Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 21
We move along with some new passion knowing everything is fine


Notas iniciais do capítulo

MA OÉ OLHA O AVIAOZINHO QUEM QUER DINHEIROOOOO?? ((EU NÉ GENTE FALA SÉRIO CÊS ACHAM QUE EU REALMENTE TENHO GRANA PRA FICAR DISTRIBUINDO AÍ EU HEIN EU VOU É PRO MEIO DO POVO PEGAR DINHEIRO TBM PQ TÁ DIFÍCIL PRA TODO MUNDO))
Oi, gente!!!!! Dez dias desde o último capítulo, é, nem tá tão ruim assim, né?
Nossa, gente, vocês também estão com uma sensação de que o tempo está voando? Porque eu jurava que eu tinha postado pela última vez há no máximo uns quatro, cinco dias, mas aí fui olhar a data das notificações dos comentários de vocês e BUM 10 dias.
Bom, vou parar de falar bobajadas, porque acho que super já deu pra perceber que eu tenho absolutamente vários nadas para falar nessas notas (rsss). Honestamente, nada demais acontece nesse capítulo, mas eu curti bastante escrevê-lo porque ele vai abrir a deixa para as coisas interessantes que vêm por aí.
Pra não encher mais o saco: Música do título - New Perspective, do Panic! At The Disco e a do capítulo é If I Knew, de Jesus (ops, Bruno Mars) (rs). Ambas as músicas falam de recomeçar, superar e acho que essa é a vibe principal do capítulo. Sabe, eu sempre prefiro por os trechos aqui e deixar para vocês interpretarem como quiserem, mas pensei que esses de hoje talvez pudessem causar alguma confusão, então eu prefiro explicar pra vocês (e meio que acabar com a graça) do que deixar vocês sem entender (ou me achando maluca por colocar uma música """""nada a ver""""")
Espero que gostem!



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Let's leave the past behind us

So that we can go where love will find us

Yeah, it will find us

A cabeça de Finnickdeu um giro de 360º com a frase acabara de escapar dos lábios de Cashmere,seu cérebro reagindo com um solavanco e a realidade subitamente voltando a seu lugar.

A reação imediata foi vergonha. Ele sentiu o constrangimento queimar seu rosto num rubor dolorosamente ardente como resposta à rejeição, mas enquanto esta se enfiava em seu cérebro e lutava traiçoeiramente para dominá-lo, Finnick se deu conta que ela não era a única razão para a crescente sensação de culpa que o engolfava depois do desatino que estivera prestes a cometer.

É claro que ia dar errado! Por Deus, era Cashmere! De onde ele havia tirado que seria uma boa ideia beijá-la? Ela era sua amiga. Ele nunca a vira de outra maneira, nunca nem pensara em olhá-la com outros olhos! E ainda tinha Marvel, que estava totalmente na de Cash. Havia mil e um motivos gritando para Finnick que beijá-la seria um puta erro, mas aquele maldito por do sol, aqueles raios de luz preguiçosos, o brilhos do cabelo louro dela, seu coração partido... tudo se juntou e girou sua cabeça ao ponto de achar que beijar Cashmere era aceitável. Não só aceitável, como a única coisa correta a se fazer no momento. Puta merda.

Ele encarou a revelação de Cashmere como uma intervenção divina para impedi-lo de meter os pés pelas mãos. Ou quem sabe, podia até ser um castigo para sua teimosia em passar por cima de todos os motivos que deveriam ter-lhe impedido de avançar o sinal.

– Eu sou um babaca. – Finnick disse, entre dentes, muito mais para si mesmo do que para sua companhia. - Desculpa, Cash. É sério. Eu não quis... eu não... – Ele gaguejou. – Meu Deus, eu sou um babaca.

– Relaxa, Finn. – Ela disse, tocando seu rosto. – Você não tinha como saber. Você está mal, a gente estava tendo uma conversa profunda, o sol estava se pondo... – Ela tentou explicar atrapalhadamente. - Tá, rolou um clima. – Ela disse e Finnick abriu um sorriso triste. – Mas eu não podia... eu não podia fazer isso com você. Primeiro porque, dã, eu gosto de mulher. E em segundo lugar... – Ela fez uma pausa, tentando achar as palavras certas para se explicar. – você não queria me beijar de verdade. Quer dizer, é claro que queria, mas você sabe que seria apenas uma forma de provar para si mesmo que está conseguindo tirar a Annie de sua cabeça. Eu não acho isso errado, sabe, você provavelmente nunca vai esquecê-la, se levarmos em conta que vocês tiveram foi intenso demais, e isso não significa que todas as mulheres que você beijar daqui por diante vão ser só uma tentativa de seguir em frente.

