Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 18
POV Emmett




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Caramba! Eu tive uma noite do cão! Eu demorei demais para dormir. Fiquei completamente inquieto depois de brigar com minha Loira. Eu detestava brigar com ela daquele jeito. Ela é muito orgulhosa e quase sempre eu tinha que me arrastar pra pedir seu perdão. Sim, aquilo me irritava! Por mais que eu a amasse, aquele lado dela me irritava demais. E o que ela disse ontem me deixou puto! Era muito injusto ela dizer na minha cara que eu não dava a mínima para o sofrimento que a perseguia. Justo eu! Eu sempre tive a maior cautela com aquilo. Sempre fazia coisas para evitar que ela pensasse naquele fatídico dia. Ela não tem nem noção do quanto foi difícil, para mim, passar anos sem ter relações com minha companheira. E eu passei por isso porque queria esperar até que ela estivesse segura para dar aquele passo. Eu tentei, de todas as maneiras possíveis e até impossíveis, fazê-la se esquecer da dor, dos pesadelos, dos fantasmas que a assombravam. Mas pelo que ela disse ontem, parece que nada deu resultado. Ou o que é pior, ela sequer reconhecia meu esforço. Era isso que me deixava com mais raiva ainda! Sem contar que ela não permitia que menosprezassem sua dor, mas estava lá fazendo pouco caso da dor dos outros. Cara! A tampinha era centenas de vezes mais forte e madura que a Rose, nesse sentido. O que a Loira não entendia era que o pesadelo que ela viveu foi um momento, que ela própria não se permitia esquecer. Mas querendo ou não, foi um momento. Já a tampinha vivia no pesadelo 24 horas por dia. Não foi momento! Era algo constante desde que nascera. Eu não menosprezei o que a Loira passou, apenas fiz um comentário óbvio de que o sofrimento da tampinha era algo maior. Ela não tinha que entender que eu estava menosprezando o que passara. O que ela deveria ter entendido é que, mesmo sofrendo tanto, existia alguém que sofrera muito mais. Ela deveria se compadecer e perceber que ela não era a única que precisava de atenção e carinho. Mas não! Ela tinha que ativar seu modo “o mundo gira ao meu redor” e falar aquelas coisas sem sentido. Eu tinha realmente ficado puto!

Remexi-me na cama, procurando o corpo da minha linda. Estranhei o fato de não encontrá-la. Abri meus olhos e vi que ela não estava lá. Eu queria pelo menos conversar direito com ela e tentar explicar meu ponto de vista. Eu estava mais calmo. Depois de toda aquela confusão, Carlisle veio conversar comigo. E por mais que eu respeitasse a opinião do meu pai, quem me acalmou foi a tampinha. Ela apareceu toda cheia de orgulho dizendo que não tinha se lembrado de ter pedido pra que eu a defendesse de ninguém. Disse que fora odiada por toda sua vida, por isso não havia necessidade que eu brigasse com minha companheira por conta disso. Cara! Ela definitivamente não sabia consolar alguém! Mas de algum modo, eu vi em seus olhos que ela estava feliz por eu ter tido a consideração de defendê-la, mesmo que estivesse contra minha companheira. De algum modo aquilo me deixou feliz. Não sabia explicar bem o porquê. Ela me xingou todo dizendo que eu era um idiota por brigar com a Loira por causa dela e mesmo assim me deu a segurança de que eu não tinha feito aquilo em vão. Ela era uma garota confusa, mas de alguma forma seus sentimentos eram tão claros. Era uma pirralha muito doida! E eu gostava disso nela. Se eu pudesse ter uma filha, era exatamente assim que eu queria que ela fosse. Talvez isso fizesse de mim uma pessoa meio louca também, mas não tem a menor graça ser normal.

