As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, e sim, penúltimo capítulo :(



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Capítulo 21

Era hoje. Estávamos no avião destino a Mystic Falls, e isso realmente parecia meio distante e impossível, mas não era, em menos de uma hora eu estaria em frente àquela casa na qual eu cresci junto a Stefan.

– Tá tudo bem? – Damon segurou minha mão sobre meu colo, olhando-me intensamente.

– Sim, só estou meio ansiosa – sorri para reforçar minha resposta. Ele assentiu, beijando minha testa.

Lizzie estava sentada no banco da janela, observando tudo com um sorriso enorme. Vou conhecer a família da mamãe, dizia o tempo todo.

Depois de minutos que pareceram horas, o avião pousou. Pegamos nossa bagagem de mão e fomos para o portão de desembarque. Lizzie estava nas costas de Damon, que a carregava com um sorriso enorme, como se só de poder fazer isso fosse o presente mais maravilhoso do mundo.

Pegamos nossas malas, que eram apenas duas, e saímos do aeroporto, onde contratamos um taxi para nos levar à algum bom hotel da cidade.

Era meio nostálgico ver tudo aquilo. Não mudara quase nada. O Mystic Grill continuava ali, mas parecia ter ganhado uma nova camada de pintura e agora haviam cadeiras e meses na frente, os garçons usavam uniformes também e não apenas um avental. Entre eles, reconheci Matt, o capitão do time de futebol da minha época escolar e também quem ajudou a me humilhar.

Olhei para Damon e ele me encarava com o cenho franzido, preocupado.

– Estou bem, Damon, não se preocupe – selei meus lábios nos dele e sorri.

Não demorou para chegarmos ao hotel. O taxista nos ajudou a tirar as malas, e paguei a viagem. Fizemos o check-in no hotel e pegamos a chave de um quarto completo.

Pegamos o elevador e paramos no terceiro andar, no quarto 23. O quarto possuía duas camas, uma de casal e outra de solteiro. Um banheiro grande com chuveiro e banheira. O guarda roupa era na verdade um closet de porta de correr de madeira, grande suficiente para três pessoas. E também possuía uma mini cozinha na ala norte do quarto, separada com um balcão como se fosse uma cozinha americana. E no centro no quarto, descendo dois pequenos degraus, havia uma pequena sala, com uma televisão, a mesinha de centro com o controle da TV sobre, e dois sofás médios, com uma poltrona.

– Uau! – Lizzie se jogou na cama de casal, parecendo encantada com o quarto – Isso é demais, eu achei que fossemos ficar em um quartinho.

– Ok, ok, pequena polegar, está na hora de tomar um banho, vai lá que eu pego sua roupa, deve ter toalha no closet.

Ela fez o que Damon pediu, e após encontrar a toalha, foi saltitando até o banheiro.

– Preparada? – ele perguntou.

– Vou ficar – respondi.

Ele me abraçou por trás, e cheirou meus cabelos, apoiando o queixo sobre meu ombro.

– Nunca imaginei que voltaria aqui com você – ele disse depois de longos segundos silenciosos.

– Eu nunca imaginei que voltaria – suspirei, encostando minha cabeça em seu peito.

Ficamos mais alguns minutos assim até ele ir pegar uma das malas e abrir, pegando uma peça de roupa para Lizzie, que era uma sainha de babados e uma blusinha de mangas longas, já que nessa época do ano fazia um pouco frio no fim da tarde a noite.

Logo ela voltou com os cabelos molhados e enrolada numa toalha maior que ela. Sorriu, indo até o pai, e pegando a roupa dele.

– Não olha papai! – ela disse indo até o outro lado do quarto e se vestindo demoradamente.

– Eu já vi tudo isso aí garotinha – ele disse, rindo.

– Mas eu sou menininha pai, homens não podem ver as menininhas peladas, né mamãe?

– Isso mesmo amor, mas seu pai é seu pai, só ele pode.

Ela me olhou desconfiada e depois que terminou de se vestir, veio até mim com a toalha para que eu arrumasse seu cabelo. O sequei e penteei, fazendo uma trança embutida meio frouxa.

Depois que Damon terminou o banho, foi minha vez. Mas não sabia o que vestir, talvez o vestido vermelho e a sapatilha fosse muito exagerado, e talvez a calça com a blusa azul e a botinha fosse muito simples.

– Indecisa? – perguntou Damon enquanto penteava o cabelo para trás – Acho que com a calça fica melhor – ele sorriu.

– Obrigada.

Deixei meu cabelo naturalmente cacheado, e passei uma maquiagem leve.

– Você está linda – ele disse.

– Você também – por mais que Damon estivesse usando o mesmo tipo de roupa que sempre usava, ele conseguia estar ainda mais lindo.

xxXxx

Dei ao taxista o endereço que nunca deixou minha mente. Estávamos próximos, e cada vez mais minha perna balançava e minha mão tremia entre as de Damon, que parecia muito calmo.

Foi quando finalmente o carro parou.

A casa não estava diferente, tinha a mesma pintura branca e o mesmo banco de balanço na varanda. As janelas estavam fechadas e quando me aproximei, percebi que no corrimão da escada ainda estava o rabisco que Stefan e eu fizemos com uma faca quando tínhamos dez anos.

