Pobre Frankie escrita por Persephonne


Capítulo 5
Capítulo 5




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###Gerard###


- QUE PORRA É ESSA? - Gritei. Eles nem tiveram a decência de se separarem. Só ficaram olhando pra mim como se eu estivesse errado. Eu.

- Gerard, sem escândalo. - Mikey falou isso tão calmamente que eu só fiquei mais irritado ainda.                 

- Sem escândalo?! Você está trepando com o meu ex na minha frente e eu não posso falar nada?

- É só você virar pro outro lado. - Frank falou. Ele estava com uma expressão de diversão que eu nunca tinha visto antes nele. Só em mim. Foi aí que eu percebi o que eu tinha feito. Meu Deus, eu transformei o Frank em...mim.

- Falou bem. - Mikey falou, se vestindo. - EX. Acho que posso falar que estamos quites.

- Quites? - eu estava boiando. – Quê?

- Lembra do Quinn?

Esforcei minha memória. Tinham sido tantos... Então eu lembrei, e essa lembrança veio como uma paulada na cabeça. Oh, merda. Eu já tinha ficado com o ex do Mi, o Quinn. Credo, meu irmão sabia guardar ressentimentos.

- Então é tudo vingança? - falei. – Vocês são patéticos.

- Na verdade, eu que fiquei com o Mi. - Frank falou. - Não é vingança. Ok, talvez seja um pouco. Você não faz idéia do que você fez comigo, Gerard.

- Ah, então os 2 estavam com raiva de mim, e aí resolveram se juntar pra se vingarem de mim. Muito adulto.

- Acorda, Gee. Nós estamos juntos há 1 semana. - Mikey falou.

Oh, merda. Aí que a verdade me acertou em cheio. Eles estavam juntos antes de eu... O Frank não vivia lá por minha causa. Era por causa do Mikey. Cara, como eu fui tão idiota? Recuei alguns passos.

- Mikey... nós somos irmãos. Como você pôde?! Você sabia o que há entre eu e Frank, você sabe que eu amo ele.

Passaram alguns microssegundos até eu perceber o que eu tinha falado. Merda dupla. Mikey e Frank ficaram me encarando como se tivesse crescido outra cabeça em mim.

E aí, enquanto eu olhava pra eles com cara de idiota, o Frank falou “Você descobriu isso tarde demais.” E saiu correndo pela porta da frente. Esse garoto sempre teve um fraco pelo drama.

Fiquei meio sem saber o que fazer, até ouvir Mikey falando:

- Vai atrás dele, seu idiota!

- Pensei que você estava com raiva de mim.

- Não realmente. Foi tudo idéia do Frank, na verdade. Ele que me agarrou primeiro, e quando eu falei do que você ia pensar quando descobrisse, ele falou que você não tava nem aí pra ninguém. Como eu sabia que isso é verdade, não vi mal em me divertir um pouco. E depois, eu realmente queria dar o troco pelo Quinn. Mas agora, corre senão você vai perder a chance da sua vida. Vai logo!

Então eu corri. Cara, como eu corri. Sorte que quando eu cheguei no elevador me meti lá dentro e dei de cara com o Frank. Entrei, apertei qualquer botão, e quando ele fez menção de reclamar, apertei aquele botão de emergência que faz o elevador parar. Olhei pro Frank. Agora era a minha vez de falar.

- Tudo isso por minha causa? – perguntei simplesmente.

- Não. Foi por causa do que você fez comigo.

- Eu admito que no começo, eu só queria... – Droga, como se diz a alguém que você só queria estragá-lo? - ... fazer você ficar menos inocente. É assim que eu sou. Vejo alguém inocente e puro, e já quero estragá-lo. Eu não me agüento como eu sou, então tenho que fazer todo mundo ao meu redor ficar podre como eu. E infelizmente, você cruzou o meu caminho, Frank. – olhei pra ele. Tinha uma sensação engraçada no meu pulmão e garganta. Continuei mesmo assim. – Mas aí eu me apaixonei por você. E... isso definitivamente não estava nos meus planos. E agora... eu morro de medo de te perder outra vez. – Credo, de onde isso tudo veio?

Porra, ele não fez nada. Só ficou olhando pra mim. Eu tinha acabado de confessar pra ele algo que eu não admitia nem pra mim mesmo, e ele só ficou lá me encarando, pelo que pareceram horas. Até que ele falou:

- Talvez eu goste de ser estragado.

E deu um sorrisinho de lado. Aquele sorriso que eu adoro, que faz o meu estômago derreter.

- Pensei que você me odiava. – falei, desconfiado.

- Nha. – ele deu de  ombros. – Estamos quites, então.

- Quites. – sorri. Como eu queria sentir aquela boca na minha nesse momento.

E ele sabia disso. Por isso falou:

- E... que papo é aquele que você me ama?

