Love And Death escrita por Baabe


Capítulo 31
Um novo começo 1ª parte


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar mais um hoje. N sei se ficou tão bom, mas a pressa de acabar a fic é tanta...
Leiam depois as notas finais, por favor.
Boa Leitura amores!



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Coldplay - Green Eyes

 

Os olhos verdes

Sim, o refletor brilha sobre você E como poderia alguém negar-te? Eu cheguei aqui com um fardo

E ele me parece tão mais leve

 

Agora que eu te encontrei Querida, você deveria saber

Que eu nunca poderia continuar

Sem você

  Olhos verdes Querida, você é o mar

Sobre o qual eu flutuo

E eu vim aqui para conversar

Eu acho que você deveria saber Que, olhos verdes,

Você é aquela que eu queria encontrar

E qualquer um que tentasse te negar,

Deveria estar maluco Porque eu cheguei aqui com um fardo

E este me parece tão mais leve

 

Desde que te encontrei Querida, você deveria saber

Que eu nunca poderia continuar

Sem você

 

 

 

2 dias depois...

 

Cléo

 

 Finalmente havia chego o dia tão esperado por todos nós. O dia em que eu sairia do Hospital. Finalmente eu voltaria a respirar ar puro, veria gente nova e encararia o mundo com outros olhos. Não aos olhos de uma menina doente e a beira da morte, mas sim aos olhos de uma menina que foi salva por um anjo e que tinha uma vida inteira pela frente. Eu estava pronta para viver novamente, mesmo sabendo que o meu amor não estava mais ao meu lado, eu sabia que o olhar dele continuaria direcionado a mim a todo o momento.

 Acordei às seis da manhã espontaneamente. Minha ansiedade misturada a minha inquietação não me deixava permanecer na cama por muito tempo. Saltei dela indo direto ao banheiro tomar um bom banho. Quando saí deste, deparei-me com a minha mãe em meu quarto com um punhado de roupa nas mãos. Ela sorria para mim com lágrimas nos olhos, e eu respondia a ela com um sorriso maior ainda e com uma emoção bem mais visível.

 

 

- Hoje é o dia mais feliz e aliviante da minha vida. - ela disse vindo até mim, abraçando-me terna e chorando em meu ombro.

 

- Foi só um pesadelo mãe, já passou... Eu estou aqui, a salva. Pronta para deixar para trás todas as memórias tristes que essa doença e esse Hospital me trouxeram e estou pronta para carregar para sempre, aqui dentro de mim, a memória mais doce e linda que eu poderia levar de tudo isso.

 

- Você vai ser muito feliz minha filha, muito feliz.

 

- Nós vamos ser muito felizes mãe.

 

- Agora vista-se! - disse empurrando-me as roupas - Você não pode ficar despida por muito tempo. E depois que terminar de se vestir me chame para eu secar seus cabelos e te deixar mais linda ainda.

 

 

 Ela se retirou do quarto para que me vestisse. Como estávamos em pleno verão, a roupa escolhida por mim para minha saído do Hospital foi aquele vestido rosa com flores, aquele que usei no primeiro dia em que eu e Bill ficamos juntos. Para enganar o frio matinal, joguei um casaquinho de lã na cor creme, justo ao corpo que não ficava nada mal em mim, me dava um ar inocente, limpo. Para acompanhar calcei um sapato alto, na mesma cor do casaco. Encarei-me no espelho depois de vestida... Estava pálida demais, com olheiras profundas. Meu braço estava roxo de tanto soro que havia tomado na veia. Minha boca estava seca e sem cor, mas meus olhos verdes brilhavam como nunca haviam brilhado antes, eles desviavam toda minha atenção a eles. 

 Às vezes a imagem do Bill surgia sem permissão na minha cabeça, e eu pensava que apesar de tudo, eu ainda fazia questão de estar ao lado dele, viva ou morta, era com ele que eu queria estar. Mas eu logo afastava qualquer pensamento de morte. Seria muito injusto pensar nela sendo que havia tanta vida dentro de mim agora.

 Logo depois, pedi para que a minha mãe retornasse para me ajudar a terminar de me aprontar. Ela secou meus cabelos, deixando-os levemente cacheados nas pontas. Fez uma maquiagem leve em mim, porém na medida exata para esconder minhas olheiras e destacar mais meu olhar. Quando finalmente havia ficado pronta, uma enfermeira adentrou ao quarto servindo-me um caprichado café da manhã, mas é claro que os comprimidos acompanhavam minhas refeições, sempre.

 

 

- Comida de Hospital, nunca mais! - eu comentei de bom humor.

 

- Nunca mais é muito tempo Cléo, aliás, quando você for ter um filho terá que ficar no Hospital e terá que se alimentar da nossa gororoba. - a enfermeira me respondia alegre.

 

- Bom, espero mesmo só precisar voltar ao Hospital quando tiver um filho e mesmo assim eu espero que demore MUITO para esse dia chegar.