– Você acabou de me dizer para sair de casa e ver gente. Agora você diz que eu nunca vou esquecer a Annie. Então qual é o objetivo disso tudo?

– Você não vai esquecê-la, mas você vai superá-la. E vai chegar um ponto em que você vai saber que os beijos que você está dando são beijos normais, não uma tentativa de consertar esse seu coração partido. Aí sim você vai estar livre para beijar quem você quiser, desde que elas sejam hétero.

Finnick sorriu. É, fazia sentido. Ele devia simplesmente se resignar com o fato de que Annie sempre habitaria algum lugar em sua cabeça e se contentar com a ideia de que esse lugar seria cada vez mais escondido e escuro a medida que o tempo passasse.

Ele colocou a mão sobre a dela e sorriu melancolicamente. Ela entrelaçou os dedos dos dois e deitou a cabeça em seu ombro.

– Obrigado. – Ele disse, simplesmente.

– Para isso que servem as amigas, né? – Ela disse, com uma risadinha.

E os dois ficaram ali, sentados em um degrau colorido de uma das inúmeras escadinhas de Santa Teresa, observando o sol lançar seus últimos raios nos brinquedos coloridos da pracinha e na copa das árvores que circundavam o parque.

Cashmere levantou a cabeça do ombro de Finnick e soltou seus dedos dos dele.

– E o que você vai fazer agora? – Ela perguntou.

Finnick suspirou.

– Falar com o Peeta. E procurar um emprego novo. Urgente. – Ele respondeu, a voz firme e determinada. – Tem algum outro jeito?

~~

“Quero te ver.”

A mensagem brilhava insistentemente na tela do celular de Annie há duas horas. O remetente era Cato. Ela não sabia o que responder, nem se deveria responder.

“Estou no trabalho.” Ela digitara, mas pensou que mandar só isso como resposta soaria grosseiro e indiferente demais. Ela pensou em acrescentar uma carinha com expressão pesarosa do lado, mesmo sabendo que aquela não era a resposta dos sonhos de Cato.

Ela se perguntou se deveria adicionar um “Saudades também”, sabendo que aquela declaração se aproximava mais do que o loiro queria escutar. Em compensação, não se aproximava em nada do que ela queria responder.

Se Annie fosse 100% honesta consigo mesma e resolvesse ceder à sua vontade, ela não responderia a mensagem e a apagaria em seguida, culpando sua internet ou seu telefone pela inconveniência de não receber as mensagens que lhe enviavam. Sua vontade real era ignorar o gracejo de Cato, porque ela não estava com paciência para esses joguinhos de sedução e flerte. Ela não estava disposta a flertar de volta, muito menos estabelecer aquelas típicas conversas cheias de malícia e gentilezas, que no fundo não passavam de um grande trabalho de construção de uma rede para prendê-la.

Annie sempre tratara as conquistas e os flertes com revoltante descaso. Sabe, para alguém bonito como ela, essas coisas vão perdendo a graça aos poucos. Era sempre a mesma coisa, as mesmas falas, os mesmos elogios. Ela já tinha bastante prática nesse processo, e sabia ser bem encantadora quando queria. E, naquele exato instante, ela não queria.

Não entenda mal, ela gostava da companhia de Cato. Eles se divertiam juntos lembrando dos tempos de infância na vila e do quanto ambos se odiavam, tentando entender se ódio mútuo na infância tinha sido um presságio da amizade que eles estavam travando atualmente. Era fácil estar com ele, mas Annie sabia que a verdade é que Cato estava se esforçando para ser uma boa companhia para ela simplesmente para poder avançar mais um passo na tentativa de atraí-la. Ela conhecia muito bem as regras, e sabia que ele fazia questão de fazê-la rir e se divertir em sua presença já pensando em como isso construiria a base que ele precisava para em breve poder cortejá-la mais abertamente.

