'O Sole Mio escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 18
Jardim dos bons conselhos


Notas iniciais do capítulo

Me desclpem pela demora, eu tive alguns momntos8de indisposição seguidos de duvidas do enredo e então aquela tipica procrastinação pelo bloqueio de criatividade. Mas chegou!
Nos vemos la embaixo ;)



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Era um lugar escuro e gélido, apenas alguns raios de luz pareciam capazes de superar a barreira de água que a impedia de respirar. Emma sentiu como se submergisse depois de uma eternidade dentro de um mar caótico e frio quando nem sabia como caíra ali, o ar salobro era bem vindo a seus pulmões e a claridade a seus olhos, era um pesadelo asfixiante no qual ela não podia discernir se acordara ou se continuava presa na tenue fronteira do sono. Em um momento quase de desespero ao levantar-se ofegante e completamente desorientada, Emma percebeu a realidade de que nem se lembrava de ter dormido.

Tinha sido uma noite terrível, mesmo que ela quisesse dormir, as palavras de Raoul rondavam sua mente, assim como as próprias decisões. Procurou por horas uma maneira de conversar com Raoul, explicar o que havia acontecido antes de ir embora, mesmo que no fundo não houvesse qualquer esperança de poderem ao fim resolver isso. Se pudesse passar o resto da noite ali quieta e ter em mente apenas uma simples decisão Emma se daria por satisfeita, não que não almejasse pela inconsciência relaxante para uma mente plenamente perturbada pelo exterior.

Mas dormir, ao fim não foi uma sagaz decisão ao perceber que pesadelos a sufocavam tanto quanto a realidade. Voltou a apoiar a cabeça no travesseiro e normalizar sua respiração enquanto repetia em sua mente a guinada seriamente descente que sua vida dera nas últimas 24 horas.

Se este era um castigo do destino por querer ter dito a Raoul a verdade ainda naquela semana havia em si um pequeno alívio de não descobrir como seriam os pesadelos de um verdadeiro ladrão assombrado no inconsciente. Se Deus não era minimamente mau, o destino parecia ao menos mórbido.

O despertador tocou poucos minutos depois e Emma ponderou sobre se arrastar para fora da cama e a ideia não lhe pareceu muito convincente ou conveniente, mas o fez mesmo assim. No espelho do quarto em frente a bacia que uma empregada deve ter colocado a noite ela percebeu como aquela tristeza e a confusão que sentia haviam se externado: os cabelos eram um emaranhado que ela desconfiava que nem Pietra poderia resolver facilmente, os olhos estavam levemente inchados de quando ela chorou no início da noite, as olheiras mais proeminentes e os lábios e maçãs do rosto completamente opacos; em uma situação diferente ela teria parado em um hospital. Lavou o rosto com água gelada e umideceu os cabelos antes de procurar pela escova de cabelos.

Novamente fez um dos penteados de cinco minutos que ela costumava usar, mesmo tendo demorado mais de dez para deixá-lo o mais próximo do comportado que pode. Procurou pela bolsa de maquiagem - dessa vez era impossível ir até a mesa do café com o rosto limpo sem levantar mais que suspeitas - tentou corrigir ao máximo as olheiras e a falta de cor, disfarçou os olhos com um pouco de lápis e sombra clara. O resultado era uma quase perfeita cópia de Emma em um dia emocionante como aquele era.

Sabia que iria encontrar Raoul na mesa do café se descesse agora, e isso Emma não faria, ou não teria adiantado nada de toda a tentativa de encenação sob o olhar acusador dele, preferiu ir ao banheiro primeiro depois de ter vestido uma blusa qualquer e seus jeans e tênis. Quando não havia mais o que fazer para prolongar a chegada daquele momento precisou respirar fundo e encarar as escadas que levavam para a cozinha.

– Está atrasada, bambina! - Disse Gianluca quando Emma se sentou e soltou com cumprimento tímido mesmo Raoul já tendo saído.

– Si ', ho dormito troppo. – É, eu perdi a hora. - Mentiu se servindo dd uma porção modesta de comida, Emma não tinna certeza se seu estômago iria cooperar com a encenação. - Mas vou dar um jeito de estar pronta sem fazrr vocês me esperarem. - Completou mais apressada.

– Raoul può aspettare un po ' – Raoul pode esperar um pouco - Danilo respondeu saindo da mesa.

– Acho que ele nem irá reclamar se vir o olhar da mamma.

Non– Emma disse solícita. - Eu estarei pronta. Não posso me atrasar hoje, iremos fazer experiência de campo.

