As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraaa! ~sem o que falar



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Capítulo 20

Na última segunda feira, eu recebi um e-mail.

Sim, é normal receber e-mails, principalmente eu, por ser professora. Diretora, pais, amigos... Muitos me mandavam e-mail, mas eu nunca esperei receber um e-mail dele.

O último e-mail que ele me enviara foi a sete ou oito anos atrás, desejando alguma coisa em uma data especial, eu acho.

Stefan nunca foi de ser muito sentimental, ele fazia mais o tipo sério e um pouco distante, mas era um bom irmão. Não posso negar que guardei um pouco de rancor depois de tudo que ele me fez – não apenas o negócio do vídeo, mas o perdoei há muito tempo.

Ter Lizzie acho que me fez perceber muitas coisas, e uma delas é que o perdão é importante. Ter Lizzie, principalmente na adolescência, me fez ver o mundo de outra forma.

Seu e-mail dizia feliz vinte e quatro anos, Elena.

Meu irmão gêmeo! Parecia quase um sonho que depois de tanto tempo, Stefan estava “se comunicando” comigo, mesmo que de uma forma tão antiga quando se tinha facebook e outros meios, mas Stefan sempre foi assim, acho incrível que ele não tenha me mandado uma carta invés do e-mail.

Naquele dia Damon me trouxe café na cama e me desejou feliz aniversário, achando que era o primeiro.

Agora, depois de tanto tempo, Damon era só meu... E de Lizzie, que se descobria cada vez mais uma filha ciumenta com os pais.

Lizzie estava com sete anos. Ela dissera que a festa de sete anos foi a melhor da sua vida, pois tinha os dois papais juntos.

Contei a Damon sobre o e-mail e assim como eu, ele se surpreendeu, mas não conversamos muito sobre isso.

Fui trabalhar normalmente e enquanto voltava na chuva, com Lizzie no banco de trás cantando uma musiquinha, eu tomei minha decisão.

Eu voltaria para minha cidade e voltaria a ver minha família!

Eu não poderia viver brigada com eles pelo resto da vida, na verdade eu poderia sim, mas eu não queria, eu queria poder dar um abraço em meu irmão sem vergonha, cumprimentar minha tia, e além do mais, eu tinha uma promessa com o pequeno Jeremy. Há quase oito anos, quando eu saí daquela casa com o coração despedaçado, eu prometi a ele que voltaria, talvez essa fosse a hora certa.

E agora, quarta-feira, eu não havia conversado com Damon ainda. Não era medo, afinal eu sabia que ele me apoiaria em tudo e qualquer decisão, era o meu receio, receio de realmente voltar para a cidade em que eu cresci, e eles não me receberem, não receber minha filha ou Damon.

– O que você tem amor? – Damon chegou por trás, e por mais que eu estivesse concentrada em meus próprios pensamentos, não me assustei, muito pelo contrário, o perfume inconfundível do meu amor me trazia tanto conforto e alegria, que me fazia ter certeza de tudo – Você anda muito estranha ultimamente, desde Stefan te mandou aquele e-mail.

– Damon... – murmurei, eu tinha que falar! – Eu decidi uma coisa.

– O que? – me abraçou, apoiando a queixo em meu ombro, os olhos azuis brilhantes me avaliando – Vai finalmente me pedir em casamento? – perguntou divertido.

– Damon, para de ser bobo! – bati em seu ombro rindo junto com ele – É sério.

– Ok, desculpe.

Fomos para sala e nos sentamos. Era agora!

– Eu quero voltar para Mystic Falls – eu disse de uma vez – Quero ver minha família.

Damon ficou em silencio, de olhos arregalados, surpreso demais para dizer qualquer coisa.

– Fala alguma coisa, Damon.

– Elena... Desculpe – ele parecia meio aéreo com a noticia, perdido – Eu não fazia ideia que você queria voltar a vê-los.

– Eu sempre pensei que eles não queriam minha presença, mas eu preciso tentar.

– Se é isso que você quer, nós iremos. Vou estar com você, Elena, sempre – ele beijou minha mão e me puxou para seu colo.

Estar de férias juntos é maravilhoso, e podíamos aproveitar já que Lizzie estava na casa de Caroline brincando com o pequeno Karl, filho da Care e do Klaus.

Aproveitamos o resto do dia assistindo filmes e comendo besteira, como se fossemos dois adolescentes. No fim do dia, Caroline e Klaus vieram trazer Lizzie.

– Preciso falar com vocês – eu disse quando eles entraram.

Lizzie ficou brincando na sala com Karl, enquanto nós estávamos na sala de jantar.

– O que foi, Elena? – indagou Caroline, preocupada com meu olhar sério.

Busquei conforto em Damon, que apertou minha mão e sorriu lindamente me dando o alivio que apenas ele conseguia.

– Eu decidi voltar para Mystic Falls – respondi sentindo o coração apertar com as lembranças que me vieram daquele lugar que foi meu lar durante anos.

– Achei que não quisesse mais ver sua família, Elena – disse Klaus, ao lado de Caroline. Ambos tinham o olhar preocupado. Sorri agradecida.