Naquele momento, Annie não precisava daquilo. Ela precisava da companhia dela mesma e de suas amigas, nada mais.

Ela acabou optando pela carinha pesarosa acompanhada do “Estou no trabalho”, mesmo sabendo que aquilo só iria adiar por alguns minutos até ele sugerir algo concreto para vê-la de fato. Annie deu de ombros enquanto apertava o botão “Enviar”. Ela não tinha como impedi-lo de tentar, só não queria que as tentativas partissem dela.

Annie seguiu sua rotina normalmente, atendendo às clientes que lhe solicitavam e tentando a máximo esvaziar o estoque. A loja de Mags tinha como foco as mulheres chiques e influentes da alta sociedade carioca, mas de vez em quando ela fazia uma baixa estratégica nos preços para poder lucrar mais. Até que, enquanto ela fechava as compras de uma cliente e embrulhava cuidadosamente as roupas em papel de seda para coloca-las dentro da sacola com o nome da boutique, ela viu seu celular vibrar em cima da mesa do balcão.

De: Cato: “Eu sei J”

Ela franziu as sobrancelhas, sem entender a reposta do loiro. Mas, enquanto ela dava um sorridente boa noite à cliente e entregava as sacolas em suas mãos, Cato surgiu na porta da loja, usando um jeans desbotado, uma blusa vinho de gola V, os cabelos adoravelmente despenteados e um sorriso enorme nos lábios.

Annie ergueu os olhos em sua direção, em uma expressão que misturava surpresa e - é, vamos admitir – certa alegria. Apesar de tudo, ela gostava de estar com Cato. Ele esperou pacientemente Annie terminar de atender a cliente e, assim que a senhora saiu, chegou perto do balcão. A morena deu a volta pelo balcão para abraça-lo.

– Oi! – Ela exclamou, sorrindo. – Por essa eu não esperava.

– É, essa era a intenção. – Ele riu, correspondendo ao abraço. – Como você está?

Eles começaram a conversar animadamente, aproveitando que a loja estava vazia.

– Mas me diz uma coisa. – Cato pediu, depois de um tempo de conversa. – Que horas você sai daqui?

– Hm, depende do dia. A gente fecha às 21h, mas até fechar o caixa e tudo, eu devo sair umas 22h.

– Putz. – Cato disse, mexendo nos cabelos dourados.

– O que foi?

– É que eu tenho uma festa de aniversário de casamento para ir. – Ele começou. - Sabe, depois que eu descobri de quem eu sou filho, eu vou em uma festa a cada quinze dias. – Ele riu. – Rico adora inventar motivo para dar festa. É de uma tia minha, nem sei. Mas eu precisava comprar um roupa nova e eu ainda não me acostumei muito bem com essa coisa de ser filho do grande Plutarch Havensbee. – Ele explicou. – Eu queria sua ajuda. – Ele disse, e Annie pensou que ele tinha terminado seu convite. Mas no último minuto, ele acrescentou. – E não só com a roupa. Eu quero que você vá comigo.

– Pro aniversário de casamento da sua tia que você nem conhece? – Annie perguntou, levemente incrédula.

– É.

– Cato... – Annie suspirou. – Você tem certeza que isso é uma boa ideia?

– É uma excelente ideia. – Ele rebateu. – Meu pai te adora. Eu vou morrer de se ficar lá sozinho, fora que eu com certeza vou arrumar um jeito de fazer alguma besteira pra envergonhar a família. Além do mais, eu quero a sua companhia. – Ele enfatizou discretamente o “sua”.

Annie olhou para baixo, encarando a caixa registradora que repousava placidamente sobre o balcão.

– Tá. – Ela disse. - Tá, eu topo. Vamos fazer o seguinte, amanhã você passa aqui nesse mesmo horário e a gente vai em alguma loja comprar uma roupa nova para você. Acho que eu também vou precisar comprar alguma coisa para usar, não é? A família Heavensbee merece uma produção especial. – Ela sorriu.

– Você não precisa de nada. Você sabe que vai ficar linda em qualquer coisa. – Ele respondeu e ela sorriu de lado. Sempre as mesmas falas.

