Pobre Frankie escrita por Persephonne


Capítulo 6
Capítulo 6




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#Gerard#

 

Ele estava diferente.

Tipo, não que eu não tivesse gostado do "novo" Frank. Aquilo era no que eu sempre quisera transformar ele.

Era até mais... excitante. Eu acho. É, acho. Tá.

Ele tinha aprendido bem. Muito bem. Mas agora era a minha vez.

Então eu já comecei praticamente atirando ele dentro do meu carro.

Eu não podia mais aguentar.

Tinha alguma coisa querendo fugir das minhas calças, e por isso eu tinha que voar logo pra porra do apartamento.

Se eu não achasse tão desconfortável comer alguém dentro do carro, eu tinha feito tudo ali mesmo.

Assim que chegamos em casa, eu o joguei na parede e o ataquei. Mordi a sua orelha e falei com o meu melhor tom sexy: "Agora é a minha vez."

Foi até engraçado ver ele se arrepiando. Mas quando ele olhou pra mim, eu vi medo, misturado com tesão. Ótimo.

Agora eu também podia dar o troco.

E que troco, puta que o pariu.

Ele chegou a dar uma risadinha de canto, daquelas bem prazerosas, como se dissesse "você não cansa, né".

Aí eu falei, mesmo ele não tendo dito nada.

— É, eu não canso.

Então eu fiz ele fechar de vez aqueles olhos semicerrados quando o beijei. Nem queria saber de nada, só fui arrastando ele pela parede até chegar na sala. Segurei ele pela gola da camiseta e dei um giro, arremessando-o contra o sofá. Ele caiu deitado.

Atirei meu corpo por cima do dele com violência, e só deu tempo de sentir o baque das minhas costas batendo no chão, quando eu já sentia o corpo dele em cima do meu.

Acho que teria doído mais se não tivesse o tapete no chão, mas enfim.

Comecei ficando em cima dele, já tirando a sua calça.

Ele mesmo me fez o favor de arrancar sua própria camiseta, assim como fez com a minha, revelando os arranhões que aquele filho da puta tinha deixado pelo meu corpo alguns minutos atras.

Foi quando eu tombei de novo. Mas agora era ele quem tinha me empurrado, e tava se jogando por cima de mim. "Merda", pensei. O que ele queria fazer? Me comer de novo? Porque se era isso, sinto muito. Não ia acontecer.

Mas não demorou muito pra eu sentir a boca dele beijando o meu peito, e sua língua descendo, chegando até a barriga, umbigo, e, enfim, achando o que procurava.

As mãos dele passeavam pela minha virilha e quadril enquanto ele me chupava. Eu só me mantive deitado, de olhos bem abertos, acompanhando a cabeça dele subir e descer no meio das minhas pernas. Eu detesto gemer, mas eu até soltei uns gemidinhos baixos. Também, aquele filho da puta ficava dando umas mordidas que ele sabia que eu não aguentava.

E eu senti absolutamente tudo o que ele fez, as sucções, as tais mordidas, a língua, os seus lábios. Eu sempre fui meio voyeur, vai ver é por isso que eu gostava de ficar olhando o que ele fazia. Mas ele não, estava lá, de olhinhos bem fechados, como sempre, e fazendo o seu trabalho. É... o Frank tinha mudado, mas naquela hora achei que não havia sido tanto.

Foi quando eu tava quase lá que me lembrei qual era o meu real propósito com ele naquele chão. O desgraçado era esperto. De certo estava me chupando pra que eu gozasse ali mesmo e não tivesse fôlego pra comer ele depois. Mas hein, que ilusão. Eu agarrei ele pelo cabelo e levantei sua cabeça. Ele me deu uma olhada confusa, mas ao mesmo tempo safada, que me fez até esquecer o que eu tava pensando por alguns segundos. Mas ele não ia me enrolar assim.

Respondi aquele olhar puxando o canto direito da minha boca pra cima, sorrindo com um ar triunfante, de quem tinha sacado tudo.

—Você não vai me escapar.

