As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Quem são os amores da Tia Yasmy? Simmmmm vocês *----*
Me sinto histérica esses dias, ando lendo muitas fics - principalmente yaoi - e ando surtando muito, os autores me fazem sofrer demais :'(
Enfim, esse capítulo foi rapidinho para escrever, então sim, apenas não escrevi antes por preguiça ~culpada.
Mas não me matem, se não vão ficar sem saber o final u-u
Boa leituraaaaa!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449770/chapter/15

Capítulo 15

E então eu percebi: não podia mais continuar com aquilo.

Elijah era e sempre foi incrível, tanto para mim quanto para minha filha, que se tornou a dele também. Eu o amava, e ele foi importante e essencial em muitos momentos da minha vida. Ele me ajudou a superar o abandono, a rejeição, a dor, a humilhação, ele estava comigo oferecendo seu ombro amigo sem pedir nada em troca, até que aconteceu, nos apaixonamos, começamos a namorar e demos um passo a mais: casar. Estávamos noivos! E eu deveria me sentir feliz, incrível, mas por que me sentia sufocada?

Eu lembro de quando Caroline veio me contar sobre Klaus, que estava com ele, depois quando contou que estava gravida, seus olhos brilhavam, ali estava estampado o amor que ela sentia por ele e por aquele serzinho que jazia em sua barriga.

Com Elijah? Era diferente disso. Eu não mais me sentia bem com ele, a dor em meu peito sempre voltava quando estava com ele, como se eu estivesse fazendo algo errado. E bem, eu estava! Estava enganando a ele, a mim, a Lizzie... Porque eu não amava mais Elijah, pelo menos não aquele amor.

Ele sempre foi romântico, o cara que trazia flores e me levava em restaurantes, que abria a porta do carro para mim, e sempre dizia eu te amo. Ele era paciente, companheiro, divertido... Elijah era perfeito, mas não perfeito para mim.

E pensar na possibilidade de terminar cinco anos de relacionamento, doía, doía muito. Doía pensar que se eu terminasse, era como abandonar ele e jogar tudo para a lama, mas também doía ficar com ele e não ama-lo como ele merecia.

Por isso eu tomei a decisão que seria melhor para todos, eu terminaria aquilo de uma vez por todas.

Não sei ao certo o que me levou àquilo, talvez tenha realmente sido depois que Damon apareceu em nossas vidas, mas não era sobre Damon, era sobre o homem que Elijah se tornou depois de Damon: ciumento, possessivo, como se eu e Lizzie fossemos suas propriedades... Ele gritava e brigávamos sempre quando nos víamos, eu não aguentava mais ver aquilo, até minha garotinha percebia e vinha ao meu amparo quando me via aos prantos.

Estávamos sim acabando com tudo, mas não era apenas eu. Elijah não era mais o mesmo, e eu prefiro acreditar nisso a possibilidade de que ele sempre foi desse jeito e eu que nunca percebi.

Suspirei, finalmente terminando de pentear o cabelo. Se eu pudesse, talvez voltasse a ser como no tempo que meus pais morreram: depressiva, eu sempre tive tendência mesmo. Mas eu não podia, eu possuo uma filha para criar, e ela merece o melhor, o meu melhor.

Ajeitei o vestido lilás de pregas e calcei as sapatilhas. Fui até a sala e encontrei Lizzie na sala, assistindo TV. Usava uma saia rodada – que ela amava –, com uma blusinha de mangas branca, e por fim, uma botinha preta.

Ela correu até mim quando me viu e abriu um largo sorriso.

– Já vamos? – indagou.

Eu a deixaria na casa de Damon para passar o dia com ele e depois iria almoçar com Elijah, na casa dele. Preferi que fosse lá, não queria correr risco de passar vergonha com sua possível reação escandalosa, que era como tudo estava agora.

– Vamos sim.

Arrumei a boina em sua cabeça e ela fez uma careta, enrolando uma mexa do cabelo quase loiro no dedo, sorri para como ela parecia encantadora e deixei um estalado beijo em sua bochecha.

– Te amo, anjo – disse, seu sorriso aumentou, se possível, e seus bracinhos rodearam meu pescoço.

– Também te amo mamãe.

De mãos dadas, nós fomos até o carro, ajeitei-a na cadeirinha própria e fui para o banco do motorista, dirigindo até a casa de Damon, que não era muito longe. Damon nos recebeu na portaria e logo quando a livrei do cinto de segurança, Lizzie correu para os braços do homem que possuía seus mesmo olhos.