Levantei lentamente. Estava morrendo de preguiça. O dia estava meio nublado. Eu detestava dias assim! Sempre fui de extremos. Então gostava de dias ensolarados ou de dias chuvosos. Aquele meio termo me tirava do sério e, para mim, era sinal de mau presságio. Tentei afastar aqueles pensamentos. O que poderia acontecer de ruim? Meu pai estava de folga e todos estávamos de férias. Tinha muito coisa que poderíamos fazer. E eu sempre amei ter programas em família. Não tinha como aquele dia ser ruim. Cheio de pensamentos positivos, eu fui até o banheiro para lavar meu rosto. Pelo barulho na casa deduzi que eu tinha sido o último a acordar. Mas achei estranho não conseguir sentir o cheiro da Loira. Também não sentia o cheiro da tampinha e nem do cachorrão. Será que tinham saído? Não conseguia imaginar a tampinha e o cão de guarda saindo com minha Loira. Definitivamente não daria certo. Terminei de me arrumar o mais rápido que pude e desci. Todos estavam lá, exceto, como eu senti, Rose, Jacob e Sophie.

– Bom dia, família. – disse alegremente.

– Bom dia. – responderam meus irmãos.

– Bom dia, ursinho. – minha mãe veio em minha direção e me deu um beijo no rosto. – Já esquentei seu sangue.

– Valeu.

– Bom dia, Campeão. Dormiu bem? – perguntou meu pai.

– Não muito, mas tô de boa. – respondi me sentando à mesa. Minha mãe me entregou minha caneca de sangue e eu logo quis saber. – Onde estão os outros?

– Eu ouvi o carro da Rose saindo hoje cedo. Acho que a Sophie foi com ela. Já o Jacob é um mistério. – disse Edward.

– Você tem ideia pra onde foi a Rose, Campeão? – perguntou meu pai.

– Não sei não, senhor. Quando voltei para o quarto ontem, a Loira já estava dormindo. – senti meu pai ficar apreensivo.

– Talvez ela quisesse conhecer a Sophie melhor. – disse Alice.

– Vindo da Rose, acho totalmente nula essa possibilidade. – disse Edward.

– Lamento dizer isso, mas concordo com o Ed. – disse Bella.

– Qual é, gente?! A Rose não é nenhum monstro! – disse Alice.

– Não é, mas todos ouviram o que ela pensa ontem. – disse Jasper.

– Vamos parar com isso?! A Rose tem um temperamento difícil, mas, como família, precisamos compreendê-la. – disse minha mãe.

– Mas foi muita sacanagem ela falar aquilo da Sophie, sabendo que ela ouviria. – disse Bella.

– É mãe. Todo mundo aqui sabe que a Rose não é nenhum poço de doçura. – disse Edward.

– Vocês ouviram a mãe de vocês? Parem! Esse assunto será resolvido entre ela, sua mãe e eu. – disse meu pai encerrando o assunto.

– Mudando completamente de assunto, paizinho. O que faremos hoje? – perguntou Alice.

– O que querem fazer? – perguntou meu pai, agora sorrindo.

– Acampar! – respondemos Jasper, Edward e eu.

– Não é uma má ideia, querido. – disse minha mãe.

– É. Faz tempos que não acampamos. Alguma objeção?

– Não. – todos responderam.

– Então assim que terminarmos aqui, vamos arru... – meu pai foi interrompido

De repente algo nos assustou. Ouvimos um carro freando bruscamente. Imediatamente sentimos o cheiro de Rose. Levando em consideração a afobação da Loira ao volante, não sentimos necessidade de levantarmos. Só digo que aquilo não agradou muito meu pai. Ele sempre disse que rose tinha que parar com aquela mania de direção agressiva. Mas a situação de calma não durou. A porta foi aberta com violência e ouvimos Rose gritando.

– PAAAAIII!! MÃÃÃEEE!!! AJUDEEEEEEM!! – ela gritava de maneira desesperada.

