As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Não matem a Yasmy, ela não faz por mal, eu juro >



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449770/chapter/17

Capítulo 17

Elena foi tudo para mim. Eu a amei de um jeito que nunca achei que poderia amar alguém. Quando a vi no hotel, com os longos cabelos castanhos, o único pensamento que me veio a cabeça foi: eu preciso dela.

Eu me aproximei dela, então descobri que a mulher pela qual eu começava a me apaixonar estava grávida. A decisão instantânea seguinte me assustou, mas soou tão natural e certo... Eu queria ser o pai do filho ou da filha que Elena esperava, assim como eu queria ser o homem pelo qual Elena se entregaria e amaria.

Mas havia dor nela, uma dor que eu achava que era impossível eu cura-la do que quer tenha machucado ela tanto. Quando descobri que o culpado era um adolescente estupido, senti vontade de mata-lo, e meu ódio por ele foi grande mais.

Lizzie nasceu e era a garotinha mais linda que eu já havia visto. Os cabelos castanhos como os de Elena, e profundos olhos azuis, grandes e curiosos. Desde pequena, ela sempre foi uma menina inteligente e alegre. Minha vontade era dar o mundo para elas duas!

A primeira palavra concreta de Lizzie foi mamãe, a segunda, papai, e foi para mim! Minha felicidade foi tanta que parecia que não caberia em meu coração. Ela era tão pequena e indefesa, eu queria passar minha vida inteira com Elena e com Lizzie.

Mas então Damon apareceu. Ele parecia tomar todo o espaço no coração de Elena e Lizzie, e meu ciúme era grande, estranho, eu nunca me sentira assim.

Lizzie amava Damon, mesmo ele tendo deixado ela.

Elena defendia Damon, mesmo ele tendo destruído seu coração.

Acho que meu erro, e minha perdição foi ter amado demais, e ter deixado o amor me controlar e tomar conta de mim.

Quando eu vi, já estava cego de ódio, de ciúmes. Meu coração doía tanto que parecia que iria sair pela boca. Eu não tinha mais controle das minhas ações, o que me guiava era o ódio, o rancor, a rejeição...

Elena me deixou e eu sabia que era para ficar com Damon, aquilo me socou e doeu mais que um tiro.

Na tarde chuvosa de segunda-feira, peguei meu carro e fui para o colégio de Lizzie. Chamei sua professora e perguntei se poderia levar Lizzie, minha filha. Ela autorizou sem ligar para Elena, e eu levei Lizzie da escola.

Ela deu minha mão e o sorriso direcionado a mim foi o mais lindo que eu poderia ver. Eu amava tanto aquela garotinha, que só de pensar em não vê-la nunca mais me doía às entranhas.

Coloquei-a na cadeirinha e o carro deslizou pelas ruas frias. Do céu, pequenos flocos de neve começavam a cair. Lizzie sorriu encantada, espalmando as mãozinhas no vidro. Estacionei numa praça longe do colégio, e tirei a pequenina do carro, deixando-a correr sobre o tapete branco.

Então eu liguei para Elena.

Ouvi sua voz pela primeira vez em dias, e senti mais ódio ainda. Onde estava minha Elena? A mulher que me amava?

Ela estava desesperada, e eu não soube o que me controlou naquele momento, mas no minuto seguinte, eu despejava palavras venenosas e acusatórias sobre ela.

Depois que desliguei o telefone, percebi o que eu tinha feito. Aquele não era eu! – foi a confirmação que me veio a cabeça. Eu apenas queria ser feliz, com Elena, e com Lizzie!

Lizzie veio correndo em minha direção, com seu sorriso iluminado, mas então ele morreu, e suas mãozinhas foram parar em meu rosto, secando as lágrimas que escorriam de meus olhos – lágrimas que eu nem havia notado.

– Papai – começou, sua vozinha triste – O que foi?

– Nada, eu só... – suspirei – Eu te amo tá? Te amo demais.

A abracei apertado, deixando os soluços virem, enquanto ela me abraçava de volta.

– Eu também te amo papai – ela sorriu, novamente secando minhas lágrimas – E eu não me importo que você se separou da mamãe. A mamãe disse que você ainda é meu papai.

Meus olhos brilhavam ao olha-la, não apenas pelas lágrimas, mas porque Lizzie era essa garota incrível. Uma garota incrível que eu tinha que deixar ir. Seu lugar não era comigo...

– Vamos para casa, Lizzie – murmurei, com ela nos braços.

Cheirei seus cabelos em meio ao abraço uma ultima vez. Era minha escolha libertar ela e Elena de mim, eu tinha que me afastar, para que aqueles que eu amo possam alcançar a felicidade.

– Papai... – ela fungou – Você vai embora?

Não me surpreendi com sua dedução correta, Lizzie conhecia-me bem demais.

– Vou – suspirei – Mas não para sempre, eu sempre estarei pensando em você, ok? Agora... – limpei meu rosto molhado – Você vai crescer, e ser bem feliz com a mamãe Elena e o papai Damon ok? Vai dar muito orgulho para eles, não vai?

Ela assentiu, incapaz de dizer algo enquanto chorava copiosamente agarrando-se a minha camisa.

– Tenho que ir.

Deixei-a. E aquilo doeu mais do que eu esperava!

Lizzie ficara em frente ao apartamento de Elena, com os olhos marejados e os soluços contínuos. Em sua mochila havia uma carta escrita por mim.

Sai do prédio e pela primeira vez em dias, eu me senti bem!

Não havia mais aquele peso em meu coração. Não havia mais ódio, nem rancor, não havia mais nada sobre Elena – percebi que o amor se tornara obsessão–, apenas as lembranças do que nós fomos e do que poderíamos ter sido. Mas havia a saudade de Lizzie e o aperto infinito em meu coração, que eu acreditava que nunca mais me deixaria.

Livre de um jeito que eu nunca me senti, eu fui embora, deixando para trás seis anos da minha vida. Seis anos em que eu fui amigo, namorado, pai, noivo, mas que também fui um monstro que ameaçara a mulher que amava, e que quase tirara dela seu bem mais precioso.

Eu ainda não entendia os atos de Damon, mas depois de toda aquela confusão em mim mesmo, eu fui capaz de perdoa-lo, e isso me fez um bem enorme, como eu nunca imaginei que faria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Como eu já disse, Amei o Elijah nesse final, ele foi tão incrivel.
Bom, deixem-me explicar: o Elijah sempre foi um cara legal, parecia perfeito demais, como como qualquer homem ele era inseguro, não era perfeito, tinha sentimentos, e como ele mesmo disse, seu erro foi amar demais e deixar esse amor se transformar em outra coisa.
Esse era o fim que eu sempre quis para ele: que ele fosse feliz consigo mesmo, que tudo se resolvesse para ele nele mesmo.
Espero que o compreendam e o perdoem >



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Consequências De Uma Armação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.