 

- Bem, termine logo seu café porque daqui a pouco Jost irá chegar para nos levar até em casa. E chegando em casa, certamente você receberá a visita de seus amigos. - minha mãe me apressava. Estava mais ansiosa que eu.

 

- Será que eu vou ter uma espécie de festa surpresa de boas vindas?

 

- Ah não posso dizer, é sur-pre-sa! Ahaha. - sim, ela estava muito feliz - Agora se me der licença filha, vou lá embaixo ligar para o Jost e ver se não tem hoje ninguém da imprensa lá fora.

 

- Meu Deus mamãe. Nada de imprensa, por favor! - aquilo me assustou.

 

- Fica tranquila Cléo, todos estão pensando que você recebe alta somente amanhã. O Dr. Kellermann deu um jeito de despistar a mídia, mas mesmo assim é bom prevenir.

 

 

Minha mãe saiu pela porta acompanhada da enfermeira me deixando sozinha. Sabe aquele friozinho na barriga que dá no seu primeiro dia de aula? Então, eu estava com ele. Um misto de sensações corria dentro de mim, eu conseguia sentir tudo ao mesmo tempo. Ansiedade, medo, felicidade, tristeza, agonia... Fui até a janela abrindo esta para respirar um pouco, sentir a brisa da manhã. Ao me deparar com a cidade abaixo de mim, me esperando para fazer parte dela novamente senti meu coração bater forte como se tivesse encontrado novamente um motivo para continuar pulsando. Permaneci escorada lá por muito tempo, às vezes fechando os olhos para sentir melhor a vibração das coisas, às vezes abrindo os olhos para acreditar na existência das coisas, acreditar na minha existência... Mas, toda aquela paz foi rompida por uma voz que ecoou por todo meu espaço. Uma voz tão perturbadora, mas tão boa de se ouvir ao mesmo tempo. Tão grave, porém tão suave por se manter perfeitamente no mesmo tom, e que tom maravilhoso aquela voz tinha...

 

- Cléo! - ele sussurrou de longe.

 

Soltei um suspiro tremulo, abafado. Meus olhos encheram de lágrimas no mesmo instante. Virei-me rapidamente ficando de frente para sua imagem. Eu não podia acreditar que ele estava aqui... Não podia ser verdade. Sua presença me deixou sem palavras, mas ele continuou a falar...

 

- Eu vim te buscar.

 

Notei um certo nervosismo vindo dele. Percebi seus olhos marejados... Estava tão emocionado quanto eu.

 

- Tom! - Soltei finalmente deixando todas as lágrimas escorrerem. 

 

Ele continuou a me olhar... Estava chorando também. Veio caminhando cauteloso até mim enquanto meu corpo movia-se involuntariamente em sua direção. Seus olhos estavam mergulhados nos meus, não podiam chegar a superfície por nenhum segundo. Quando finalmente nos aproximamos ainda evitamos nos tocar. Que medo era aquele que nos inundava afinal? Um medo que com certeza deixou de existir assim que eu senti suas mãos em meus ombros, me puxando para junto dele, unindo finalmente nossos corpos em um abraço.

 

 

- Me desculpe por não ter te dado esse abraço antes. Me desculpe, por favor! -  implorava agarrado a mim. Apertava meus cabelos com força molhando-os com suas lágrimas.

 

- Eu precisei tanto de você Tom. Tanto... - eu chorava ainda mais com minha cabeça encostada em seu ombro direito.

 

- Eu também precisei muito de você Cléo, só não quis admitir isto.

 

 

 Continuamos abraçados por muito tempo, afobadamente buscávamos sentir um ao outro o máximo que podíamos. Não falávamos nada, não era preciso. Apenas chorávamos juntos, compartilhávamos juntos a falta que Bill nos fazia, e principalmente, a falta que fazíamos um ao outro. Quando conseguimos finalmente nos tranquilizar, separamos nossos corpos. Nos encaramos novamente e sorrimos.

 

- Você está sentindo isso que eu estou sentindo? - perguntei a ele tremula.

 

- Uma sensação de que nós não estamos sozinhos?! Porque é isso que eu estou sentindo agora. - ele me respondeu confuso.

 

- Tom, ele (Bill) está aqui não está? - sussurrei como se não quisesse que ninguém mais escutasse.

 

- O único lugar que eu sei que ele está, é aqui. - ele tocou no lado esquerdo do meu peito.

 

- E aqui também. - eu toquei no lado esquerdo de seu peito rancando-lhe um sorriso fraco. Ele segurou minha mão, me olhou terno e disse:

 

- Não acredito que tive tanto medo de encarar seus olhos.

 

- Eu também temia o nosso reencontro. Por mais que eu desejasse que você viesse me visitar, eu tinha medo da reação que eu teria em olhar para você... 

 

- Às vezes, eu mesmo não consigo olhar para mim, me encarar... - ele abaixou a cabeça.

 

- Tom! - acariciei seu rosto - Não é tão assustador assim, chega a ser bom ter uma lembrança tão viva dele. É uma maneira de abafarmos a saudade.

 

- E então, pronta para voltar pra casa? - ele mudou completamente de assunto estampando um largo sorriso. 

 

- Agora eu estou. - segurei firme em sua mão e nos retiramos de lá. Acho que não poderia ter abandonado aquele lugar em companhia melhor.

 

 

 Pegamos elevador indo direto ao estacionamento, que encontrava-se no subsolo. Não passamos na recepção do Hospital para evitarmos esbarrar em algum jornalista a paisana, ou qualquer paparazzi que fazia plantão por lá.

 

- Tom, preciso avisar minha mãe que irei para casa com você. - quase havia me esquecido da mamãe.

 

- Fica tranquila. Ela já sabe que você está comigo. - ele disse abrindo gentilmente a porta de seu Audi R8 para que eu entrasse. Não bastou e ele ainda me deu a mão dele para que me apoiasse.

 

- Mas quanto cavalheirismo hein Sr. Kaulitz. 

 

- Você ainda não viu nada senhorita Hillmann. - piscou para mim fechando a porta.

 

 

Bill

 

 Assim que Cléo e Tom se encontraram, senti minha alma flutuar até eles. Me sentia mais forte e menos invisível.

 Ela estava escorada na janela distraída com seus pensamentos tão vivos. Ele, parado na porta a contemplando e eu, no meio dos dois. Por um instante eu pensei que eu estava vivo e que tudo que eu havia passado tivera sido apenas um pesadelo. Uma felicidade imensa me invadiu, eu estava com eles novamente, mas eles estavam tão distraídos, nem me notaram. Justo eu que nunca passei despercebido...

 

- Cléo, Cléo eu estou aqui. - a chamei sorrindo, mas ela não se virou para responder. Realmente estava muito distraída para me notar ali, bem atrás dela, há poucos metros de distância. Então eu me voltei ao meu irmão e chamei por ele:

 

- Tom sou eu, Bill! - disse mais empolgado. Mas ele, não correspondeu ao meu chamado. E, naquele momento eu me lembrei que estava morto.

 

- Ilusão demais pensar que eu poderia ter voltado a vida que já não me pertence mais. Por um instante eu pensei que Bill Kaulitz ainda existisse. - me voltei a Cléo novamente - Eu só queria que você olhasse para mim mais uma vez Cléo.

 

 E então, aconteceu o que eu menos esperava... Ela se virou e me encarou e eu, chorei ao ver aqueles olhos verdes me fitando, olhos carregados de lágrimas e surpresos ao me notar lá, bem a sua frente. Sim, ela estava me enxergando. Ela estava linda, com o vestido que usou no primeiro dia que ficamos juntos, no dia que nos apaixonamos, no dia em que...

 

- Eu vim te buscar.

 

 Uma voz grossa vinda de trás me trouxe de volta a realidade e eu me lembrei de mais uma coisa, me lembrei que era meu irmão que estava lá... Era para o Tom que ela estava olhando, não para mim. Um ser que não pode ser visto nem tocado, apenas lembrado.

 

- Tom! - ela estava tão desacreditada da presença dele ali, parecia ter visto um fantasma. Talvez por isso eu tenha acreditado por um instante que era a mim que ela enxergava.

 

 Cléo veio caminhando cautelosamente em minha direção, eu quase abri meus braços para recebê-la. Eu só queria imaginar naquele momento que eu poderia abraçá-la novamente, sentir sua pele, sua respiração... Então, quando ela chegou bem perto eu pousei minhas mãos vazias em seu rosto, eu não o sentia, mas eu me lembrava de como ele era delicado. Fechei meus olhos, e quando os abri novamente ela e Tom já estavam abraçados. O que mais eu poderia fazer senão abraçá-los também? Foi o que eu fiz... Tomei em meus braços o abraço deles, tornei minhas as suas lágrimas e puxei para mim todas as suas dores.

 

 O momento mais feliz para mim foi aquele em que ela sussurrou:

 

- Tom, ele está aqui não está? 

 

 Ai eu pude ter certeza de que ela continuava me enxergando, e que não importava o que acontecesse, eu teria sempre aqueles olhos verdes direcionados a mim da mesma maneira que os meus ficariam direcionados a ela por toda eternidade.

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Esclarecimentos sobre o capitulo
Primeiro: N, o Tom é a Cléo n estão apaixonados (ainda). A Cléo ainda ama o Bill e o Tom ainda a respeita por ela ter sido o grande amor da vida do irmão dele. O medo que eles sentiam em se aproximar um do outro é de encarar a lembrança que forte q cada um carregava do Bill.
Segundo: Lembra do lance que o Bill só podia descer na terra quando o tom e a cléo estivessem juntos em um mesmo lugar? Então, foi isso q aconteceu nesse capitulo, só que o Bill ficou confuso e por um instante ele pensou que estava vivo...Tadinho. : Agr ele vai seguir eles em todos os lugares.
A partir de agora MUITA emoção na fic heein. Aguardem...
 



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