– Não posso fugir mais disso, Klaus – respondi após respirar fundo – Aquele lugar foi minha infância, minha adolescência. Lá eu sorri, fui feliz, chorei, sofri... Aconteceu tantas coisas comigo lá, mas não deixa de ser meu lar, e não posso passar a vida inteira sem encarar o passado. Eu preciso de verdade voltar!

Todos me encararam fixamente. Eu sabia o quanto Caroline e Klaus estavam preocupados, ambos eram os melhores amigos que alguém poderia ter, mas eles também me entendiam, o próprio Klaus já teve muitos problemas com a família.

Klaus se levantou e veio até mim, me levantei e aceitei seu abraço reconfortante que ele estava prestes a me dar.

– Eu entendo você, Elena, e espero que esteja certa nesta decisão. Por ter passado quase a mesma coisa, eu lhe aconselho a ser forte e não desistir, porque no final vale muito a pena.

– Obrigada.

– Ahh Lena – Caroline também veio até mim e me abraçou após Klaus lhe dar espaço – Eu te desejo toda a sorte do mundo, viu? Porque você merece ser feliz.

– Obrigada Care, por todos esses anos.

– Obrigada eu, anjinho – ela sorriu apertando a ponta do meu nariz como se eu fosse uma criança – Bom, acho que depois dessa conversa séria demais, está na nossa hora, né Klaus?

– Sim – ele sorriu para ela mostrando todo seu amor e dedicação de anos – Vou pegar o Karl.

Ele foi até a sala e quando voltou, Lizzie estava em um braço, e Karl estava no outro, batendo palminhas e rindo. Seus cabelinhos loiros – de Caroline – e cacheados – de Klaus – estavam bagunçados, e os olhos azuis – da família de ambos – observavam tudo com grande atenção.

– Dá tchau pra titia, amor – disse Caroline para o loirinho que estendeu os braços pra mim.

– Tchau meu príncipe – beijei suas bochechas, e fiz cosquinhas em sua barriga, fazendo-o gargalhar – Na próxima vez que vier aqui eu quero que me chame de titia, seu garotinho lindo.

– Mama – ele riu dizendo uma das únicas palavras que sabia.

– Eh campeão do tio! – Damon pegou Karl dos meus braços e o rodou no ar, deixando Caroline raivosa que o tirou dele e foi embora gritando com Damon, após, claro, se despedir de Lizzie.

Fiquei na sala procurando passagens no notebook enquanto Lizzie tomava banho, seu pijama já estava sobre a cama, e esta já estava arrumada. Logo ela veio correndo com as pantufas de cachorrinhos até mim. Seus cabelos estavam muito maiores, batiam cheio de cachos na altura da cintura, e ela o amava assim.

– Oi meu amor – beijei sua bochecha quando ela se sentou ao meu lado.

– Mamãe, a gente vai viajar? – perguntou reparando no site em que eu estava, já que ela já sabia ler.

– Sim – suspirei – Vamos para o lugar onde a mamãe cresceu.

– Eu vou conhecer sua família mamãe? – indagou começando a se animar, dando pulinhos no sofá, eu ri e assenti.

– Vai sim, Lizzie, mas agora essa garotinha tem que ir dormir – deixei o notebook de lado e a agarrei pela cintura magrinha a levantando. Mesmo com sete anos, Lizzie ainda era pequeninha e levinha demais.

Fomos rindo para seu quarto, onde a deixei na cama e a cobri, beijando sua testa.

– Durma bem, anjo – sorri, apagando a luz do quarto e sai, deixando a porta aberta como ela gostava.

Encontrei Damon na cozinha, sentado sobre o balcão, parecia concentrado demais.

– Amor? – o chamei, me aproximando, ele me olhou finalmente e não reconheci aquele olhar tão intenso.

– Elena – seu chamado parecia uma suplica sofrida – Eu nunca vou esquecer o que eu te fiz naquele lugar – ele segurou minha mão e beijou a aliança de noivado que reluzia tão lindamente em meu dedo anelar – Eu te amo demais, e nunca vou me perdoar, e sim, eu sei que você já me perdoou há muito tempo, mas eu não, vou passar o resto da minha vida tentando me redimir com você.

– Damon – suspirei – Você não precisa se redimir, ser você e ficar comigo e com nossa filha pelo resto de nossas vidas é o suficiente. Nenhuma história é perfeita e a nossa não foi muito bonita, mas superamos isso e hoje estamos aqui, juntos. Quer coisa melhor que isso?

Não esperei sua resposta e o beijei. Precisava tanto dele. Ele era tudo pra mim, e mesmo depois de tanto tempo, ainda me sentia uma adolescente com seu primeiro namorado. Ele me fazia sentir como uma adolescente. Ele me fazia feliz, me completava de uma forma inexplicável, e eu o amava por isso e por todo o resto.

– Eu te amo, Damon Salvatore, e nada pode mudar isso – murmurei contra seus lábios, vendo-o sorrir em resposta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostadooo
Mais dois capítulos e chegamos ao fim de As Consequências :'(



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