Angelic Me escrita por Thaís Fonseca


Capítulo 2
Capítulo II - Não Seja Covarde




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Não dormi a noite toda. Fiquei pensando no por que daquilo tudo. Repassando os momentos e as falas na minha cabeça. Tentando lembrar se tinha dito ou feito algo errado para ele ou para a família. A verdade é que não consegui encontrar razão nenhuma para a atitude de Edward.

Quero dizer, todos me receberam bem. Talvez Rosalie não tivesse ido com a minha cara, mas tudo bem. Nós mulheres sempre temos um pouco disso. Mas mesmo assim, ela não havia sido grossa ou mal educada.

Depois de passar toda minha madrugada pensando, resolvi que deveria tomar uma atitude. Eu posso não ser uma garota comunicativa, mas sou decidida.

Olhei o relógio na cabeceira da minha cama. Era 5:30. Não ia conseguir dormir mais, e nem daria tempo. Então me levantei vagarosamente, procurando uma roupa para aquele dia. Saí do meu quarto e entrei no único banheiro da casa para tomar um banho.

Desci as escadas depois de arrumada. Charlie continuava dormindo. Confesso que esse é um dos raros momentos em que não desejaria estar só. Minha mente havia trabalhado muito a noite toda, precisava se distrair. Então fiz panquecas para o nosso café da manhã. Ao terminar, Charlie adentrou a cozinha. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas acho que ele estava esperando com que finalizasse o momento “mestre cuca” para ele não ter que ajudar.

- Bom dia, Bella – ele disse, ainda sonolento.

- Bom dia – minha voz apresentava um tom traiçoeiro que entregava minha preocupação.

Charlie percebeu, vi no olhar dele. Mas graças a Deus, por ser um homem discreto, simplesmente resolveu ocupar minha mente. Justamente o que eu precisava.

- Então, como foi com os Cullen ontem? – perguntou, se sentando a mesa enquanto eu o servia, e fazia o mesmo para mim.

Tudo bem. De todos os assuntos que ele poderia me perguntar, tinha que ser esse, pelo amor de Deus? Por que meu pai é o chefe de polícia afinal? Não poderia ser só um pai normal, que vai todas as manhãs para seu escritório de publicidade. Comum. E por que não poderíamos falar de algo mais trivial? “Como estão suas notas, Bella?” ou “tem falado com a sua mãe?”. Mas não, estamos falando de mim, da minha vida.

- Ah, foi... estranho – disse eu, sentando-me a mesa e começando a comer para evitar que aquela conversa fosse longe demais. Eu já havia me trancado no quarto mais cedo ontem, para que ele não me fizesse perguntas.

- Entendo. E eles foram todos simpáticos com você?

Como? Parecia que ele sabia que algo acontecera. A palavra ‘todos’ pesou mais não só nos meus ouvidos como na voz dele.

- Aham. Alice e Emmett, dois dos filhos do Dr. Carlisle vêm aqui. Vou dar carona a eles até a escola. Só para mostrar o caminho e tudo mais. Os outros vão me seguir no carro de Edward.

Pronunciei o nome dele com um tom de frustração que eu não queria ter usado, Charlie não percebeu, para meu alívio. Esse era um ponto que eu havia provavelmente adquirido de meus avós. Nem Reneé, nem Charlie eram observadores. Mas eu era.

Parece que a história da carona fez com que Charlie relaxasse e tirasse da cabeça que algo havia dado errado ontem. Melhor assim.

Tirei a mesa e coloquei a mochila nas costas. Dez para as sete. Me despedi de Charlie e sai da casa, entrando na minha caminhonete. Era um clássico. Uma Chevi vermelha dos anos 50. Não era um carro ruim. Não para sua idade.

Tirei o carro da calçada, deixando-o parado de frente para a casa. Isso já facilitaria para quando os novos vizinhos chegassem. Tirei a chave da ignição e desci do carro. Me encostei a lateral do carro, esperando com que chegassem.

As sete em ponto, escutei um ronco de motor. Completamente diferente do ronco do motor do meu carro, esse era suave, mas agressivo. Olhei em direção a trilha e vi um volvo prata reluzir dentre a floresta. UAU! Era lindo. E só assinava o atestado de riqueza da família Cullen.

O carro parou logo atrás do meu, que quase chorou de tão simples e antiquado que era, perto do novo ‘colega’. Meus olhos não deixaram de buscar pelo motorista. Ele estava mais lindo essa manhã. O cabelo mais bagunçado, de um jeito moderno. Um casaco aparentemente cinza. Os olhos porém, se encontraram com os meus da mesma forma que no dia anterior. Odiosos.

A porta traseira se abriu e a irmã morena apareceu, logo sendo acompanhada pelo irmão brutamontes. Ele poderia assustar qualquer um devido ao corpo musculoso e a altura. Os ombros e peito largos. A estrutura atlética. Mas a mim parecia divertido. Como algum colega que eu conhecia a anos.