POV Rose

Eu não podia perder mais tempo. Limpei minhas lágrimas e levantei-me, com muito custo. Eu sentia que meu braço estava quebrado, sentia uma dor imensa. Mas se eu queria consertar as coisas de alguma forma, eu teria que suportar aquilo. Eu merecia um castigo muito pior. Eu... Eu... Sabia que tinha sido imensuravelmente cruel. E, sinceramente, não conseguia entender como me permiti chegar a tal ponto. Eu não era essa pessoa. Eu não era assim. Eu assumo que sempre fui egoísta e egocêntrica, desde minha vida humana. Mas eu nunca fui má. Nunca fiz algo tão mesquinho e tão inaceitável. E o pior é que a reação de Sophie só me deixava ainda mais culpada. Ela sabia que era uma armadilha, ela sabia o que eu ia fazer e mesmo assim veio comigo. Como se estivesse aceitando que aquele era o seu destino. Como se não estivesse sendo injustiçada. Ela sabia que sairia machucada e que, provavelmente, seria capturada. Meu Deus! E mesmo assim ela foi comigo. Será que ela só queria se desculpar pelo que aconteceu ontem? Será que ela se sujeitaria a passar por aquilo só para que eu não precisasse me preocupar? Isso só mostra o quanto eu e ela somos diferentes. Como pode duas pessoas que sofreram na vida reagir de maneiras tão diferentes? Eu... Eu... Eu era terrível. Pela primeira vez em toda minha vida eu estava me sentindo feia.

As lágrimas não cessavam. Demorei um pouco para chegar até meu carro. Entrei e com muito custo consegui ligá-lo, já que meu braço estava quebrado. Eu suportaria a dor! Pisei fundo no acelerador. Eu tinha que contar para meus pais o mais rápido possível. Tinha que haver alguma forma de trazê-la de volta. Eu não ficaria em paz enquanto não a encontrasse! Eu tinha que dar um jeito de compensar o que eu fiz. Eu tinha que provar para mim mesma que eu não era essa pessoa horrível. Eu não conseguiria conviver com o peso disso. Eu não sabia onde estava com a cabeça! Eu não conseguia entender o que me movera a fazer algo assim! Por mais que eu pensasse, eu não conseguia entender. Eu sei que eu apenas queria evitar que nossa família passasse por complicações. Mas nada justificava o que eu tinha feito. Tinha que ter um motivo! Um motivo obscuro, no qual eu não queria tocar. Talvez eu já soubesse o que era, apenas não queria admitir. Era algo no qual eu não queria mexer. Era vergonhoso ter que admitir aquilo. Eu preferia acreditar que não tinha ideia nenhuma.

Já estava chegando em casa. A dor em meu braço era insuportável. Eu estava em alta velocidade. Quando parei os pneus cantaram. Meu pai já me falara que da próxima vez que eu corresse desse jeito de carro, ele me daria uma surra. Mas eu já estava ferrada mesmo, então não tinha nada a perder. Saí do carro me locomovendo na medida do possível. Abri a porta com certa violência, mais do que eu realmente queria. Já não aguentava mais andar, então resolvi chamar por eles.

– PAAAAIII!! MÃÃÃEEE!!! AJUDEEEEEEM!! – gritei, sentindo uma dor forte no peito. Provavelmente devo ter quebrado alguma costela também.

Logo todos estavam na sala. Eu encarava o chão, não conseguia olhar para minha família. Aquilo era constrangedor e eu não me sentia no direito de sequer erguer o rosto. Mas logo minha mãe e meu pai vieram até mim.

– Querida, princesinha, o que houve com você? O que te fizeram? Meu Deus, você está toda machucada! – minha mãe colocou a mão em meu braço e eu não consegui conter o gemido.

– Aaaaiiii... D-dói mãe! – eu disse, as lágrimas ainda escorrendo.

– Carlisle! – minha mãe olhou para meu pai, como que pedindo socorro.

– Alice, vá até ao escritório e me traga minha maleta. – meu pai disse firme e depois voltou-se para mim. – Rose, venha comigo. Eu preciso... – o interrompi.

– Não, pai! E-eu... Q-quer dizer, n-nós não temos tempo pra isso! – disse, tentando conter os irritantes soluços.

– Meu bem, você está muito ferida. Eu preciso cuidar dos seus machucados. – meu pai falava de maneira doce e isso me matava por dentro.

– NÃO PAI! ESCUTA! – eu gritei, tentando chamar a atenção dele.

– Loira, pare de insistir! Você está toda machucada! Deixa o papai cuidar de você. – era meu Emmie que estava falando comigo, mas por mais que eu quisesse ouvi-lo eu não tinha tempo.

