquilo um montão de vezes, mas quando se está do outro lado do fogão aquilo se parece com um quebra cabeça. Você nunca sabe por onde começar.

Sorri com um sorriso cheio de dentes, disfarçando.

–Então sente-se. Você verá o melhor show de cozinha da região.

Annabeth levantou as mãos em rendição.

Ela puxou um banquinho da pequena mesa da cozinha e me observou enquanto eu me confundia com a massa e o recheio.

–Santa Atena! Abaixa esse fogo, essa panqueca vai queimar!- Annabeth não resistiu, ela se levantou e abaixou o fogo da frigideira.

–É para dar um gostinho na massa- brinquei- Faz tudo parte do cardápio.

–Então você vai comer essa, senhor Gourmet.

Depois que a massa ficou consistente dentro da tigela, despejei com cuidado dentro da frigideira e joguei o recheio.Annabeth gostava de panquecas de queijo e canela, então com cuidado para não espirrar a virei, fechando-a com a própria massa. Depois que pegou cor e passou de crua para comestível, virei dentro de um prato e a servi.

Annabeth experimentou e fez cara feia.

–Está ótimo, nem parece que foi você quem fez.

–Com licença, você está atrapalhando minha obra de arte.

Ela ficou quieta. Espiei por cima do ombro enquanto ela devorava a panqueca em seu prato.

–Vai querer outra?

Ela fez que sim com a cabeça, com a boca cheia.

Fiz a segunda da mesma forma que a primeira. Mas dessa vez coloquei doce de goiaba junto com o queijo.

–Santos deuses!- Annabeth encheu a colher- Onde você aprendeu a fazer isso!

Resolvi experimentar. Aquilo estava tão bom quanto as servidas em restaurantes. Coloquei mais canela e Annabeth quase engasgou.

–Vou chamar nossa mãe.

Fiquei sozinho na cozinha e aproveitei para fazer as panquecas. Minha mãe gostava das bem temperadas, então coloquei tudo o que encontrei pela frente. Experimentei, com medo de ter errado a mão, mas não. Ficou tão boa quanto à outra.

Depois que ficaram prontas as coloquei sobre a mesa de jantar e esperei que o cheiro trouxesse os esfomeados daquela casa.

Puxei uma cadeira e sentei. Fiz minha cara de pouco caso, como se o fato deu ter cozinhado não fosse uma surpresa. Quando Annabeth voltou com minha mãe elas se sentaram á minha frente, fungando bastante por causa do cheiro maravilhoso.

–Isso tem que acontecer mais vezes- Minha mãe encheu a boca e soltou um gemido- Está uma delicia.

Sorri sem graça.

–Eu disse que era o mestre da culinária- coloquei uma panqueca no prato- Cadê o Paul.

–Já está vindo.

Comemos em silêncio, as duas fazendo caretas de prazer enquanto comiam. Admito que nunca as vi comendo tanto, principalmente Annabeth, que nunca exagerava.

–Você vai cozinhar mais vezes, filho.

–aham- concordou Annabeth- todos os dias.

Talvez não tivesse sido uma boa ideia me intrometer na cozinha.

–Vou ser pago por isso?

As mulheres mais importantes da minha vida sorriram em conjunto, se olharam um pouco e pude ver uma cutucando a outra por baixo da mesa.

–Veremos.

Fiquei muito curioso, a resposta de Annabeth me deu um gelo na barriga. Principalmente pelo o que aconteceu ontem. Eu não sabia do que estavam falando, nem porquê se cutucaram. Mas elas sabiam de alguma coisa que não iam me contar.

Isso me fez chegar à conclusão que todo homem chega algum dia:

As mulheres foram evolução de algum outro tipo de macaco, um bem diferente e esquisito. Mas que não sabemos viver sem.

Já pensei em virar instrutor de surf quando tiver que escolher uma profissão, mas Annabeth me fez escolher por biologia marinha, mas cozinhar também não seria ruim... Mas essa frase sobre os macacos me fez rir em silencio. Podia virar poeta, escrever um livro sobre “Porque as mulheres são tão estranhas” ou “Porque somos loucos por elas”. Mas no fim das contas eu faria qualquer coisa que Annabeth escolhesse. Só para agrada-la.

Sim, nós homens somos uns babacas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Aumentei muuuuito a fic, atendendo á pedidos. Estou inventando bastante coisa e prometo fazer um desfecho maravilinks

Grande beijo e amo vocês.