Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=DKhnmUdmz74



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E se eu disser que não sou como os outros?
(Mantenha-se no escuro)
E se eu disser que não sou apenas outros de seus brinquedos?
(Você sabe quem são todos eles)
Você é o falso!
(Falso)
E se eu disser que nunca me renderei?

Então quem é você?

The Pretender-Foo Fighters

 

 

 

 

Novas Perspectivas.

 

Eu não costumo dar um stop pra mim. Não penso muito sobre os rumos que a minha vida tomou. Até porque sei que corro o risco de encontrar muitos arrependimentos. Também nunca pensava sobre meu futuro. Porque até então minhas perspectivas pra ele eram sempre as mesmas. Apartamento alugado pelo resto da vida, alguns cigarros e cerveja, uns raros amigos e um pouco de fogo saindo pelos dedos. Estava conformada. Era isso.

Até então. Até um bando de malucos chegarem do nada e fazerem tudo o que eu conhecia virar de cabeça pra baixo. Eu fazia parte de algo maior agora, eu tinha outras possibilidades e novas perspectivas pra o que veria a ser daqui pra frente.

 

Já eram quase onze. Há quase uma hora o Nick havia saindo daqui, e há quase uma hora ele havia ligado.

Grande coisa.

Não estava com sono, apesar de o meu corpo dar sinais de cansaço. Peguei um cigarro da carteira e comecei a brincar com ele nos dedos. Foquei por alguns segundos o olhar nele.

Estava aceso.

O levei aos lábios.

Fiquei deitada no sofá. Havia colocado uma calça jeans e uma camiseta que havia ganhado da Megie no natal passado. Grande merda, isso pra nada.

Qual é a sua Audrey?

- Ele não vem Narrow, quer saber eu vou é dormir. Amanhã vou ter que dar minha cara à tapa lá na loja.

Apaguei o cigarro e desliguei a luz da sala.

Quando entrei no quarto ouvi o barulho da campainha tocar bem alto. Mais uma vez. Voltei, peguei a chave da porta que estava em cima da mesa.

Campainha de novo.

- Porra, calma.

Coloquei a chave na tranca e destranquei.

Tom estava parado na minha porta pronto pra apertar a campainha mais uma vez. Estava tão... lindo. Usava uma camiseta vermelha e por cima uma jaqueta de couro incrível. Acho que ele percebeu que eu o olhei de cima a baixo e me soltou um olhar tão quente, e pra completar deu aquele sorriso torto perfeito.

Estúpido.

-Qual é seu problema Mané?Sabia que tem gente que dorme a essa hora? É só tocar uma vez a campainha e não sou surda.

Ele riu.

- É que eu vi a luz apagada e pensei que já estivesse dormindo.

- E porque quando eu acendi a luz você não parou de tocar?

Ele sorriu e passou a mão pelo cabelo no melhor estilo “galã”.

- Aí já foi porque eu sabia que ia te irritar.

-Babaca.

-E então, vamos?

 

Vamos? Vamos pra onde? Eu achava que iríamos ficar aqui.

-Mudanças de planos, preciso te levar a um lugar. Então está pronta?

-Eu não gosto de surpresas fique sabendo.

-Mas dessa você vai gostar.

Eu voltei peguei meu casaco enfiei no bolso uma carteira de cigarros e passei a chave na porta. Ele me segurou pela mão e foi me puxando até o carro.

Eu não sabia o que esperar. Nunca se sabe o que esperar quando se trata do Tom.

O carro dessa noite não era o convencional conversível vermelho. Era mais discreto, apesar de ser absurdamente lindo também. Era uma espécie de Mercedes preta.

Nós entramos no carro. Eu fiquei esperando ele dar partida.

- Onde vocês conseguem todos esses carros? – eu perguntei com nítida curiosidade.

- São ósseos do oficio.

- Você respondeu bastante minha pergunta.

Ele sorriu pra mim.

-Muita coisa vai ser respondida.

Nós saímos em direção ao centro da cidade em alta velocidade.

Certas coisas nunca mudam.

-Você ainda não me disse pra onde está me levando. – questionei novamente.

-Eu ia contar, mas depois que você confessou que odeia surpresas prefiro manter segredo.

Eu o olhei pasma.

- Você é completamente insuportável, sabia disso?

- Sabia.

Ele prosseguiu dirigindo sem mover os olhos da direção.

Paramos em um sinal quando ele falou:

- A partir de agora você não vai ver mais nada.

-Como é que é? – eu perguntei.

- Ou melhor, vai ver sim, só que outras coisas.

 

Eu nem tive tempo de responder por que nesse exato instante minha visão ficou turva. E no lugar da rua e do carro preto, eu me encontrava agora numa sala. Uma sala de paredes completamente brancas e no lugar apenas uma mesa simples e um sofá vermelho no qual eu estava sentada.

-Dilan? Onde eu estou? Me traz de volta.

Eu não tive resposta, e sabia que eu não iria ter até chegarmos até o lugar-surpresa.

Após alguns minutos naquela sala o branco intenso começou a me deixar com dor de cabeça. Por isso deitei no sofá, que por sinal era muito confortável, e fechei os olhos.

Já estava ficando de saco cheio, quando de repente o branco foi sumindo dando lugar à noite.

Eu estava novamente no carro que agora estava parado.  A porta do meu lado estava aberta e do lado de fora Tom a segurava.