– Não! Você precisam me ouvir! Não podemos perder tempo com essas coisas insignificantes! E-eu vou ficar bem e...

– Coisas insignificantes? Rose, você está seriamente ferida! Isso não é insignificante! Obedeça e venha comigo! – meu pai estava começando a perder a paciência.

– Pai, me escuta! A...

– Rose, eu não vou falar de novo! Venha comigo ago...

– A SOPHIE FOI CAPTURADA! – gritei, interrompendo-o.

Eu precisava fazê-los me ouvir. Não era hora de se preocupar comigo! Sabe-se lá o que aquele lunático podia fazer com ela. Só de lembrar aquela cena onde ela estava sendo pisoteada, eu sentia que meu coração poderia voltar a bater. As lágrimas não paravam de descer, sentia que meu rosto era uma cachoeira. Um silêncio se fez na sala. Eu não tive coragem de encarar ninguém. Senti que eles estavam tentando digerir aquela informação. Até que alguém quebrou o silêncio.

– Princesa, o que quer dizer com isso? Como assim a Sophie foi capturada? – minha mãe perguntou.

– Ela não estava com você Rose? – perguntou Edward.

– Rose, explica essa história direito! – disse meu pai.

– Um vampiro a-atacou a-a gente e e-eu tentei impedir, ma-mas ele era mu-muito forte e a Sophie... E-ela não podia lutar po-porque o vampiro acorrentou ela e... – eu não conseguia falar. Comecei a tremer e o choro me impedia de falar coisa com coisa.

– Rose, respira fundo, engole esse choro e fala direito. O – que – aconteceu? – eu sentia que meu pai já estava ficando apreensivo.

Eu inspirei fundo. Aquilo seria difícil.

– Um vampiro atacou a Sophie. Ele colocou uma corrente nela que retira os poderes dos vampiros e ela não pôde fazer nada. Eu tentei impedir, mas, como podem ver, não consegui sequer fazer um arranhão nele. Ele era muito forte e parece que já estava há algum tempo atrás da Sophie. – eu falei de uma vez só.

– Ok Rose. Eu entendi que vocês foram atacadas. Agora quero saber por que você saiu sozinha com a sua irmã, sabendo que ela estava em uma situação delicada?

Eu fiquei calada. Será que teria forças para confessar aquilo? Eu não queria falar. A culpa pesava minha cabeça e eu estava ficando tonta. Eu sentia a pressão que meu pai estava fazendo. O suspense estava dominando a sala. Eu abria a boca, mas não saía voz. Eu comecei a tremer ainda mais. Eu não sabia se estava com medo ou se já não estava aguentando mais a dor. Eu só sabia que eu estava muito ferrada. Será que me perdoariam? Será que ainda poderia fazer parte daquela família depois do que eu fiz? Eu não queria nem imaginar o que meu pai ia fazer. Será que... Será que ele me expulsaria de casa? Seria justo, já que eu havia entregado sua outra filha para o inimigo. É, eu estava com medo. Eu sabia que qualquer coisa que acontecesse comigo seria justo. Eu não merecia mais o carinho dos Cullen. Eu traí a confiança deles. Eu era uma traidora agora. Eu não queria aquilo. Eu não queria sentir a rejeição da minha família. Eu não queria que eles me odiassem. Não estava preparada para isso. Eu... Eu precisava do carinho deles, eu queria o carinho deles. Quando era humana eu tinha tudo. Era cercada de mimos e elogios. Mas a vida que eu sempre sonhei, só encontrei depois de vampira. E essa vida era com os Cullen. Era com aquele pai amoroso, cheio de compaixão. Com aquela mãe perfeita e de imensurável amor. Era com aqueles irmãos que me apoiavam em tudo. Era com Emmie, meu Emmie, o homem que eu sempre sonhei, que me dava amor, carinho, me respeitava, fazia com que eu me sentisse a mais realizada de todas as mulheres. Eu não tinha o filho que eu tanto queria, mas o que mais eu podia querer? Eu tinha tudo! Mesmo que eu não tivesse filho, não podia reclamar de nada da minha vida. E, agora, eu podia perder tudo! Eu podia perder tudo aquilo como se fosse um sonho. Eu não merecia ser perdoada. E nem eu mesma me perdoaria.

