As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente ^^
Demorei praticamente um mês para postar e peço imensas desculpas por isso, novamente.
Eu não estava conseguindo escrever, me deu um bloqueio enorme, mas hoje eu estava ouvindo My Immortal do Evanescence e me bateu uma inspiração. Músicas desse tipo sempre faz isso comigo, então podem me indicar algumas.
Sem mais delongas, nos vemos lá embaixo.
Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449770/chapter/14

Capítulo 14

Foi realmente difícil contar para Hayley que eu possuía uma filha. Ela não queria acreditar, me bateu e gritou comigo quando eu contei tudo, tudo de seis anos atrás. Ela chorava e eu a entendia, também queria chorar e tirar o peso de dentro de mim de alguma forma.

– Então você tem uma filha e não sabia – ela finalmente sentou-se na cama, suas mãos que tremiam jogaram os cabelos para trás, ela me olhou com os olhos arregalados e lacrimejantes... Acusatórios! – E você nem se deu o trabalho de saber...

– Eu nunca consegui a encontrar, Hayley, entenda isso de uma vez por todas – foi minha vez que levantar. Eu tentava manter a voz calma enquanto meu interior estava agitado, ansioso e apenas um pouco esperançoso – Eu tentei, tentei de verdade, mas Elena sumiu!

– Claro que ela sumiu, ainda mais depois do que você fez – me acusou.

– Eu tinha dezessete anos. Você realmente acha que não me arrependo a cada dia? Que tipo de marido você acha que tem? – meu não consegui controlar e minha voz se elevou. Esmurrei a parede com raiva, não me importando se ela estava machucada ou não.

– Tanto faz...

Ela suspirou, eu sabia que ela estava cansada emocionalmente, assim como eu. Hayley sempre quis um filho, e agora descobre que eu, seu marido que nunca quis, tenho uma filha de seis anos. Não era fácil para ela, nem para mim.

– Hayley, não faça isso – segurei seu braço gentilmente e a fiz me encarar.

– Fazer o que?

– Não vai adiantar ignorar isso.

– Não é ignorar, é só que... Isso – ela apontou o nada e desviou o olhar, a abracei, enterrando meu rosto em seus cabelos.

– Eu sei, eu sei... – beijei sua cabeça – Me perdoe, apenas isso, por favor.

– Pelo que exatamente?

– Por não poder te amar o tanto que você merece – murmurei, minha voz rouca e culposa, ela sorriu dura.

– Quando me casei com você, eu sabia que nunca teria seu amor Damon, ambos sabíamos, eu apenas cometi o erro de me apaixonar – a abracei mais apertado e ela retribuiu, a cabeça encostada em meu peito – Ainda ama Elena, certo?

Eu não fui capaz de responder. Eu tinha certeza dos meus sentimentos pela minha esposa: ela era amável, cuidadosa, linda e maravilhosa, mas eu não a amava de verdade. Também sabia o quanto Elena foi essencial na minha vida, e por causa dela, me tornei incapaz de amar outra mulher, pois depois de anos, eu ainda amava Elena, mas não poderia dizer isso à Hayley, iria magoar ela tanto.

– O que acha de sairmos hoje? Esse apartamento está e sufocando – suspirei ainda abraçado a ela. Sabia que ela sorriu e apoiou sua cabeça em meu peito.

– Na verdade... – ela ergueu a cabeça e me olhou com pequeno sorriso – Eu quero conhecer essa garotinha.

Meu coração se aqueceu com suas palavras e eu só pude a beijar em gratidão. Ela agarrou meus cabelos e suspirou, puxando-me para a cama.

– Eu te amo, Damon... – murmurou sobre meus lábios.

– Eu também te amo.

Ela não se surpreendeu com minhas palavras, mas vi seu sorriso iluminar seu rosto. Eu a amava sim. Durante anos Hayley tem sido minha esposa, aquela que me atura, aquela que está comigo durante todo o tempo, devo tudo a ela, e eu aprendi a ama-la.

Era um dia de sábado, Caroline iria deixar Lizzie em meu apartamento para ela sair comigo. Eu tentei falar com Elena, mas depois daquele dia em sua casa, ela parecia estar me ignorando e eu não a culpava por isso.

Suspirei ansioso. Hayley estava deslumbrante com um vestido simples preto, seus cabelos com adoráveis cachos que caiam sobre seus ombros, ela usava apenas uma sapatilha, alegava ser mais confortável para qualquer que fosse meus planos para nossa tarde.

A campainha tocou e eu corri para atender. Recebi uma animada Lizzie em meus braços, e eu a apertei não me importando em amassar seu vestidinho florido.

– Oi papai! – ela disse com aquela voz doce.

– Oi meu bebê. Eu estava com tanta saudade de você – ela sorriu longamente com minhas palavras e beijou meu rosto.

Me levantei segurando-a no colo. Na porta, Caroline nos olhava com um pequeno sorriso.

– Oi Damon.

– Olá Caroline – a cumprimentei com um aceno.

