Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto assim !!



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O Canalha colocou a face ao lado da minha, impossibilitando de me ver o seu rosto.

- Audrey. – ele sussurrou.

Eu já tinha lágrimas nos olhos.

- Eu não vou te machucar, só preciso conversar um pouco com você. – ele prosseguiu.

-Quem é você mesmo? – minha voz tremia.

- Deixa primeiro eu falar. – ele falou gravemente.

- Mas que droga. – lágrimas escorreram na minha face. Não sabia o porquê, acho que já tava de saco cheio de tudo estar sempre fora dos eixos.

- Eu preciso que você se afaste de Baltazar. Está me entendo? Ele não é confiável. Audrey se afaste dele.

Eu abri os olhos, estava com raiva, ele continuava colocando pressão sobre meu corpo. Doía.

-Por quê? – eu perguntei entre dentes.

-Porque sim caralho. – ele quase gritou.

Raiva. Medo.

- De onde você o conhece? – eu perguntei

-Isso não importa, só faça o que eu digo. Pra sua segurança.

Ele me soltou. O brilho da lua me deixou ver a pele branca.

Eu o conhecia?

Ele virou- se de costas e quase correndo saiu do beco, me deixando só.

Derramei mais uma lágrima antes de secar os olhos me recompor e continuar andando.

Agora fazia frio.

Quem era aquele sujeito?Foda-se

Eu finalmente cheguei ao meu prédio, e pela primeira vez, me senti feliz por isso.

Quando estava subindo a escadas da entrada, alguém sai pela porta.

Eu olho.

Era o Nick.

-Audrey! Eu vim aqui te visit... – eu o interrompo.

Começo a chorar. Choro como há anos não fazia. É um choro cansado e sincero.

Algumas gotas de chuva também começam a cair.

-Audrey...

Ele me abraça, eu o abraço. E ficamos abaixo da chuva, abraçados bem forte.

Talvez fosse só isso, só isso que eu precisava esse tempo todo.

 

 

 

 

Temos tantas necessidades, achamos que todas são tão urgentes, e precisamos sempre saciá-las. Precisamos de dinheiro, alimento, sexo...

Precisamos de alguém.

Mas eu não observei minha maior necessidade: carinho.

Atenção.

 

 

Meu cabelo ainda estava úmido, troquei de roupa e coloquei uma blusa de moletom velha. Fiquei sentada no sofá com Narrow recostando a cabeça na minha perna.

- Hey, quem ta afim de chocolate quente? – o Nick já estava a um tempo na cozinha.

Eu sorri. Sentia-me confortável.

Talvez eu esperasse outra pessoa nesse momento aqui...talvez Megie, talvez outro..

Mas quem estava aqui era o Nick.

-Nick...eu não sei como agradecer...eu nem...- ele pegou minhas mãos e colocou a caneca de chocolate entre elas.

-Não precisa dizer nada Audrey, muito menos agradecer. – ele sorriu – eu 

eu não sabia por que, mas eu decidi passar aqui pra te visitar. E ainda bem que eu fiz isso.

Eu tomei um gole pequeno.

Era muito bom.

-Você faz um ótimo chocolate quente! – minha voz era baixa, quase um sussurro.

-Sério? Minha Vó diz que parece que tem areia dentro. Mas eu ligo, ela diz que tudo tem gosto de areia, Acho que é a prótese dentária.

Ele fez uma cara de pensativo.

-Não, eu gostei, está bom.

Ele sentou na mesinha de centro ficando bem na minha frente.

-Então, como é que você está agora?

Molhada?

-Bem melhor, graças a você.

- É assim que se fala garota.

Ele sorriu de novo. Ele tinha um sorriso tão bonito. E em quase três anos naquele emprego eu nunca tinha reparado. Talvez porque ele sempre fora pra mim o Nick do Caixa.

Ficamos ali parados.

Silêncio.

Mas não era do tipo de silêncio constrangedor. Nem daqueles que esperam uma resposta. Era agradável. Ele não estava me cobrando nada, ele só estava se fazendo presente.

Narrow desceu do sofá e foi perambular na cozinha, provavelmente caçar ratos.

Nick mudou de posição. Começou a falar do filme que tinha alugado. Me contou a história, nós rimos. E rimos, e conversávamos, e eu me sentia melhor a cada minuto.

Eu chorei mais um pouco, mas era porque minha barriga doía, sabe quando você rir até a barriga doer, e depois começa a chorar?

Fomos cessando.

Eu olhei pra ele, mas não um olhar vazio, era quase um agradecimento.

Uma mecha de cabelo solta.

Ele pegou e a repôs de trás da orelha.

Ele aproximou o corpo.

Próximo demais.

Ele segurou meu queixo, senti sua respiração aroma de chocolate. Eu fiquei atônica.

 

Nick?

 

Nossos lábios se encostaram bem levemente, quase como se ele estivesse com medo. Como se eu fosse de papel.

 

Nick?

 

Foi doce.

Eu abri os olhos, os dele já estavam abertos, a boca também como se esperasse eu dizer alguma coisa.

Porque sempre se tem que dizer alguma coisa?

Ele passou sutilmente as costas da mão no meu rosto.

- Você é linda sabia disso? Linda mesmo

Ele afastou o corpo.

Eu não sabia o que dizer, nem como agir. Eu estava surpresa.

 

-Er... – eu tentei dizer alguma coisa nessa hora.

Ele ficou com uma cara de “caralho, fiz merda”.

O telefone começou a tocar.

Eu me levanto ainda presa nesse estado surreal.

Agradecida pelo telefone ter falado por nós dois.

-Alô. – eu falo.

-Audrey? – pergunta a voz masculina do outro lado da linha.

- Ela!

- É o Tom, estou nas redondezas e liguei pra saber se poderia dar um pulo aí.

-Como?

 

Três coisas que passam na sua cabeça num momento desses:

1° Yeah, eu acabei de beijar um dos meus melhores amigos.

2° Quando não são todos é ninguém.

3°O que dizer como resposta?

 

-Hã...acho que sim.

-Você acha? – ele falou meio indignado.

-É eu acho.

-Ok, chego aí em cinco minutos.

 

Coloco o telefone de volta no gancho.

-Droga, droga mesmo.

-O que foi? Aconteceu alguma coisa? – O Nick havia saído do sofá e agora estava ao meu lado.

-Não é nada.

O que fazer agora Audrey Shandow?

 

- Audy, sobre o que acabou de acontecer... Eu entendo se você quiser me expulsar agora a ponta pés.

-Tudo bem, olha, eu nunca te expulsaria daqui, muito menos depois do que você fez por mim hoje... mas eu acho mesmo melhor você ir andando, já passa das dez e...seria perigoso você andando sozinho por aí.

- Ta bom. – ele fez uma carinha tão fofa pra mim nessa hora. Sabe cachorrinho sem dono? Deu vontade de pegar no colo.

Concentre-se Audrey.

-Nos vemos amanhã? – ele perguntou.

-Amanhã? – perguntei confusa.

-É amanhã, segunda... trabalho, você lembra?

Ele sorriu;

-Ah é, tem razão. – fiquei com minha habitual cara de tonta.

-Então ta, se cuida.

Ele me segurou pela cintura e me deu um beijo na bochecha, um pouco demorado demais.

-Tchau

-Tchau.

 

Nick?

 

Fechei a porta de novo.

Fiquei um tempo pensado ainda recostado na porta se tudo isso tinha sido uma boa idéia. Mas não por muito tempo, sai correndo pro banheiro passar uma escova no cabelo, trocar aquela roupa horrorosa e dá uma ajeitadinha naquela minha cara de choro.

 


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