Acho que meu pai perdeu a paciência com a minha demora. Ele se aproximou de mim e levantou meu rosto. Quando olhei dentro daqueles olhos, desatei a chorar de novo. Eu não queria encarar aquilo. Seria uma decepção imensa. Eu amava demais meu pai para ver o desapontamento em seu olhar. Eu não queria, mas sabia que não tinha como fugir. Principalmente se eu quisesse, de alguma forma, me redimir de tudo. Eu precisava ser forte. Eu tinha que tentar ser como a Sophie. Pensar nela só me entristecia mais, mas ela me deixou uma lição que ficaria cravada em mim por toda a eternidade. E se eu tivesse a oportunidade de agradecê-la, eu o faria sem pestanejar. Mas não era hora de pensar naquilo. Eu tinha diante de mim um pai extremamente preocupado e aflito.

– Rosalie Hale Cullen, eu vou perguntar a última vez. Por que você saiu sozinha com a Sophie, sabendo do risco que ela estava correndo? – ele estava muito sério.

Era agora. Eu tinha que falar.

– Era uma emboscada. – falei extremamente baixo.

– Eu não ouvi, Rose. O que disse? – minha mãe falou.

Nesse momento, meu pai deu um soco na parede que tinha ao meu lado, fazendo um buraco. Eu levei um susto e me encolhi toda. Os olhos dele ficaram negros na hora. Eu senti um arrepio me percorrer dos pés à cabeça.

– Carlisle, o que é isso? – minha mãe perguntou.

Meu pai me pegou pelo braço com muita força. Eu gritei de dor. Ele me soltou bruscamente, quase me fazendo cair, na frente da minha mãe e de toda a minha família.

Olhe para eles, Rosalie. Olhe para eles e repita o que acabou de dizer.

Eu olhei para todos, já não aguentando mais.

– ERA UMA EMBOSCADA, TÁ LEGAL?! – acabei falando mais alto do que queria. – O vampiro me encurralou ontem e disse que se eu não colaborasse eu iria me arrepender.

Minha mãe colocou as duas mãos na boca, espantada. Meus irmãos desviaram o olhar, como se não quisessem mais me encarar. Emmett apenas olhou para o chão e depois olhou diretamente para mim. Eu senti a decepção dele. Aquilo doeu! Doeu ainda mais que meus machucados. Eu seria rejeitada! Eles me rejeitariam. Eu não suportaria.

– Rose, por que não nos disse nada? Por que correu esse risco, sozinha? Não confia em nós? – minha mãe já tinha lágrimas nos olhos.

Estava ficando pior. Eu fiz minha mãe chorar. Aquelas lágrimas eram minha culpa. Ela pensava que eu não confiava nela. Eu queria poder dizer que confiava. Eu queria poder dizer para que não chorasse. Eu queria que eu não fosse a razão daquela decepção, daquela insegurança. Eu não merecia aquelas lágrima. Eu não merecia compaixão. Eu não merecia a compreensão de nenhum deles.

Eu digo, Esme. Eu digo por que ela fez isso. É porque ela não passa de uma moleca mimada! – meu pai falava atrás de mim. Eu não conseguia olhar para ele.

– Carlisle... – minha mãe tentou acalmá-lo.

Não Esme! Ela fez isso por egoísmo! Fez isso por puro ciúme! Fez isso porque não conseguimos ensiná-la a se preocupar com a dor dos outros! – eu não queria ouvir aquilo.

– P-pai, e-eu nã-não...

CALA A BOCA! Você não tem o direito de abrir essa boca a menos que eu diga que pode! Sabe por quê? Porque quando a Sophie quis se explicar, você não quis ouvir! Então você só poderá se explicar quando EU disser que pode! Até lá, Rosalie, você terá que conviver com esse peso! Talvez assim você possa entender um pouco mais a sua irmã! A irmã que VOCÊ entregou para o INIMIGO! A IRMÃ QUE VOCÊ DEVERIA TER PROTEGIDO! – meu pai estava muito alterado.

