As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

heeeeeee voltei gente



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Capítulo 16

A segunda-feira amanheceu fria, com uma chuva fina caindo do lado de fora da casa.

Quando abri os olhos e deixei a consciência e a clareza chegarem a minha mente, percebi o quanto eu me sentia leve. Não havia aquele peso e a culpa de antes.

Pela primeira vez em dias ou semanas, eu acordei com um sorriso verdadeiro nos lábios.

Fazia alguns dias que eu havia terminado com Elijah, o homem que eu amava, parte do meu coração era dele, mas ele me machucou, e levou-me quase para o fundo do poço: não havia sorrisos verdadeiros, não havia abraços sinceros, e nem o eu te amo possuía mais a mesma sinfonia.

Elijah foi uma parte da minha vida que eu nunca irei esquecer, mas que foi abrigada a deixar para trás. Eu o deixei, e não me arrependo, eu precisava disso, eu precisava estar sozinha, para pensar, para refletir em minhas escolhas ou até mesmo para dedicar-me completamente a minha filha.

Levantei da cama sem dificuldade, não me abalando com o fio, e tomei um banho quente. Vesti roupas comuns de inverno: calça jeans, uma blusa de mangas longas e uma bota com um pequeno salto. Arrumei meus cabelos longos e castanhos que possuíam alguns fios molhados – os típicos fios que teimaram em cair da touca de plástico.

A porta do meu quarto foi aberta, e eu recebi a pequena e sonolenta Lizzie em meus braços, beijando sua testa.

Contar para ela sobre Elijah não fora difícil, ela sempre fora uma criança inteligente e adorável, e por mais que seja uma criança, Lizzie me entendia e me apoiava, éramos como melhores amigas, e assim como eu podia contar com ela, ela sempre poderia contar comigo. Lizzie chorara sim, disse que havia perdido seu papai Elijah, mas enquanto a embalava em meus braços, sussurrava em seu ouvido que ela nunca o perderia, ele a criou, e ele sempre seria seu papai.

Naquele dia, dormimos juntas, abraçadas em minha cama, ambas frágeis com tanta coisa acontecendo.

E era nesses pequenos gestos que eu agradecia a Damon por ter me dado ela.

Lizzie era meu sol, minha lua, era o que me mantinha em pé, era o que me fazia acordar toda manhã e apesar das dificuldades, encontrar forças para continuar lutando.

Tudo por ela... Tudo por nós!

– Mamãe, eu não quero ir hoje para escola – murmurou com o rosto enterrado em meus cabelos, seus dedinhos enrolavam algumas mechas.

– Por que não, anjo? Estamos no meio da semana, logo o fim de semana chega e poderemos nos divertir muito – disse com um sorriso, suas mãozinhas pequenas enterradas nas minhas, depositei um beijo em seu pescoço, e ela se contraiu, rindo com cosquinhas.

– Ok. Mas tem que prometer que faremos algo super hiper mega legal – ela sorriu travessa dando pequenos pulinhos, o sono indo embora.

– Ok, sapequinha, faremos algo super hiper mega legal – brinquei e pisquei cumplice – Agora já para o banho.

Ela correu para seu banheiro, e enquanto eu ouvia o barulho do chuveiro ligado, pegava seu uniforme dentro do armário.

Lizzie saiu do banheiro enrolada no roupão da Barbie com touca, tremendo de frio. A peguei no colo e a coloquei de pé sobre a cama. Vestia a saia xadresa por cima da meia calça grossa, a típica blusa branca de mangas compridas, e o blazer com o símbolo da escola, além de um casaco preto que achei necessário, pelo frio que fazia.

Calcei nela suas botas marrons preferidas, e em seus cabelos longos fiz uma trança embutida, enquanto ela cantarolava uma musiquinha com sua voz de anjo.

XxXxX

Deixar Lizzie na escola fora difícil, eu sentia um aperto no peito como se algo ruim fosse acontecer, mas ignorei a sensação boba, e após um beijo em sua testa, fui para a escolinha onde eu lecionava.

Ver aquelas crianças – mais novas que minha filha – e poder ensina-las era algo que eu nunca havia imaginado que algum dia amaria tanto em fazer, na verdade, eu nunca havia imaginado que gostasse tanto de crianças.

Aqueles pequenos seres eram luzes na minha vida e na vida das pessoas ao redor, e com prazer eu as ensinava tudo que podia.

O dia passou lentamente, e tentei me distrair com os pequenos, mas não resolveu muito e no fim do dia eu ainda sentia aquele peso no coração.

Com pressa, e quase aliviada por finalmente ter chegado o fim do dia, eu fui em direção à escola de Lizzie, preocupada demais para me despedir de alguém ou cumprimentar alguém que o fazia comigo.

