Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 55
Capítulo 55 (depois edito o título)




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Passei o dia inteiro com eles. Parece que o primeiro protótipo havia pegado fogo e explodido quando Carlos tentou usá-lo para checar se estava tudo em ordem ontem. E esse aqui era o segundo protótipo. Antônio levou para casa o segundo e o melhorou a noite inteira, com ajustes por todos os lados, inclusive na voltagem de energia liberada na hora do choque.

Ah, Antônio é o rude e Carlos é o tímido. Eles são primos, o que eu não sabia. E outra coisa que ambos são parentes de Jhones de alguma forma. A mulher do meu chefe é prima deles também. Então é quase como uma família trabalhando juntos. E todos descentes do mesmo país, o México. Mas não são fãs do país e nem me arrisquei a perguntar.

Eles me entregaram uma roupa pesada e grossa. Com protetores de braços, pernas, tronco e pescoço. E até luvas tive que vestir por precaução. Carlos vestiu a mochila e quando me aproximei andando feito um pinguim por causa do traje, as agulhas voaram da mochila e se prenderam na roupa, o que seria a hora do choque. Funcionou.

Mas aí me disseram que teriam que testar outras vezes para ter a certeza que irá funcionar amanhã. Sim, eles irão testar com algum pobre coitado na festa. E é claro que não será eu.

Testamos exatamente dezessete vezes com a roupa. Eu estava exausta e então paramos para o almoço. Comi um pequeno sanduiche que comprei na maquina de alimentos naturais novinha e muito cara. E depois voltamos ao trabalho.

Era a hora do choque.

Nunca gostei de choques. Quando eu era criança, inventei de enfiar o dedinho na tomada do computador. Doeu muito e meu dedinho ficou vermelho por um bom tempo. Revelei o meu medo e foi aí mesmo que deram um choque em mim. Antônio, sem paciência, encostou uma caneta que dá choque em mim e disse que iria doer tanto quanto aquilo. Não era muito, mas doía de qualquer jeito.

Eu queria perguntar porque eles não faziam isso em si mesmos. Carlos com a mochila e testa no Antônio, o que eu menos gosto. Mas não perguntei como eles conseguem ser tão covardes a ponto de colocar uma quarta pessoa com nada a ver com o projeto para testar e sentir o choque que eles deveriam sentir. Me senti melhor e me senti mais durona.

O traje completo não era necessário. Tirei o protetor das pernas e do braço esquerdo, do pescoço e só deixei a luva e protetor do braço inteiro do lado direito. Estiquei o braço em direção a mochila e fechei os olhos esperando. Espetou o protetor e senti um leve choque, o suficiente para me fazer afastar alarmada.

Não doía tanto, mas incomodava e já me fazia pensar se era o suficiente para processá-los. Era só uma ideia que passou pela minha cabeça.

Passamos o resto da tarde assim. Carlos fazendo ajustes aqui e ali, Antônio dizendo o que estava faltando e também filmando e Jhones assistindo e mandando em Carlos. Percebi que eu sobrava nessas horas e me sentei no chão esperando o próximo choque.

Eu não acreditava que o dia tinha acabado, não enquanto eu não desabei na minha cama.

Exaustão ao extremo, era o que eu sentia. Não conseguia levantar o braço para tirar a bolsa e deixar cair no chão. Não consegui levantar a perna e tirar as sapatilhas. Nem sei como cheguei até aqui passando pelas escadas. A única coisa que fiz foi abrir a porta da sala e desabar na minha cama às nove horas da noite e dormindo logo em seguida.

Eu continuava exausta no momento em que abri os olhos. Tudo doía e as marquinhas das agulhas continuavam no meu braço. Seis no direito e dez no esquerdo. Isso para não falar da pequena marquinha que eu senti doer no meu ombro direito, onde Antônio me deu um choque com a caneta.

Essas três semanas foram terríveis e muito difíceis para mim. Mas sempre tinha alguém que tornava tudo sempre mais fácil. Assim que respirei fundo e me sentei na cama, a culpa devastadora me sufocou e me fez querer explodir.