Eu chorava copiosamente. Aquelas palavras me feriam mais que qualquer golpe que recebera. E não era apenas porque ele tinha razão. É porque estavam carregadas de decepção. Estavam carregadas de raiva. Ele estava furioso! Eu não queria tê-lo decepcionado. Eu não queria machucar o meu pai. Eu sabia que ele estava tremendamente chateado. Eu sabia que seria difícil para ele me perdoar. E eu sabia que merecia aquilo. Aquela raiva, decepção, tristeza; tudo!

– Carlisle, já chega! Ela já está arrependida. – minha mãe falava docemente, o que me cortava ainda mais o coração. – Não é, Rose?

Ela levantou meu rosto para ela e eu chorei ainda mais forte, se é que era possível.

Não Esme! Ela vai se arrepender quando eu colocar as minhas mãos nela!

Eu ouvi meu pai desafivelando o cinto. Putz! Ele ia me bater agora. Eu já estava machucada demais, aquilo doeria como o inferno. Não sabia se eu iria suportar. Mas eu tinha que ser forte! Esperei pela primeira cintada, mas ela não veio. O que senti foram braços ao meu redor. Meu pai... Meu pai estava me abraçando? Por quê? Por que ele estava demonstrando carinho por mim? Eu não merecia. Eu merecia uma surra! Merecia rejeição, ódio, decepção! Mas ela estava me abraçando. Senti lágrimas molharem meu pescoço. Ele estava chorando? Não! Eu preferia a surra! Meu pai chorando? Eu não queria aquilo!

– Rose, eu não tenho nem palavras para descrever quão decepcionado e magoado eu estou com você. – ele falava bem baixo perto do meu ouvido. – O que você fez foi muito sério! Você traiu a minha confiança. Eu pensava ter conseguido te passar pelo menos o mínimo de exemplo no que diz respeito à compaixão e amor ao próximo. Mas parece que em todos esses anos que você esteve comigo, não aprendeu nada. Eu não sei o que exatamente te moveu a fazer algo assim e pode ter certeza de que terá que me explicar. Mas existe uma coisa que eu preciso que você saiba. – ele me virou para si e eu pude ver as lágrimas em seu rosto e seu olhar de tristeza. – Rose, eu amo você! – eu não suportaria aquilo.

– N-não! Não! V-você n-nã-não... – ele colocou um dedo em meus lábios, para que eu parasse.

– Meu bem, você tem que entender que o que fez foi extremamente sério. E seja lá o que for acontecer, você terá que se responsabilizar por isso. Não existe surra capaz de lhe tirar o peso dessa sua decisão. É algo que você terá que carregar por toda a eternidade. Mas você jamais estará sozinha! Sei que você deve ter vindo para cá achando que eu ia te expulsar, que eu não a perdoaria e essas coisas todas. Mas você está enganada! Rose, não importa o que aconteça, não importa o que você faça, eu nunca deixarei de estar ao seu lado! Eu te escolhi como minha filha e não será um ou dois erros seus que mudarão isso. Por isso, até que essa história se resolva, eu a proíbo de pensar qualquer coisa que te afaste de mim e dessa casa. Você vai suportar até o final, aqui, debaixo da minha segurança. E seja qual for o resultado, você continuará aqui! – ele me olhava triste, mas o carinho e o amor estavam ali. – Não vou dizer que não estou chateado por não ter a Sophie aqui. Mas por um lado eu estou tremendamente aliviado. Porque se ela não está agora, pelo menos você voltou pra mim. Eu não sei se suportaria saber que as duas tinham sido levadas de mim. Eu não sei se teria forças. E mesmo que você esteja machucada e extremamente encrencada, você está aqui, nos meus braços.