Eles pareciam ter uma conexão incrível, algo que eu nunca vi nela e Elijah, talvez seja por causa do sangue, mas ver Lizzie com Damon, tão juntos era uma experiência única. Ver esse brilho no olhar da minha filha era uma experiência única, algo que eu nunca esqueceria, e manteria para todos, o quanto seu pai biológico é importante para ela, ele a fez feliz, por mais que tenha pouco tempo que se conhecessem.

– Obrigado por traze-la, Elena – Damon sorriu com Lizzie no colo.

– Claro. Eu vou indo, comporte-se amor – beijei ambas as bochechas de Lizzie com carinho, e ela retribuiu com o sorriso mais lindo do mundo, que iluminou meu dia.

– Tchau mamãe.

Me despedi de Damon com um abraço tímido. Apesar de tudo, ele estava se tornando um bom amigo, e por incrível que pareça, eu me sentia bem desabafando com ele pelo telefone, como se tudo que aconteceu no passado houvesse sido esquecido, e de fato, foi, porque naquele momento não éramos mais adolescentes em busca de diversão, éramos adultos com responsabilidades, e uma delas, era aquela criança que era a prova e tudo que passamos, sofremos, e superamos.

–X–

Respirei fundo duas vezes e tentei acalmar o coração antes de tocar a campainha. Dois segundos depois, o homem de roupas casuais e sorriso brilhante a abriu, meu corpo foi abraçado, e eu me permiti rodear seu pescoço com os braços e segurando seu rosto, beijei sua bochecha quando ele tentou chegar aos meus lábios. Ele estranhou fazendo uma careta, mas não ditou nada, o que eu agradeci internamente, aquele não era o momento, não ainda.

– Senti tanto sua falta – ele disse com o rosto enterrado em meus cabelos.

Havíamos nos visto ante ontem, mas ele parecia carente demais, de repente. Sorri e me separei dele.

– Sim, também senti – apesar de querer que a distancia durasse mais.

Num clima estranho, almoçamos a macarronada deliciosa que ele mesmo havia preparado. Não falamos nada, mas nossos olhares se cruzavam de vez em quando, e como ele não era idiota, percebeu que algo estava muito errado.

– Ok, qual é o problema? – soltou o garfo sobre o prato e cruzou os braços, me encarando. Fiz o mesmo, mas procurava fitar qualquer lugar, ou objeto, menos ele.

– Precisamos conversar.

– Sim, isso eu percebi.

– Não seja irônico, Elijah – chiei sentindo a cabeça doer.

– O que você quer exatamente, Elena?

Antes de mais nada, eu tenho que dizer que tentei muito me controlar, mas meu humor estava tão ruim, que eu não me segurei, mas também Elijah não ajudou, vindo com sete pedras na mão.

– Eu quero terminar!

Minha voz era fria, cortante, como se não houvesse sentimentos em mim, mas sim, havia, e infelizmente muitos. Meu coração estava acelerado e novamente doía, porque naquele momento não era mais hipóteses, era a realidade, e eu estava terminando cinco anos.

Elijah pareceu finalmente perceber o que eu havia dito, e em seus olhos eu percebi o ódio, seus mãos se apertaram em punho e ele bateu na mesa, me assustando, se levantou, puxando os cabelos como se fosse arranca-los.

– Por que? Por que, Elena? O que eu fiz de errado?

Eu tinha muitos motivos para terminar, mas ao olhar para ele, a única coisa que eu consegui foi ficar em choque: Elijah parecia um garotinho assustado ao se perder da mãe, mas no caso, ele perdia a mim.

– Elijah... – me levantei, tentando controlar o coração – Você sabe... Você sabe que sempre foi importante para mim, eu te amei muito, você foi tudo quando eu não tinha nada – então, sem permissão, as lágrimas começaram a cair – Você foi meu amigo quando eu precisei, e foi o pai da minha filha sem nunca pedir nada em troca. E então, eu me vi apaixonada por você, apaixonada pelo seu jeito, o amor que você dava para mim e para Lizzie. Em todos os momentos, bons e ruins, nesses cinco anos, você esteve lá, por mim e comigo. Você me fez superar meus medos, me fez enxergar que nem tudo estava perdido, e eu sou grata por tudo isso, eu te amo por nunca desistir de mim.

– Então por que isso? – sua voz não passava de um sussurro, trêmulo. Eu me joguei em seus braços, o abraçando com força, enquanto ambos chorávamos.