– Eu gostaria que você me ligasse depois, temos coisas importantes para conversar, é sobre Elena – ela sorriu triste e seus olhos perderam um pouco do brilho. Eu sabia que Elena e Caroline eram muito amigas, e ambas se preocupavam uma com a outra, nesse momento, Caroline se preocupava com algo sobre Elena.

– O que houve? – perguntei, dividindo o mesmo sentimento que a loira.

– Depois – sussurrou antes de acenar e ir embora após dar um beijo em Lizzie, que sorriu para a “tia”.

Coloquei Lizzie no chão e segurei sua mãozinha após fechar a porta. A guiei até a sala onde Hayley nos esperava um sorriso, ela se aproximou e se abaixou para ficar do tamanho de Lizzie, que se encolheu, tímida.

– Então, você é a Lizzie, sabe que eu ouvi muito sobre você? – Hayley cutucou a barriga de Lizzie que riu, olhando-a – O papai me disse que você é uma garotinha muito linda, mas eu não achei que você fosse tanto assim.

– O seu papai me conhece? – perguntou confusa. Hayley gargalhou e eu a acompanhei.

– Não querida, o seu papai – ela apontou para mim, Lizzie me olhou e sorriu, seus olhos idênticos aos meus brilharam.

– Você também é muito bonita, sabia? – ela pegou nos cabelos de Hayley e enrolou algumas mexas nos pequenos dedos – Como é o seu nome?

– Sou a Hayley, esposa do seu papai – ela explicou, dessa vez, não deixando duvidas que era de mim que ela falava.

–Ah... – Lizzie fez um bico triste e me olhou novamente.

– O que houve, bebê? – perguntei preocupado.

– É que a mamãe vai casar com o papai Elijah, você tá com a tia Hayley, então você e a mamãe não vão ficar juntos né?

Hayley levantou desconfortável e me olhou sem saber o que fazer. Suspirei e me abaixei até ficar na altura de Lizzie, peguei suas duas mãozinhas e beijei cada uma com carinho.

– Amorzinho, sua mamãe já tem o Elijah, e eu tenho a Hayley, ela ama o Elijah e eu amo a Hayley, você não entenderá isso agora, eu e sua mãe seguimos caminhos diferentes, a única coisa que nos liga é você, nossa amor por você – murmurei, dando um sorriso e beijando sua testa – Entende um pouquinho?

– Aham – ela sorriu – Pra onde a gente vai, papai?

– O que você acha, Hayley? – perguntei com um meio sorriso, Hayley suspirou e me olhou fixamente por alguns segundos, até sorrir e olhar para Lizzie gentilmente.

– Por que não deixamos essa garotinha decidir? – ela piscou cumplice para Lizzie que pulou animada.

– Eu quero ir naquele parque de diversão que tem perto da minha escolinha.

– Então é para lá que vamos – Hayley pegou na mão de Lizzie e a guiou pela saída com um sorriso em seus lábios.

Eu sabia que minha filha já havia ganhado o coração de minha esposa.

Compramos os ingressos na entrada e o primeiro brinquedo que Lizzie quis ir foi o carrossel. Não pudemos recusar aquilo quando Lizzie nos olhou com os olhos brilhantes e o sorriso encantador.

E por incrível que pareça, eu me diverti naquela tarde, Lizzie trazia uma luz apagada na minha vida, e aquecia meu coração. Eu não queria perde-la, mantê-la por perto de mim era minha maior prioridade.

Brincamos o dia inteiro, mesmo Hayley e eu parecíamos duas crianças junto com Lizzie, que gargalhava de nossas caras enquanto corria em minha frente. Tão adorável!

Quando deu cinco horas da tarde, resolvemos voltar para o apartamento. Hayley foi tomar banho e pela primeira vez me vi com a missão de auxiliar minha filha no banho.

No banheiro, Lizzie me olhava com expectativa, mas eu não sabia ao certo o que fazer.

– Papai, me ajuda a tirar a blusinha, enroscou – ela disse com a voz arrastada por causa do vestido preso na cabeça, a ajudei com o vestido, tirando-o lentamente para não machuca-la, o que poderia parecer exagerado, mas eu estava perdido.

Tirei suas sapatilhas, e tentei amarrar seus cabelos com uma xuxinha de Hayley, isso eu consegui, afinal sempre arruma os cabelos da minha esposa. Enchi a banheira e a esperei ficar numa temperatura boa para colocar Lizzie lá dentro. Ela brincava com a agua enquanto ria e eu a acompanhava, tentando ensaboa-la.

– Para um pouquinho, Lizzie, estou numa missão quase impossível para dar banho numa garotinha loirinha – ela gargalhou e se aquietou um pouco.

– O papai tá dando banho na Lizzie – ela sorriu, enchendo a mão com espumas da banheira.

– Sério? E a Lizzie tá gostando? – perguntei, entrando em sua brincadeira.

– Muito, muito, assim ó – ela esticou os braços como se dissesse o quanto estava gostando, beijei seu gosto molhado e ela gargalhou sentindo cócegas por causa da minha barba – Tira isso ai papai, faz cócegas.