Me joguei por cima dele e caímos pra trás de novo, mas dessa vez eu estava por cima. Enquanto eu arrancava as calças dele, pude ouvir um "e quem disse que eu queria?" sendo proferido por aquela boca. Mas as palavras logo foram seguidas por um gemido alto, acompanhadas por um "Aw, Gerard!". Eu já estava prendendo a gostar dos momentos assim em que ele perdia a sua nova pose de eu-sou-o-comedor-foda pra voltar a ser o Frankie inocente de antes.

Aquele que gemia, que ficava na porra da posição que eu queria, como eu queria, e fazia do jeito que eu queria.

Então eu abri as pernas dele o máximo que consegui e fiquei segurando-as assim, enquanto impulsionava o meu quadril pra fazer o que eu mais gostava na vida. Abaixei o meu tronco lentamente pra fazer com que meus lábios encontrassem os dele, e assim que isso aconteceu, deixei minha língua tentar atingir até a laringe do filho da mãe. Depois fui descendo, chegando ao seu pescoço, e foi ali que eu deixei uns chupões bem consideráveis. Eu fiz de propósito. Eu fiz de ciúme mesmo, na verdade. De repente se o Frank fosse tentar pegar algum menininho logo depois daquilo, o cara ia ver os chupões e pensar que ele tinha namorado, e... nossa, como eu sou idiota. Continuando.

Mas só ficamos uns segundos assim, até a merda da minha coluna começar a doer. Maldito problema nas costas que vai me incomodar pra vida toda. Mas tudo bem, eu já tava quase gozando mesmo. Só precisei aumentar a velocidade e a intensidade um pouco pra isso acontecer. Soltei um gemido bem alto essa hora, como eu detestava fazer. O Frank fez a mesma coisa. Aí eu deixei meu corpo amolecer e caí ao lado dele. Ele me abraçou e puxou a minha cabeça para o ombro dele. Ficou afagando os meus cabelos suados. Ah, foi bonitinho, vai. Até meio romântico. Aí a gente adormeceu.

 

****

 

Então tínhamos voltado. Foi engraçado como foi fácil. Quer dizer, tiveram alguns dramas no meio da nossa história, mas tudo acabou bem. Eu e Frankie realmente éramos um casal ótimo. Ele até desistia um pouco da nova pose de fodão comigo. Mas não totalmente. Ele sabia que eu achava bonitinho.

Parecia os velhos tempos. Saíamos nos bares, nos exibíamos (eu principalmente, que sempre gostei de exibir meus namorados), e claro, trepávamos em cada canto, sempre que dava. Ele até era ciumento comigo, que fofo. Sempre que íamos nas festas, ficávamos nos agarrando em algum canto bem exposto, pra fazer ciúme em todo mundo. Era uma maravilha.

Isso foi na primeira semana. Éramos o casal mais falado da área, todo mundo tinha acompanhado as nossas brigas, separações, e agora, a nossa volta triunfal. Mas como eu disse, isso foi na primeira semana.

Depois... ele começou a sair sozinho. E quando eu perguntava, ele só falava que iria sair um pouco. E nesse sair um pouco, ele voltava quase todo dia bêbado, isso quando voltava pra casa. Eu sabia que ele tinha me perdoado e tudo mais e eu sabia que eu tinha feito umas cagadas feias no passado, mas porque será que eu ainda sentia um quê de vingança nas ações dele? Bom, não importa. Nós estávamos bem agora, e eu me esforçava pra que continuasse assim.

— Bom dia. – o acordei com um belo sorriso no rosto, no dia seguinte a uma das saídas dele. Ele também sorriu e me beijou.

— Oi. Que horas eu voltei ontem?

— Ahm... umas 4 e meia.

— Aw, desculpe amor. Você sabe, o trabalho no bar, e agora está enchendo bastante lá, então eu tenho que trabalhar dobrado.

— Tudo bem. Mas... – mordi o lábio. Eu queria falar aquilo com ele há algum tempo. – Eu queria ir lá, e te ver trabalhando, e...

— Gerard, já disse que não. Eu estou trabalhando pra caralho lá, e se você for eu posso me desconcentrar, e também... você sabe que não pode beber. Você não quer que fique como antes, né?