Ele me abraçou de novo e eu praticamente o agarrei. Chorei muito forte naquele peitoral que me acolhia com todo amor e carinho. Eu queria absorver o máximo que podia daquele amor. Eu precisava daquilo. Eu pensei que ficaria sozinha. Pensei que ele jamais me perdoaria. Mas ele estava ali dizendo que me amava e que jamais me deixaria. E isso doía mais do que qualquer surra. Doía porque eu sabia que não merecia. Eu estava esperando tudo! Estava esperando surra, rejeição, ódio. Mas amor e compreensão? Nunca! Nunca que eu poderia esperar aquele abraço que mantinha tão segura. Aquele carinho que era capaz de afastar qualquer tipo de tristeza. Aquilo me deixava constrangida. Constrangida de ser quem eu era e de ter agido de maneira tão imprudente e imbecil. Constrangida por causar toda aquela dor, toda aquela mágoa e todo aquele sofrimento à pessoa que eu mais amava, que me estendeu a mão quando ninguém mais se importava, que me dava aquele carinho desmedido sem pedir nada em troca, que cuidava de mim como se eu fosse a coisa mais preciosa da face da Terra. Eu não queria me afastar dele! Eu sabia que não merecia estar ali, mas eu era egoísta! Eu queria aquele amor, mesmo não merecendo. E depois que tudo aquilo acabasse, de alguma forma, eu mudaria. Eu faria qualquer coisa para me tornar alguém digno desse amor. Eu lutaria para retribuir todo aquele esforço que era empregado por ele. Mas naquele momento, tudo que eu queria era me sentir protegida e amada naqueles braços.

Senti que minha mãe me abraçou por trás. Também senti que ela chorava muito. As duas pessoas mais importantes da minha vida estavam sofrendo por minha causa! Não foi a Sophie que causou sofrimento, não foi ela que causou problemas. Foi eu! Eu que tinha causado tudo aquilo! O que eu mais temia que fosse acontecer por causa da Sophie, aconteceu, mas por culpa minha. Mesmo que meus pais me perdoassem, eu jamais me perdoaria. Mesmo que conseguíssemos trazer a Sophie de volta, talvez eu não conseguisse me perdoar. Com que cara eu ia olhar para ela? Se tinha alguém que merecia o carinho dos meus pais era ela. Ela sim deveria estar ali! Quem tinha que estar cercada por toda a família era ela! Só de pensar que ela estava passando por aquela situação injusta por causa dos meus atos egoístas, já me fazia sentir como se eu fosse um lixo. Aquilo estava me matando! Eu sentia que uma Rosalie estava morrendo dentro de mim e dando espaço para uma nova pessoa. Eu ainda não sabia no que exatamente eu me tornaria, mas faria de tudo para que fosse alguém melhor. Dessa forma eu poderia não só compensar meus pais, como também compensar Sophie. Eu faria o que fosse necessário para trazê-la de volta. Daria minha vida, mas a traria de volta a qualquer custo! Eu iria banir as lágrimas do rosto dos meus pais! Eu tinha que fazer alguma coisa! Não por mim, mas por eles e por ela! Eu faria por onde ser perdoada!

Meus pais me soltaram. Meu pai limpou minhas lágrimas.

– Agora deixe-me cuidar desses seus machucados. Temos muito que fazer. - eu afirmei que sim com a cabeça. – E não pense que você sairá impune dessa situação! Quando tudo acabar eu vou ouvir toda a sua explicação, mas nada irá impedir-me de te dar a suuurra da sua vida. Fui claro?

– S-sim senhor. – respondi.

– Pai, temos que avisar ao Jake. – disse Bella, chamando nossa atenção.

– Ligue para ele. – meu pai disse.

Bella pegou o celular para ligar, mas antes mesmo de digitar o número, recebeu uma ligação.

– Alô? Jake? Onde você está? – Bella falava. Ela o ouviu e depois voltou-se para meu pai. – Pai, ele quer falar com você. – ela passou o telefone para ele.

– Jake? – meu pai falou e escutou o que Jake falava. – O QUE? Explica isso direito, garoto! – aquilo me deixou curiosa. Ficamos esperando o resultado da conversa. – Entendi. Venha para casa imediatamente e veremos qual será o próximo passo. - meu pai desligou o telefone.

– O que ele disse, Carlisle? – minha mãe perguntou.