Eu esqueci completamente do Steve. Completamente. De uma forma que nunca aconteceu antes. Eu pensava nele, mas não exatamente no nosso jantar e no nosso aniversário. Não. Simplesmente a parte que era responsável pela minha responsabilidade com o meu namorado sumiu, se apagou por todas aquelas horas que passei trabalhando.

Primeiro eu quis me dar um soco, me punir de alguma forma. O travesseiro levou uma bela surra. Depois eu quis gritar com os três patetas, até mesmo o gentil Carlos, mas principalmente Jhones por ser um péssimo chefe e uma pessoa horrível. Mas lembrei da minha transferência na próxima semana e deixei por isso mesmo.

Eu ainda estava com a roupa de ontem quando bati na porta do Steve. Roupa amassada, maquiagem borrada, cabelo bagunçado e muito abatida. Eu não estava bem. Eu queria pedir desculpas e implorar para irmos jantar mais tarde, pois eu não estava com planos de ir na festa e sim faltar para sair com ele. Mas parece que nem me ver ele quer.

Passei dois minutos batendo na sua porta e implorando para ele abrir. Mas ele não fez. Implorei chorando, mas acho que nem assim foi o suficiente. Ele estava verdadeiramente chateado. Mas não o culpo e nem estranho. Fico imaginando ele sentado na sua mesa de jantar, com a comida servida e olhando o relógio esperando por mim. Até que desistiu ao ver que já era nove horas e nenhum sinal meu.

Eu não estava nada bem. Chorei na sala, explodi em engasgos e me deixei quietinha por uns bons minutos até eu decidir me levantar e continuar a insistir. Mas irei ligar para ele dessa vez. Pego o meu celular, que ele recuperou semanas passadas e vejo o alerta de sete mensagens não lidas. São dele, ontem à noite. Me sento na cama pronta para o impacto.

“Steve Rogers.

Ei, Amor. Tudo bem?

O jantar está quase pronto. Espero que goste do frango um pouco assado. É o máximo que consegui fazer. E olha que a Peggy me ajudou pelo telefone.

Enfim... Quando você saí hoje mesmo? Sei que cobram muito de você hoje. Mas aguenta firme. A festa é amanhã, lembra? Use isso como um motivador, certo?

Vou deixar você trabalhar em paz.

Tchau. Te amo”.

Steve e eu costumávamos mandar mensagens um para o outro. Mas ele nunca tinha me chamado de amor antes. Nem pessoalmente. Já inventou vários outros apelidos, mas não de amor, nunca. E justamente quando ele me chama assim e diz que me ama, nem sequer o respondo.

Sinto um aperto massacrador dentro do peito com a culpa me consumindo.

 “Steve Rogers.

Hey! Está tudo bem? É que falta dez minutos para às cinco, o horário que você costuma sair, mas parece que ainda está presa, não é? Entendo.

Sei que muitas vezes eu fui para missões e nunca posso me despedir de você. Se você se atrasar um pouco, eu entendo completamente, ok?

Espero que essas mensagens não acabem arranjando uma bronca do seu chefe... Rsrsrs...”.

“Um pouco” ele disse, não esquecer completamente de algo que eu nunca poderia esquecer.

Eu tinha em mente tudo. Chegar em casa, me arrumar, bater na porta do Steve exatamente às sete. Mas não fiz. Fiquei presa trabalhando, e não serve como uma desculpa para mim. Eu deveria ter ido embora no horário certo, e não feito esse “favorzinho” a alguém que nem se importa com a minha segurança.

E agora, estou imaginando ele sentado na mesa tendo que apagar a vela que ele com certeza acendeu para o nosso jantar romântico, com a cara toda triste e decepcionada comigo. Com a comida que ele preparou fria, o vinho quente e cansado de esperar por mim.

E eu querendo me bofetear por ter sido tão estupida e idiota, leio a próxima.

Steve Rogers.

Que inferno deve estar a empresa hoje, não é? Mas eu entendo. Juro que entendo. Meia hora não é nada. Na verdade, ainda nem terminei tudo... E para ser sincero, estou agradecendo por você estar um pouco atrasada.

Um pouco, juro!

Não se preocupe comigo. Chegue quando tiver que chegar. Estarei te esperando”.

