A Culpa é Minha e das Metáforas escrita por Larissa Waters Mayhem
Ao ficar pensando na morte umas duas horas, o meu celular começa a tocar, eu rapidamente levanto ( Estava sem a minha prótese) e comecei a pular com apenas uma merda até o criado mudo para pegar o bendito do celular. Vi que era a Hazel Grace, dei um sorriso de leve, atendi e tentei parecer o mais sexy possível:
– Hazel Grace...- disse.
– Hey Augustus... – disse a meiga e dócil Hazel Grace.
– Hey. – disse.
– Bom, como vai o Isaac, melhorou da crise? – perguntou ela, com aquela voz que simplesmente faz os pelos do braço arrepiar.
– Eh... Ele estava bem, conversamos e no final, ele acabou voltando a crise, meu pai levou ele para a casa. – disse.
– Bem, espero que ele melhore. – disse Hazel.
Ficamos em um breve silêncio.
– Sua voz no telefone soa como uma bela música ao meus ouvidos Hazel Grace. – disse, se sou galanteador? Mas claro, e sei que neste exato momento, ela está vermelha e deve estar achando algum palpite para esse comentário.
– Augustus Waters, tão belo quanto galanteador. Sei que suas falas são calculadas e você pensa muito bem antes de dizer algo. – Ela conseguiu me pegar. Sério. Fiquei frustrado, mas minhas tentativas não param por aqui.
– Bem, acho que devo dormir... O sono já está me consumindo, liguei para ver se está tudo bem mesmo... – disse Hazel Grace.
– Sim, estava, mas agora está muito melhor... – disse, nova tentativa.
– Boa noite – disse Hazel Grace, tentativa falha.
– Boa noite Hazel Grace. – disse. A mesma desligou o telefone, meu coração simplesmente disparou. Aquela voz é fascinante, o jeito que ela fala “Boa Noite” é tão sexy que os pelos da minha perna arrepiaram.
Acordei com uma dor terrível na cintura, mas acho que não deve ser nada além de um simples mau jeito. Levantei-me e gritei a minha mãe:
– Mãe!
Ouvi os passos dela descendo a escada, abriu a porta e disse:
– O que houve? Aconteceu alguma coisa?
– Não, só preciso que a senhora pegue as minha muletas, preciso tomar um banho. – disse.
Minha mãe pegou as muletas de trás do armário. Eu nunca usava elas para ir até o banheiro e tomar banho, achava que conseguia chegar até o banheiro sem a ajuda de dois pedaços de madeira. Mas como acordei com aquela dor ligeiramente incômoda, decidi usá-las uma vez na vida.
No banho, deixava a água cair no meu corpo, e pensava o quanto era sortudo de ter conhecido uma garota como a Hazel Grace. Sim, eu estava pensando nela, isto é incrível. Depois do banho me troquei e fui almoçar.
Meu pai estava sentado, lendo o jornal como de costume, minha mãe tomava seu café sem açúcar. Senti-me ao lado do Grande Homem e ele disse:
– Como foi a noite campeão?
– Foi boa. – respondi.
– Então, quando vai convidar a Hazel para vir aqui novamente? – perguntou mamãe sorrindo.
– Eh... Não sei... – disse e em seguida tomei um copo de leite para cortar o assunto “Hazel”.
– Quando vai pedi-la em namoro? – perguntou meu pai.
Cuspi o leite como um jato. E bradei:
– NAMORO?
Namoro? Mas como assim, posso parecer um rapaz corajoso e tal, mas não tive coragem de nem ao menos dizer para Hazel tudo o que estou sentindo.
– Sim, qual é o problema? - disse meu pai.
– O problema meu cara velho, é que Hazel Grace é uma garota que deve ser conquistada calmamente.
Meu pai sorriu, ela sabe que eu só tive apenas uma namorada, e que a respeitei até os últimos momentos de sua vida... (bom essa história eu conto em breve).
– Isso mesmo, seja feliz! – disse mamãe.
Olhei para ela e sorri, minha mãe fica feliz apenas por ver a minha felicidade.
– Pode deixar mulher! Serei um dos homens mais felizes, depois do meu pai, é claro! – disse me levantando. – Pois ele é o homem mais feliz, por ser casado como uma mulher como ti! – disse abraçando a minha mãe. Um abraço bem aconchegante, que só ela conseguia me dar.
Depois disso liguei para o Isaac:
– Alô... – atendeu Isaac.
– Hey, cara, tudo bom? – perguntei
–Ainda estou meio abalado... –disse Isaac – Mas eaí, o que tem pra hoje?
– Que tal se dar uma volta por aí? – Disse.
– Que tipo de lugar? Um bar? – disse Isaac em um tom depressivo.
– Não me venha com essas falas de garota fragilizada!
Um breve silêncio se fez presente.
– Venha aqui em casa, e vamos decidir. – disse.
Isaac desligou o telefone. Vinte minutos depois ele chegou a minha casa. Abri a porta e lá estava ele, com aqueles olhos imensos. Fizemos o nosso “toque”
Ele entrou em casa e já se sentou no sofá. Os olhos dele estavam inchados. Creio que ele passou a noite inteira chorando. Bom eu acho que o entendo, quando está apaixonado, ficamos cheios de amor, ou de tristeza, ter um coração partido é uma ferida profunda.
Sentei-me ao seu lado, ele olhava para o chão.
– Isaac... – disse.
Nada e disse, apenas olhava para o chão.
– Isaac! – bradei, desta vez ele me deu atenção.
– O que Gus?
– Chega disso, eu lhe peço. Vamos sair por aí, achar uma garota legal para você, ou no caso você pode apenas esperar, a garota certa vai chegar, como a Hazel Grace chegou pra mim.
Isaac olhou para mim, e com uma expressão confusa perguntou-me:
– Você realmente ama a Hazel?
Eu sorri, sorri porque logo de imediato sabia a resposta: “sim”
– Olhe, eu a amo, sei que é insensato dizer que a amo, pois nos conhecemos recentemente, mas parece que a conheço há séculos...
– Mas se caso ela o magoasse, ficaria mal, assim como estou? - perguntou Isaac.
Eu também sabia a resposta dessa pergunta de imediato também.
– Não, a Hazel Grace é tão sensata, ela sabe o que faz, eu ficaria honrado em ter o coração partido por ela. Mas algo me diz que vou ficar com ela, não sei quanto o tempo, mas apenas sei que um “Pequeno Infinito”.
Isaac ficou quieto, parece que ele estava pensando em tudo o que eu disse.
– Tenho muito que aprender contigo meu chapa. – disse Isaac batendo sua mão direita em minhas costas.
Olhei para ele e sorri, é realmente gratificante ouvir isso de um amigo.
– Bom, vamos parar de baboseira! Este clima já está meio enjoativo. Vamos jogar ou sair? – perguntei.
– Vamos sair. – respondeu Isaac.
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