- Bom dia Bella! – disse Alice com o mesmo tom entusiasmado que concordara com meu apelo de horas antes – essa é sua máquina? Parece boa.

- É só um velho clássico. Nada muito impressionante.

- Impressiona não é? – disse Emmett pela primeira vez. Sua voz era forte e espirituosa. Como qualquer um imaginaria. Percebi que ele se referia ao carro do irmão. – Falei para Edward que comprasse um preto, mas sabe como é. As pessoas dessa família costumam gostar de coisas chamativas.

Ele riu de uma piada que devo ter perdido em algum momento, e juro que vi Edward revirar os olhos dentro do carro. Será que ele nos escutava?

- Bom. Podemos ir? Estou tão animada para o primeiro dia de aula na escola nova! – Alice estava mesmo animada. Mas por quê? Era o ensino médio pelo amor de Deus.

Emmett revirou os olhos.

- Você sempre está entusiasmada. Chega de primeiros dias de aula, não?

Eu abri a porta para que meus vizinhos pudessem entrar no carro e segui para o meu banco. Puxei o cinto sobre o meu corpo e liguei o carro. O motor roncou desesperado e eu senti minhas bochechas corarem automaticamente. Era óbvio que eles estavam acostumados a carros melhores.

Engatei a primeira marcha e sai lentamente do acostamento, seguindo pela rua, com Edward logo atrás. Era tão estranho tudo aquilo.

- Então Bella, mora aqui desde sempre? – Alice tentava puxar um assunto já que a Isabella antissocial Swan permanecia calada.

- Ah, não. Moro aqui com meu pai a quatro anos. Antes vivia com minha mãe, em Phoenix.

- Puxa! Phoenix? Lá não é um dos lugares mais ensolarados do país? – Emmett parecia encantado.

- Sim. Forks e Phoenix são extremos. Totalmente opostos. Eu adoro o sol e o clima quente. Ou adorava. O clima permanente de Forks já não me afeta mais.

- E se gosta tanto do sol, por que veio para Forks? Quero dizer, lá tem praias e tudo mais. – Alice parecia curiosa.

- Bom, minha mãe casou novamente. Phil é um bom homem, mas precisava viajar constantemente, e minha mãe não queria me deixar só. Ficava comigo. Só que isso não a agradava. Cuidar de mim era gratificante mas, ela queria estar com ele. Eu via isso nos olhos dela. E eu era muito distante de Charlie. Então pedi para vir para Forks. Até para me aproximar mais do meu pai. Mas, bom. Mudando de assunto, ouvi Emmett falar algo sobre ‘primeiros dias de aula’. Vocês costumam mudar muito de colégio?

Alice pareceu nervosa pelo que foi no máximo meio segundo e em seguida mostrou o mesmo sorriso animado.

- Sim. Por Carlisle ser um médico, nos mudamos bastante.

Cheguei a Forks High School logo em seguida, estacionando meu carro no lugar de sempre. Era março, meio do semestre. Todos estavam acostumados a relíquia que era o meu carro. Aliás, em Forks, a maioria dos jovens tinha carros antigos, usados ou semi novos. Mas percebi as cabeças se virarem automaticamente em direção ao volvo que me seguia.

Claro que todos já sabiam da chegada dos Cullen. Era uma cidade pequena com poucas coisas para fazer. Todos acabavam descobrindo tudo no fim das contas. E o rumor já corria a muito tempo.

Desliguei a caminhonete e ensaiei um ‘bem vindos ao ensino médio, de novo’ para Alice e Emmett que riram. Desci do carro, acompanhada pelos dois irmãos. Logo do outro lado do estacionamento, vi um por um, os outros três descerem, elegantemente.

Rosalie com seus cabelos dourados e brilhantes, logo fez questão de agarrar o braço de Emmett. Alice abriu um sorriso ainda maior para Jasper, também se aproximando do garoto. Então era o que eu pensava. Casais. Era estranho, levando em conta de que eles poderiam realmente ser irmãos.

Alice se virou para mim novamente, dizendo:

- Obrigada pela carona Bella, foi muito útil.

- De nada. Se precisarem, estou aqui para ajudar. Aliás, o prédio da secretaria é logo ali...

- Mas por que você tem essa mania irritante de achar que somos burros? Podemos achar pelo menos um prédio idiota sozinhos. Ou agora você quer amarrar uma coleira aos nossos pescoços e nos levar para passear? – Edward atacou de novo, enraivecido. E mais uma vez o tom firme de sua vez me fez recuar.

Só que eu havia perdido uma noite de sono pensando em como lidar com aquilo, e não ia simplesmente me abalar e chorar escondida como fiz. Eu iria enfrentá-lo. Enquanto Alice o fitava indignada, eu disse, de maneira inconsciente.