– Porque eu não consigo mais – murmurei – Meu coração está tão apertado, eu me sinto sufocada, e as vezes tenho vontade morrer, Elijah, e tudo piora quando você me critica por ter deixado Damon entrar em nossas vidas, mas ele não fez isso Elijah. Lembra-se de como nos conhecemos? Eu estava machucada, destruída, então vim para Londres, por causa de Damon, eu conheci Caroline e ela se tornou a melhor amiga do mundo para mim... E então, lá estava você: sempre me perseguindo no restaurante, mesmo quando eu estava enorme por estar grávida.

– Você era a grávida mais linda do mundo – sussurrou com sua testa colada na minha.

– Você não desistiu de mim naquela época, então você se tornou meu amigo. Divertido, animado, não existia tempo ruim para você, e toda vez que eu te olhava, meu coração se aquecia. Eu posso parecer uma vadia sem coração com o que eu vou te dizer, mas não posso continuar mais te enganando, ou engando nós dois: eu te amei muito e precisei de você todos esses anos, mas agora, quando estou com você, eu me sinto presa, sufocada, perdida, prestes a cair de um precipício.

– Elena...

– Não, me deixe terminar – me separei dele e finalmente encarei seus olhos – Eu estou terminando, Elijah, em poucas palavras porque você não era tudo que eu achei que fosse, ou se era, mudou de uma forma inexplicável. Você gritou comigo, me magoou, não mediu palavras, você até mesmo levantou a voz para minha filha. Você pode sim ter criado ela, mas ela é MINHA filha, e você não tinha o direito, então estou libertando nós dois de algo que sabemos que não dará certo.

– Elena, por favor, me dá outra chance, eu vou... Eu vou mudar, eu vou melhorar... Fica comigo, anjo, não me abandone, você é tudo para mim Elena, não abandone! – ele me abraçou, e eu não tive como recusar, acariciando seus cabelos já um tanto longos, enquanto ele chorava com a cabeça apoiada em meu ombro.

– Sinto muito, Elijah, não dá mais – sussurrei.

– Eu te amo Elena, te amo tanto, não jogue fora tudo o que temos – soluçou.

– Não consigo, Elijah.

Elijah se separou de mim, e ficou me olhando por um tempo que pareceu horas. Seus olhos azuis que antes mostravam a dor da separação, agora havia apenas ódio, apesar de ainda estarem marejados, meu corpo gelou e eu tremi quando ele começou a se aproximar, com passos leves e – em minha opinião – perigosos, instantaneamente, me movi para trás, parando ao bater na parede. Ele colocou seus braços ao lado de minha cabeça, e se curvou, para ficar na minha altura, e em tom ameno ele murmurou:

– Elena... Tudo o que tínhamos... Sinto como se tudo não tivesse passado de um jogo para você.

– Não, eu realmente te amei! – disse indignada com o que ele passava sobre mim.

– Não! – ele gritou, agarrando meus ombros e me chacoalhando –Aposto que depois que sair daqui, vai correr para os braços daquele asqueroso, e abrir as pernas para ele.

A única reação que tive depois disso foi bater em seu rosto. O barulho foi alto, seu rosto virado tornou a me encarar, chocado, nas bochechas haviam as marcas de cinco dedos, e eu nunca me senti tão bem como naquele momento.

– Agora, Elijah, o pouco que eu sentia por você se foi por completo. Você destruiu tudo, e quando for culpar alguém, culpe você e seu egoísmo.

Tentei me livrar dele, mas novamente ele agarrou meus ombros, dessa vez, apenas encarou fixamente meus olhos, como um aviso.

– Você vai se arrepender disso, Elena, vai desejar nunca ter terminado e ter deixado tudo como estava.

Ele se afastou, e subiu as escadas em direção aos quartos.

Sozinha, permiti meu corpo escorregar até o chão. Meu coração estava acelerado, minha respiração descompassada, minhas mãos soavam como nunca, e eu me sentia... Bem! Pela primeira vez em algum tempo, eu estava bem.

Peguei minha bolsa e deixei a casa. No meu carro, encostei a cabeça no volante e as lágrimas vieram com força. Alivio, liberdade... Tudo junto.

Mas havia algo que eu aprendi sobre Elijah, e naquele momento eu havia esquecido completamente: Elijah sempre cumpre suas promessas.

Meu primeiro erro foi duvidar!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tenho que admitir: chorei escrevendo. Sentimental? Muito.
O que vocês acham disso que está acontecendo?
Será mesmo que o Elijah fará algo?
Será que agora acontece delena?
Como a Lizzie ficará quando descobrir que não tem mais papai Elijah?
Quase tudo isso, explicado no próximo capítulo, então não percam u-u
Espero os comentários de vocês, e como sempre, terei o maior prazer de responde-los!