Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 14
Capítulo 14




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O estranho balão parou no centro do palco, fiquei olhando apreensiva com o que poderia vir a seguir. E então...

 

Ele estourou. Com um barulho seco e sem mais surpresas.

Uma música meio estilo anos 50 começou a tocar baixinho, e logo em seguida foi aumentando o volume. Outro balão apareceu, só que dessa vez caindo de algum lugar da lona lá em cima. Antes mesmo de esse cair ao chão mais um cinco balões coloridos começaram a cair também. A música foi se tornando mais agitada, e quando eu menos pude perceber estava chovendo balões. Centenas e centenas de balões, de todas as cores caindo sem parar, como se realmente viessem do céu.

 

E então pequenos pipocos, eles começaram a estourar conforme caíam ao chão. Mas ao invés do barulho comum que se houve quando um balão estoura se ouvia notas musicais, cada cor era uma.

Por detrás das sombras surgiram pequenos homenzinhos vestidos de palhaços e montados e monociclos, fazendo manobras malucas. Eles sorriam fazendo brincadeiras uns com os outros.

 

A cortina atrás novamente se moveu e detrás dela estava saindo algo grande. Era um elefante, e montado em cima dele estava Kathelin, usando um lindo traje dourado e branco. No cabelo uma longa trança que lhe caia no ombro. Ela estava deslumbrante. Enquanto eu, no meu velho jeans.

 

Eles circundavam o palco, o elefante com passos vagarosos. E a música que antes tocava foi substituída por uma de caixinha de ninar. Os balões coloridos haviam todos estourado, mais ainda sim caíam outros, prateados e dourados. Só que estranhamente eles não desciam em velocidade normal, era como se estivessem em câmera lenta.

Pisquei algumas vezes, mesmo assim a velocidade permanecia lenta.

O que parecia pra mim apenas impressão, começou a se tornar realmente estranho, o elefante caminhava cada vez mais devagar, e os balões desciam como em slow motion.

Do centro da lona, caiu um lençol dourado. O elefante parou, e Kathe estirou o braço para se segurar ao lençol. Lentamente seus movimentos iam voltando a velocidade

normal. Ela foi se erguendo, e como toda a delicadeza, como se não lhe custasse esforço nenhum. Cada vez mais alto, até que ela enrolou a perna completamente.

 

Aí eu pensei que daí pra frente, eu já conhecia o resto do número, até porque já é comum esse tipo de performance em qualquer tipo de circo.

Mesmo assim não tirei os olhos dela, nunca se sabe.

Ela começou então a girar sobre o lençol, fazendo com que o tecido se enrolasse em toda a parte inferior de seu corpo. Ouve um então um momento de completo silêncio que antecedeu a sua queda. Quando ela se soltou ouve então o baque, e eu realmente acreditei que ela pudesse ter caído no chão e se machucado, afinal acidentes acontecem.

Mas o barulho que escutei não foi bem de algo quebrando, e sim de algo batendo, mas especificamente asas. Eram asas batendo. E de dentro do lençol saiu uma linda coruja branca, que enquanto voava para fora da tenda enchia o lugar com um pio agudo.

 

O lençol dourado ficou suspenso e solitário balançando até que parou.

Eu fiquei esperando pra ver qual seria a próxima. O silêncio era quase constrangedor;

 

As luzes novamente se apagaram, e retornando a acenderem logo em seguida em tons amarelos e alaranjados. Eu comecei então a ouvir um som de tambores batendo ao fundo, como se estivessem a muitos metros de distância. Eles foram então se tornando mais altos, foram se aproximando e inundando o picadeiro com uma batida sincronizada. A batida era envolvente, e cada vez se tornava mais alta.

Quando de repente surgiram no palco, quatro silhuetas encapuzadas. Presos em suas cinturas grandes tambores, nas quais elas batiam com força com bombos. Em uma coreografia de perfeita sincronia o barulho foi ficando mais envolvente, quase me fazendo dançar.

As luzes começaram a se mexer, iluminando todo o circo. Então começou a chover. Só que não chovia água e sim um liquido que parecia uma espécie de tinta fluorescente. Digamos que a chuva se concentrava apenas onde estavam as quatro figuras. Elas interromperam as batidas enquanto o líquido escorria pelas capas.

Novamente retornaram ao batuque, agora com mais força e velocidade. Eles batiam nos tambores que haviam acumulado tinta em suas superfícies, fazendo com que essa esparramasse em seus corpos e para todas as direções. As luzes foram diminuindo e agora podia ver que a tinta se tornara de um tom laranja vivo que espirrava para todos os lados do palco.  Era lindo!

Ao redor de toda a superfície do palco começaram a sair faíscas, que deviam alcançar uns três metros de altura. Eles permaneciam na batida frenética, quando eu comecei a ouvir um pio fino seguido de uma explosão, e então luzes começaram a estourar no teto.

Eu nem pude acreditar. Estavam estourando fogos dentro da tenda, dentro do circo. De todas as cores que ia numa sincronia perfeita com a batida dos tambores.

Era um show pirotécnico perfeito, mas eu sabia aquilo não poderia ser possível. Apesar de eu poder sentir, ouvir o barulho e sentir o leve cheiro da pólvora, eu sabia que aquilo não passava de ilusões do Tom.

 Mais por mais absurdo que parecesse, eu sentia uma vontade enorme de digamos “brincar com fogo”.

Concentrei-me e foquei meus olhos nos jatos de faíscas que circundavam o palco. Dos quase 3 metros que eles possuíam, eles passaram a ter quase o dobro.

Os batuques pararam, eu não me agüentei e comecei a rir.

Ouvi então uma gargalhada alta e meio sinistra que vinha lá de cima, de uma das torres de sustentação da lona. Era Baltazar que ria pouco contido enquanto batia palmas.

- Bravo, bravo. Realmente espetacular minha cara Audrey.

Eu apaguei os jatos de faíscas.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Falta so mais uns 3 capitulos para acabar!!!