Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

...''Seja lá que tipo de sentimento ele estava, somem e no lugar aparece um sorriso largo como aquele que sempre me faz sorrir de volta''...



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Mesmo com o sorriso ele ainda se recusa a aceitar que eu o ajude.
– Eu agradeço a ajuda mas eu posso fazer isso sozinho! – ele insiste esticando a mão para que eu entregue a perna artificial.
– Ah mas eu insisto! – eu digo levantando e afastando a ‘’perna’’ dele.
– Katss! – ele reclama respirando fundo.
– Peeta! – eu o imito respirando fundo também.
Ele revira os olhos, passa a mão pelos cabelos molhados, enquanto ainda apoia o corpo contra parede.
– Eu não quero sua ajuda! – ele fala sem sorrir dessa vez e sem me olhar nos olhos, na verdade ele está com os olhos fechados como se quisesse evitar qualquer contato comigo.
Eu me aproximo dele, parando de frente pra ele, ele mantem os olhos fechados, eu passo a mão pelo cabelo dele como se penteando com os dedos, depois passo os dedos pelo rosto dele.
– Peeta, olha pra mim! – eu falo com a voz baixa, mas ele se recusa – Peeta abre o olho agora! – eu falo séria.
Ele suspira fundo antes de abrir os olhos, mas o olhar dele não encontra o meu como sempre, ele desvia o olhar pra qualquer coisa que esteja atrás de mim. Eu seguro o queixo dele o forçando a olhar pra mim e quando ele me olha ele volta com seu olhar de vergonha.
– Eu vou te ajudar por que eu quero te ajudar! Será que você pode aceitar isso? – eu pergunto encarando ele nos olhos.
Ele balança a cabeça como se estivesse tentando saber o que falar.
– Katss, você não precisa fazer isso! – ele fala desviando o olhar de novo.
– Mas eu quero! – eu insisto.
– Você tem noção do quanto isso é... – ele procura as palavras – vergonhoso? – ele conclui.
– Não tem nada de vergonhoso nisso Peeta – eu falo calmamente passando meus dedos pelo queixo dele – Meu Deus, isso é só uma perna! – eu falo levantando a ‘’perna’’ entre nós erguendo as sobrancelhas. Ele parece relaxar um pouco e sorri.
– Anda, eu não menti quando disse que estava morrendo de fome e você está me atrasando – eu falo enquanto coloco meu corpo do lado do dele pra que ele se apoie em mim, mesmo com certa relutância ele coloca o braço no meu ombro.
– Cama! – eu falo enquanto passo meu braço na cintura dele e começamos a andar saindo do banheiro.
Ele concorda com cabeça e mesmo devagar e nos exigindo um certo esforço chegamos a cama, ele se senta e eu fico em pé de frente pra ele.
– E agora? – eu pergunto ainda balançando a ‘’perna’’ de um lado pro outro.
– Katniss, não! – ele fala com a voz já cansada.
– Eu achei que a gente já tinha discutido esse ponto! – eu reclamo e puxo uma cadeira pra sentar de frente pra ele – então agora, a não ser que você queira parar com o pé pra trás é melhor me dizer como fazer isso! – eu falo me endireitando na cadeira mais perto dele.
Ele me olha balançando a cabeça sorrindo como se finalmente tivesse entendendo que eu não vou desistir.
– Tudo bem! – ele fala se dando por vencido, então ele me explica o que eu tenho que fazer, como prender a perna nele de novo e eu até que consigo rapidamente.
– Mas fácil do que eu imaginei! – eu falo batendo as mãos na minha perna quando termino.
Ele movimenta a perna pra se certificar que está tudo certo e enquanto isso eu volto no banheiro pra pegar outra toalha e a roupa dele que ficou por lá.
Eu volto e ele ainda está se endireitando na cama.
– Agora é melhor se secar por que você está molhando tudo, sem contar que ainda pode ficar doente! – eu falo já com a toalha na mão, eu subo na cama ficando ao lado dele e passo a toalha nas costas dele.
– Acho que isso eu posso fazer sozinho – ele murmura mas posso sentir o sorriso no rosto dele.
– Você é um estraga prazeres sabia? – eu reclamo parando de secar e me inclinando pra olhar pra ele. Ele se vira rapidamente me segurando na cintura e me deita na cama, eu posso ver o sorriso no rosto dele e percebo que eu também estou sorrindo. Ele para o rosto de frente pro meu mas como o cabelo dele ainda está molhado escorre e molha meu rosto também.
– Ah Peeta, você esta me molhando! – eu reclamo virando meu rosto pro lado, ele sorri e balança a cabeça me molhando ainda mais.
– Para! – eu falo mas como estou rindo não pareço séria.
Ele para e fica em silencio, eu que estava de olhos fechados e a cabeça pro lado percebo o silencio e volto meu rosto pra frente abrindo os olhos e encontro ele me encarando de uma forma intensa.
– O que foi? – eu pergunto tentando parecer indiferente mas minha voz falha mostrando que eu não estou imune a ele.
– E você ainda acha que não é boa suficiente pra mim? – ele pergunta lentamente, eu me surpreendo e fico quieta – Talvez seja ao contrário! – ele fala dando de ombros.
Eu nego com a cabeça. Levando minhas mãos no peito dele e a outra no cabelo dele.
– Acho que nós formamos um belo par! – eu falo e trago o rosto dele pra mais perto do meu, ele sorri e junta nossos lábios, nossos corpos se juntam novamente nos confirmando mais uma vez como precisamos um do outro, o beijo segue como sempre cada vez mais profundo, nos deixando cada vez mais colados um no outro, até que meu estomago faz um barulho. Ele sorri ainda com nossos lábios juntos. Eu abro os olhos encontrando os olhos dele quase colados no meu.
– Eu disse que eu estava com fome! – eu falo explicando e dando de ombros.
Ele sorri mais uma vez e sai de cima de mim.
– Então é melhor você correr! – ele sugere enquanto eu me levanto da cama.
– Verdade! – eu concordo com ele, então pego a blusa e calça dele que eu tinha trago do banheiro e jogo em cima dele. – Se veste logo pra gente ir!
– Acho melhor você ir na frente! – ele fala enquanto se endireita na cama.
– Eu te espero, se veste logo! – eu falo me virando de costas indicando que ele se vista.
Ele solta uma risada alta, eu me viro pra ele de novo sem entender.
– O que foi? – eu pergunto confusa.
– Você! – ele responde rindo, eu mantenho minha cara de confusão e ele sorri novamente se mexendo na cama. Como eu fico em silencio ele continua – Esquece Katss, só vai na frente que daqui a pouco eu vou! – ele fala sem mais detalhes, ele finalmente se senta na cama juntando a roupa em cima dele.
– Qual o problema dessa vez? – eu pergunto já irritada com isso, o dia foi longo, eu estou com fome e ele não está colaborando.
– É que... – ele parece procurar as palavras até dizer – Só não dá pra levantar agora!
– Ué, por que? É a perna? – eu pergunto preocupada em ter feito algo errado.
Ele joga a cabeça pra trás rindo ainda mais alto. Eu realmente não entendo e fico encarando ele. Ele para de rir e fala com certa diversão – Ainda a mesma garota pura de antes! – ele fala sorrindo.
– Quê? – eu pergunto novamente.
– Não, não é a perna! Só que... – ele fala se movendo novamente na cama e isso já está me irritando também, ele sorri antes de continuar a falar – Katss, eu estava tomando banho, sai de toalha e á dez segundos atrás nós estávamos ... próximos demais – ele fala erguendo a sobrancelha como se fosse óbvio e então eu entendo o que ele quer dizer.
– Oh! – é único som que eu consigo emitir já que provavelmente meu rosto está vermelho e eu o sinto como se estivesse pegando fogo.
– Eu já vou! – ele fala visivelmente se divertindo com a minha reação.