– Ele disse que segui a Rose e a Sophie desde que elas saíram daqui. Mas em algum momento as perdeu de vista e quando finalmente as encontrou, o vampiro estava fugindo com Sophie nos braços. Ele seguiu os dois e parece que o vampiro foi em direção a um jato, provavelmente dele. Havia alguém lá dentro, como se estivesse esperando por eles. Parece que decolaram há pouco tempo, mas Jake não conseguiu descobrir para onde estavam indo.

Aquela informação me surpreendeu. Ele tinha decolado em um jato? De repente uma luz me veio.

– Pai, eu acho que sei para onde ele pode ter ido! – falei afobada.

– Como? – meu pai perguntou com alguma esperança no rosto.

– Quando estávamos lá com o vampiro, ouvi a Sophie falando algo sobre ele ter se envolvido com os Volturi. Talvez ele...

– Se é assim temos que partir o quanto antes! – disse Emmett me interrompendo.

– Espere um pouco. Isso é apenas uma hipótese. Não vamos nos afobar. – disse meu pai.

– Mas não podemos ficar parados, pai! Ele pode machucá-la! – disse Alice.

– Eu sei, bonequinha. Mas temos que tomar cuidado. Se os Volturi estiverem envolvidos nessa história as coisas serão um pouco mais complicadas.

– O que pretende fazer então, Carlisle? – minha mãe perguntou.

– Eu irei pessoalmente falar com Aro. Eu tenho mais liberdade com eles, sei como lidar com a situação.

– Eu vou com você! – disse prontamente.

– Não! A senhorita já fez demais. Eu irei sozinho! – meu pai me olhava sério.

– Não vou obedecer! Já estou ferrada mesmo! Eu farei qualquer coisa para trazer a Sophie de volta! Nem que eu tenha que dar a vida! – estava decidida.

Não, Rosalie! Você ficará aqui! Vai me obedecer sim senhora! Vai ficar aqui esperando que eu retorne! Não tem discussão! – ele estava se alterando de novo.

– Pai! Você vai precisar de mim! E se os Volturi tentarem te enganar? Eu e o Jake somos os únicos que sabemos reconhecer o vampiro. E o Jake não pode ir por ser um lobo. Só eu posso te ajudar! Por favor, me deixe ajudar! – eu implorava.

Meu pai apertou a ponte do nariz, como se buscasse paciência.

– Querido, a Rose tem razão. Talvez ela devesse ir. – disse minha mãe.

– Pai, por favor! Deixe que eu possa me redimir de alguma forma! Eu quero ajudar! Eu quero reconquistar a sua confiança! Por favor! Eu não vou suportar te esperar aqui! – eu insisti.

Meu pai me olhou seriamente. Logo depois ele suspirou.

– Tudo bem, você pode ir. Mas isso não muda em nada sua punição, entendeu?

– Sim senhor. – respondi séria.

– Então vamos cuidar desses seus ferimentos. Temos uma longa viagem pela frente.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Yooo pessoitas ^^/

Então, acho q essa não era exatamente a reação que vocês esperavam do Carlisle XD!! Sei q a Rose merecia receber a surra de sua vida e, não se preocupem, ela receberá XD!! Mas eu sou uma pessoa extremamente romântica e dramática XD!! E como tal devo dizer q, na minha opinião, nada constrange mais do q esse amor desmedido XD!! Esse tipo de coisa é q faz alguém mudar de atitude XD!! E o q Carlisle disse é totalmente minha opinião, não existe surra capaz de apagar os erros q a gente comete, ainda mais se for uma coisa grave como o q a Rose fez XD!!
Enton, espero q me entendam XD!! Essa é a visão de pai q eu tenho do Carlisle, talvez seja por isso q sou completamente apaixonada por ele... hauahauhauahauahauahau XD!! Enfim, deixem seus comentários XD!! Digam se gostaram, se odiaram, deem dicas... Estou disposta a ouvir cada uma XD!! E muita coisa ainda vai acontecer XD!! Podem esperar XD!! Será q eles vão conseguir recuperar a Sophie? Cenas de um próximo capítulo... hauhauahauhauahau XD!!
Obrigada por acompanharem... Até o próximo cap o/



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