Corri pelos corredores onde crianças passavam com seus pais, e finalmente cheguei a sala de Lizzie. A professora Martha se despedia de um garotinho quando me viu aflita e rodando os olhos pela sala a procura de Lizzie.

– Elena! – exclamou com surpresa – O que faz aqui?

– Como o que eu faço assim? – questionei incrédula – Vim buscar minha filha, Martha. Ela está no banheiro? – indaguei após não vê-la na sala.

– Não – franziu o cenho – Elijah veio busca-la no meio da tarde. Ele me disse que você sabia.

– Elijah levou minha filha? E você permitiu?

Meu coração estava batia acelerado, e minha respiração ficou ainda mais descompassada. Minhas mãos suadas – apesar do frio – voaram para meus cabelos, puxando-os.

– Ele sempre pegou Lizzie, Elena, e você nunca disse nada – respondeu confusa.

– Nós terminamos, Martha, e eu não sabia que ele havia levado ela. Obrigada!

Recusei-me a levantar a voz com Martha, ela não tinha culpa, e no momento o que eu precisava era saber onde Elijah estava com Lizzie para eu poder ir busca-la.

Meio da tarde? Muito estranho.

Enquanto andava pelos corredores largos da escola primaria até o estacionamento, saquei o celular da bolsa e disquei os números decorados. E quando ele atendeu, o aperto no peito não sumiu.

– Elijah?

– Elena!

Sua voz estava diferente, animada demais, algo que eu nunca havia presenciado, como se ele se deliciasse com algo.

– Onde você está? Onde está minha filha, Elijah? Traga-a agora!

– Você se lembra, não é amor? – agora ele estava frio, cortante, como se estivesse disposto a quebrar meu coração em mil pedacinhos – Eu lhe disse que você se arrependeria, e eu não acho que minha filha mereça um pai como Damon, ele é nojento, desprezível. Elizabeth precisa de alguém que a ame de verdade, ela precisa de um pai como eu, Elena, e eu darei isso a ela, você querendo ou não.

A primeira coisa que reparei foi o desprezo em sua voz, depois a ironia, e por fim... Elizabeth. Ele não a chamava pelo nome, e sim pelo apelido, sempre Lizzie, sempre a adorável e encantadora Lizzie.

Foi então que percebi que algumas lágrimas escorriam de meus olhos.

– Traga minha filha agora Elijah, ou então você se arrependerá amargamente. Lizzie é minha, e não é você nem a sua obsessão que irão me tirar ela – gritei ao telefone, querendo que ele soubesse o quanto eu o odiava nesse momento.

– Oh doce Elena – gemeu em repreensão – É uma pena que você não possa colaborar. Nesse momento, Lizzie está correndo por um parque com neve derretida e sorrindo brilhantemente para mim. Sabe por que? Porque eu sou suficiente para ela, Elena, nem mesmo você é capaz de separar eu e ela.

– Eu nunca faria isso – sussurrei sem conseguir segurar minhas lágrimas – Eu separei você e eu, Elijah, não você e ela. Por favor, devolva minha filha.

– Seis anos são suficientes para descobrir que eu cumpro minhas promessas...

A ultima coisa que eu ouvi foi o barulho de bip anunciando que ele desligara a chamada.

– ELIJAH! ELIJAH! – gritei mesmo sabendo que ele não me ouviria.

Meu corpo escorreu ao lado do carro, o desespero me tomou e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar de desespero.

Eu precisava de Lizzie! Eu queria tanto a minha filha!

Com as mãos tremulas e a vista embaçada, desbloqueei o celular e procurei na lista telefônica o numero de Damon. No segundo toque ele atendeu.

– D- Damon! – solucei sem consegui me conter.

– Elena? O que houve? – perguntou preocupado.

– Lizzie... – murmurei sem conseguir formular uma frase concreta, não conseguia pensar direito, porque minha mente voava para Lizzie e Elijah, e no que ele poderia fazer com ela.

– O que tem ela? O que tem Lizzie, Elena?

– Elijah... Elijah levou ela, ele levou nossa filha, Damon.


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Notas finais do capítulo

Abalador? Abalador!
O que acharam?
Esperavam isso do Elijah?
Minha ideia inicial nunca foi torna-lo vilão, e eu fiz a Hayley ser casada com o Damon justamente para no final ela ficar com o Elijah, mas surgiu essa ideia e eu achei perfeita, principalmente pelo relacionamento delena.
O que nos resta é esperar para ver como a Lizzie ficará, ou como Elena ficará. Será que Lizzie volta? Será que Damon e Elena ficam juntos? O que acontece com Hayley? E Elijah?
Quase tudo isso no próximo capítulo, não percam.
#retafinal