Jogos Vorazes: O Despertar escrita por FernandaC


Capítulo 9
Último dia da primavera


Notas iniciais do capítulo

Home sweet home!!! Finalmente de volta. Desculpem pela demora. Tentei fazer um capítulo legal, mantendo o mesmo perfil dos outros. Espero muito que vocês gostem, mas tenho que fazer uma história coerente e não chata, principalmente!

Para quem quer saber, Disney é loucooo!! Muito show! Valeu para aqueles que me desejaram turbulências, meu voo foi ... interessante! hahah... Enfim...

Obs.: Vou viajar para o ano novo (Fortaleza Beach me espera! Uhuulll!) hahah... Mas não se preocupem eu vou escrever e postar de lá. Será mais fácil. Bem, é isso.

Beijos e Feliz Natal.



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Encaro Haymitch por longos segundos, analisando sua expressão. É verdade, Peeta foi embora. Baixo os olhos e saio. Definitivamente, não volto para casa. Se Gale me ver, ele saberá que algo aconteceu. Posso até tentar esconder, mas nesse momento isso é impossível. Sigo para o único local em que eu poderei ser eu mesma. A floresta está calma e ainda escura, entretanto isso não é problema. Problema será eu conseguir manter minha sanidade em controle.

Subo a pedra que eu e Gale costumávamos nos encontrar. Sento-me e puxo as pernas para meu peito, balançando-me levemente. O vento frio corta minha pele, mas eu não o sinto. Como ele pode fazer isso comigo? Ele me deixou, mesmo quando havia dito que ficaria junto de mim para "sempre"! No entanto, a culpa é minha, dessa vez eu assumo a responsabilidade. Haymitch tinha razão, eu não servia para o Peeta. Eu o tinha comigo, ele fazia parte da minha vida, um elo inquebrável. Mas não o valorizei. Peeta também tinha seus problemas e o abandonei muito antes dele ir embora. Eu efetivamente perdi o Peeta e agora eu sinto o peso da sua falta, da sua companhia, do meu menino do pão.

O céu aos poucos vai clareando e assim a floresta ganha vida. E eu? Vivo ou defino? Não sei. Sinceramente, nem sei definir como me sinto. O choque ainda eletriza minha mente e, com certeza, quando isso acabar a dor será excruciante. A realidade se apodera do meu ser e as primeiras pontadas da dor perfuram meu peito com uma onda agonizante que percorre minhas veias. A raiva por não ter feito nada, por não ter valorizado, por ter jogado.

Se eu continuar sentada, algo muito pior que a depressão me possuirá, eu tenho que me ocupar. Se for para continuar a me atormentar é melhor eu não ficar perto dessas amoras cadeado. Levanto-me e sigo pela trilha no meio da floresta. Pego o arco e uma aljava. Concentro-me ao máximo para não pensar em nada, apenas nos meus movimentos, em respirar, na floresta a minha frente. As primeiras flechadas são péssimas, mas continuo mantendo o foco, ou melhor, tentando. Após algum tempo, acerto um peru. Penso em fazer a fogueira aqui nesses troncos mesmo, contudo decido ir a outro lugar. É um pouco distante, entretanto o retorno ao lago será interessante.

Depois da longa caminhada encontro o lago e a usual vegetação ao redor, o casebre abandonado e alguns tordos. Entro no pequeno lugar, acendo a lareira e ponho para assar uma parte do peru, enquanto coleto algumas ervas e frutas. O trabalho mantém-me ocupada, mas é mecânico demais para concentrar minha mente. Após algumas horas não consigo evitar a veracidade da minha vida, cheguei ao fundo do poço. Agora não tenho mais ninguém, assim como Peeta, Gale também irá embora um dia. Sei que ele está esperando o momento certo, que ele espera eu me reestruturar, mas dadas as circunstâncias, minha sanidade está à beira do precipício e quando eu cair será fatal.

Sento-me à margem do lago, o sol da tarde esquentando minha pele. A primavera chegou e o inverno o levou. Meus dedos engancham-se nas raízes dos meus cabelos. Minhas unhas cravam minha carne. O tormento da perda me engole e a angústia avança como a névoa mortal dos últimos jogos vorazes. Sem conseguir suportar mais, gordas lágrimas de pesar deslizam pelo meu rosto. Ouço um tordo cantar ao longe e, logo em seguida, um coro se forma.