– Onde? - Stella se interessou.

Non sappiamo, andare a qualche attrazione turistica ad analisi storico-architettonici. – Não sabemos, vamos a algum ponto turístico da cidade fazer análises de arquitetura e histórica. - Respondeu um pouco evasiva, mas na verdade também pouco sabia sobre o que se tratava a prova. - É um dos projetos que temos que entregar para avaliarem no fim do curso.

Stella e ou outros lhe desejaram buona fortuna (boa sorte) e Ignazio também, mas acompanhado de um olhar complacente. Emma subiu e logo estava pronta para sobreviver a tarde, mas não a viajem de carro até a universidade. Pelo menos atraso foi uma das causas descartadas de qualquer possível humor de Raoul, ela logo esperava no carro antes deles.

As mãos suavam e Emma se sentia completamente desconfortável quando o viu, o semblante sério e franzido, mas Raoul não disse nada, se quer uma palavra e também não lhe lançou nenhum olhar acusatório como ela esperava. E aquela com certeza foi a viagem mais silenciosa que Emma tinha feito em que a atmosfera parecia simplesmente sufocante.

{♥♥}

– Jardins... - Emma gemeu com desprezo ao ver onde estavam.

Não era só porque ela havia tido uma experiência nem tão boa com relação a jardins da última vez, ou porque ela não se sentia animada o bastante para enfrentar uma longa caminhada e um sol de verão que faria ela adquirir um bronzeado que ela só conseguiria artificialmente. Talvez as palavdas "não sentir-se bem" era um resumo claro da indisposição dela. Marsha riu ao lado de Emma depois de descer do ônibus, assim como a maioria, trazendo um bloco de notas a tiracolo.

A frente uma das monitoras que os acompanhavam entregou a cada um, um pequeno mapa do Giardino Bardini junto com alguns folhetos com informações do lugar. O Dr. Pignatelli disse algumas palavras antes que cada um tomasse seu caminho entre os arbustos cuidadosamente podados.

Alguns dos alunos pareciam animadamente surpresos com a atividade prática, outros empenhados em gravar o máximo de informações possível sobre aquele lugar. Emma observou aquela área aberta como uma passagem pintada por Monet, o sol ainda longe de sua posição máxima no céu, lançando sombras em uma area do parque, as folhas sobre os arbustos ligeiramente mais claras e as flores mais frondosas. A paisagem era levemente inclinada na entrada e tinha declives acentuados em outras partes, no meio dis labirintos verdades estátuas alvas se expunham ao sol e aos vento assim como outras pequenas construções de estilos clássicos.

Emma deixou-se então se expor a brisa refrescante e ao sol que formigava em sua pele inicialmente, sem se lembrar qual tinha sido a última vez que sentira necessidade de aproveitar um lugar como aquele. O grupo parecia animado, e animado de mais para Emma e sua noite mal dormida, e logo ela teimou em ser deixada para trás, mesmo pelos mais relutantes. Emma sentou-se um pouco e absorveu ou detalhes do lugar, como dizia o folheto. O conceito de jardins só veio a surgir com o renascimento, e este ainda conservava os ideias vindos do culto ao clássico e ao humanismo. Parecia a um olhar menos treinado, alguma cópia de um jardim francês, onde eles eram mais comuns, mas este era tipicamente italiano, com árvores de flores roxas em meio as de vários tons de verde e um pequeno córego que contornava as trilhas e passava pelos arcos de sempre-viva.

Levantando-se, mesmo sem ter feito um número suficiente de anotações, ela voltou a andar com intuito de analisar as peças e esculturas de perto. A maioria tinha caráter mitológico e Emma perdeu um tempo descobrindo de que seres se tratavam, ou quais deusas representavam. A este ponto o sol já estava alto e capaz de machucar a visão de Emma assim como de ser completamente desagradável a exposição. Nas áreas arbustiva, onde era mais agradável, era mais agradável de caminhar e onde o pequeno córego fazia uma tênue curva, parecia ser o lugar ideal para descansar.

Seria inconcebível dizer que Emma não havia em momento nenhum sido incomodada pelos mesmos pensamentos que a impediram de dormir. Não era de certo, um assunto fácil e rapidamente compreendido, ou decidido e a emma doía deixar Florença sabendo que nunca mais voltaria, sem nenhuma outra chance. Mas era o certo, por mais que as garotas insistissem para que Emma continuasse na Itália acreditando que tudo podia ser resolvido.