— Não, claro que não.

— Então pronto.

Ele sempre ganhava nessa discussão. E eu sempre desobedecia e ia em algum bar (que não era o dele), pra afogar as mágoas. E foi isso que eu fiz nessa noite, como muitas outras.

— Ele simplesmente não me dá mais atenção. Eu respeito o trabalho dele, mas ficar sem ele todas as noites, realmente não dá. – eu falava, completamente bêbado, ao barman de um bar qualquer.

— E porquê você não vai falar isso pra ele? – o cara me falou. Ah, então eles realmente prestavam atenção.

— Quer saber? Foda-se, acho que vou fazer isso mesmo. Não estou tão bêbado assim, posso ir andando até lá.

Ainda bem que a caminhada era consideravelmente longa. Eu demorei uma meia hora pra chegar até lá, mas pareceu bem mais. Tanto que quando cheguei já estava sóbrio. Mas... Aí é que fodeu. Eu cheguei lá e simplesmente não tive mais coragem. Toda a minha coragem bêbada foi embora quando pisei no bar e o vi. O lugar estava cheio, e era um espaço bastante grande, não tive dificuldade pra me manter discreto.

Tipo, o Frank não podia me ver ali, senão a gente ia acabar brigando. Por isso eu fiquei observando tudo de longe, no meio do pessoal, sentado numa mesa do canto. O bar era bem grande, fechado, tinha música rolando. Ele não ia me perceber ali.

Um cara que eu nunca tinha visto na vida veio até a mesa me perguntar o que eu ia querer. Devia ser um garçom novo. Falei uma cerveja, meio que me escondendo, pra ver se ele percebia que eu queria sigilo da minha presença ali. Pelo jeito ele entendeu. Foi até o balcão e me trouxe o que eu pedi, sem trocar uma palavra com o Frankie. É, e falando no Frankie, ele não parecia tão atarefado assim. Tava conversando com uns caras até, devia estar jogando conversa fora. Sabe como é, quando você trabalha num bar, às vezes precisa entreter os clientes jogando uma conversa fiada, pra eles não irem embora. O Frank tava se saído muito bem. Parecia animado, sorria bastante, ria também.

Eu achei melhor ir embora logo e esperá-lo lá em casa. Sim, devo admitir que eu estava com um pouco de ciúme da atenção que ele dava ao povo, mas nem me importei muito. Então, eu, com a minha burrice sem fim, fui lá no bar mais duas noites. Sempre era discreto, e eu sempre tentava beber o menos possível, mas era impossível. O ciúme e a saudade me consumiam de um jeito, e o único modo de esquecer aquilo. Nesses dois dias, brincamos de gato e rato. Eu ia no bar, cuidava pra não ser visto, e ficava lá numa mesa me remoendo, bebendo e vendo ele tão íntimo com todo mundo. Então chegava uma certa hora, e eu ia embora, esperar ele em casa. Mas... ele sempre chegava bem mais tarde que eu. Bom, não deve ser nada. Até que no terceiro dia as minhas inseguranças falaram mais alto e eu fui procurar o meu psicólogo não-oficial.

— O que foi agora? Você não parecia muito bem no telefone. – Mikey falou ao me ver na porta do seu apartamento.

— Ahm.... nada. Eu só... tava me sentindo solitário.

— Mas e o Frank?

— Poisé.

— Ah, mas.... é só você arranjar alguém por aí. Quer dizer....

— Você enlouqueceu? Depois da última vez, eu não me arrisco mais.

Ele olhou pra mim com uma cara que eu definitivamente não gostei.

— Mas... – ele ajeitou os óculos. Oh, merda. Mau sinal. – Tipo... vocês não estão fazendo namoro aberto?

Namoro aberto? Claro que não, de onde você tirou isso?

— Ahm....

A cara que ele fez nessa hora valeu mais que todas as palavras do mundo. E então, eu entendi tudo que acontecia. Me deixei cair sentado no sofá depois que a verdade chegou e me estapeou na cara daquele jeito.

Cara, eu sei que eu fui um filho da puta com o Frank, mas caralho... ele precisava apelar?

***


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