Ele estava me esperando... Estava, porque agora nem falar comigo quer. Não há perdão... Eu o decepcionei... Steve não merece isso. Ele sempre buscou me dar o máximo de apoio que pudesse pois sabia que eu precisava. E como retribuo? Estragando um dia que planejei por três semanas para ser perfeito.

Caí sentada no chão do meu quarto, me apoiando no pé da cama sem saber como irei encará-lo agora. Errei feio. Um erro ridiculamente enorme e irreparável...

“Steve Rogers.

Laura. Está tudo bem aí? Você tem ficado sempre muito tempo além do seu horário. Espero que eles paguem o tempo que você ficou a mais. Irei conversar com o Tony sobre isso e não adianta você dizer que não. Apenas me preocupo com você.

Mas não se preocupe comigo. A comida está no forno, não vai estragar e nem esfriar. E enquanto te espero, irei assistir televisão.

Mas espero sinceramente que você chegue logo. Não vejo a hora de ver você fingindo gostar do ovo malcozido ou o arroz quase cru. Pode dizer que não gostou. Juro que não ficarei chateado, rsrsrs”.

Eu nunca iria deixar de gostar de algo que ele fez. Tudo o que Steve faz é com tanto carinho e amor que é impossível a comida dele ser diferente.

Mas eu perdi. Eu esqueci. Porque eu priorizei o trabalho ao meu namorado.

“Steve Rogers.

Eu vou te buscar, ok? Três horas é inadmissível. Você está aí desde ás nove da manhã.

Eu não estou chateado com você, não mesmo. Estou é revoltado com a empresa. Tony me prometeu que você seria bem tratada aí. Mas vejo que não é o caso”.

Ele foi me buscar? Foi? Eu não o vi. Ninguém me avisou nada. Ele foi?

“Steve Rogers.

Você irá me perdoar se eu tiver que ir essa noite? Juro que não é por sua causa e você não responder minhas mensagens. Mas pela primeira vez, a S.H.I.E.L.D me avisou de uma missão mais de dez minutos antes.

Eu queria poder me despedir de você. Sinto muito, Laura. De verdade. Desculpe. Podemos remarcar o jantar para quando eu voltar, que tal?

Você irá me perdoar por ter que viajar no dia do nosso aniversário de namoro?

Espero com sinceridade que sim”.

Então foi uma missão. Não deixa de ser decepcionante, mas é um pouco confuso. Pois estou aliviada que ele não esteja bravo comigo, porém preocupada pois agora ele está correndo risco de vida. Está em algum lugar desse planeta lutando, ou seja lá o que ele faz. Ele nunca me explicou com detalhes ou de uma forma que eu entendesse.

Mas não minimiza o erro que cometi. Apenas piora. Pois agora não terei como pedir desculpas, pois ele estará incomunicável. Não poderei dizer o quanto eu sentia muito.

“Steve Rogers.

Não tenho muito tempo. Um agente já está recolhendo os celulares de todo mundo.

Me sinto horrível por ter perdido nosso jantar. Desculpe. Mas você ainda não me respondeu em nenhuma mensagem. Está na empresa até agora? Já são dez horas da noite! Falarei com Stark na primeira oportunidade, você querendo ou não.

Laura. Eu te amo. Não fique preocupada comigo. Eu irei voltar. Em breve. Não sei quando, mas irei. E logo. Já estou morrendo de saudades.

Por favor, me responda. Não poderei ler a mensagem, mas responda mesmo assim. Verei assim que eu puder”.

Meu coração está partido. Quebrado. Eu não devia ter deixado o sofá ontem. Não quando tinha tanta coisa para fazer. Eu tinha que abraçar ele, beijar ele e amá-lo mais que qualquer outro dia. Comemorando seis meses juntos. Os melhores seis meses da minha vida.

Não faço ideia de quanto tempo ele vai ficar longe de mim. Não quero que seja muito tempo. Na verdade, não quero que seja tempo nenhum. Preciso dele, mais do que nunca. Quero sentir os braços dele me abraçando e me fazendo esquecer de tudo. Quero ouvir a sua voz me dizendo palavra carinhosas. E por fim, seus beijos capazes de derrubar qualquer segredo e culpa que me assola.


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