- O fato de estar frustrado com o que quer que seja não te da o direito de falar comigo assim. Estou apenas tentando ser gentil. Isso afeta sua masculinidade?

Ouvi Emmett rir, enquanto os outros permaneciam tensos. Edward olhou para o leste, rindo em seguida.

- Se acha bastante esperta não é garota? Eu acho melhor você tomar cuidado com o que fala.  A ultima coisa de que preciso é de mais motivos para te mostrar o por que da minha irritação.

Ele colocou a mochila sobre os ombros e partiu em direção ao prédio da secretaria, me fazendo recuar para a esquerda. Se eu não tivesse me esquivado, tenho certeza de que ele bateria seus ombros nos meus violentamente. Ou me empurraria o que seria pior.

Mas o que diabos esse garoto acha que é? Sinceramente, ele está começando a me irritar de verdade.

Os outros seguiram o irritadinho, me deixando para trás. Alice quando passou por mim, sussurrou um ‘desculpa’ quase inaudível. Emmett sorria triunfante, como se tivesse adorado o fato de alguém ter desafiado o irmão.

Entrei no prédio de costume, em direção a sala de história. Logo me vi cercada por Mike e Jéssica.

- UAU, o que foi aquilo? Não ouvi nada, mas percebi uma tensão. Você espetou o cara, ou o quê? – Era obvio que Jessica estivesse sedenta por informações. Não havia nada que ela fizesse na vida além disso.

- Não sei qual é o problema dele. Me odeia, simplesmente assim.

- Como assim te odeia, Bella? – Mike riu como se aquilo fosse impossível – O cara nem te conhece!

- Pois é. Mas desde que chegou não é nada além de um grosso, estúpido.

- Hmmmm. Ele deve ter ficado interessado em você! – Ok, esqueci de mencionar. Jessica também faz outra coisa além de fofocar: é louca. Ela sempre acha que se você tem algo contra outra pessoa, você gosta dela de algum modo. Me tira daqui, pelo amor de DEUS!

- Jess, por favor. Se o Edward gostasse de mim, teria ao menos tentado ser gentil. Ou agora grosseria mudou de nome?

- Edward? Hm. Ele é um gato. E os irmãos também. Aliás, todos são lindos, inclusive as meninas. A loira é um verdadeiro anjo, mas parece ser metida. Mas vamos deixar claro: Edward é o mais lindo.

Eu apenas revirei os olhos, acompanhada de Mike. Não precisava ouvir os discursos de Jess sobre de qual tom de castanho eram os cabelos de Edward ou como a pele pálida deles era misteriosa e excitante.

Eu ainda precisava entender tudo. Precisava de um jeito de desafiar Edward. Sem ele me derrotar, claro.

As aulas passaram rapidamente, e o almoço chegou mais cedo do que deveria. Eu ainda nem tinha uma tática boa o suficiente.

Cheguei ao refeitório com os colegas de sempre. Eric, Jess, Mike, Lauren, Angela e Tyler a tira colo. Eles já estavam lá, todos numa mesa ao canto. Parados. Sim, eles estavam quietos, estranhos. Todos com a bandeja cheia de comida, mas ninguém tocava em nada. Rosalie fazia carinho num Emmett entediado. Alice parecia cochichar discretamente com Jasper, enquanto Edward permanecia imóvel, olhando para um ponto fixo. Como se quisesse prestar atenção em algo específico.

Peguei meu almoço e me sentei com meus colegas. Comi, sem vontade, ainda pensando em como encurralar Edward. Foi quando Jessica disse.

- Eu disse! Ele está caidinho por você! Não para de olhar para cá. Tenho até inveja. – E dava para perceber que tinha mesmo. Mas não era esse o motivo do meu espanto. Eu olhei em direção a ele, e realmente vi que seu olhar se dirigia a mim. Só que ele estava... sofrendo. Sentindo uma dor, ou coisa assim. Juro que senti vontade de ir até lá e ajudá-lo. Era atraente. Por um momento me vi ao seu lado, tentando acalmá-lo. Que irônico.

Ele mudou o olhar, como se conversasse com um dos irmãos. Então eu voltei minha atenção para a bandeja de comida agora vazia. O que aquilo significava? Enfim, eu não havia desistido de encostá-lo na parede.

Assim que o sinal tocou, Edward se levantou e partiu apressadamente entre as pessoas. Passou por mim, me ignorando completamente. Isso me frustrou. Ele já havia me ofendido, sido grosso, me olhado com ódio, mas me ignorar? Era injusto.

Me levantei, e quando dei por mim, Alice passava ao meu lado, de mãos dada com o namorado louro. Com a mesma velocidade da luz, uma idéia me ocorreu e eu segurei seu braço, afobada.