– Tá! – eu concordo com a cabeça e caminho pra sair do quarto, antes de sair eu ainda vejo ele passando as mãos pelo cabelos e se jogando pra trás.
Eu saio do quarto e não sei qual das reações que eu estou agora, me sentindo uma idiota por não ter entendido logo, com vergonha pela situação ou se simplesmente acho graça. Ele estava tentando ser discreto mas não deu muito certo.
Eu vou em direção a mesa que já está preparada a um certo tempo e ainda estou tentando não rir ou morrer de vergonha dessa situação quando o mesmo rapaz que nos perguntou antes surge na minha frente e eu estava tão distraída que não o tinha percebido e acabo me assustando.
– Desculpa, eu não quis assustá-la! – ele se desculpa.
– Tudo bem! Eu que estava distraída! – eu falo explicando.
– Se precisar de mais alguma coisa – ele oferece enquanto se afasta da mesa.
– Obrigada! – eu falo e puxo uma cadeira pra me sentar.
Penso em esperar o Peeta mas quando meu estomago ronca de novo ele vence e eu pego um dos bolinhos que estão com uma cara muito boa e dou uma mordida até certo ponto grande demais, saboreando cada pedaço e ou a minha fome está muito forte ou realmente este é o melhor bolinho que eu já comi, em segundos eu termino ele e pego um dos sanduiches que também parecem ótimos, mas o coloco no prato a minha frente quando vejo o chocolate quente, encho minha xícara dando um gole bem lento, eu suspiro profundamente quando sinto o chocolate invadindo minha boca.
– Isso parece bom! – a voz do Peeta atrás de mim que me faz voltar ao mundo real.
Ele anda e puxa uma cadeira ao meu lado, me observando.
– Oh não, isso é ótimo! – eu o corrijo dando mais um gole.
Ele sorri e começa a se servir também, depois de alguns minutos que são necessários pra que eu consiga acalmar meu estomago eu observo Peeta e percebo que ele também devia estar chocolate quente de olhos fechados como se isso fosse sagrado. Eu rio da reação dele e ele abre os olhos me encarando, eu me sinto ainda um pouco envergonhada com o que aconteceu lá no quarto.
– Você estava certa! Está ótimo! – ele falando levantando a xícara pra mim. Eu sorrio, tentando não ficar vermelha quando me lembro do por que ele não poder levantar.
– Animada pra amanhã? – ele pergunta enquanto passa geleia em um pão.
– Pra festa? – eu pergunto também me servindo com um creme que está muito bom.
– Eu estava falando de ir pra casa, mas tudo bem – ele fala rindo.
– Pra ir embora daqui, com certeza, não vejo a hora de entrar naquele trem e chegar no 12, voltar pra escola, pra nossa casa. – eu falo sorrindo só com o pensamento.
– Nossa casa? – ele pergunta sorrindo parando e me olhando.
– Bom, eu achei que você tivesse me pedido em casamento – eu falo tentando parecer indiferente.
– Com certeza eu pedi! Mas eu gostei do ‘’nossa casa’’ – ele fala sorrindo – Ah propósito, nós temos que ver logo isso!
– A casa? – eu pergunto e então provo mais um dos pães.
– O casamento! – ele conclui.
– Huum.. – eu sussurro ainda com a boca cheia.
– Eu quero uma grande festa com o distrito inteiro – ele fala indiferente.
– O que? – eu ignoro minha boca cheia quase engasgando com o susto.
Ele ri. – Calma, é brincadeira! – ele fala esclarecendo.
Eu faço uma cara séria.
– Que bom! – eu me alivio.
Nós terminamos de comer, quando sinto que meu estomago pode explodir caso eu coma mais alguma coisa.
– Não aguento mais nada! – Peeta parece ler meus pensamentos quando fala isso.
– Nem eu! – eu concordo.
Então nós nos levantamos, ele pega minha mão e nós vamos pro quarto, quando chegamos lá ao invés de se deitar na cama, Peeta pega os travesseiros , a coberta e eu olho pra ele confusa.