– É, acho que sua tia vai adorar que a acompanhante do sobrinho apareça de jeans e camiseta no aniversário de casamento dela. – Annie rebateu, e os dois riram até o clima de flerte ser quebrado por uma nova cliente que entrou na loja procurando por uma saia longa colorida.

~~

– Meu pai disse para eu comprar uma coisa arrumadinha, mas não dar pinta de que passei muito tempo preocupado com a roupa. – Cato disse, enquanto entrava em uma loja de roupas masculinas (e caríssimas) com Annie a tiracolo. – Ele falou que essa minha tia é bem liberal e que era a mais maluca da época de juventude deles.

– Tá, então não é nada tipo um evento formal, de gala e cheio de pompa? – Annie perguntou.

– Meu pai deu a entender que não. – Ele correu os olhos por uma das araras abarrotadas de camisas de botão. – Agora, que tipo de roupa não vai dar pinta de que eu passei muito tempo preocupado com o que vestir?

Annie caminhou calmamente pela loja, olhando atentamente para as peças à mostra. Ela chegou a um suporte lotado de blazers de diferentes cores. Passou os dedos pelos diferentes tecidos e separou três que a agradaram mais, andando até Cato para mostrar suas sugestões.

– Olha. – Ela disse, estendendo os três para ele. – Eu pensei de você colocar um blazer por cima de uma camiseta gola V e uma calça social. – Ela sugeriu. – Sabe, vai ficar com cara de que você se arrumou, mas não muito.

– É. – Cato respondeu, sem muita confiança. – É, parece ótimo. Vou confiar na sua palavra, afinal você já foi a muito mais festas assim do que eu.

Ela sorriu e deu as peças em suas mão para Cato segurar.

– Tá, então agora vamos escolher umas camisetas que combinem com esses blazers. – Ela disse.

Nesse exato instante, um vendedor da loja surgiu, parecendo ter brotado do chão.

– Boa noite, posso ajudá-los em alguma coisa? – Ele perguntou, sorrindo educadamente.

– Nós temos uma festa para ir, e precisamos de uma roupa elegante, mas que não pareça tão chique assim. – Annie começou. – Nós já escolhemos esses três blazers e agora estamos procurando algumas camisetas que combinem, mas nada muito chamativo.

– Alguma preferência no estilo da camisa? – O vendedor perguntou.

– Gola V. – Annie respondeu.

– Alguma restrição? Cor, tecido... faixa de preço? – O vendedor pronunciou o último item com uma voz casualmente irônica. Em uma loja como aquela, era meio difícil trabalhar com limites de preço.

Annie olhou para Cato e sorriu maliciosamente.

– Não, nenhuma restrição. – Ela disse, ainda sorrindo.

Claro. Não existiam restrições quando se tratava do cartão de crédito de algum Havensbee.

E Annie passou as duas horas seguintes assistindo a um desfile de Cato. Era quase como se o rapaz estivesse em uma sessão de fotos para catálogo de roupas, tamanha a variedade de trajes experimentados por ele.

Depois do que parecia ser a décima troca, ele se manifestou.

– Achei que era pra parecer que eu não me preocupei muito com a roupa. – Ele disse, saindo do provador e encarando Annie com um olhar questionador, aguardando a opinião da morena para o que ele usava. Basicamente, as duas horas foram gastas vendo Cato trocar a cor dos blazers e das camisas. Ele não via muita diferença nas peças, mas Annie o mandava voltar todas às vezes com uma expressão de desaprovação na cara. Ele estava cansado, mas preferia voltar a trocar as vestes do que correr o risco de fazer uma escolha errada. Além do mais, significava mais tempo com ela, então estava tudo certo.

– Eu gostei dessa. – Annie disse, levantando-se de um banquinho providenciado especialmente para que ela pudesse exercer sua função de personal style com conforto. – Eu gostei dessa. – Ela disse, referindo-se ao conjunto do blazer azul escuro com a blusa cinza claro. – E do cinza com a blusa verde. Agora você escolhe.

– Acho que essa combina mais comigo. – Ele disse, tocando a gola do blazer. – Azul é a minha cor preferida.

Annie sorriu.