Aos meus ouvidos escuto uma canção triste, uma canção de derrota, um coração partido. Eles cantam para mim. Primeiro um, depois outro e assim por diante. Ouço a canção até o fim, mas chego ao limiar da tolerância. Pego minhas coisas e saio correndo desse lugar. Tropeço algumas vezes por conta do desespero. Subo a pedra e encontro a amora cadeado a minha espera. Sento-me próxima da árvore e puxo uma baga. Rolo-a pelos dedos e lembro-me do primeiro jogos vorazes, em que Peeta acidentalmente matou a Cara de Raposa. Tão rápido, talvez ela nem tenha sentido dor. Recordo do quão aflita e aterrorizada fiquei ao escutar o canhão soar e Peeta não ter respondido ao meu chamado. Quando compreendi a confusão e o erro de ambos, o desespero em minha voz transformou-se em um alívio consumido por um abraço. Da mesma forma, aconteceu no campo de força no Massacre Quaternário. Por longos instantes o coração de Peeta parou, mas foi o suficiente para acabar com o meu próprio.

Enxugo uma lágrima com o ombro e olho para a amora roxa, é quase do tamanho da pérola que perdi. Na noite do dia em que ganhei esse presente, lembro-me de estar vigiando o acampamento junto com Peeta, ele havia me mostrado seu pingente com as fotos das pessoas que amo, implorando que eu sobrevivesse para voltar para elas. Agora eu sinto na alma o quanto eu necessito dele, que eu deveria sobreviver não apenas por elas, mas para estar junto do meu menino do pão.

– Katniss não! – Tomo um susto quando vejo Gale subindo rapidamente a pedra, vindo em minha direção com o rosto tenso e alarmado.

– Não o quê? – Pergunto confusa.

– Joga essa amora fora! – Ele fala suplicando.

– Quê?

– Por favor, Katniss, não faça nenhuma besteira. Jogue fora isso, por favor! – Gale se aproxima de mim.

– Eu não vou me matar Gale! Estou depressiva, mas não louca. Só estava pensando em algumas coisas...

– Justamente com essa amora nos dedos?! Você diz isso, porque não viu como estava olhando para essa coisa! – Gale fala sentando-se ao meu lado em alívio, só que um pouco irritado.

Resmungo para ele e não comento nada. Estou passando por uma crise insuportável para consolar Gale de algo que sequer pretendia fazer. Olhamos para o pôr-do-sol.

– Fiz alguns remédios para você. – Gale fala depois de um bom tempo em silêncio.

– Obrigada. – Digo, mas já sabendo que não vou usá-los.

– Haymitch passou lá em casa. – Ele comenta. – Queria saber como você estava.

– Hum... E o que você disse?

– Que estava muito bem. Ele queria falar com você, só que disse que você estava dormindo. – Gale diz com simplicidade.

– Ótimo, não quero falar com ele tão cedo mesmo.

– Foi o que imaginei. Que tal a gente voltar para você tomar um banho para que eu possa passar os remédios que eu sei que você não quer?! – Rolo os olhos e dou um empurrão de leve nele com o ombro e me levanto.

Caminhamos em silêncio. Atravessamos a Aldeia dos Vitoriosos, mantenho minha cabeça baixa durante todo o percurso, evitando assim olhar para a casa vazia de Peeta. Jogo-me no sofá de frente para a televisão desligada. Gale acende a lareira e vai para a cozinha. Sem ter nada para fazer, ligo a tv e deixo o controle remoto em cima da mesinha. Começo a ver um programa idiota que Gale estava vendo um dia desses. A apresentadora inicia o show animadamente falando brevemente sobre os acontecimentos mais recentes na Capital e Distritos.

Perco rapidamente o interesse pelo programa. Gale volta para a sala com algumas coisas para nós comermos e uns frasquinhos que suspeito ser meu novo medicamento. Ele olha para mim desafiadoramente. Mas não tenho forças para brigar, então apenas dou de ombros. Nossa comida é bem leve, logo foi rápida. Limpamos a mesinha e Gale me força a sentar novamente no sofá para poder passar a pasta verde na minha pele um pouco ainda enrugada. Então fico parada esperando ele esfregar a mistura em mim e volto a olhar para a televisão.