Stai bene? – Você está bem? - Uma voz tirou Emma de seus pensamentos e ali ao seu lado estava parada uma mulher, Emma precisou forçar a visão contra a luz do dia, se sentia sensível de mais a ela naquela manhã, a moça tinha belos cabelos castanhos e com pequenas rugas do tempo em seu rosto, os olhos claros e brilhantes e as feições comuns a italianos em geral, mas que combinavam delicadamente em seu rosto. - Eu posso chamar o médico... - ela disse em italiano e repetiu cuidadosamente em inglês e espanhol.

– No, sto bene, solo stanco più. – Não, eu estou bem, só cansada de mais. - Ela respondeu apressadamente reconhecendo a mulher como uma das monitoras voluntárias.

Sei troppo giovane per perdere il sonno, qualcosa di molto brutto deve essere successo. – Você é muito nova para perder o sono, algo muito mal deve ter acontecido. - A mulher sorriu condescendente e se sentou ao lado de Emma na grama próxima ao fio de água que corria ali na área mais escura do jardim. - Quer falar sobre isso?

– Eu não sei se posso. - Emma murmura desviando o olhar de volta para a paisagem, a situação atual dela não era fácil de explicar. - É muito complicado...

– Se fosse simples acho que não tiraria o seu sono. - O silêncio voltou entre elas enquanto a mulher também observava a paisagem.- Esse deve ser um dos meus lugares preferidos de Florença, e acredite que como local eu conheci muitos lugares interessantes aqui. É calmo e sempre agradável, independente de que época for, a natureza mantém bem esse lugar, e tem tanta história, tanta vida! - Ela se deteve observando o redor onde havia um exemplo de arquitetura próximo.

– E 'più bella che mi merito, io tempo fa ero abituato a vedere la bellezza nei momenti fugaci che non riesco a ricordare l'ultima volta che hai smesso di vedere lo sfondo ... – É mais bonito do que eu mereço, faz tempo que eu me acostumei a ver a beleza em momentos passageiros que não lembro mais a última vez que parei ver a fundo... - Sim, Emma se lembrou da última vez, era o jardim da casa de Dona Mantovani, mas parecia ser tanto tempo atrás.

Niente è più bello. – Nada é bonito de mais.

– Não, mas eu não acredito que seja merecedora disso. - Emma suspirou. - Eu achei que estava fazendo a coisa certa... Mas ele se zangou tanto.

– Problema com homens? - A monitora perguntou com um sorriso brincalhão se virando para ver Emma ao seu lado.

– Não exatamente, não desse jeito que você pensa... - Emma corou, ela e,Raoul não tinham qualquer envolvimento e romântico era provavelmente o último possível, ou o primeiro completamente impossível. - Como você resolveria um problema de confiança? Quando ele não consegue ver nada de bom o suficiente em você para ao menos te ouvir?

Ignora questo ragazzo, si rende conto che i giudici solo male. – Ignore esse rapaz, ele perceberá sozinho que te julgou mal.

– Não, não vai... Eu devia aproveitar o tempo que tenho antes de ir embora, mas pensar que não vou voltar mais machuca. - Emma se levantou.

Il tempo non è qualcosa di molto prezioso? Spero che vi piaccia meglio di me. – Tempo é algo muito precioso não? Espero que você aproveite melhor que eu.

Credo che non potrò mai sapere se ho preso abbastanza, ma sono contento di settimane che ho passato qui è stato un buon momento. – Acho que nunca vou descobrir se aproveitei o suficiente, mas estou contente pelas semanas que passei aqui, foi um bom tempo. - Emma se pôs na trilha novamente. - Obrigada, mas acho que é melhor eu ir, acho que vou pegar um táxi.

– Boa sorte com seu relatório e com todo o resto, que seus problemas se resolvam logo. - A mulher lhe desejou depois de acenar para Emma. - Foi um prazer falar com você.

Grazie, molto gentile. Grazie per le parole. – Obrigada, é muito gentil. Muito obrigada pelas palavras. - Emma sorriu um pouco mais pensativa e decidida do que horas antes.

Giardino Bardini - Florença.


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Notas finais do capítulo

Tenho mais um capítulo que escrevi antes desse e que facilmente posso adaptar, devo postá-lo até quarta ;)
Comecei uma NOVA HISTÓRIA e gostaria que vocês a vissem!
É sobre minha escritora favorita, em BEGIN AGAIN Anne sai do século XXI para acabar dentro do livro de Austen, Orgulho e Preconceito onde aprenderá que amor não é algo ficcional.
Beijos e deem uma olhada, ok?! Cometem!