– Combina com os seus olhos. – Ela disse. – É, é bonito mesmo. Tem todos aqueles tons diferentes, tipo o azul do mar, o azul do céu... – Ela fez uma pausa. – O azul de quando está entardecendo é o meu favorito. – Ela disse, uma tristeza de repente de abatendo sobre seu peito. Ela não sabia muito bem porquê, mas era como se ela estivesse dizendo aquilo para a pessoa errada. – Sabe, quando está quase ficando de noite?

Cato sorriu.

– Sei. Sei exatamente do que você está falando.

Annie olhou para baixo e sorriu o que para Cato pareceu um sorriso contido, mas ela sabia que foi um sorriso pesaroso.

– Vai, bota suas roupas e vamos pagar por isso. Eu ainda tenho que escolher algo para mim. – Ela disse, e Cato prontamente a obedeceu, como havia feito durante toda aquela tarde de compras.

~~

– Então é isso. – Finnick disse, depois de explicar para Peeta sua nova condição financeira.

– Puta merda... – Peeta balbuciou.

– É o que todo mundo está dizendo depois de ouvir a notícia, inclusive eu.

– Mano... Você sabe que eu nunca vou te negar ajuda, né? Mas o aluguel todo nas costas... – Peeta se interrompeu. – Eu não tenho como.

– Eu sei! – Finnick disse, apressadamente. – Não, nem eu te pediria isso. Eu só estou te pedindo um pouco de paciência esse mês. Eu posso atrasar as coisas. Mas você sabe que eu nunca ia te deixar na mão. Eu vou sair hoje mesmo para procurar um emprego.

– Finnick... – Peeta disse, meio sem jeito. – Eu não quero te desanimar, nem nada, mas que horas você está pretendendo trabalhar? Porque você tem faculdade e o estágio conta como hora de aula.

– Já pensei nisso. – Finnick suspirou. – Cara, o bagulho vai ser eu arrumar um emprego de fim de semana...

– Mas você sabe que emprego de fim de semana não vai te dar todo o dinheiro que você precisa. – Peeta completou o raciocínio do amigo.

– Dependendo de onde eu for trabalhar, até dá. – Finnick disse. – Eu estou pensando em andar pela Lapa. Eles sempre estão precisando de alguém para limpar umas mesas, lavar umas louças, servir umas bebidas... Dá pra tirar um troco fazendo isso.

– É, não vai ser muito... – Peeta apontou.

– Mas vai ser o que eu preciso, Peeta. – Finnick respondeu. – Juntando com a grana do estágio, eu vou conseguir pagar as contas em dia e vai sobrar um dinheirinho para mim.

– Que você não vai ter tempo para gastar, né? – Peeta observou. – Faculdade e estágio a semana inteira, trabalho no fim de semana... Você vai arrumar uma estafa.

– Ou é isso ou eu fico te devendo dinheiro.

– Você sabe que eu não me importaria com isso se não fosse tão ou mais pobre que você. – Peeta respondeu, fazendo o amigo rir.

– Inclusive eu ia sair agora para resolver isso.

– Já?

– Porque eu tenho tempo à beça pra ficar esperando, né, Peeta? – Finnick disse, ironicamente. – Você acha que pra pedir emprego em um bar eu preciso colocar uma roupa mais sofisticada ou tem problema ir de jeans?

Peeta gargalhou.

– Ah, cara, sei lá. – Peeta disse. – Não é uma entrevista de emprego de verdade, né?

Finnick apertou a base do nariz e fechou os olhos, em uma clara expressão de derrota. Decidindo sair do jeito que estava mesmo – uma calça jeans e uma camiseta verde escura. -, ele se despediu do amigo, que lhe desejou boa sorte, e saiu de casa.

A Lapa, famoso bairro boêmio do Rio de Janeiro, estava relativamente cheia para uma quinta feira. A noite estava caindo, mas alguns grupos de amigos já ocupavam as mesas dos barzinhos e casas de shows que davam à Lapa sua largamente difundida fama de berço da boemia carioca. A maioria dos frequentadores é jovem, mas por lá você pode ver de tudo, já que existem bares para os mais diversos tipos de público.

Aproveitando que a maioria das casas estava mais para vazia, Finnick escolheu uma porta aleatória e entrou, pensando ser esse o único jeito de escolher onde colocaria seu currículo à disposição.

