Era uma segunda-feira, após a morte de Addie, todos do distrito estavam cabisbaixos, sua morte teve mais impacto que a de Zac.

Levantei cedo, tomei café da manhã as pressas e fui para a escola. Lembrei de Annie, esperava encontra-la. Cheguei no pátio principal e a avistei, estava ao lado daquelas meninas que tinha visto na praia, as que a jogaram no mar, fui em direção ao meu armário que se localizava próximo a onde elas estavam, portanto, deu para escutar a conversa.

– É, consegui sair do mar, sim, engraçado que não encontrei vocês lá, né, piranhas? Deixa para uma próxima vez. - respondeu Annie a algo que haviam a perguntado anteriormente, tentando se afastar do grupo de meninas, mas embarreirada pelas mesmas.

– O que você disse? Ah, mas você tá muito ferrada, sabe esse rostinho bonito ai? Pois sim, vou adorar detona-lo. Você não tem noção com quem se meteu, projeto de vadia. - ameaçou uma das garotas, essa era da minha classe de história de Panem, Amber, seu nome. Não pude me conter, antes de Annie responder algo ácido à garota, eu mesmo fiz.

– O que você disse? Vai detonar a cara dela? Eu sei que é mil vezes mais bonita que a sua, mas não precisa disso, escreva sobre essa sua inveja em um diário, não na cara dela. E eu não quero ouvir mais vocês falando, olhando, respirando perto da minha garota. Agora se me derem licença, Annie, vou te levar para a aula.

As garotas me olharam em choque. Finnick Odair, sem querer me achar, mas o garoto mais bonito de todo o distrito chamando uma menina de "sua garota"Annie definitivamente iria acreditar que não era só mais uma para mim agora. Errado.

– O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTAVA FAZENDO? Eu pareci fraca! Que precisava que um garoto sentisse pena de mim e fosse me ajudar! Eu não preciso de ninguém para me defender! - surtou assim que se afastamos das meninas.

Caramba! Essa garota estava me deixando louco! Nunca ninguém me tratou assim! Pelo contrário, todas as meninas do distrito se jogavam aos meus pés, que tipo de problema mental essa dai tinha? Eu precisava conquista-la. Queria realmente que fosse a minha garota. Era forte, bonita, sim, Annie era magnificamente bela, tinha cabelos escuros lisos e olhos verdes, além de ser engraçada e sarcástica...

– Qual é o seu problema? Eu tava tentando te ajudar, agora elas vão te deixar em paz, você não vai levar porrada por minha causa. Annie, porque você não enxerga que eu gosto de você?

– Finnick, primeiro você me resgata do mar, depois afasta as megeras, daqui a pouco vai me salvar da bruxa má. Eu sou a princesa frágil da relação e você o cavalheiro no cavalo branco. Isso é uma coisa que definitivamente aquelas garotas gostariam, mas eu não. - falou isso e entrou na sala de aula, me deixando sozinho no corredor.

Depois do ocorrido o dia se seguiu normal, pesquei, surfei, ajudei minha mãe a trançar redes e comprei o jantar na feira semanal. Estava em minha cama esperando a comida ficar pronta quando tive uma ideia. Annie não sabia nadar, nem queria ser a donzela em perigo, para isso não mais acontecer, iria ensina-la a nadar. É isso! A daria aulas de natação.

Avisei a minha mãe que estava de saída, ao crepúsculo, subi a rua até sua casa. Recolhi umas pedrinhas no chão e as atirei em direção ao que desconfiava ser sua janela, pelas cortinas cor-de-rosa.

Ela apareceu na janela gritando:

– Mas que diabos você tá fazendo aqui? Perai, tô descendo.

Alguns minutos depois ela apareceu abrindo a porta de entrada e vindo em minha direção.

– Ok, o que te levou até aqui? - perguntou.

– Eu tava pensando, você não sabe nadar, queria te dar aulas de natação, para não ser mais uma donzela em perigo em alto mar.

Ela riu.

– Fechado. Amanhã, depois da aula. - concordou colocando um sorriso em meu rosto. E retornando a casa.

Estava prestes a me virar quando a ouso dizer.

– E, Finnick, porque está fazendo isso por mim?

– Porque eu te amo. - respondi.

Ela riu consigo mesma e adentrou na casa.