A apresentadora esquisita está acompanhada de outra garota igualmente estranha da Capital. Mas dessa vez algo está diferente nelas, ambas estão muito animadas, falando alto e então o nome Peeta é dito. Gale imediatamente para de me esfregar e tenta pegar o controle remoto, mas sou mais rápida que ele e dou um chute tão forte que o aparelho voa para a parede, o problema nisso foi que eu acertei a mão de Gale também.

– Não desliga isso! – Digo ameaçadoramente para ele, que já dirigia para a televisão.

– Katniss é melhor não... – Apenas levanto a mão para ele se calar. As garotas continuam conversando entre si.

Isso mesmo Maggie, Peeta Mellark, nosso vitorioso dos antigos Jogos Vorazes foi visto recentemente na Capital. – A garota morena fala em tom conspirativo.

Sério?! Mas Katniss não pode sair do Distrito 12... – A ruiva se espanta interessada na notícia.

Não, não Maggie, infelizmente ele não estava acompanhado da nossa Garota em Chamas. – A morena diz com um risinho irritante na cara. – As coisas esfriaram entre eles dois. O que antes era uma paixão ardente infinita, agora não passa de uma lembrança, pois Peeta foi visto e fotografado por nós, enquanto caminhava com o braço ao redor de uma linda garota loira!!

Ahhh...Nossa, mas que notícia triste, Sarah! Eu torcia tanto por eles. Mas parece que nada é perfeito. Espero que nossa Garota esteja bem e feliz. Quero muito saber o que vai acontecer de agora em diante, faz tanto tempo que não temos notícia dos nossos vitoriosos, mesmo que separados. O que será que aconteceu? – Maggie pergunta para Sarah ansiando por mais novidade, enquanto a foto de Peeta aparece na tela junto de Delly.

Não sei Maggie, mas estamos procurando as respostas. Assim que descobrirmos algo, com certeza vamos lhe contar! Não se preocupe.

As apresentadoras anunciam o comercial e eu caio no sofá. Definitivamente eu não esperava por essa notícia, não esperava vê-lo tão sorridente e íntimo de Delly na frente das câmeras. Gale desliga a televisão e senta-se ao meu lado, põe o braço ao meu redor, consolando-me. Agora é indiscutível, perdi Peeta de vez. O mais irônico é que eu ainda guardava uma pequena esperança de que ele pudesse voltar para mim, só que após o que eu e Panem inteira presenciamos, fez-me cair na real. Gale aperta-me mais forte contra si, então percebo que estou tremendo.

Saio do sofá. Gale tenta me conter, mas me desvencilho da sua mão. Chego no meu quarto, tranco a porta e deito-me na minha cama. As horas passam lentamente. Definitivamente, essa noite entrou para a lista de uma das dez piores noites da minha vida. Uma coisa é apenas supor que não tem volta, outra completamente diferente é ter isso confirmado por foto, depoimentos, comentários. Agora eu tenho certeza que perdi Peeta. Não ligo para o que os outros pensam sobre mim, mas me incomoda profundamente saber que essas pessoas estranhas acham que nosso relacionamento não passou de uma encenação, uma farsa. Encaro o teto tristemente, sem conseguir engolir toda essa angústia que sufoca meu peito. É um sentimento totalmente novo para mim, constante, é algo que não passa e não se cura.

Os ventos sopram e o tempo passa. Por dias Gale tenta me arrancar do quarto, mas sou insuportavelmente indomável. Ele checa-me diversas vezes no dia e na noite para saber se ainda estou no mesmo lugar ou apenas para ter certeza se ainda continuo respirando. Até Haymitch tenta me tirar da torpeza, entretanto a única coisa que ele consegue receber é um travesseiro no meio da cara. Apenas Buttercup é bem vindo. Depois de quase um mês, Gale perde a paciência, entra no meu quarto decidido e sem dizer nada, põe-me no ombro e me leva para o banheiro. Ele sequer se importa com os meus berros ou socos.

