Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

...''Então volto pra terra, me levanto preparo um prato do que sobrou do almoço e dou pra ele, ele termina de comer e se deita no sofá, quando eu ia chamá-lo percebi que ele tinha pego no sono então subo e vou para o quarto, deito na cama e me perco nos meus pensamentos''...



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Pego no sono e acordo com alguém mexendo do meu cabelo, penso que é o Haymitch e me viro rapidamente pronta pra dizer poucas e boas.
– Desculpa te assustei? Não foi minha intenção. – diz o dono dos inconfundíveis olhos azuis.
– AH Peeta, não tá tudo bem, é que eu achei que fosse o Haymitch.
– Ele estava no sofá, mas acordou e foi pra casa, tá com fome? – ele me pergunta.
– Que horas são? – pergunto confusa, parece que foi uns cinco minutos que eu dormi, quando olho pra janela já está escuro.
– São sete horas, fiz pão doce e pão de queijo. – ele diz e eu já estava me levantando pra ir lá embaixo quando ele mostra a bandeja, tem suco, pães, frutas.
– Nossa! Me acompanha? – eu digo pegando um pão e oferecendo a ele.
Comemos o lanche que ele fez, jogamos um pouco de conversa fora logo depois ele encosta-se à cama e eu me deito sobre o peito dele até pegar no sono.
Nossa semana passa assim, eu vou pra padaria ajudar ele na arrumação e nos últimos retoques afinal só faltava essa semana pra inauguração e eu parecia mais ansiosa que todos, queria que tudo saísse perfeito pra ele, depois nós voltávamos pra casa pra almoçar, eu, ele e Haymitch parecemos mesmo uma família, diferente, mas uma família e eu gosto disso. Até Haymitch estava se esforçando, eu e Peeta conversamos com ele e pedimos pra ele fazer um esforço pra ficar sóbrio.

– A CONVERSA -


Depois de pensar em como ajudar Haymitch, eu acho que encontrei um primeiro passo, então converso com Peeta e decidimos ter uma conversa com Haymitch. Fomos até a casa dele e é incrível como ele consegue acabar com qualquer lugar, a casa está simplesmente acabada, bagunçada, fedorenta, mas enfim, começamos a conversa.
– E então? O que vocês querem? Não vai me dizer que você se meteram em mais alguma encrenca por que se for isso... – nem deixo ele terminar de falar, por que a raiva já começa a me tomar.
– Cala a boca Haymitch! – falo, interrompendo e surpreendendo tanto ele quanto Peeta – se controla Katniss - controlo a mim mesma. Tenho que me lembrar por que estou aqui e não é pra brigar, é pra ajudar, então continuo mais suave.
– Nós só queremos ter uma conversa com você e um pedido também.
– Um pedido?
– ele diz tentando entender o que está acontecendo – Mandem ver! – ele diz enquanto se joga na poltrona que está com várias roupas penduradas nela.
Eu e Peeta também nos sentamos no sofá de frente pra ele, eu olho pra Peeta como pedindo pra que ele continue afinal ele é o bom com as palavras e não eu, eu apenas me apoio nele, então ele começa.
– Bom, Haymitch, depois de tudo que aconteceu acho que eu não preciso falar tudo que você sabe do que eu estou falando não é? – Haymitch balança a cabeça e parece um pouco mais concentrado agora então ele continua. – Enfim, já se passaram todos esses meses e muita coisa mudou, e eu não estou só falando do país, ou do fim dos jogos não, eu digo de nós, eu, Katniss e você!
Haymitch se debruça pra frente pega uma garrafa que está na mesa de centro, abre e tira um gole antes de falar. – Eu? Mas eu continuo o mesmo!
Dessa vez sou eu quem falo. – Exatamente! E esse é o ponto Haymitch, você está o mesmo, nada mudou pra você, quer dizer pelo menos não aparentemente, quando nós sabemos que por dentro muita coisa mudou em você então por que continuar do mesmo jeito, enchendo a cara, se escondendo do mundo? – Ele dá de ombros ainda bebendo o liquido da garrafa.
– Não sei, me diz você queridinha, não foi você que ficou presa naquela casa por tantos meses?
Confesso que tenho que segurar a vontade de gritar com ele, xingar, mas eu consigo e surpreendo tanto a Peeta quanto a mim quando começo a falar.
– É, fui eu mesma, eu estava presa na minha dor, na minha culpa, no meu ódio próprio e estava deixando a vida passar por mim sem nem ao menos tentar nada, só que finalmente eu abri meus olhos, finalmente eu entendi que ficar sentada olhando pro nada e ignorando o mundo a minha volta não ia trazer minha irmã de volta, nem a Rue, nem o Cinna, nem o Finnick, nenhum deles – enquanto eu falo eu posso sentir as lagrimas começando a rolar no meu rosto, e ao mesmo tempo que eu quero parar de falar eu sinto como se precisasse falar, colocar tudo pra fora, posso ver que agora ele está me dando a devida atenção, assim como Peeta, afinal eu nunca falei assim antes, então antes que a coragem e as palavras me fujam eu continuo. – Toda dor que eu sentia antes ainda está aqui e eu sei que vai me acompanhar pro resto da minha vida, só que eu também percebi que tudo que aconteceu foi por uma causa maior, todos que eu perdi acreditavam em futuro melhor e mais feliz, então não viver isso seria o mesmo que desperdiçar todas as vidas que se foram, era como jogar no lixo tudo que eles sonharam, lutaram e sacrificaram por isso. E é por isso que eu resolvi que eu vou tentar, por mais doloroso que seja eu vou tentar viver esse futuro que eles queriam, e é isso que nós gostaríamos que você fizesse também Haymitch, tentasse junto com a gente, eu sei que de um jeito torto e estranho mas nós três nos tornamos nossa família, é só com a gente que podemos contar, passamos por muita coisa e ainda estamos juntos, não esqueci o que você fez nos escondendo o plano dos rebeldes mas também não adianta se prender a isso, agora já foi, o que ta valendo é daqui pra frente e eu quero muito tentar com vocês. – quando termino de falar é como se tivesse tirado um peso gigante de cima de mim, como eu precisava falar e não sabia, posso ver que ele se emocionou embora esteja tentando disfarçar, Peeta está segurando e acariciando minha mão com seus dedos, como se pra me encorajar, então ele fala.
– Então Haymitch, o que nós queremos é que você aceite nós dois como sua família, você e a Katniss são tudo que eu tenho e por isso nós queríamos que você tentasse com a gente e você podia começar tentando diminuir a bebida. – Peeta diz e espera pra ver a reação dele, ele está apenas parado nos encarando acho que ainda digerindo tudo que dissemos, seus olhos estão com lagrimas, mas quando ele começa a falar ele tenta ao máximo não demonstrar.
– Eu acho que posso tentar. – é tudo que ele diz e eu sei que é por que é o limite pra ele então ele coloca a garrafa de volta a mesa.
– Então, nada de bebidas? Bom foi mais fácil do que eu pensei. – eu digo, tentando amenizar o clima também.
– Não tão rápido queridinha, eu disse apenas que vou tentar, acho que podemos começar com um dia sim e outro não que tal? – eu olho pro Peeta e ele me dá um balançar de ombros e um sorriso que quer dizer que por enquanto esse é o máximo que nós vamos conseguir, e em vista do que estava antes já é um grande avanço, então eu olho pro Haymitch novamente e eu e Peeta respondemos juntos. – OK!
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E foi assim que chegamos a nossa rotina de hoje, e ele realmente está cumprindo o acordo, ele até foi nos ajudar um dia na padaria, quer dizer, ele foi até lá e ficou dando ordem dizendo onde as coisas tinham que ficar, quando nós falamos pra ele fazer alguma coisa ele disse que estava com dor na coluna e não podia se esforçar. Enfim assim foi se passando nossa semana até o dia da inauguração da padaria e estava tudo lindo, Peeta estava radiante, ele preparou uma mesa com pães e biscoitos para as pessoas que iam até lá, as crianças também estavam super alegres, foi a primeira vez que algo assim aconteceu aqui, as pessoas estavam maravilhadas e eu também estava maravilhada com tudo, a inauguração, as pessoas e o principal a alegria que o Peeta estava, ele parecia um menino que ganhou um super presente seu sorriso ia de uma orelha a outra, ele estava incrível. No final da tarde, nós encerramos a inauguração, arrumamos as coisas e fomos pra casa, dessa vez ele foi direto lá pra casa, nós ainda estávamos como as crianças completamente embriagados de alegria, sentamos no sofá e ficamos conversando por horas sobre tudo, nem vimos a hora passar já estava bem tarde quando nos demos conta da hora, ele disse que queria ir pra casa pra tomar banho mais eu não quis deixar.
– Aqui também tem chuveiro sabia? – eu falo.