Pisei no primeiro degrau e respirei fundo, me preparando. Damon estava ao meu lado enquanto Lizzie correu para a porta e parou, nos esperando.

Parei em frente a porta e toquei a madeira velha, era como se eu voltasse a ser... A garota de antes, a garota que viveu ali.

– Pronta? – Damon me perguntou, com a mão sobre a campainha.

– Não – respondi, sabendo que minha voz saíra tremula, mostrando o quanto eu tremia – Mas é a hora, Damon.

Então ele tocou.

E a porta se abriu.

Mas o que eu vi me surpreendeu e fez meu peito apertar.

Na minha frente estava um garoto de no máximo dez anos, olhos claros e cabelos escuros. Ele me olhava com curiosidade, e franziu o cenho quando percebeu que eu chorava.

– Jer?

– Quem é você?

Aquilo doeu mais do que eu esperei, e eu com certeza esperei aquela resposta/pergunta.

– Elena?

Minha atenção voltou para dentro da casa, e eu vi, depois de anos, Stefan. Ele possuía os mesmos cabelos castanhos, mas estavam um pouco maiores, e os mesmos olhos verdes. Quase oito anos, e Stefan não mudara nada! O olhar espantado era o mesmo de quando me viu no hospital depois do acidente com nossos pais.

– Eu...

Meu coração agora batia tão rápido que eu achei que eu não iria aguenta-lo no lugar, meu corpo inteiro soara de nervosismo, como se eu tivesse feito uma caminhada de uma hora.

Mas antes que eu pudesse formular uma frase, ele me abraçou!

Stefan me abraçou!

E essa realidade bateu em mim como uma pedrada. Meu irmão estava ali, com os braços me rodeando num desespero que era como se eu fosse a coisa mais importante de sua vida. O abracei de volta, apertando o tecido fino de sua camisa, e sentindo o cheiro forte de seu perfume. Meus dedos foram para seu cabelo que ainda possuía a mesma maciez de sempre, e percebi que ele estava levemente úmido.

– Eu senti tanta sua falta!

Ele disse, sim, ele disse! Meu coração se encheu de algo desconhecido, talvez fosse muita saudade, e muita satisfação, mas também muito amor.

– Eu também, Stefan, eu morri de saudade – respondi, sentindo minha garganta rouca, e as lágrimas ainda escorriam, agora descontroladamente.

– Stefan? Quem é ela?

Me separei de Stefan, voltando a encarar o garoto de cabelos escuros. Jer estava lindo! Stefan se virou para ele e sorriu, só então percebi o rosto molhado pelas lágrimas.

– Vamos entrar, rapaz. E vocês também.

Entramos, e a casa não sofrera muitas mudanças, e mesmo depois de tanto tempo, eu sentia que aquela era a minha casa.

Nos sentamos no sofá, e sobre a estante, eu percebi vários quadros de família que não estavam ali quando eu fui embora: meus pais no casamento, Stefan e eu quando éramos bebês, nossa ultima foto de família, no parque, com o pequeno Jer nos braços de mamãe, Jer com alguns meses no andador e por fim, uma foto da formatura onde estavam Stefan, alguns colegas, Matt, Lillith, Tania e por fim, Damon e eu abraçados.

– Muita coisa mudou desde que você foi embora – Stefan dissera, encarando, assim como eu, a foto de formatura.

– Eu notei algumas delas – falei, lembrando-me de Matt – Mas antes de tudo, Stefan, esta é a Lizzie, minha filha e de Damon.

Stefan arregalou os olhos, olhando para a garotinha ao meu lado, para Damon e para mim, estampado demais ele abria e fechava a boca, procurando palavras.

– Sua filha? – repetiu – Quantos anos ela tem?

– Sete – Lizzie respondeu por nós, suas sobrancelhas arqueadas em confusão com tudo aquilo.

– Sete? Então quando aquilo aconteceu...

– Eu fiquei grávida, Stefan – tentei responder normalmente, mas depois percebi que minha voz saíra com um pouco de rancor, mesmo eu não querendo – Descobri depois de um tempo, e durante os seis anos dela, a criei com o meu namorado, Elijah, até Damon aparecer de novo e mudar tudo.

– É uma longa história – disse Damon, ele estava ao meu lado, e suas mãos acariciavam meu cabelo – Mas que valeu a pena cada linha dela.

– Eu nunca pensei que... – Stefan apoiou o queixo nas mãos, com os olhos arregalados – Me perdoe, Elena, eu fui tão... Infantil, e por causa disso você...

– Stefan – eu o interrompi e sorri, tentando o reconfortar – Eu sofri muito todos esses anos, mas também fui muito feliz, tenho Lizzie, ela é tudo para mim – beijei rosto dela que estava em meu colo e ela sorriu tímida.

– Então você me perdoa? – ele perguntou, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

– Sim, Stefan, eu te perdoo – sorri, segurando sua mão após tirar Lizzie de meu colo – Você é meu irmão, e eu estou cansada de não dividir toda minha felicidade com minha família.