A água gelada atinge-me de cheio e escorre pelo me corpo. Esperneio, xingo, cuspo, quando começo a me debater, Gale segura meus pulsos firmemente, força-me a olhá-lo e então começo a soluçar, as lágrimas se misturando com a água do chuveiro. Caio no chão e extravaso todo meu pesar, toda a minha agonia. A depressão engolfando-me a cada inspiração. Gale encara-me atentamente, desliga o chuveiro e se senta junto de mim. Afasta uma mecha de cabelo grudada na minha testa, enxuga meu rosto com a toalha, mas persistentes lágrimas silenciosas são derramadas.

– Quando você percebeu que está apaixonada por ele? – Gale pergunta calmamente. Olho-o nos olhos intrigada.

– Não sei do que você está falando. – Digo, mas sem a necessária convicção que deveria ter.

– Katniss, não seja boba, aceite a verdade. Você está apaixonada pelo Peeta. Pena que você só percebeu e deu valor quando perdeu. – Gale diz

Por mais duras que sejam suas palavras, elas apenas me mostram a veracidade dos fatos, a realidade nos atos que não cometi e que deveria ter cometido. Eu não valorizei o Peeta e agora sofro por um sentimento não correspondido. Meus olhos enchem-se de mais lágrimas.

– Desculpa Catnip, não quero fazê-la chorar novamente. Por favor, não chore. Sinceramente, não creio que Peeta faria qualquer coisa para lhe magoar, mas ele está tentando ser feliz... E você está ao menos tentando? Tenho certeza que não. Olha, eu sei que esse não é o momento certo, sei muito bem que você está passando por uma depressão e que você não está bem. Contudo, eu lhe conheço, você é a Katniss, sobrevivente do Distrito 12, a garota que cuidou da irmã e da mãe no momento mais difícil das suas vidas. Eu sei que você vai superar todos os seus pesares, mas para isso você precisa se afastar das coisas que lhe atormentam. Eu quero lhe ajudar parar de sofrer. – Gale diz intensamente.

– Não tem como você me ajudar Gale. Estou condenada a viver aqui para sempre, lembra? – Digo deprimida. – E esta é a minha casa, como poderei morar em outro lugar?

– Bem, este é um detalhe que guardei para lhe contar na hora certa, mas não tive a chance ainda. Assim, como não consegui continuar a lhe ver naquele estado, definhando no quarto, resolvi abrir o jogo. A questão é que você poderá sair desse lugar, se você quiser. – Ele fala devagar. Então, olho-o com interesse.

– Como? Se eu fugir e me pegarem, nunca mais saio da cadeia.

– Não fugindo e, sim, comigo. Sou um oficial, lembra? Se você... Hum... Se casar comigo, poderemos construir uma vida longe daqui, mas claro, tudo no seu tempo, Katniss. Não vou lhe forçar a nada, vou ser paciente, esperarei até você estar pronta para me aceitar. – Gale delicadamente e eu o encaro sem acreditar no que ele está me propondo.

– Gale... Eu nem sei o que dizer. Se antes eu estava confusa, depois de tudo o que você falou, as coisas ficaram horrivelmente embaraçadas na minha mente. Não sei o que pensar sobre isso. Nem ao menos sei o que sinto! – Digo assustada.

– Katniss, não sou idiota. Eu sei que você é apaixonada por ele. Isso é fato, mas não será para sempre. O tempo cura tudo e agora esse é o seu melhor remédio contra essa sua depressão. Tempo. O melhor a se fazer é lhe afastar de tudo que possa lembra-lo.

– Gale, eu tenho que pensar sobre isso. – Comento tentando não magoar os sentimentos dele. - Desculpa, não posso lhe dar uma resposta imediata.

Levanto-me, pego uma toalha e saio apressada para o quarto. Fico olhando pela janela na direção da casa de Peeta a minha frente. Vazia. Escuto Gale passar e fechar a porta, deixando-me sozinha com meus pensamentos, minhas decisões. Volto para o banheiro, tomo um banho e retorno para a poltrona próxima da janela. Se o que Gale disse é verdade, eu tenho uma grande oportunidade de ficar perto de minha mãe, de conseguir me reestruturar completamente, de ter uma vida razoavelmente feliz. Mas ele não mentiu, ele tem razão, estou apaixonada. Então não interessa o tempo ou lugar, minha felicidade foi aniquilada de vez.