-Chegamos.

Eu pisquei umas duas vezes. Tinha a impressão que conhecia aquele lugar.

Saí do carro. Ele fechou a porta atrás de mim. Eu realmente conhecia aquele lugar, mas agora estava diferente.

Era o circo.

Virei-me para encarar Tom, ele olhou pra mim em resposta. Novamente me voltei para imensa lona armada. Era gigantesco, quase inacreditável.

-Vá em frente.

Ouvi Tom falar atrás de mim.

 

Fui andando com passos lentos mais firmes. E quanto mais eu me aproximava, maior ele se tornava, era tão claro, as cores que variavam do vermelho até um tom de amarelo claro me lembravam chamas. Por um segundo quis pensar que aquilo fazia parte de uma ilusão de Tom, mas era absolutamente real.

Eu sentia uma excitação anormal, Tom caminhava lado a lado comigo.

Quando numa das fendas para dentro do circo, Ele se posicionou a minha frente e levantou a aba, me abrindo passagem.

Dai pra gente tudo parecia fazer parte de um sonho.

Audrey no País das Maravilhas?

Fiquei imóvel e adaptei meus olhos a forte luminosidade que estava lá dentro. Era lindo, era mais que lindo era mágico. Tudo lá exalava força, poder e magia.

Dei mais alguns passos. Todos os acentos, que deviam ser uns trezentos, estavam vazios. O centro do picadeiro era um chão escuro, como um palco de teatro, e no meio dele um pequeno palanque. Nessa hora as luzes se apagaram, e tudo virou trevas. Segurei a mão de Tom meio que por impulso, soltando logo em seguida.

Foi quando um feche de luz branca focou no meio do picadeiro, e no pequeno palanque que antes estava vazio agora tinha um homem, ou melhor, um vampiro, era Baltazar.

Seu traje era absolutamente impecável, usava uma cartola negra como o resto da roupa e segurava uma bengala. Sua tez estava mais corada que a normal, ele sorriu pra mim, senti um arrepio por todo meu corpo. Lembrei-me do que o estranho me disse no beco hoje cedo. Estranho, parece que já haviam passados dias, eu havia até esquecido.

“Eu preciso que você se afaste de Baltazar. Está me entendo? Ele não é confiável Audrey.”

- Seja bem-vinda senhorita Shandow! – sua voz era profunda e charmosa. – Hoje o Dark Circus fará uma apresentação especial.

Ele novamente sorriu agora me olhando bem fundo nos olhos.

Mais um arrepio.

Tom colocou a mão no meu ombro me direcionando para um acento bem de frente ao palco. Sentamos e Baltazar prosseguiu:

-Senhoras e senhores, vocês estão prestes a presenciar ao mágico mundo onde tudo, literalmente tudo que você possa imaginar é possível. – ele falava enquanto fazia gestos com a bengala. – Não tenham medo, nem se acanhem, deixem a mente livre para o impossível.

Eu olhei para Tom e ele olhou em resposta, já devia ter ouvido aquele discurso milhares de vezes.

Novamente as luzes voltaram a se apagar por completo. E quando o mesmo feche de luz branca voltou a aparecer Baltazar havia sumido.

- O que acontece agora? – perguntei num cochicho a Tom

-Aprecie o espetáculo. – foi o que ele respondeu.

O feche de luz começou a se mexer, e de um círculo no chão tive a impressão que ele estava mudando de forma. Olhei para traz procurando de onde a luz vinha, mas não achei nada. De repente a luz branca virou a silhueta de uma mulher, e essa mesma mulher estava então em pé. Era tão surreal que precisei me ajustar na cadeira procurando uma posição que melhor pudesse ver. Ela era uma bailarina, ela começou então a dançar. Um solo suave de piano começou a tocar embalando a solitária valsa.

Era tão graciosa que dava quase vontade de acompanhá-la também. A música ficou mais triste, e então pequenos flocos de luz branca começaram a cair. A doce bailarina saiu correndo em direção as sobras, retornando em seguida com um laço de cetim na mão. A trás dela saiu outra bailarina, e depois outra, e mais outra e outra.  Todas começaram a dançar uma linda valsa fazendo acrobacias com as fitas, era tão simples e ao mesmo tempo tão imaculado. A sincronia era perfeita.

Mas de repente tudo ficou iluminado de novo, meus olhos doeram, e as bailarinas desaparecem, e as fitas caíram ao chão.

A música cessou.

De novo eu pude ouvir a voz de Baltazar, ele estava agora em cima de uma plataforma a minha direita de uns 20 metros de altura.                     

Ele segurava uma das fitas de cetim usadas pelas bailarinas.

- Hoje está uma linda noite para um espetáculo.

E quando ele tornou falar estava novamente no centro do picadeiro.

Mas que merda é essa?

 

Antes mesmo deu colocar minhas idéias no lugar ele havia novamente sumido.

Tom  ergueu da cadeira.

-A onde você está indo? – perguntei.

- O que você acha? Eu também faço parte do freak show. - continuou andando, e depois voltou o rosto e disse – Eu volto não saia daí.

Eu assenti com a cabeça, e antes mesmo de finalizar o ato um barulho me chamou atenção para o palco.

Um balão. Um balão amarelo com uma carinha desenhada nele.

Ele flutuava sozinho e solitário, mas não flutuava pra cima como o normal, mas para o lado como se estivesse andando.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai??