A Culpa é Minha e das Metáforas escrita por Larissa Waters Mayhem


Capítulo 5
Capítulo 5 - Como Irmãos




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Ao ficar pensando na morte umas duas horas, o meu celular começa a tocar, eu rapidamente levanto ( Estava sem a minha prótese) e comecei a pular com apenas uma merda até o criado mudo para pegar o bendito do celular. Vi que era a Hazel Grace, dei um sorriso de leve, atendi e tentei parecer o mais sexy possível:

– Hazel Grace...- disse.

– Hey Augustus... – disse a meiga e dócil Hazel Grace.

– Hey. – disse.

– Bom, como vai o Isaac, melhorou da crise? – perguntou ela, com aquela voz que simplesmente faz os pelos do braço arrepiar.

– Eh... Ele estava bem, conversamos e no final, ele acabou voltando a crise, meu pai levou ele para a casa. – disse.

– Bem, espero que ele melhore. – disse Hazel.

Ficamos em um breve silêncio.

– Sua voz no telefone soa como uma bela música ao meus ouvidos Hazel Grace. – disse, se sou galanteador? Mas claro, e sei que neste exato momento, ela está vermelha e deve estar achando algum palpite para esse comentário.

– Augustus Waters, tão belo quanto galanteador. Sei que suas falas são calculadas e você pensa muito bem antes de dizer algo. – Ela conseguiu me pegar. Sério. Fiquei frustrado, mas minhas tentativas não param por aqui.

– Bem, acho que devo dormir... O sono já está me consumindo, liguei para ver se está tudo bem mesmo... – disse Hazel Grace.

– Sim, estava, mas agora está muito melhor... – disse, nova tentativa.

– Boa noite – disse Hazel Grace, tentativa falha.

– Boa noite Hazel Grace. – disse. A mesma desligou o telefone, meu coração simplesmente disparou. Aquela voz é fascinante, o jeito que ela fala “Boa Noite” é tão sexy que os pelos da minha perna arrepiaram.

Acordei com uma dor terrível na cintura, mas acho que não deve ser nada além de um simples mau jeito. Levantei-me e gritei a minha mãe:

– Mãe!

Ouvi os passos dela descendo a escada, abriu a porta e disse:

– O que houve? Aconteceu alguma coisa?

– Não, só preciso que a senhora pegue as minha muletas, preciso tomar um banho. – disse.

Minha mãe pegou as muletas de trás do armário. Eu nunca usava elas para ir até o banheiro e tomar banho, achava que conseguia chegar até o banheiro sem a ajuda de dois pedaços de madeira. Mas como acordei com aquela dor ligeiramente incômoda, decidi usá-las uma vez na vida.

No banho, deixava a água cair no meu corpo, e pensava o quanto era sortudo de ter conhecido uma garota como a Hazel Grace. Sim, eu estava pensando nela, isto é incrível. Depois do banho me troquei e fui almoçar.

Meu pai estava sentado, lendo o jornal como de costume, minha mãe tomava seu café sem açúcar. Senti-me ao lado do Grande Homem e ele disse:

– Como foi a noite campeão?

– Foi boa. – respondi.

– Então, quando vai convidar a Hazel para vir aqui novamente? – perguntou mamãe sorrindo.

– Eh... Não sei... – disse e em seguida tomei um copo de leite para cortar o assunto “Hazel”.

– Quando vai pedi-la em namoro? – perguntou meu pai.

Cuspi o leite como um jato. E bradei:

– NAMORO?

Namoro? Mas como assim, posso parecer um rapaz corajoso e tal, mas não tive coragem de nem ao menos dizer para Hazel tudo o que estou sentindo.

– Sim, qual é o problema? - disse meu pai.

– O problema meu cara velho, é que Hazel Grace é uma garota que deve ser conquistada calmamente.

Meu pai sorriu, ela sabe que eu só tive apenas uma namorada, e que a respeitei até os últimos momentos de sua vida... (bom essa história eu conto em breve).

– Isso mesmo, seja feliz! – disse mamãe.

Olhei para ela e sorri, minha mãe fica feliz apenas por ver a minha felicidade.

– Pode deixar mulher! Serei um dos homens mais felizes, depois do meu pai, é claro! – disse me levantando. – Pois ele é o homem mais feliz, por ser casado como uma mulher como ti! – disse abraçando a minha mãe. Um abraço bem aconchegante, que só ela conseguia me dar.

Depois disso liguei para o Isaac:

Alô... – atendeu Isaac.

Hey, cara, tudo bom? – perguntei

–Ainda estou meio abalado... –disse Isaac – Mas eaí, o que tem pra hoje?

Que tal se dar uma volta por aí? – Disse.

– Que tipo de lugar? Um bar? – disse Isaac em um tom depressivo.

– Não me venha com essas falas de garota fragilizada!

Um breve silêncio se fez presente.

Venha aqui em casa, e vamos decidir. – disse.

Isaac desligou o telefone. Vinte minutos depois ele chegou a minha casa. Abri a porta e lá estava ele, com aqueles olhos imensos. Fizemos o nosso “toque”

Ele entrou em casa e já se sentou no sofá. Os olhos dele estavam inchados. Creio que ele passou a noite inteira chorando. Bom eu acho que o entendo, quando está apaixonado, ficamos cheios de amor, ou de tristeza, ter um coração partido é uma ferida profunda.

Sentei-me ao seu lado, ele olhava para o chão.

– Isaac... – disse.

Nada e disse, apenas olhava para o chão.

– Isaac! – bradei, desta vez ele me deu atenção.

– O que Gus?

– Chega disso, eu lhe peço. Vamos sair por aí, achar uma garota legal para você, ou no caso você pode apenas esperar, a garota certa vai chegar, como a Hazel Grace chegou pra mim.

Isaac olhou para mim, e com uma expressão confusa perguntou-me:

– Você realmente ama a Hazel?

Eu sorri, sorri porque logo de imediato sabia a resposta: “sim”

– Olhe, eu a amo, sei que é insensato dizer que a amo, pois nos conhecemos recentemente, mas parece que a conheço há séculos...

– Mas se caso ela o magoasse, ficaria mal, assim como estou? - perguntou Isaac.

Eu também sabia a resposta dessa pergunta de imediato também.

– Não, a Hazel Grace é tão sensata, ela sabe o que faz, eu ficaria honrado em ter o coração partido por ela. Mas algo me diz que vou ficar com ela, não sei quanto o tempo, mas apenas sei que um “Pequeno Infinito”.

Isaac ficou quieto, parece que ele estava pensando em tudo o que eu disse.

– Tenho muito que aprender contigo meu chapa. – disse Isaac batendo sua mão direita em minhas costas.

Olhei para ele e sorri, é realmente gratificante ouvir isso de um amigo.

– Bom, vamos parar de baboseira! Este clima já está meio enjoativo. Vamos jogar ou sair? – perguntei.

– Vamos sair. – respondeu Isaac.


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