Puxo minhas pernas para meu peito, encaixo o queixo no joelho e olho para o céu, o sol dando lugar para a lua e estrelas. Inevitavelmente ainda lagrimo, mesmo com meus olhos ardendo, meu nariz entupido e minha cabeça latejando. Infelizmente, meu estúpido coração ainda continua batendo. Relaxo na poltrona e lentamente mergulho no sono. Dessa vez tenho uma noite sem sonhos, sem tormentos, finalmente um sono tranquilo.

Desperto no meio da noite, olho para o relógio no criado-mudo, são 3:09 da madrugada. Dirijo meu olhar para a janela, uma luz capta minha atenção. Casa de Peeta. Meu coração dá um salto e as estúpidas borboletas rodopiam dentro de mim. Fico olhando pelo parapeito atrás de alguma movimentação. Só pode ser Haymitch checando se tem alguma água ardente esquecida por lá, já que provavelmente seu estoque deve estar vazio. E de fato não demora muito, vejo Haymitch desligar a luz e fechar a porta da frente. A ilusão me atinge, volto a me sentar na poltrona. Provavelmente perdi o resto da noite de sono. Suspiro.

– Katniss. - Meu corpo congela. Em seguida um turbilhão de emoções transpassa meu ser. Levanto-me.

– Peeta. O que você faz aqui e há essa hora? – Digo surpresa com a sua inesperada aparição.

– Desculpe pela hora, mas não pude esperar, tinha que ver como você está. – Ele diz e anda dois passos em minha direção. Ele não pode esperar? É isso o que ele diz para mim? Eu fico na merda por semanas e sequer pede perdão por... Bem, por tudo! – Eu tenho tanta coisa para lhe contar, só que não agora.

– Vai embora Peeta! – Digo irritada, gesticulando com a mão.

Querendo ou não, ele me magoou. Abandonou-me por muito tempo e sofri como nunca na vida, de um modo totalmente novo para mim. Claro que estou muito feliz por vê-lo novamente, mas isso não significa que vou facilitar as coisas para ele. Neste momento estou com mais raiva e aborrecida do que feliz. Sem contar que ainda não superei o ocorrido na Capital e toda essa aventurazinha inesperada dele com a Delly.

– Katniss, por favor... – Ele suplica se aproximando cada vez mais de mim. Contudo, estou irredutível. Cruzo os braços e olho para o lado. – Eu fiquei muito tempo longe de você, mais do que eu gostaria... Não faz esse bico para mim.

– Não estou fazendo nada Peeta. Eu já disse, vai embora... – Repito, mas dessa vez não consigo manter a mesma intensidade. Sua aproximação está mexendo com minha respiração.

– Sinto muito Katniss, mas dessa vez eu não posso fazer o que você quer. Agora, faço o que eu quero. – Ele diz.

Peeta toca meus braços e puxa-os para si. Tento livra-los do aperto, entretanto ele é mais forte que eu. Ele mantem minhas mãos no seu pescoço, enquanto seu braço prende-me pela cintura. Posso sentir meu coração pulsando forte, latejando todo meu corpo. Sua respiração saindo pela boca entre aberta. Não sei o que aconteceu com ele durante esse tempo, mas tenho certeza que nunca vi esse outro lado dele antes, tão dominador e cheio de atitudes.

– Estou falando sério Peeta, me larga e saia daqui! – Falo com um pouco mais de confiança.

– Katniss, você pode me pedir para parar, me pedir para ir embora, mas sei que você não quer. – Peeta diz confiante.

– Como você pode ter tanta certeza disso?! – Digo com irritação no olhar. Ele esboça um sorriso de canto.

– Se você realmente me quisesse longe neste instante, você não estaria com seus dedos travados nos meus cabelos, prendendo-me mais em você do que meu braço em sua cintura.

A verdade nas suas palavras deixa-me de boca aberta. Assim, sem pedir, esperar ou delongas, Peeta abaixa um pouco o rosto e beija-me. E pelo gosto da sua boca, a sensação dos seus lábios, eu tenho a certeza que dessa vez não se trata de um sonho.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal... Gostaram? Estou muito ansiosa para saber o que vocês acharam!!!! Por favor me digam!

Beijos, Fernanda.
Até ao próximo capítulo. "Quente"!