– Cócegas assim? – a beijei mais enquanto ela gargalhava.

Depois de mais alguns minutos, e de finalmente conseguir limpa-la, a enrolei em uma toalha grande e limpa e a levei para a cama do quarto de hospedes. Ela ficou pulando sobre a cama enquanto eu pegava alguma roupa dentro da mochila que Caroline havia deixado.

– Vem aqui, segura no ombro do papai.

Ela ficou em pé na cama e fez o que eu pedi, Lizzie levantou um pé para eu colocar a calcinha nela e depois o outro, ergui a peça e a ajeitei, fazendo o mesmo com o short amarelo. O mais difícil foi a blusa, já que eu não sabia muito como fazer aquilo. Já vestida, ela se sentou na cama para eu colocar as sapatilhas em seus pés. Ela riu quando eu beijei cada um deles.

– Papai, você sabe fazer trancinha? – perguntou enquanto eu penteava seus cabelos.

– Eu posso tentar.

O que eu não fazia por ela?

No fim, a trança não ficou tão boa, alguns fios escaparam, mas ela continuava linda.

– Vai lá pra cozinha ficar com a tia Hayley, porque agora quem precisa de um banho é o papai.

– Verdade, você tá fedendo – ela fez uma careta e gargalhou com minha cara de indignado, correndo porta a fora.

Não me prolonguei no banho. Vesti uma bermuda com uma camisa preto e sapatênis e fui para a cozinha. Sentada na mesa, Lizzie comia um lanche de presunto e queijo enquanto conversava como se fosse adulta com Hayley. Olhei encantado para aquela cena, até que Lizzie me viu e sorriu largo.

– Papai!

– Oi princesa. Oi amor – beijei a cabeça de Lizzie e os lábios de Hayley enquanto Lizzie não olhava.

– Tá ficando tarde, quando vai levar ela? – Hayley perguntou com um bico triste, ela havia gostado de Lizzie e queria ficar com ela tanto quanto eu, mas ela morava com Elena, e eu não podia nem queria mudar isso.

Assistimos a um filme de desenho na TV, Lizzie enchia a casa de alegria e luz enquanto gargalhava. Uma hora depois mais ou menos, ela se despediu de Hayley com um abraço e pegou em minha mão para irmos até o estacionamento.

A coloquei sentada na cadeirinha que eu havia comprado para ela e ajeitei o cinto de segurança, ela sorriu me olhando encantada. Beijei suas bochechas antes de ir para o banco da frente.

Fomos o caminho inteiro conversando, Lizzie falava sem parar e era fácil manter uma conversa com ela, que também ouvia muito atentamente. Mas infelizmente o caminho até a casa de Elena foi rápido e logo eu estava saindo do elevador com Lizzie no andar da sua mãe.

Toquei a campainha relutante, com Lizzie em meus braços. Ela me abraçava, e estava quase dormindo com a cabeça encostada em meu ombro.

Quem abriu a porta foi Elena, obviamente. Ela estava diferente de duas semanas atrás, a ultima vez que eu a vi. Ela parecia ter emagrecido, e aparentava cansaço, com olheiras embaixo dos olhos. Me doeu vê-la daquela forma. Ela coçou os olhos e abriu mais a porta.

– Pode deixa-la no quarto, Damon.

Eu entrei no apartamento e segui pelo corredor. Abri a porta e dei de cara com aquele mundinho rosa de Lizzie, a deixei sobre a cama e beijei seus cabelos. Ela já dormia profundamente, e quando soltou meu pescoço, agarrou o urso de pelúcia que estava na cabeceira.

– Boa noite anjo, eu amo você – sussurrei em seu ouvido. Ela sorriu e se remexeu na cama, segurei o cobertor e o puxei até cobrir seu corpinho.

Sai do quarto e fechei a porta com cuidado, para não fazer barulho e acorda-la. Na sala, encontrei Elena bebendo um copo de leite.

– Você está bem? – perguntei.

Ela pulou, percebendo minha presença. Só então me dei conta do quanto ela estava distraída. Elena me encarou por longos segundos, se não minutos, então finalmente suspirou, abaixando a cabeça.

– Não...

Sua voz saiu carregada de um pesar que eu nunca vi antes nela, e a única coisa que eu pude fazer foi puxa-la para meus braços e aperta-la, confortando-a de qualquer forma que eu conseguia.

Eu não sabia o que havia acontecido com ela, mas eu estava disposto a ajuda-la, ser o amigo que eu não fui seis anos atrás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nem preciso falar que eu amei escrever esse capítulo né?
Bom, aqui entramos em uma nova etapa do relacionamento Delena, eu não quero que seja uma coisa rápida como foi quando eles eram adolescentes. O que estou pensando para eles me lembra muito as primeiras temporadas de TVD quando Delena foi construído aos poucos, enquanto a Elena estava com o Stefan, mas foi se apaixonando pelo Damon.
Estou com grandes expectativas para o futuro da fic, e espero que vocês não me abandonem até lá ^^
Deixem comentários, e quem quiser favoritar ou recomendar, fique à vontade.
Bjss