– Mas eu nem tenho roupa.
– Você não vai morrer se colocar a mesma roupa, mas se você não quiser tudo bem você que sabe... – eu digo e não posso evitar o tom chateado que sai.
– Ok, você venceu, aliás, você sempre vence, eu fico!
Dou-lhe um belo sorriso que saiu maior do que eu imaginei, mas eu não ligo afinal eu estava muito feliz mesmo dele estar aqui.
– Então vou subir, eu pego uma toalha pra você.
Nós subimos eu pego uma toalha e entrego a ele, mas ele diz que é melhor eu ir tomar banho primeiro.
– Tudo bem – eu respondo
Eu entro no banheiro e tomo meu banho no chuveiro mesmo, coloco uma camiseta larga verde e um short verde, saio do banheiro e percebo que Peeta está me olhando de cima a baixo, ele fica sem graça e tenta disfarçar, pega a toalha e entra no banheiro. Poucos minutos depois sai do banheiro um Peeta de cabelos molhados, e sem camisa, agora é a minha vez de perder meus olhos no seu corpo, ele realmente é perfeito, tento disfarçar mas acho que ele percebeu.
– A blusa estava muito suada, sem condições de colocar ela. Se importa?
Tá brincando por mim você poderia dormir assim sempre – penso.
– Não, por mim tudo bem. Afinal eu já te vi assim antes. – dou um sorriso pra disfarçar que fiquei mexida com ele assim.
Ele senta na cama ao meu lado, encostado e eu tenho que usar todas as minhas forças pra me manter consciente e com os olhos longe dele, então ele diz que o dia foi muito puxado e que já está com sono, ele escorrega o corpo se deitando e eu faço mesmo, então eu encosto minha cabeça no seu peito que dessa vez não tem o pano da camisa, o que faz meu coração acelerar e posso sentir que o dele também está assim. Levanto minha cabeça do seu peito e me viro até nossos rostos estarem próximos nossa respiração se mistura e seus olhos não desviam do meu nem por um segundo e é nessa hora que eu não consigo me segurar e me rendo a tudo aquilo que eu estou sentindo, então quando eu toco meus lábios nos seus ele me corresponde, e depois de tanto tempo sem sentir aquele calor que eu senti na segunda arena, ele me consome em sua força total. E eu sei que mais uma vez não serei eu a parar, e quando já estou quase sem ar é ele quem se afasta, eu abro meus olhos e vejo o sorriso que está na sua boca.
– Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso de novo – ele diz quase sussurrando.
Eu respondo com mais um beijo, posso sentir a fome que eu já senti uma vez antes, e me dou conta do quanto eu queria isso, mas é ele quem para novamente, me olha com um sorriso, mas eu posso ver que tem algo a mais, uma preocupação eu não sei, então eu olho procurando uma resposta. Ele apenas diz:
– Acho que já está tarde, melhor a gente dormir, você trabalhou muito hoje! – então ele me dá um beijo na testa e se deita de barriga pra cima, com o braço tampando seu rosto.
O que aconteceu? Não era isso que ele queria também? – confusa eu também me deito, mas não posso impedir o instinto que eu tenho de sentir ele, então coloco meu braço em volta dele, ele se vira pra mim e acho que meu rosto ainda está com o semblante confuso, por que ele me olha, afasta meu cabelo do meu rosto e fala.
– Desculpa, não é nada com você Kats, como eu disse eu esperei muito por isso de novo, só que acontece que se eu não parasse eu não sei se conseguiria parar depois, você entende? – ele espera pra ver minha reação, e é um misto de surpresa com vergonha, eu entendo o que ele quis dizer, se nós não parássemos o beijo algo mais podia acontecer e não posso nem pensar nisso, quer dizer eu queria, aliás eu quero o beijo mas não estou pronta pra isso, nem ao menos consigo organizar meus pensamentos, meus sentimentos, esse é um passo muito grande, então apenas concordo com a cabeça, e me aproximo dele, colocando minha cabeça novamente no seu peito e é assim que eu pego no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e que acompanhem a história, agora estou ainda mais empolgada depois dessa PERFEIÇÃO de filme! Não tenho nem palavras pra dizer o quanto amei o filme, achei muito fiel ao livro, claro que alguns detalhes que eu gostaria de ter visto ficaram de fora mas considerei infinitamente melhor que o primeiro, e a Johanna roubando a cena, sem comentarios'
Já estou aguardando ansiosamente o próximo...
Beijos até logo logo'