Ela não pareceu se importar, ou se surpreender. Simplesmente me olhou demonstrando uma falsa curiosidade.

- Sim?

- Alice. Qual a última aula dele?

Ela sabia a quem eu me referia pois respondeu sem demoras.

- Biologia.

- Obrigada. Vejo você na saída.

 

Meu plano estava formado. Minha aula última também era biologia. E eu sabia muitíssimo bem que só havia um lugar vazio naquela sala. Ao meu lado. Como um plano infalível, tudo se juntou em minha mente e não pude deixar de sorrir discretamente. Daria certo, era obvio.

No último tempo, entrei na sala, e lá estava ele, sentado na mesa em que eu me sentava. Deveria ter seguido as ordens do professor. Me aproximei, sentando ao lado dele, jogando a mochila no chão. Ele pareceu prender o ar. Seu rosto era apavorante (se isso fosse possível). Ele estava segurando a ponta do banco, com força. Parecia estar prestes a vomitar ou sei lá o que.

Não era de se estranhar. No canto da sala, um ventilador ligado, espalhando diversos perfumes no ar. Uns bons, outros nem tanto. Mas aquela mescla era doce demais, enjoativa. Mas era suportável, sei lá.

A aula passou de forma lenta. Já percebi, sempre que eu tenho algo para fazer, as coisas vão lentamente. Quando eu não quero que aconteça ou não estou preparada, sempre é mais rápido. Maldita lei de Murphy.

Então, finalmente o sinal tocou e todos foram embora. Eu fiquei, fingindo organizar as coisas na mochila. Edward, como eu planejara, estava falando com o professor e pedindo que ele assinasse a folha da prancheta.

O professor saiu da sala após assinar, todo atrapalhado com seus mil livros. Edward ia seguindo ele, mas eu, fui mais esperta – uma vez na vida. Passei na frente dele e bloqueei seu caminho. Coloquei minhas mãos sobre a porta, não deixando que ele saísse e o olhei fixamente, desafiadora.

- Sai. – ele disse com o mesmo tom que usara no estacionamento, voltando a prender a respiração.

- Não. Primeiro você tem que me explicar por que tudo isso. Por que me evita, me trata mal? Porque é estúpido comigo? Sei que não sou o tipo de pessoa que cativa por simpatia, mas nem você pelo que percebo. Eu te ofendi ou fiz algo que não deveria? Porque se foi, me explique para que eu possa pedir desculpas.

Ele fechou os olhos como se tentasse se controlar e manteve o olhar desviado.

- Sai. Da. Minha. Frente. – Foram suas únicas palavras.

- Escuta aqui. Você acha que é justo? Que pode me tratar como um trapo quando quer e que não vou querer saber o por quê? Me fala, anda. Do que tem medo.

- Bella – o som da sua voz pronunciando meu nome era enlouquecedor – por favor, saia. Não quero te machucar.

- Machucar? Por quê? Não seja covarde Edward. Me diz logo, eu só quero o motivo. Se disser ‘porque você é uma ridícula’ eu vou entender. Mas dê um motivo.

- SAI DAÍ AGORA, PELO AMOR DE DEUS – Ele não gritou. Ele berrou, exigiu, ordenou. Minhas pernas bambearam e eu senti aquele medo voltando. Mas continuei lá, respirei fundo e olhei seu rosto ainda de lado.

- OLHA PRA MIM EDWARD! – as pessoas que passavam no corredor já olhavam a gritaria – Não seja covarde, pelo menos olhe para mim.

Ele me olhou e meu coração gelou. Seu olhar era violento, perigoso, e seus olhos eram tão escuros que me deixavam ameaçada. Ele me olhava sedento. Como se eu fosse a presa e ele o predador.

- Me diz – insisti – só me fala, e eu saio da sua frente, nem falo mais contigo se não quiser.

- Eu. Não. Quero. Matar. Você. – Sim, ele usou essa palavra. Matar. Eu cedi. Meu corpo cedeu. Eu queria correr, mas minhas pernas travaram.

- Me... me... – Eu não conseguia falar aquela palavra.

- Bella, você não sabe de nada. Sai daí agora, sai. Anda. SAI DAQUI! – ele me empurrou e eu quase caí pra fora da sala, direto no corredor, mas me segurei. Ele era forte, mas estava se controlando pelo que vi.

Mas antes de ir embora, ele parou e me olhou da pior maneira possível, pior do que eu achei que conseguiria. De uma maneira desumana, cruel. E disse, friamente.

- Quer saber por que eu te trato assim? Porque em toda a minha existência eu nunca encontrei uma coisa tão tentadora quanto você. Você é a pior coisa que já cruzou o meu caminho.

E assim, foi embora, me deixando totalmente sem chão.

 


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