- Porquê, não posso?

Ele riu. Cara, como eu amava aquela risada.

- Então você voltou a ser o Gerard Way frio, fodão e insensível.

- Menos com você. – sorri e me aproximei. Ele também se aproximou muito lentamente do meu rosto e aí... me deu um selinho. O desgraçado sabia ser sacana.

Olhei pra ele e não me contive mais. O agarrei pela nuca e o beijei como eu não beijava ninguém há muito tempo. E, eu estava sentindo. Palmas pra mim.

***

#Frank#

 

Eu fiquei espantado com o... sentimento que ele pôs naquele beijo. Ele nunca tinha me beijado daquele jeito. Aquilo era... amor? Eu não acreditava numa palavra daquele papo sobre ele me amar, mas... Apesar das minhas desconfianças, era óbvio que aquele discurso sobre ele estragar todos ao redor era verdadeiro. “Vinha do coração”, por mais que o coração em questão seja mínimo, preto e vazio. E aquele beijo confirmava tudo. Havia amor ali. Do mesmo jeito que costumava haver amor no meu beijo ou no meu coração.

Então eu pensei “foda-se” e comecei a desabotoar a calça dele.

- Frankie... aqui?

- Claro. Onde está o Gerard aventureiro que eu conheci?

O olhar de preocupação na cara dele foi substituído por um puramente maroto.

- Faça o que você tem que fazer, então.

Naquele momento, eu me senti vingado. Claro que ainda gostava do Gerard, mas depois de tudo o que ele me fez passar... Ele merecia provar do novo Frank Iero. Ele não queria fazer de mim um clone dele? Poisé, deu certo. E agora ele ia provar do próprio remédio.

Agarrei o cabelo dele e puxei a sua cabeça pra trás. Então suspirei no seu ouvido, e o senti se arrepiando:

- Eu vou te ver gritando.

E num movimento rápido, eu o virei, de modo que eu fiquei atrás dele.

- Parabéns, Frankie. – ele ofegou. Eu segurava o cabelo dele com força. – Você aprendeu direitinho. Sinto que fiz um bom trabalho.

- Não me chame assim. – falei, sentindo a raiva subir. Ouvir ele me chamando de Frankie me faz lembrar da quando eu era inocente, ingênuo e apaixonado. Essa época se foi há muito tempo. Tirei minha calça.

Com outro movimento rápido a calça dele também se foi, e as minhas mãos passearam pelo seu corpo. Deus, como eu sentia falta daquilo. Então eu o inclinei pra frente, e flashes daquele dia agora tão longínquo, na cozinha, vieram à  minha mente.

Espantei tais lembranças, e então agi sem avisar, arrancando um som disforme da garganta dele. Agora eu não era mais novato naquilo. Mas, por mais que eu estivesse dividido entre amor e ódio naquele momento, eu não consegui ser rude com ele. Não consegui ser “bruto”, ou fazer ele ficar impressionado comigo (o que, no fundo, era só o que eu queria). Eu simplesmente não conseguia. Não com ele.

Eu o vi rilhando os dentes para não gemer. Maldito Gerard, que nunca gemia. Meti a mão entre as pernas dele para ele sentir o meu toque e também fiz o que eu já estava fazendo com mais força ainda. Puxei o cabelo dele, e falei:

- Grite por mim, Gerard. Grite o meu nome.

Mas ele, sendo o filho da puta que era, tinha que falar:

- Eu não sou um dos seus menininhos, Frank. Não me trate como eles.

Droga. Ele sempre fazia eu ficar sem palavras. Mas eu não respondi com palavras. Me movi com mais força e ele soltou um gemido abafado. Sorri, triunfante. Ele estava cedendo.

- Merda, Frank. Você está se esforçando tanto só pra mim? Que honra.

A ironia pingava de cada sílaba. Fiquei sem palavras de novo, mas puxei forte o cabelo dele, fazendo-o grunhir. Eu estava quase lá. Mordi o seu ombro com força quando finalmente senti o que queria. Um suspiro longo escapou dos meus lábios involuntariamente.

Me afastei dele e me vesti. Ele também, e olhou pra mim com aquele sorrisinho idiota, de eu-sei-algo-que-você-não-sabe que eu odiava. Nós dois ofegávamos. Ele apertou o botão trava do elevador, e descemos. Ele praticamente me jogou no banco do passageiro do seu carro e nos levou até o nosso apartamento. Assim que entramos, ele me puxou pelo pescoço e mordeu minha orelha tão forte que doeu. Mas de um certo modo, era bom. E aí sibilou no meu ouvido:

- Agora é a minha vez.

Me arrepiei do dedão ao último fio de cabelo não só pela sensação da boca dele no meu ouvido, mas também por causa do tom como ele falou aquilo. Havia um misto de desejo e ameaça. Fiquei com tanto tesão quanto medo.

***


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