Então, novamente, Stefan me abraçou, aquele abraço apertado que só ele conseguia, o abraço que eu amava, e tanto senti falta.

– Jeremy – ele chamou o garoto quando se afastou de mim – Sabe a garota das fotos? A que você me perguntava quem era, e eu sempre dizia que era nossa irmã que havia ido embora há muito tempo?

– Lembro.

– Essa é Elena, Jer, nossa irmã.

Jeremy me encarou, e sorriu, me abraçando, e isso me surpreendeu, mas não tanto para eu não retribuir apertado. Ele havia crescido tanto, e me doía saber que eu não o acompanhei em tanta coisa, mas isso não impediu que meu amor por ele diminuísse.

– Ahh Jer, senti tanta sua falta – minha voz estava irreconhecível, pois no momento eu chorava tanto que chegava a soluçar – Tanta, mas tanta!

– Eu gosto de você – ele disse, timidamente.

Stefan e Jeremy foram apresentados a Lizzie como seus tios, e logo ela e Jeremy estavam brincando de alguma coisa no quintal.

– Como isso aconteceu? – Stefan perguntou, apontando para Damon e eu de mãos dadas.

– Vamos casar – Damon respondeu – Depois de muito tempo, Stefan, estamos juntos.

Contamos tudo para ele, desde que eu saí de casa até um dia atrás, e isso nos levou a boas três ou quatro horas de conversa.

– Onde está Jenna? – perguntei após um tempo.

– Ela casou há quatro anos, e nos deixou aqui. Na verdade, Elena, também há muitas coisas daqui para te contar – ele sorriu – Eu me casei também.

Meu queixo caiu, só então olhei para o dedo de Stefan e reparei na aliança dourada dali.

– Quando? Com quem?

– Stefan, quem é aquela garotinha ali no quintal com o Jer?

Olhei para a porta e lá estava uma linda mulher, com o corpo esbelto e longos cabelos cacheados loiros, s olhos eram de um verde esmeralda.

E então ela nos notou, e os olhos se arregalaram, me encarando.

– Você é...

– Elena Gilbert – respondi – E você é...?

– Elena – Stefan se levantou, indo até a mulher e segurando as sacolas de compras que ela carregava – Esta é Katherine, minha esposa, e esta é Elena, minha irmã.

Quando ele me falou quem ela era, também percebi a foto do casamento de Stefan sobre a estante, eu não o havia reconhecido no retrato.

– É um prazer – sorri para ela estendendo a mão.

– Todo meu.

Todas as apresentações foram feitas, e ficamos conversando até tarde. Ajudei Katherine com a janta e Damon foi com Stefan até o hotel pegar nossas coisas, pois o casal havia nos convidado para ficar na casa.

Lizzie tomou um banho antes do jantar, ela estava toda suada, assim como Jeremy, de tanto correr pela casa.

– Como se conheceram? – perguntei aos dois quando nos sentamos para jantar.

– Bom, é uma história engraçada – Katherine riu – Eu sou gerente no shopping da cidade, e como toda manhã, a cafeteria do shopping estava com uma fila enorme naquele dia também, mas como gerente, eu nunca pegava fila, ele estava nela e se incomodou com o fato de eu ter privilégios mesmo sem saber quem eu era. Nós brigamos, e depois de muitas coisas, eu o chamei para sair, e depois de algum tempo, começamos a namorar. Estamos casados há três anos.

– Katherine se dá muito bem com Jeremy, e todos somos uma família. Acho que me saí muito bem com tudo que papai e mamãe queriam que eu fosse, Elena.

– Um grande homem – sorri orgulhosa.

– Acho que devemos brindar todo esse reencontro – disse Damon, sorridente e erguendo a taça de vinho.

Todos levantamos as taças, e Lizzie e Jeremy os copos de suco, então brindamos, fazendo aquele maravilhoso som de vidro se tocando.

– Valeu a pena tudo isso Lena – disse Damon em meu ouvido quando voltamos a nos sentar.

– Eu te amo – respondi, sorrindo.

Finalmente, depois de anos, eu tinha tudo que me foi tirado! Um amor, uma família... Eu era totalmente feliz agora!


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Notas finais do capítulo

Algumas pessoas perguntaram se teriam interação da Elena com os ex-colegas da turma, mas achei melhor não pelos motivos de que esse não era o foco, e também porque é o ponto de vista da Elena, e ela já não se importa com isso, ela seguiu a vida. Apenas coloquei o Matt para mostrar que quando tentamos subir de uma vez uma escada muito alta, caímos feio, e foi o que houve com ele.
Resolvi fazer o Stefan ficar com a Katherine, porque amo eles juntos *--* mas ela n]ão é a cópia da Elena, obviamente, ela tem a aparência da Katherine do livro, enquanto a Elena é a da série.
Gente eu espero que tenham gostado, é tão bom conseguir finalizar uma história, mas é ruim me despedir de vocês que sempre foram maravilhosos comigo e tiveram paciência em todos meus momentos sem ânimo ou inspiração para escrever.
Mas é melhor deixar as despedidas para o próximo... Bjs



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