Ele não fazia ideia de como fazer aquilo. O loiro abriu a porta e imediatamente foi engolido pela sensual meia luz do ambiente, e seus ouvidos captaram um jazz suave nas caixas de som. A música lenta e provocante o fez reconhecer que a casa estava em seu estágio “esquenta”, basicamente uma forma de preparar o clima para a verdadeira agitação que viria durante a madrugada.

Naquele instante, Finnick percebeu o que estava prestes a acontecer. A grosso modo, ele simplesmente chegaria no dono do estabelecimento e se humilharia com um “Moço, me dá um emprego pelo amor de Deus.”.

A atendente que distribuía as comandas para consumação dentro do bar se aproximou com um sorriso cordial.

– Posso ajudar? – Ela perguntou, a voz doce e agradável.

– Hm... – Finnick disse, olhando em volta. – Eu queria falar com o gerente, ou com o dono.

A garota estreitou levemente os olhos com a confusão.

– Só um minutinho. – Ela disse, e se enfiou no corredor que dava acesso ao interior do recinto.

Finnick se encostou na parede do Hal de entrada para esperar o momento de humilhação suprema quando uma perturbação no corredor por onde a atendente acabara de entrar. Um vulto humano se fez ver, e ele foi ficando cada vez mais claro e próximo.

– Puta merda. – Ele ouviu uma voz feminina xingar e em poucos segundos ele foi capaz de ver uma garota correndo na direção da saída do lugar com uma guitarra na mão.

Ela andava a passos muito rápidos na direção da saída, mas apesar do ritmo de seu caminhar não ter se alterado pela presença de Finnick, seus olhos focaram nele com um ar questionador, porque obviamente ela não esperava vê-lo ali.

Finnick não conseguiu não olhar o pequeno furacão que passava por ali com o instrumento na mão. A menina não diminuiu o passo, mas sorriu para Finnick e o cumprimentou com um aceno de cabeça. Ele achou a cena engraçada e respondeu com um sorriso também.

A menina puxou a porta de vidro do lugar com certa dificuldade, devido a ter uma das mãos ocupadas segurando o instrumento, e saiu para a rua, deixando Finnick sem entender nada. Bom, quase nada. Deu para ver que ela era parte de uma banda, provavelmente a banda que se apresentaria ali naquela noite. Fora isso, ele ficou sem saber o porque da pressa.

Não que isso fosse de sua conta, de qualquer maneira.

Finnick ficou olhando pela porta por onde a garota saíra, até que uma voz grave e ressoante o despertou do transe.

– É você que quer falar comigo, meu filho? – Um senhor ligeiramente acima do peso, bronzeado e de cabelos brancos surgiu em seu campo de visão.

– Sou eu, sim. – Finnick respondeu, tentando disfarçar a voz levemente trêmula.

– E você pode ir me adiantando o assunto? Algum problema aqui na minha casa? – O senhor perguntou.

– Não, senhor. – Finnick respondeu, respirando fundo. – Eu estou aqui procurando um emprego.


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Notas finais do capítulo

E aí?? Honestamente, não sei o que vocês vão comentar sobre esse capítulo kkkk.
Enfim, gente, tenho um aviso para dar a vocês. Esse ano, eu entro no último ano do colégio, e vocês devem saber bem o que isso significa: uma morte lenta e dolorosa causada por estafa ocasionada por EXCESSO DE ESTUDOS. Esse ano vai ser pesado, porque além de dar conta da escola (que vocês sabem muito bem que nunca aliviou nada para mim), eu vou ter que dar conta de vestibular e enem. Enfim, minhas aulas em si ainda vão demorar para voltar, mas meu curso pré vestibular começa exatamente AMANHÃ, e isso vai tomar um pouquinho do meu tempo. Não acho que vé ser um impacto muito forte, porque não são todos os dias da semana, mas se eu demorar um pouco mais com os capítulos vocês já estarão cientes do motivo. ((Não preciso nem dizer pra vocês o quanto ter o fim das minhas férias antecipado está acabando comigo)) ((gente me levem de volta pro ensino fundamental por favor)) ((eu tô sofrendo muito)).
Prometo tentar mesmo não deixar vocês na mão.
Beijos, abraços, fungadas no cangote e apertões na bunda