Quando eu reencontrei Peter, meus sonhos pararam de ser com a forma humana feita de neblina, que possuía apenas os olhos azuis de Strongland. Agora, sou perseguida por uma coisa perfeitamente humana e sem olhos. Qual o problema com seus olhos?

Acabei de chegar em casa e fui direto ao encontro de papai.

–Pai. A gente pode conversar?

–Claro, filha! Vem. Sente-se aqui. - Fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

–Eu já sei o que tenho que fazer.

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Desde o dia da praça, Lucy está vindo praticamente todos os dias pra minha casa devido a nossa busca por Jack. Neste momento, estamos eu, Lucy e Blue na cozinha.

–Eu não sei mais o que fazer. - Confessei.

–Vamos conseguir, Rose! Acredite nisso! - Lucy tentou me confortar.

–Já procuramos em todas as redes sociais possíveis, procuramos na internet, em listas telefônicas, alguma coisa sobre a família dele. E até agora nada Lucy! Não sei mais o que fazer. - E escondi meu rosto com as mãos.

–Jovem Rose, Lucy. Acho que tem algo que podemos fazer ainda.

–O que? - Levantei a cabeça em direção a Blue.

–A escola, meninas. Podemos ir até a escola que você estudou, Rose. Lá, eles guardam documentos não só sobre alunos atuais, como antigos também.

–Madame Blue, a senhora é um gênio! - Lucy falou animada.

A ideia de ir até aquela escola, pisar lá dentro novamente, não me agradou muito. Eu recobrei as memórias de tudo que passei lá, perdidas por causa da amnésia. Memórias não tão alegres...

Fomos até papai e lhe contamos a ideia, a princípio ele rejeitou um pouco, mas no final conseguimos convencê-lo. Marcamos a viagem até lá para daqui a dois dias.

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O dia da viagem chegou, sinceramente, acho que chegou rápido demais.

Estamos botando as malas no carro e vamos buscar Lucy em sua casa. Iremos dirigindo e ficaremos hospedados no hotel mais próximo de onde fica a escola que conseguimos achar. A viagem dura cerca de quatro horas.

Chegamos na casa de minha amiga. Sai do carro para tocar a campainha. Quem atendeu a porta foi o pai de Lucy. Para ele, iremos fazer apenas uma viagem de férias, afinal, ele não sabe, e nem pode saber, da história dos sonhos.

Depois de me receber com um 'bom dia' ele chamou sua filha. Lucinda surgiu descendo da escada, um pouco enrolada por causa da mala. Nos despedimos de seu pai, que nos desejou uma boa viagem, e fomos para o carro.

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Chegamos no nosso destino. Entramos no hotel onde vamos ficar e nos dirigimos até a recepção, onde pegamos as chaves dos quartos. Eu e Lucy fomos para o quarto que vamos dividir. Pegamos o elevador e achamos o quarto de número 72. Usamos a chave para abrir o quarto e entramos.

O quarto é relativamente grande. É o bastante para caber duas camas de solteiro, uma fica perto da janela e a outra praticamente do outro lado do quarto, as duas tem um criado-mudo com um abajur. As paredes são brancas e aquela que fica em frente as duas camas possui dois quadros pendurados. Há também uma porta que dá para o banheiro.

–Vou ficar com a cama da janela! - Lucy se adiantou.

–Beleza. - Concordei.

Vamos até a escola amanhã mesmo, por isso não consegui dormir.