O garoto do tridente escrita por Izzy
Addie morreu.
Eu estava no centro comprando comida para o almoço quando ouso um grito vindo da casa onde ela morava. Não um grito normal, mas com uma mágoa contida, como se a tristeza não cabece no peito de quem o emitiu e estivesse sendo colocada para fora.
Me dirige para onde ficava o telão da cidade e esperei a reprise. Sem querer uma lágrima rolou em meu rosto. Addie era muito jovem e não merecia morrer. As imagens do telão eram grotescas. No vídeo, Matt, um tributo do distrito 2, a avistava dizia "Ei, garotinha, não tenha medo, vem cá, não vou fazer nada de mal a você" seria uma coisa que eu faria. Não teria coragem de matar uma garotinha de 12 anos, nem por uma questão de defesa. Afinal, é só uma garotinha assustada, ela nunca conseguiria me matar, não seria uma oponente. Addie nunca conseguiria matar Matt também e ele sabia disso. Ela saiu de trás da árvore, com um olhar esperançoso. A garota finalmente havia encontrado um aliado talvez até um amigo, mas o carreirista não tinha essa intenção. Assim que ela se aproximou dele, o adolescente levou as mãos ao seu pescoço e em um movimento rápido o quebrou. O canhão foi disparado.
Depois que assistir a essas imagens, fiz uma nota mental de que nunca se deve confiar em nenhum carreirista. Eles são cruéis. Corri até a antiga casa de Addie, queria consolar sua família, mas no caminho lembrei de minha única experiência com a menina.
Era um dia de sol, eu estava levando umas redes que minha mãe havia trançado à um grupo de pescadores, Addie estava lá com o pai, sentada em uma esteira na areia, brincando com uma boneca de pano.
Seu pai, limpando o peixe para expor na feira do dia seguinte, pediu para ela receber as redes de minha mãe e me entregar o dinheiro, ela se levantou e pegou as redes comigo e dirigiu uma pergunta a mim:
–Você gosta desse cheiro de peixe?
Respondi que não, sorrindo.
–Nem eu - falou entregando-me o dinheiro e reparando em meu rosto - Você tem covinhas! Que fofo! Eu adoro gente que tem covinhas! - elogiou colocando as mãos nelas.
Enxuguei as lágrimas de meu rosto, mudando o rumo. Segui para casa, não conseguiria pensar que nunca mais teria a presença daquela menininha no distrito. Cheguei em casa, me joguei na cama chorando e amaldiçoei baixinho o covarde do Matt, pessoas como ele não mereciam viver.
Mal sabia eu que anos depois, eu seria obrigado a matar pessoas também. Pessoas que fariam falta. Pessoas que tinham famílias. E que gente que eu sequer conhecia odiaria esse tal de Finnick Odair. O mesmo ódio que eu sentia por Matt. Me tornei um assassino.
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