– Achei que como essa é nossa ultima noite aqui, a gente pudesse passar no terraço! – ele fala me observando.
– Ótima ideia! – eu falo pegando mais travesseiros.
Depois que nós pegamos o que precisamos vamos em direção ao terraço, quando abrimos a porta o vento refrescante e gelado nos recebe.
– Esse é o único lugar que eu vou sentir falta daqui! – ele fala enquanto arrumamos um dos cobertores no chão.
– E o parque daquele dia? – eu pergunto me referindo aonde nós passamos o dia logo depois do problema com o tal guarda.
– Ah sim, são dois lugares então! – ele confirma se corrigindo.
Nós terminamos de arrumar o cobertor e colocamos nossos travesseiros a lmofadas por cima, nos deitamos, ele se deita e me puxa pro abraço dele, eu apoio minha cabeça no peito dele meu braço envolta dele e ele me abraçando forte, nós olhamos para o céu que está cheio de estrelas e não demora muito pra que eu relaxe, me mantendo apenas pensando nesse momento e pego no sono.
– Katss! – a voz do Peeta baixa parece soar na minha cabeça – Katss – mais uma vez, até que eu sinto suas mãos no meu cabelo e a boca dele na minha orelha, eu abro os olhos e encontro ele me olhando docemente.
– Huum... – eu murmuro fechando os olhos novamente.
– Achei que você gostaria de ver! – ele fala e eu abro os olhos de novo, ele está apontando para o céu do outro lado, eu levanto minha cabeça do peito dele e me viro pra achar o sol nascendo, eu sorrio com a imagem e me endireito ficando ao lado dele, minha cabeça no ombro dele enquanto nós vemos o sol nascer.
– Um bom jeito de começar o dia! – ele sussurra.
Eu concordo com a cabeça me aconchegando nele, minha perna por cima da dele e meu braço sobre seu peito, ele coloca o braço em volta de mim e me olha sorrindo, então aproxima sua boca da minha e eu aproximo mais ainda, nós nos beijamos e esquecemos do sol, apenas nos focamos em nós dois aqui. Sinto meu sono simplesmente desaparecer quando todas as sensações começam a me invadir de novo, a fome que tenho dele aumenta me fazendo intensificar nosso beijo, os lábios dele vão para o meu pescoço e eu me sinto mais uma vez entregue a ele de um jeito que só acontece quando estamos juntos, nossas pernas já estão entrelaçadas e nossos corpos estão colados, nós ficamos assim por um bom tempo, por que simplesmente nunca parece ser suficiente o tempo que temos juntos, um beijo sempre puxa o outro.
– Eu achei que você tivesse me acordado pra ver o nascer do sol! – eu falo sorrindo, enquanto ainda estamos abraçados um no outro.
– Também! – ele dá de ombros.
Nós nos permitimos ficar deitados mais um tempo até que o sol já começa a se levantar nos indicando que o tempo está passando e logo estaremos na mansão presidencial, mas ao contrario do sentimento de raiva que me daria eu estou contente por que quando a festa acabar hoje, nós entramos no trem e acaba, me lembrando disso eu me levanto me sentando.
– Que horas devem ser? – eu pergunto sem esperar uma resposta. – A gente tem que se arrumar pra festa! – eu concluo rapidamente.
– A Effie vai aprovar essa animação! – Peeta se senta também.
– Hoje a gente vai pra casa Peeta! – eu falo empolgada – Pra sempre! – eu termino com um sorriso grande.
Ele me beija mais uma vez, então se levanta me oferecendo a mão.
– Então vamos logo! Por que eu não vejo a hora de chegar em casa! – ele fala com a mesma animação que eu, e eu pego na mão dele e me levanto. Quando eu estou de pé ele me abraça forte e eu me sinto completamente segura e revigorada, cada segundo de hoje é um segundo pra perto da nossa nova vida. A vida onde não teremos que nos preocupar com o que nós seremos obrigados a lidar a cada segundo, onde eu não terei que impressionar ninguém, numa vida onde Peeta e eu seremos verdadeiramente um casal.


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